A manhã estava fria, um frio de escuridão. Parecia que o Sol não tinha calor, que era apenas uma simples bola amarela orbitando o planeta.

Como sabiamos que nossa terra era redonda? Simples. Foi um dos primeiros projetos de Star Swirl, ele mediu as sombras que a luz do Sol fazia em direfentes cidades com um graveto. E dai ele usou aquela matemática dele toda alfanumérica e tã dã, ele descobriu que o planeta era redondo. Claro, Celestia já tinha informado que era redondo, mas ele fez questão de comprovar com um método científico.

Um coisa que me intrigava no papai era que ele sempre estava com suas vestes. Nunca tinha visto se quer uma vez na vida sua Bela Marca. NUNCA.

A gente não conversava muito sobre isso, mas eu acho que era porque eu não tinha uma Bela Marca. Nossa, eu sou quase do tamanho dele [em altura, heim?] e tenho o flanco vazio. Nunca descobri meu verdadeiro talento, eu era aquele tipo de pônei que era bom em quase tudo.

Desci as escadas, a Casa parecia triste. Star Swirl estava no sofá com uma xícara de chá flutuando ao seu lado. Ele me ofereceu um pouco, e aceitei.

Ele me encarou, e então sibilou alguma coisa inaudível.

— Senhor? — perguntei ao velho cinza.

— Eu disse, rapazinho, que se voltarmos vamos iniciar seu treinamento avançado.

Fiquei calado. Não gostei muito da maneira que ele disse aquele “se”. Como assim, “se” ? É claro que voltaríamos. Mas limpei minha mente disso.

Fui até o escritório dele e apanhei minha bolsa. O escritório estava escuro, então fui para meu quarto e lá arrumei minhas coisas de viagem.

Um caderno, duas penas de falcão, quatro frascos de tinta preta, e uma bolsa d’agua. Tudo isso pro lado esquerdo. No lado direito eu peguei meu livro favorito, “Star Swirl: O Paraíso Grifo”

Grifos eram criaturas metade-águia e metade-leão. Um ser forte e rápido. Pacíficos e com um senso de humor um pouco mais leve, Star Swirl os estudou e conseguiu fazer um feitiço que o transformava em Grifo. [E como sempre, não por muito tempo, no máximo três dias.]

Quando eu passei pelo corredor, eu vi que a porta do quarto do papai estava aberta, e tinha um livro sobre sua mesa. Seu quarto era do mesmo tamanho que o meu, mas com as paredes pintadas como no céu noturno, com estrelas e redemoinhos. A escrivaninha dele ficava ao lado de sua mesa, e a cama era de casal King size.

Fui até o livro, ele tinha um desenho na capa: Era um redemoinho, com três estrelas em forma de triângulo equilátero. Quando eu abri o livro, ele estava escrito no mesmo idioma do meu recado, então não pude ler. Folheei até chegar na última página. Estava escrito algo que eu conseguia compreender:

“De um ao outro, de outro ao um.

A marca de um destino incomum,

Uma nova realidade.”

Não entendi o que significava.

Papai fazia sempre encantos que rimavam, mas esse.. Terrível.

Deixei isso de lado, e voltei para meu quarto. Coloquei mais algumas coisas na mochila, e me teleportei para o gramado. Acredite, teletransporte é algo que te deixa cansado, mas é o meio mais rápido de fazer as coisas.

Fui para o portão, onde o velho pônei cinza me esperava. Ele estava [como sempre] vestido com sua tradicional roupa, e uma mochila branca nas costas. Então saímos.