CdE - O Barbudo, a Princesa e o Amuleto escrita por Flamethrower


Capítulo 17
Capitulo XVI - Star Swirl me abandona




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Eu acordei em cima de Caspie. O feitiço tinha acabado e estava em cima dela verticalmente. Tentei sair daquela posição desconfortável, mas tinha acabado de chutar ela sem intento de machucar. Ela levantara na mesma hora e como eu ainda estava atravessado com ela, eu fui jogado para trás.

— Desculpa! — dissemos em unisono.

— Eu não queria… — novamente em unisono.

Eu olhei para ela, a sua crina estava bagunçada e ela tinha hálito de passarinho. Ela pegou com a boca a nossa folha, e disse para que eu a seguisse.

O cômodo era escuro, feito de rocha polida e não parecia ter saída — somente a entrada secreta.

— Aqui — ela apontou para a parede aposta da onde estávamos — lance um feixe aqui.

Eu não questionei. Eu criei um campo mágico entorno do meu chifre, e pensei em sentimentos fortes. Eu pensei em Caspie. Eu pensei em como a Rainha tinha se sacrificado. No papai. Em mim. E então uma luz branca forte apareceu diante de meus olhos e eu a redirecionei para a parede apontada. Durante alguns segundos, não aconteceu nada. Uma silhueta de porta brilhou e onde era pedra, se transformou em vazio nos dando acesso a uma sala bastante misteriosa.

Era uma sala escura e fria feita de cristal negro. Uma escadaria de cristal magenta descia em forma espiral até o infinito.

— É lá em baixo — ela me disse sombria — Lá estará a porta para o trono do Rei.

Quem diabos mora no subterrâneo?

Eu assenti e usei as técnicas de levitação que papai havia me ensinado para levitar a mim e Caspie. Era difícil segurar o meu peso. Caspie era mais leve. E então fomos caindo devagar pelo buraco infinito. Não tínhamos tempo para escadas. A crina azul-ciano de Caspie estava completamente cinza de sujeira. Imaginei que a minha não estivesse melhor. Descemos por cinco, talvez dez minutos e eu já estava ficando cansado. Quando avistei o chão, teletransportei Caspie para o chão e continuei descendo, levitando. O final da escadaria estava completamente negro. Uma porta de pedra entalhada com cristais verdes estava diante de nossa frente.

Eu me aproximei da porta e então Caspie berrou

— Cuidado!

Eu a fitei, nervoso.

— O que há de errado com uma única porta?

E então eu abri a porta, e estava de volta na Floresta Alforriada.

Atrás de mim, a construção de tijolos de pedra e telhado de linho e palha com uma única torre no centro estava destruída. Star Swirl, meu pai adotivo estava no gramado da frente, de cabeça baixa. Eu não acreditava no que tinha acontecido. Minha casa fora destruida e meu pai estava moralmente destruido também

Trotei até o velho de pijamas de lua e estrelas. Seu chapéu estava sem os guizos — o que eu achei incomum.

— Pai, você está bem?

Ele me fitou e disse algo com bastante rancor.

— Você não é, e nunca foi meu filho! Não quero você por aqui, sua miserável vida custou a minha.

E-e-eu não sabia o que dizer. Ele me senti vazio naquele momento. E então eu ouvi as vozes de Caspie em minha mente.

— Não, Ruivo. Você me abandonou — ela chorou — Por que você me abandonou? Eu estou tão sozinha. Sinto frio.

Uma tristeza circulou o meu coração. Eu estava chorando. Aquilo não podia ser real. Aquilo não era real. Mas parecia. A tristeza alimentou o meu coração, e o resultado final foi o ódio. Sentia meu corpo queimar. Sentia minha pele ardendo em chamas, mas meu chifre não respondia. Eu não estava conectado com ele. A voz de Caspie surgiu mais uma vez, mas dessa vez eu ouvia o desespero em sua voz.

— Ruivo, acorda! Você está me assustando!

Então eu me concentrei naquela voz. Mesmo com o desespero e melancolia, sua voz me acalmava. A minha raiva foi acabando aos poucos, até eu me dar conta de que foi tudo apenas uma ilusão. Eu estava de volta em minha mente, sentia meu corpo nas patas de Caspie, e então eu abri os olhos.

Caspie estava chorando, comigo em sua patas dianteiras. Suas lágrimas caiam em meu peito, seus olhos estavam inchados vermelhos de tanto choro.

— Oh, você acordou — fungou ela de felicidade.

— O que exatamente aconteceu?

Ela me pois no chão, e enxugou as lágrimas.

— Assim que você tocou naquela porta — ela fitou a maligna passagem por alguns segundos — bem, eu não sei. Você entrou num estado de transe e fiquei preocupada.

Eu fulminei a entrada de cristais verdes. O ar parecia mais escuro, num tom mais sombrio.

Então uma voz metálica e ancestral pairou por nosso cômodo.

“Corram, criaturas indefesas”.

E um grande “Boom” veio da superfície. O subterrâneo todo tremeu. Caspie com aqueles olhos inchados olhou para mim desesperada, e sabíamos que tinha chegado a hora. Areia e terra caiam do teto, e então começamos a discutir o que íamos fazer.


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