CdE - O Barbudo, a Princesa e o Amuleto escrita por Flamethrower


Capítulo 15
Capitulo XIV - Minha melhor amiga pia




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Adentramos na caverna. Ela era escura e gasta. Deduzi que seriam as minerações do Vale da Neve. Os soldados usaram magia para selar a passagem e nos dar um pouco de tempo. Então eles iluminaram seus chifres, e Star Swirl fez o mesmo.

Caspie estava do meu lado, um pouco assustada. Lugares subterrâneos eram realmente assustadores, mas ela parecia ter mais medo aqui. Fiquei ao lado dela.

Continuamos caminhando por alguns minutos, até que viramos para a esquerda. Dali, seguimos retos.

— Posso pegar uma maçã? — perguntou Caspie

— E onde diabos você conseguiria uma maçã aqui? — respondi, cético.

— Dentro de sua mochila.

Olhei para ela, então diminuímos o trote e flutuei minha mochila até minha boca. Ela abriu a aba da direita, e pegou uma maçã com os dentes.

Eu a fitei, incrédulo

— Afenas mi plefarei fa viajhem — disse ela com a maçã na boca.

A caverna estava silenciosa e triste. Isso geralmente não é um bom sinal. Eu sentia que alguma coisa ia nos atacar a qualquer minuto.

A Rainha de Cristal tinha se sacrificado para dar um pouco de tempo e esperança pra um último ataque. Não sabíamos se ela ainda estaria... bem… "viva".

O túnel começou a ficar mais largo, e sem notarmos, estávamos subindo.

Um dos unicórnios correu mais a frente para alcançar papai.

— Senhor — disse ele — Saímos da cadeia de montanhas.

— Muito bom — ele estudou o mapa — Você acha que devemos continuar por baixo até chegar ao Império de Cristal, ou devemos submergir e ir pela neve?

— Anh, senhor, se estamos planejando um último ataque — vacilou ele — não deveríamos ir por baixo?

— Muito bem.

Então o chifre de Star Swirl, o barbudo, brilhou num fogo intenso. Eu não aguentava olhar, todos se protegiam da luz — exceto eu.

E então aconteceu algo que eu não podia explicar. Eu conseguia ver através das paredes. Na verdade, eu sabia que elas estavam ali, mas eu conseguia enxergar. Eu conseguia ver a superfície nevada, conseguia ver caminhos e túneis por todos os lados. Ao longe na superfície, a ponta de uma torre rodeada por escuridão. Olhei para a multidão que nos acompanhava. Cada potro, pônei e garanhão pareciam estar confusos tanto quanto eu.

— O feitiço não vai durar muito tempo! — gritou o velho barbudo — Vejam e planejem tudo que conseguirem enquanto estiverem com a Clarividência.

Então ele chamou a mim e a Caspie.

Corremos ao lado dele e do guarda ainda atordoado.

— Vocês devem ir na frente — sussurrou Star Swirl — Mantenham o plano da Rainha. Obviamente o coração de cristal vai estar escondido e não à mostra, como ela disse. Vão precisar encontrá-lo. Estamos a um dia e meio do Império de Cristal, pois os pôneis precisam descansar.

— Ok, e como vamos chegar lá em menos de um dia, senhor sabe tudo? — disse sarcástico.

— Garoto, se lembra daquele meu feitiço de transmutação, que fiquei como Grifo por dias?

— Sim

— Estudei muitas aves vindo do norte. Aperfeiçoei a magia. Sabia que seria necessário.

Eu o fitei. Qual seria seu plano agora? Nos transformar em Grifos? Então ele prendeu minha atenção.

— Prontos? — o velho perguntou.

— Sim, eu acho — respondeu Caspienne

— Não, eu nem sei o qu…

Então o chifre dele brilhou, e uma luz branca apareceu nos olhos de Caspie. Quase não enxergava nada. De repente tudo estava ficando pequeno. Olhei para Caspie, mas ela não estava lá. Em seu lugar havia um passarinho de penas azuis e bico cinza.

— Iiiih ih ihh — tentava dizer a ela.

Minha voz não saia. Ela estava começando a alçar vôo. Eu fiz o mesmo.

— Vão. A magia não é permanente. Vocês têm menos de um dia.

Caspiarrinho piou, e começou a voar pela caverna a frente. A magia de Clarividência ainda funcionava. Eu levantei finalmente voo e a segui pela escuridão da caverna infinita.

Eu não sabia como eu era, e eu não sabia como estava enxergando no escuro. Não sabia porque queria comer sementes — não, esqueci que era um pássaro idiota.

Velho idiota. Ele poderia ter nos transformado em Ligre, ou em um dragão de porte médio.

Mas não, tinha que ser um estupido e frágil pássaro. Eu nem sabia minha própria raça de pássaro.

Alcancei Caspiarrinho. Ela parecia estar voando sem dificuldades. Enquanto eu me esforçava para bater as asas e seguir em linha reta, ela simplesmente não demonstrava esforço algum e voava graciosamente.

Sentia falta do peso da mochila em minhas costas. Ela tinha ficado para trás, com a comida que Caspie tinha pego. As paredes começaram a se tornar mais sólidas, piscaram e continuaram transparentes, então eu olhei para Caspiarrinho e piei. Ela piou também, e tínhamos chegado na mesma conclusão. Em pouco tempo estaríamos perdidos na caverna infinita.


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