Eu acordei com um barulho de um cornetão. Não sabia o que estava acontecendo. Não sabia que horas eram, pois dentro dessa montanha a iluminação era artificial. Olhando na janela, eu via que a iluminação vinha de pedras cristalizadas no fundo da fonte, e praticamente toda no teto. Haviam mastros do tamanho dos dormitórios a cada um terreno de dormitório. A ponta desses mastros eram feitas do mesmo cristal iluminante do teto. O lugar era lindo.

Ouvi alguma coisa roncando. Olhei para Caspienne, dormindo serenamente, então percebi que vinha de minha barriga — eu estava com fome.

A porta se abriu, Star Swirl olhou para mim, e então ele fez a minha mochila flutuar de suas costas até o lado vazio da cama.

— Obrigado por esquecer sua mochila na carroça — disse ele — O Paraíso Grifo realmente é um ótimo livro.

— Pensei que já estivesse com a história em sua mente.

— E tenho, mas não custa nada ler para reviver os velhos tempos.

Ele olhou para fora. Então virou-se para Caspie

— Acorde ela, é hora do café da manhã. Você vai gostar daqui.

E então o velho pônei vestido de pijama [Que ele nunca tira] saiu de meu dormitório.

Olhei para Caspie, ela estava deitada de lado para a parede, provavelmente tendo bons sonhos. Fui até ela, e a cutuquei na perna dianteira com meu casco. Então ela abriu os olhos, e bocejou.

— O que aconteceu?

— Chegamos ao Vale da Neve ontem à noite. Você caiu no sono antes, então eu te coloquei na cama.

Ela me fitou desconfiada. Ela olhou pra mim, e depois para seu corpo, e saiu da cama.

— Muito bem, e por que me acordou?

Meu estômago roncou.

— Pedidos do papai. O café da manhã nos aguarda.

Ela sorriu e então ela saiu porta a fora comigo logo em seguida.

— Esse lugar é mágico! — disse ela surpreendida.

Eu a levei até a fonte, onde Star Swirl me aguardava sozinho. Tinha deixado minha mochila na cama, não havia necessidades de levá-la.

Star Swirl disse algo sobre estarmos atrasados, e então nos conduziu por um caminho de pedrinhas até chegarmos a um espaço aberto com várias mesas de madeira, recheadas de comida. Era quase impossível ver tanta comida num lugar onde não era pra ter tudo isso. Lá fora era frio. E não se faz comida do nada — não ainda.

Sentamos na mesa principal, onde a Unicórnio que vira ontem estava na ponta.

Evitei olhar para ela, seu olhar era soberano demais.

Nossa mesa estava recheada de frutas — haviam bandejas de maçãs, laranjas, bananas e abacaxis. Na outra ponta da mesa, tinham massas de pão, feno e jarros de suco.

Passavam unicórnios servindo os pôneis sentados a nossa mesa. Quando todos estavam servidos, eles sentaram e olharam para a Unicórnio Rosada.

Olhando bem ela, agora eu conseguia descrevê-la. Ela era igual aos outros pôneis e potros, feita de “cristal”. Tinha o tamanho da Celestia, e sua Bela Marca era um Coração de Cristal azulado. A cor de seus olhos eram cinza escuros, e sua crina era totalmente branca assim como sua calda. Ela olhava soberana para possivelmente seus súditos, e então ela falou com carinho:

— Podem comer.

E então, educadamente, todos de todas as mesas começaram seu lanche matinal.

Estávamos sentados perto dela, então ela se virou para nós, e disse num tom melancólico.

— Sejam bem-vindos ao que sobrou de meu reino. Depois do café da manhã, teremos que conversar algo muito importante.

Caspie olhou para Star Swirl com um tom aterrorizado [Eu odeio quando ela fica assim]. Então ela se lembrou que eu estava do lado dela, e agiu naturalmente.

Eu estava comendo uma maçã, quando eu vi na mesa do lado uma família de pôneis de terra que não eram “cristalizados”. Suas Belas Marcas eram de maçãs. Todos tinham maçãs no flanco, ou seus derivados. Alguns tinham maçãs verdes, outros maçãs vermelhas, cortadas, sidra, tortas e bolos, tudo o que dá pra fazer com maçã — A Família Apple.

Eles faziam bagunça em sua mesa, pareciam bastante unidos. Até que um deles começou uma cantoria, então todos pararam para escutar

— Família, vamos lá — disse um deles

“Viajando pela estrada, durante gerações

Juntos, fortes como leões

Cantamos nossa música pela nação

Para Equestria minha saudação" — induziu ele.

"Somos Apples unidos, Apples irmãos

Uma família e muito mais, um Clã

Venha chuva, venha sol, vamo’ está’ unidos

Somos Apples de coração” — recitaram o resto de seus parentes.

Ouvindo aquela música, eu fiquei feliz a ponto até de acompanhar o ritmo com os cascos, mas logo em seguida eu fiquei triste. Estava feliz por eles, eles eram uma família gigante, e tinham bastante influência sobre Equestria, mas eu não tinha uma família igual a deles. Eu os invejava.

Caspie olhou para mim e sentiu a minha dor.

Ela era a única que me entendia. Nossa diferença é que ela escolheu viver sozinha, já eu não. E com isso, acabamos nosso café da manhã e nos dirigimos até a fonte principal. Star Swirl veio conosco logo depois. A Unicórnio passou por nós, e disse para irmos junto com ela. Então a seguimos.

Subimos as escadas até o que parecia o palácio dela, e então fiquei boquiaberto com o quanto majestoso era aquele lugar.