CdE - O Barbudo, a Princesa e o Amuleto escrita por Flamethrower


Capítulo 10
Capitulo IX - Controlo minhas chamas




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A grama verde amarelada começou a ser substituída pela neve. Uma ventania gelada fez com que nossos transportadores diminuíssem a velocidade.

Olhei para as nuvens despejando neve acima de nós, tampando parcialmente a Lua.

Os pégasos não estavam de bom-humor hoje, pois o tempo estava fechando.

— Precisamos chegar no Vale da Neve antes que a nevasca piore — gritou Star Swirl para os garanhões de uniforme.

O chifre dele brilhou, e uma onda de magia nos circulou. Ele tinha criado uma bolha de proteção, pois via a neve se amontoando acima de nós e deslizando para o chão.

— Não vou aguentar por muito tempo, temos menos de duas horas para chegar lá — ele avisou.

— Senhor Swirl, nunca ouvi falar no Vale da Neve, aonde fica? — perguntou Caspie

— Não sei criança. Luna me disse que saberia quando chegássemos lá.

Ela olhou para mim, com a duvida em seu rosto. Ela se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido.

“Não gosto da neve, ela é má, fria e cruel, sempre mata as flores e congela a natureza”

Fiquei triste, e com pena de sua cabana incendiada na floresta. Lá estava ela, sem casa, sem família, sem amigos. Ela precisava de um ombro amigo para repousar. Me senti quente por dentro, e meu chifre brilhou. Uma faísca emanava de sua ponta. Caspie olhou para mim curiosa.

Eu fechei os olhos, e ordenei para aquela faísca que se expandisse e se levantasse. Então, eu não precisava enxergar, eu a sentia indo para cima e encostando no teto da bolha de proteção de Star Swirl.

Os olhos de Caspie tomaram um tom de horror, então o fogo crepitou, e se acalmou em sua forma, uma esfera um porco deformada.

Ela me olhava ainda com medo. Tentei conforta-la.

— O fogo é algo cruel e devastador. Ele está vivo, ele respira, ele cresce, ele come e destrói. Mas, também ele é acolhedor. O fogo queima quem merece ser queimado, e aquece quem precisa ser aquecido.

O tom de terror dela desapareceu. Ela movimentou seus lábios e disse bem baixinho um “Obrigada” . Ela voltou a me abraçar. Sabia que tinha feito uma nova amiga, e que eu era seu amigo.

Nos aproximamos das montanhas do norte, estavam frias e gélidas.

Estávamos em movimento já há meia hora, calados. Caspie adormeceu, mas eu precisava ficar acordado, tinha que manter a chama acesa.

A estrada começou a ficar mais escorregadia. A carroça parou.

— Chegamos — avisou Star Swirl — O Vale da Neve.

Tudo que eu via era um arco de pedras e gelo com fundo nas rochas da montanha.

Nossos guias se entreolharam, e então foram seguindo em direção à rocha. E quando tocaram, não se chocaram e sim atravessaram, e entramos no lugar mais bonito que eu tinha visto em dias.

Era uma vila de pôneis dentro de uma montanha oca. Haviam casas, feitas de madeira e tijolos de pedra a esquerda e na direita, todas eram iguais. Uma estrada demarcava os lados, e ela se estendia até o meio, onde uma fonte havia sido construída. A estrada a circundava, e continuava indo para leste, oeste e norte da fonte. Na parte de norte, uma escadaria gigante levava até uma parede, onde de lá descia uma unicórnio alta e bela. Atras dela, os entalhes davam a entender que era seu palácio. Ela era a anfitriã. A bolha de proteção sumiu, e o fogo ainda controlado por mim começou a se espalhar para cima. Os pequenos pôneis olharam para mim, com medo, então eu pedi para que o fogo girasse e se apagasse, e assim ele fez.

Caspie ainda estava adormecida, e eu não queria sair do lado dela de jeito nenhum. Sentia que eu devesse protege-la.

A unicórnio desceu as escadas, e foi para a fonte, esperando Star Swirl. Ele chegou até ela, e os dois começaram a conversar. Ela apontou para uma das casas, e Star Swirl acenou a cabeça.

Se fora cinco minutos, então ele voltou. Falou algo para os garanhões que puxavam a carroça.

Desembarcamos na casa demarcada. Ela era simples. Um cubículo um pouco pequeno, o telhado era feito de madeira e descia em escadinhas. As paredes eram de rocha, e tijolos de pedra. Mas era estranho pois só tinha espaço para uma única cama, então percebi que não era uma casa, era um dormitório.

— Você e Caspie vão ficar aqui. — disse Star Swirl — Os garanhões vão para aquele dormitório ao lado — ele apontou.

— Aonde o senhor vai, papai?

— Tenho assuntos para tratar com nossa guardiã — ele disse.

Então desci da carroça e usei minha magia para levitar Caspienne até nossas camas. Deitei ela com cuidado. Fui para a janela, era feito de cristal ao invés de vidro. Os pôneis eram um pouco diferentes, eram cristalizados, pareciam um pouco felizes mas nem tanto. Alguns “pôneis de cristal” estavam realmente como cristais, outros estavam mais apagados. Deitei na minha aconchegante cama, os lençóis eram brancos, e a cama era feita de madeira escura. Apaguei no mesmo instante, mas dessa vez, não tive sonhos. Minha mente estava tranquila para isso.


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