The Walking Dead - Rio de Janeiro escrita por HershelGreene
Notas iniciais do capítulo
Estamos entrando na reta final da fic!!!!
Alguém aí quer "The Walking Dead - Rio de Janeiro II"?!
– Ora, ora! – gritou novamente o homem – Quem diria encontrar crianças vivas no meio deste caos!
Bruno retribuiu o olhar de pânico e concordou com a cabeça. Era óbvio o nosso plano. Iríamos lutar. Desloquei-me para o Sul da clareira e saquei o canivete do bolso. Ele imitou meus movimentos em direção ao Leste e levantou a pistola.
– Não sejam tolos, garotos! – continuou a voz – Não há como fugir! Dez homens entraram na clareira.
Instantaneamente, fomos neutralizados e jogados no chão com uma força bruta. Tentei lutar contra as mãos que me seguravam e fui atingido no crânio por algo pesado. Do outro lado, era possível ouvir o som de um punho atingindo um pedaço de carne.
– Jápeto! – disse novamente o homem – Não queremos ferir nosso convidado, ainda!
O homem chamado Jápeto parou de socar o estômago de Bruno.
– Permitam-me que eu me apresente – disse o chefe do grupo, dono da voz – Meu nome é Zeus. Eu e meu grupo estávamos de passagem quando avistamos vocês correndo para dentro da nossa propriedade. Agora eu me pergunto, por que motivos vocês se embrenharam aqui?
Minha cabeça latejava. A visão havia ficado turva e escura. A única coisa que eu conseguia ver era o chão úmido da mata.
– Encontramos um grupo de mordedores – disse a voz pastosa de Bruno – Achamos que aqui era um bom esconderijo.
Zeus começou a andar de um lado para o outro na clareira.
– Tsc, Tsc – disse ele – Infelizmente as coisas não saíram como planejado. Um dos nossos foi pego pelos mortos. Um grande homem. Não merecia ter morrido. Segundo a nova ordem, quem atraiu os mortos terá que pagar.
O clima da clareira parecia ter caído uns dez graus. Até a voz de Zeus havia se tornado mais fria.
– Que nova ordem é essa? – perguntei – E que tipo de pagamento?
Zeus deu um riso forçado.
– Jovem criança mortal – debochou ele – Depois que o mundo acabou, eu fui escolhido por Deus para ser o homem que reorganizará o caos em que o planeta foi deixado. Junto com meus homens, desenvolvemos uma série de leis para serem seguidas nesta nova era da humanidade. A partir deste dia, me tornei Zeus. O deus dos Homens. Aquele que reina com sabedoria.
Houve um farfalhar do outro lado. Bruno se levantara e cambaleara em direção a Zeus.
– Não tivemos culpa pela morte de seu homem – disse Bruno com a boca ensanguentada – Lamentamos muito, mas não tivemos culpa.
Em uma fração de segundos, Zeus saltou sobre Bruno e lhe aplicou um chute no peito. Este caiu de costas conta as raízes de uma árvore e permaneceu parado, gemendo de dor.
– Infelizmente meu jovem – sorriu Zeus – Seus sentimentos não podem trazê-lo de volta. Um de vocês irá pagar. Só me falta decidir quem!
Um dos capangas me levantou com brutalidade e me jogou contra uma árvore. Novamente, minha visão ficou embaçada pela dor.
– Enquanto a decisão não é revelada - sorriu Zeus – Vocês serão muito bem acomodados em nossa prisão. Levem-nos!
Mãos nada gentis levantaram a mim e ao Bruno com intenção de machucar. Depois, nos forçaram a andar de cabeça baixa pela trilha estreita da mata. Alguns deles riam infantilmente às nossas costas comemorando a vingança pela morte de um tal de “Morfeu”. Zeus era doente, fato, mas isso poderia ser tornar muito mais perigoso e mortal. Os outro que o acompanhavam só seguiam essa ditadura porque precisavam dela para sobreviver. Se não fosse necessário, eu duvido que alguém ia ficar por ai se chamando de “Poseidon” ou coisa pior.
– Nós nos chamamos Olimpianos – disse Zeus em algum ponto atrás de Bruno – Esses codinomes são uma homenagem à poderosa democracia grega. Este tipo de governo que nós usaremos a partir de agora. O mundo acabou. As regras são outras.
A trilha da mata desembocou em uma rua asfaltada onde uma dezena de caminhões militares esperava nossa chegada. Outros capangas de Zeus mantinham guarda ao redor dos automóveis e abriram altos sorrisos ao verem as presas do grupo.
– Podemos comer esse aí, chefe? – disse um com cara de macaco.
Zeus socou o estômago do idiota.
– Nós não somos canibais, Orfeu – disse ele – Agora volte para seu lugar e me ajude com esses dois infratores.
Ele concordou com um sorriso bobo e empurrou Bruno para a caçamba de um caminhão. Em seguida, ajudou Zeus a me colocar lá dentro vê fechou as portas, tapando a única fonte de luz restante.
– Estamos ferrados! – disse Bruno assim que o caminhão começou a se movimentar– Estamos realmente ferrados!
– Bruno é você? – disse uma voz no escuro – Hugo está aí com você?
– Gabriel? Clara? – gritei em resposta.
Duas formas se moveram na escuridão.
– Ah, cara – disse Gabriel – É tão bom ver você e tão triste.
Bruno tirou a lanterna portátil do bolso e iluminou a caçamba. Gabriel sorriu para a luz e tornou a cena mais sinistra. Seu olho esquerdo estava inchado e um corte profundo havia se aberto de uma ponta a outra, atravessando o nariz. Clara parecia melhor, mas sua bochecha direita estava toda esfolada.
– Como vocês escaparam? – perguntou Bruno.
Gabriel deu um sorriso travesso.
– Nós seguimos pela rua lateral e descemos toda ladeira – contou ele – Infelizmente, topamos com esses idiotas no fim do caminho. Tentamos resistir a eles e acabamos ganhando isso.
Ele apontou para rosto dele e depois o dela.
– Eles falam de uma forma engraçada – comentou Clara – Todos usam codinomes gregos. Os que nos pegaram se chamavam “Hermes” e “Apolo”.
Bruno deu uma risada forçada.
Alguém do lado de fora deu dos socos na carroceria para calar os prisioneiros. Logo em seguida, o caminhão deu uma guinada para frente como se estivesse subindo uma ladeira.
– Onde será que estão nos levando? – perguntou Gabriel em um tom sombrio. - Eu não sei – respondeu Bruno – Zeus disse que ia nos manter preso enquanto decidia nossa punição!
Clara olhou horrorizada para Bruno.
– O que nós fizemos de ruim? – perguntou.
Olhei para os rostos assustados.
– Nós matamos um homem – respondi com firmeza – E vamos pagar o preço!
O caminhão parou com um solavanco e as portas traseiras se abriram. Quatro capangas de Zeus nos agarraram e conduziram a caravana em direção ao interior da base. Assim que as portas de entrada bateram, pude ver aonde se localizava o refúgio deles.
Grandes balcões repletos de lojas eram intercalados por passarelas estreitas e escadas rolantes. Logo abaixo do nosso andar se estendia uma depressão profunda que significava morte certa. Acima de nossas cabeças, o teto de vidro refletia a calma manhã de sábado.
– Bem vindos ao Olimpo – sorriu Zeus, convidativo – Mas vocês devem conhecê-lo pelo seu nome antigo, shopping Iguatemi!
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Olimpianos vs. Grupo da Escola