Right Now escrita por Mrs Loki, amanda c


Capítulo 5
Torpor


Notas iniciais do capítulo

Oiiii povo lindjo!!! Obrigada pelos comentários *-*
Como vocês são as melhores leitoras do mundo, decidi postar um dia antes do previsto, viu como sou legal? kkkk
Espero que gostem!!!
Thá, sua linda, obrigada pela recomendação ( :
Esperamos que gostem!!!



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"I'm not quite sure how to breathe

Without you here

I'm not quite sure if I'm ready to say goodbye

To all we were"

– Hana Pestle

Point Of View: Valerie

Não dá mais Valerie, eu achei que você era diferente obviamente estava errado. As palavras ecoavam por minha cabeça, lenta e dolorosamente. Encolhi-me debaixo dos cobertores, sentindo frio. O quarto estava escuro, e eu podia ouvir o som da minha própria respiração.

Eu deveria ter ligado, deveria ter falado com ele. Mas estava ocupada demais procurando por uma faculdade. Se eu tivesse ligado nada disso teria acontecido...

Era tão... Vazio. Inspirei e soltei o ar lentamente, sentindo-o adentrar em meus pulmões. Mordi o lábio inferior, observando o pequeno fecho de luz que entrava pelas pesadas cortinas de meu quarto.

Estava quieto. Tudo o que eu podia ouvir era o som do meu coração batendo. Afundei mais na cama, escondendo-me sob os cobertores. Minha garganta estava seca, mas que não tinha a mínima disposição para levantar.

Não pense nele, não pense nele. Exigi mentalmente. Encolhi-me ainda mais ao lembrar-me de quando nos conhecemos e trinquei os dentes, passando amão sobre o estômago. A dor que sentia me dilacerava. Sufoquei um soluço e levantei, tentando encontrar o interruptor, e depois de alguma tentativas, acendi a luz.

Suspirei e abri meu guarda – roupas, deparando-me com aquela jaqueta. Eu conhecia muito bem aquela roupa. Ele havia me emprestado há muito tempo, porém eu nunca a devolvi, talvez porque, inconscientemente, precisasse do cheiro dele por perto. Peguei-a e inalei o odor presente nela. Inebriei-me com aquela sensação, sentindo meu peito ser dilacerado, mas permaneci ali, relembrando de cada momento que havíamos vivido juntos.

Minha consciência caia de joelhos, enquanto eu procurava desesperadamente pelo torpor. Arfei, soluçando, e guardei a jaqueta no lugar. Afastei-me do guarda-roupa, com as pernas trêmulas e respirei fundo, contando até dez.

Eu não estava pronta para dizer adeus. Eu não queria aquilo. O queria de volta, mas jamais o teria. Sufoquei e abracei meu corpo com força. Eu o amava, o amava demais, mas ainda assim, aquilo pareceu não bastar para Zach, afinal ele sequer quis me ouvir. Eu não havia dado provas o bastante do meu amor?

Saí de meu quarto e desci as escadas em silêncio. Quando desci pude ouvir a voz de Zach com clareza. Estremeci e notei os olhares de minhas duas amigas. Por alguns instantes tive que lidar com a dor que me assolava. Meu cérebro parecia ter parado de funcionar. Por mais que eu tentasse, não conseguia me mover. Todos os músculos de meu corpo estavam rígidos e eu não conseguia pensar.

A voz dele ecoava por minha mente, anestesiando meus sentidos. Eu podia sentir meu coração batendo, aos pedaços, contra meu peito. Eu reconheceria aquela música sob qualquer circunstância... Era Right Now, uma das músicas mais bonitas da banda.

Caminhei até o rádio com passos trôpegos e o desliguei, com as mãos trêmulas.

—Val – Juliet começou, mas eu ergui a mão, movendo a cabeça desesperadamente:

—Por favor, não! – Implorei desesperada. Não iria falar sobre aquilo. Não queria. Era demais para mim. Iria doer, e eu já não aguentava mais sentir aquilo. Se ninguém falasse sobre o assunto, eu poderia perder-me em meu mundo de torpor, e aquilo já era um ótimo começo.

—Marie Valerie, você não está bem! Você fica trancada naquele quarto dia e noite, quase não come, você está mais branca do que papel e não quer falar sobre o aconteceu! Você precisa deixar a gente te ajudar! Nós precisamos saber o que você está sentido! – Juliet disse nervosa.

Apenas a olhei e voltei para as escadas, subindo-as em silêncio. Entrei em meu quarto e fechei a porta atrás de mim. Deitei na cama e abracei meus joelhos com força, encolhendo-me o máximo que podia. Sufoquei outro soluço e mordi o lábio inferior.

Às vezes doía menos, como se o torpor que eu sentia sobrepusesse a dor. Mas havia dias em que eu mal conseguia respirar. E hoje era um daqueles dias. Se eu simplesmente pudesse voltar no passado... Se eu tivesse o ignorado, fingido que ele não existia... Se eu tivesse negado aquele convite para sair com ele nada disso estaria acontecido.

Mas se eu voltasse e mudasse o que aconteceu eu também perderia tudo o de bom. Perderia nosso primeiro beijo, nossa viagem para Moher... Eu perderia tudo isso. Deixaria de viver os momentos mais felizes de minha vida. E eu não queria aquilo.

Senti meus olhos arderem, diante das lágrimas que guardava, e me encolhi mais. Sentia meu peito afundar, enquanto respirava, e ofeguei, à procura de ar. Não conseguia mais conter as memórias, que agora dominavam minha mente com uma força surreal.

Levantei-me, à procura de algo que pudesse suprimir as lembranças e peguei as chaves do carro. Desci as escadas rapidamente, ainda descalça, e saí sem dizer nada a Gabi e Juliet. Entrei no carro e liguei-o rapidamente, tentando bloquear meus pensamentos.

Sem lembranças não haveria dor. Eu não sabia para onde estava indo, apenas dirigia sem direção. Eu apertava o volante com força, como isso pudesse diminuir o que eu sentia por dentro.

Liguei o rádio, e apenas ouvi, sem nenhuma reação, o som da música Need, da Hana Pestle, tocando. Respirei fundo e continuei dirigindo. Era como se eu fosse guiada por meus instintos.

Tentei suprimir as memórias, mas as mesmas me dominavam a mente. Mordi o lábio inferior e remexi-me no banco, tentando, em vão, cessar o que eu sentia.

Eu não conseguia entender... Porque isso tinha que acontecer justo agora?

Depois de horas dirigindo, parei em frente a um lugar que eu reconheceria de longe. Saí do carro a passos trôpegos e quase caí, mas continuei andando. Não conseguia parar... Abracei meu próprio corpo, sentindo o frio bater contra ele, e olhei para o grande mar a minha frente.

Olhei em volta e senti meus joelhos cederem. Caí de joelhos no chão, sentindo-os doerem com o impacto. Mas nada se comparava com o que eu sentia por dentro. Arfei, em busca de ar, mas não conseguia encontrá-lo. Apoiei-me no chão, ainda sem ar, e levantei-me, tentando respirar.

O que fiz de errado? Como ele pôde achar que eu o tinha o traído com Thomas? Como pôde duvidar tanto do que eu sentia por ele?

Engoli em seco, sentindo a angústia ficar ainda maior. Ele me assombrava, não havia um dia sequer em que eu não pensasse nele. Sempre que acordava, a primeira pessoa na qual pensava era ele, e por mais que doesse, não conseguia parar.

Arfei e senti meu coração ser prensado contra meu peito. Lutei contra as memórias, mas as mesmas simplesmente eram fortes demais. Lembrei que quando ele me pediu em namoro, naquele mesmo penhasco e mordi o lábio inferior.

As ondas, revoltas, batiam contra as pedras, e o vento bagunçava meus cabelos. Eu havia feito tudo errado! Jamais deveria ter ido falar com Thomas em um local tão público. Se tivéssemos conversado em minha casa nada disso estaria acontecendo...

Afastei-me do penhasco, com as pernas bambas, e saí correndo, como se assim pudesse fugir das memórias. Mas por mais que eu corresse, não conseguia livrar-me daquelas imagens. Tropecei e caí no chão, sentindo uma forte dor em meu joelho. Levantei-me e olhei para minha perna, notando que sangue escorria por ela. Ignorei aquilo e caminhei para o carro, ligando a ignição rapidamente.

Quando cheguei em casa, tudo estava em silêncio. Subi as escadas, sentindo meu joelho doer e caminhei em direção ao banheiro. Tirei minhas roupas e entrei no mesmo, sentindo a água quente cair por meu corpo. Estremeci ao sentir o ardor que aquilo que causava em meu joelho, mas não me importei. Apenas permaneci sob a água, tentando afogar aquelas lembranças...


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Notas finais do capítulo

E então? O que acham que irá acontecer? Sei que está todo mundo sofrendo mas faz parte de um processo okay?
Beijosss :3