And there's certain things that I adore
And there's certain things that I ignore
But I'm certain that I'm yours
Certain that I'm yours
Certain that I'm yours
– James Arthur

Point Of View: Autora

Gabi olhou-se no espelho novamente e suspirou. Olhou em volta e sorriu ao notar Harold atravessando o saguão com uma expressão frustrada. Logo soube que havia acontecido algo.

Levantou-se e esperou que ele ficasse mais próximo. O olhar dele, que antes era nervoso, suavizou ao vê-la. Ficou próximo de sua ruivinha e puxou-a, fazendo os corpos se chocarem. Suspirou, inalando o odor suave de jasmim da morena e um sorriso cresceu em seus lábios.

— O que houve? - Perguntou, preocupada. Pôde sentir o corpo dele tencionar, enquanto o sorriso que ela amava sumia do rosto dele. Ajeitou uma das mechas de seu cabelo, enquanto esperava pela resposta:

— Valerie questionou meus sentimentos por você - ele disse frustrado. Não conseguia entender a razão daquilo. Eu jamais a magoaria. Pensou, enquanto entrelaçava sua mão na dela.

— Como assim? - Questionou confusa. Esperou, por alguns instantes, que ele respondesse. Harold olhou-a e murmurou, apertando a mão da ruiva com mais força:

— Ela acha que eu não gosto de você - fez uma pausa, bufando: — Acha que eu estou te usando.

Gabriela franziu o cenho diante do que ouvira e um arrepio percorreu sua coluna. Balançou a cabeça suavemente e suspirou profundamente. Logo soube o que poderia ter acontecido dentro daquele quarto. Mordeu o lábio inferior e respirou fundo, olhando-o.

— E o que você disse?

Harold suspirou profundamente e narrou tudo o que dissera a Valerie, deixando Gabriela surpresa. Não imaginava que seu namorado pudesse dizer aquele tipo de coisa e logo sentiu um nó formar-se em sua garganta ao pensar em como sua amiga ficara depois de ouvir aquilo.

— Não devia ter pegado tão pesado, amor - disse o repreendendo. Sabia que Valerie merecia ouvir algumas verdades, mas não queria que fosse dessa maneira. Ele olhou-a e perguntou, com o olhar intenso:

— Vai brigar comigo? - Perguntou sentindo-se frustrado novamente. Aquele dia devia estar sendo melhor... Pensou com ironia.

— Não... Não - ela murmurou, dando-se por vencida. Ele sorriu para a ruiva, fazendo-a perder o fôlego e decidiu mudar de assunto: — Para onde você irá me levar?

— É surpresa - ele disse sorrindo. Segurou minha mão e levou-a para fora do hotel. Caminharam até o carro dele e Harold abriu a porta para Gabi, fazendo-a sorrir diante daquela atitude.

O caminho não foi muito demorado. Harold estacionou o carro em frente a uma pequena lanchonete, saiu do carro e deu a volta, abrindo a porta para Gabi:

— Sei que você não gosta de restaurantes chiques e caros então decide te trazer aqui... É um lugar quieto e tem uma ótima comida - ele disse sorrindo, fazendo-a rir.

— Obrigada... Eu realmente não gosto daqueles restaurantes chiques - disse e fez uma careta. Entrelaçou sua mão na dele e os dois entram no local, sentando-se uma das mesas mais isoladas.

Era um espaço pequeno. Havia várias mesas marrons espalhadas pelo lugar, que tinha um tom mais rústico por ser uma casa de madeira. Havia um balcão de madeira em cujo estavam apoiadas várias bebidas alcoólicas.

Um garçom foi até eles e disse, educadamente:

— Boa noite, o que vocês gostariam de pedir? - Gabi olhou para o cardápio e disse, sorridente:

— Eu quero um hambúrguer com fritas e um milk shake de morango - pediu, sentindo-se satisfeita por poder comer aquilo e não uma comida cheia de frescuras. O garçom olhou para Harold que disse apenas:

— Quero o mesmo que ela - falou apenas. Era bom estar com ela... Gabi o fazia sentir-se como uma pessoa normal. Como Harold e não como um astro pop super famoso. Sentia-se livre estando com ela, como se aquele fosse o lugar no qual ele devesse estar... Ao lado dela.

Olhou-a, de soslaio, redecorando cada traço do corpo dela. O sorriso de quem estava prestes a aprontar, os fios ruivos que caíam sobre seus lindos olhos castanhos, o olhar doce e suave. Ela era encantadora em todos os sentidos imagináveis e inimagináveis.

Havia algo nela... Era como uma espécie vício, atingindo-o em cheio. Sorriu e segurou a mão dela por sobre a mesa, como se dissesse um silencioso "eu te amo". Sabia que ela entenderia, de uma maneira ou de outra.

Gabi suspirou, lembrando do que Harold a dissera mais cedo. "Ela acha que eu não gosto de você". Aquela frase percorreu sua mente e ela mordeu o lábio inferior. Sentiu o coração falhar diante do pensamento e olhou-o.

Ele era um astro famoso. Ela era uma pessoa qualquer. Ele podia ter todas as mulheres que quisesse, mas preferiu-a. Ele era rico. Ela tinha que trabalhar para conseguir se sustentar. Aquilo não fazia o menor sentido, parando para pensar friamente.

— Harold? - Sua voz saiu em um murmúrio. Ele olhou-a, apertando a mão da ruiva com mais força e esperou que ela prosseguisse: — Você não vai me trocar por outra? Não vai se cansar de mim e me largar? Não vai encontrar uma pessoa mais bonita do que eu e ficar com ela?

Ele suspirou e riu, achando aquilo ridículo. Como ela podia pensar aquilo dela? Gabi podia não ser uma miss, ou ter o corpo mais bonito, mas era ela quem ele amava. Ele não sabia o que era... Talvez o sorriso doce e inocente que apenas ela possuía, talvez o jeito cândido dela agir, sua ternura... Adorava cada pequeno detalhe dela.

— Eu teria que ser muito louco ou estúpido para te abandonar, pequena - disse afagando o rosto dela com cuidado, como se ela fosse uma boneca de porcelana. — Desde o instante que te conheci, eu soube que você era a mulher da minha vida... - Ele disse sorrindo.

Gabi abaixou o olhar, enquanto ele prosseguia:

— Eu jamais me cansaria de você... - Disse seriamente. Como uma jura silenciosa, jura a qual ele não pretendia quebrar. Gabi lançara-lhe um feitiço do qual ele já não podia mais se livrar.

Não sabia como ela fora capaz de prendê-lo daquela maneira. Mas desde que a conhecera, muitas coisas mudaram para ela. De alguma maneira, Harold sabia que ela era a mulher de sua vida e que não iria decepcioná-la ou deixá-la ir.

— Isso é sério? - Ela perguntou incerta. Sentia-se quase ridícula, mas às vezes a insegurança batia-lhe à porta e ela não podia evitar sentir-se daquela maneira:

— Muito sério, pequena - ele disse sorrindo. — Não existe ninguém melhor do que você para mim...