Who doesn't long for someone to hold?
Who knows how to love you without being told?
Somebody tell me why I'm on my own
If there's a soulmate for everyone

– Natasha Bedingfield

Meu peito estava dolorido, meus olhos estavam pesados e meus dedos latejavam. As palavras que Harold disse ecavam em minha mente como se fossem giletes cortando a carte.

Respirei fundo e me levantei olhando ao redor do quarto. Ele estava claro graças os raios de sol que insistiam em atravessar a janela que estava fechada. Suspirei e me levantei decidida a sair daquele quarto, pelo menos para resfriar a cabeça.

Ouvi um ruido baixo que fora gradativamente aumentando de volume até cair minha ficha que era meu celular tocando. Ao pegar o celular e ver o nome de Thomas piscando na tela do mesmo senti meus ombros pesarem mais.

Aceitei a chamada e aproximei o aparelho da orelha falando um rápido "alô".

– Oi Val, como que estão as coisas ai? - o rapaz disse em tom animado, imaginando que estava tudo resolvido. Me sentei na beirada da cama olhei para a parede, imaginando estar olhando para Thomas, enquanto conversava com ele por telefone.

Expliquei tudo o que aconteceu desde quando cheguei em Londres, expliquei detalhe por detalhe, até agora, que Harold disse aquilo para mim.

– Valerie posso ser sincero com você? - ele disse em tom sério, depois de me ouvir falar sem pausa. Balancei a cabeça positivamente como se ele estivesse me olhando para continuar sua fala. E como se ele soubesse que estava fazendo aquilo ele continuou:

– Acho que foi bom Harold ter dito aquilo que você disse para você. Assim você se toca e vê que esse cara te ama de verdade! Vá atrás dele Valerie, vá atrás de quem você ama! Não fique trancada no hotel esperando que um milagre caia do céu e vocês voltem! Se eu estivesse na sua situação e eu achasse que ainda tivesse chance com Samanta eu iria correr terra e mar atrás dela, mas você parece estar conformada com essa dor! - ele disse irritado com meu conformismo. Suspirei assentindo com tudo que ele dizia e por final me levantei e apertei o telefone contra os dedos.

– Você está certo Thomas, eu preciso ir falar direito com Zach - disse mordendo o lábio e indo até a minha mala para pegar algo para vestir. Enquanto Thomas ainda falava eu tirava a roupa que estava colocando no lugar uma calça jeans, uma blusa de manga longa listrada branca e azul marinho e um tênis branco.

– Thomas tenho que desligar, vou na casa do Zach, até mais - disse sorrindo ao desligar a chamada e parando na frente do espelho para arrumar a minha cabeleira castanha que agora estava sobre as orelhas.

Eu não queria ir a pé para a casa de Zach, então peguei um táxi do hotel e pedi para ele parar alguns metros antes da casa do Melck. Engoli em seco ao notar que ele estava em casa. As luzes do andar de cima estavam acesas e havia um segurança parado no portão da casa.

Suspirei e alisei meus braços ao me aproximar do muro da casa. Olhei para o homem que usava terno e óculos escuros e tentei sorrir para ele. Seus olhos estavam sendo tampados pelo óculos e sua boca formava uma linha fina sem expressão.

– Zach está? - perguntei e como se não tivesse me ouvido o homem não disse nada - Sou a namo... - antes de continuar a fala suspirei e me corrigi - A ex namorada dele.

– Todas são, senhorita - ele disse com uma voz grossa. Arqueei uma das sobrancelhas e cruzei os braços.

– Estou falando a verdade, chame Zach aqui para ver se não estou falando a verdade - resmunguei com os braços cruzados.

O homem abaixou os óculos escuros, apoiando-os na ponta do nariz, e me encarou com minúsculos olhos negros. Mordi o lábio com medo de que eu fosse expulsa da calçada da casa de Zach aos chutes.

– Vou ligar para ele então - minhas mãos estavam tremendo ao imaginar que ao ver meu numero Zach não fosse me atender, mas assim que coloquei o celular próximo da orelha ouvi a voz do moreno.

– Valerie? - ele disse confuso do outro lado da linha.

– Zach vem no portão, por favor, preciso falar com você - disse e desliguei o celular antes que o mesmo falasse algo. Minutos depois Zach já estava no portão permitindo minha passagem.

Quis dançar na frente do segurança que não acreditou em mim. Acompanhei Zach sem dizer nada para dentro da casa. Ao entrar na sala me sentei no sofá e olhei ao redor. A casa estava mais arrumada do que na ultima vez que havia ido lá.

– Está tudo bem? - ele perguntou confuso. Pude jurar que sua voz estava tremula e suas mãos suadas. Ele estava nervoso com minha presença.

Mordisquei o lábio e olhei para meus pés.

– Eu vim aqui para pedir desculpa. Para falar que você é o amor da minha vida, que eu nunca nem pensei em trair você, dizer que tudo aquilo não passou de uma imensa confusão, dizer que meus dias são um caus sem você ao meu lado, dizer que mesmo carente eu nunca quis ficar com outra pessoa se não fosse você, quando estava em turnê. Eu vim dizer Zach que Thomas nunca passou de meu amigo, que você é o motivo da minha felicidade e que agora sem você vejo como o meu mundo é cinza - falei sem pausas, sem respirar, sem contar nos dedos quantas vezes eu repeti a palavra "você". Olhei para cima sentindo meus olhos lacrimejados e vi de relance o rosto de Zach.

Ele estava pálido, sem reação e ainda mais confuso do que antes, mas seu silencio não durou muito, pois logo ele disse:

– Como posso saber se esse cara realmente é só seu amigo? - tive vontade de socar seu rosto por desconfiar mais uma vez de mim. Fechei os punhos e abaixei os ombros.

– Vou provar para você - peguei meu celular e disquei o numero de Thomas. Eu iria fazer os dois conversarem para Zach ver que eu nunca tive nada com Thomas, apenas amizade. Thomas ainda amava Samanta e eu sempre iria amar Zach.

Assim que meu amigo atendeu deu o celular para o moreno que franziu o cenho mais confuso.

– Disse que iria provar, pegue o telefone e fale com Thomas - disse colocando o celular na mão dele, que sem desgrudar os olhos de mim colocou o aparelho próximo da orelha. E então Zach e Thomas começaram a conversar, o que exatamente eu não sei, mas eu estava colocando o futuro do meu relacionamento nas mãos de Thomas.