Without you to hold I’ll be freezing
Can’t rely on my heart to beat in
‘Cos you take parts of it every evening

– Ed Sheeran

Point Of View: Valerie

Eu estava esgotada. Meu corpo estava cansado e minha mente estava saturada. Eu não consiga mais pensar direito, muito menos fazer algo direito. Andar já estava sendo uma batalha contra minhas próprias pernas.

– Você precisa fazer algo Val - Gabi suspirou prendendo os cabelos em um rabo de cavalo.

– Já estou fazendo - disse fungando, sentindo meu nariz escorrer por conta das lagrimas que caíram a minutos atrás.

– O que? Está a horas sentada na cama - Gabi arregalou os olhosinconformada com minha resposta. Revirei os olhos e me encolhi mais, pegando o celular para tentar fugir da conversa com Gabriela. Entrei no aplicativo do twitter e a primeira coisa que vi fora uma garota desconhecida fazendo uma sitação de Zach.

"@Zach_MelckOficial está no bar do meu pai! Não consigo acreditar"

Franzi o cenho e cliquei no nome da garota, sentindo meu pulmão esquentar e se encolher dentro de meu corpo. Estranhamente o endereço do bar do pai daquela garota estava no perfil dela, talvez para fazer propaganda, mas não pensei duas vezes antes de me levantar e pensar em ir para lá.

– Onde vai? - perguntou a mais velha de nós três cruzando os braços e apoiando todo seu pequeno corpo em uma perna só.

– Vou passear, respirar um pouco - disse coçando a cabeça e indo até o armário para retirar aquela roupa. Uma calça jeans, uma blusa de gola alta e manga longa verde e uma jaqueta de couro preta foram as primeiras coisas que peguei na mão. Me vesti rapidamente, ansiosa para ir até onde Zach estava e conversar com ele. Precisava encara-lo de frente.

– Quer que vá com você? - Juliet saiu do bainheiro com os cabelos enrolados na toalha branca e já trocada para sair com Liam.

– Não precisa - respondi suspirando e pegando uma das chaves reservas do quarto. Guardei o celular no bolso e me despedi delas saindo finalmente do quarto do hotel.

Eu estava andando a dois minutos na rua sem saber nem ao menos a direção em que estava quando consegui pegar um taxi, para me levar até o bar. O homem tentou puxar assunto comigo, pois provavelmente minhas feições não eram as das mais bonitas, mas eu apenas respondia com resmungos e acenos de cabeça, que o homem nem conseguia ver ou ouvir.

Cinco minutos depois já estava na rua do bar. Meu coração estava tão acelerado que eu conseguia ouvi-lo bater contra meu peito. Pedi para o taxista parar uma quadra antes do bar e assim ele fez.

Minhas mãos estravam mais tremulas do que o normal, eu estava mais nervosa do que quando entrei em sua casa, mas infelizmente não esperava dar de cara com aquela pintura. Respirei fundo e sai do táxi dando o dinheiro da corrida para o homem.

Quando entrei no bar um barulho soou, identificando o sino sobre a porta. O bar estava parcialmente cheio, ele era um pouco escuro, com varias mesas redondas espalhadas e um balcão principal, onde encontrava-se o garçom e dois outros homens. Um dos homens que estavam sentados no balcão identifiquei ser Zach.

Mordisquei o lábio e dei um paço a frente. O som do assoalho velho do bar chamou a atenção de Zach, que levantou o rosto para me encarar. Seus lindos olhos negros estavam tristes e em sua mão estava um copo largo e pequeno de wisky.

Como se eu fosse uma completa estranha ele voltou sua atenção ao copo e o bebeu me ignorando por completa. Me aproximei mais de Zach, sentando-me ao seu lado e respirei fundo, sentindo o cheiro forte de cigarro e bebida.

– Nós precisamos conversar - disse com a voz tremula olhando para suas mãos grandes.

– Pra que conversar? - Zach estava bêbado. Ele segurou com mais força o copo, parecendo irritado com minha presença ali.

Suspirei já imaginando aquela sua reação e mordi forte o lábio inferior mais uma vez.

– Sabe como descobri seu nome? - ele perguntou e então me lembrei que não havia dito nada sobre meu nome no casamento onde nos encontramos, muito menos na Starbucks onde nos conhecemos. E sem esperar que eu respondesse ele continuou a falar:

– Quando fui na Starbucks e te vi pela primeira vez você estava sem crachá... Eu fiquei tão encantado com o seu jeito estranho que fui até o quadro de empregados novos e deduzi que seu nome era Valerie - ele bebeu mais um pouco de wisky, dessa vez deixando apenas o gelo no copo.

Assenti franzindo o cenho e me sentando de frente para Zach. Eu queria ouvi-lo.

– Eu fiquei encantado com você Valerie, você parecia iluminar mais do que as outras pessoas, você é tão estranha que me chamou a atenção - Não sabia se levava aquilo como elogio ou xingamento - E no casamento do irmão do Nathan... Nossa como você estava linda - ele disse passando os dedos nos cabelos negros. Olhei para as tatuagens de seus braços e suspirei sentindo saudade de seu abraço.

– Eu te amei com todas as forças, de todos os modos e com todos os perdões... E ainda amo - ele disse e meu coração se quebrou em milhões de pedaços. Ele estava sofrendo, e tudo por minha causa.

E então Zach simplesmente se levantou, decidido a sair do bar, mas seus pés não estavam o obedecendo, entrelaçando-se entre si. Me levantei e ajudei-o a sair dali.

– Não preciso de ajuda - disse embriagado. Revirei os olhos ignorando-o e ajudei-o a se sentar dentro do seu carro. O carro de Zach estava parado na esquina contrária da qual eu parei com o táxi.

Dei meia volta e me sentei no banco do motorista. Eu iria leva-lo para casa e iria cuidar dele, do mesmo modo que ele cuidou de mim quando entrei em sua casa.

Eu não sabia direito o que estava fazendo, pois nunca havia dirigido um carro do tamanho daquele que Zach tinha. Não sabia se estava pegando as ruas certas para ir para casa dele, mas no final eu consegui achar o caminho certo e não demorou muito para chegar na casa dele.

Dessa vez tinha um guarda no portão, que ao ver Zach no banco do passageiro abriu o portão branco manualmente. Adentrei na garagem e desci do carro depois desligar o mesmo. Ajudei Zach a sair, o que me custou uma força a mais, pois ele estava se jogando, praticamente, encima de mim.