Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 53
Relíquias da Morte- Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

VOLTEIII sinto mt pela demora, mas é que eu tava em época de provas e né, tive q estudar. Espero que gostem do cap!



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(oito semanas)

Assim como os últimos dias, no meio da tarde nos traziam algo para comermos. Dessa vez, vi Peter Pettigrew descendo as escadas com os dois pratos e um copo d’agua em uma bandeja. Nunca havia visto ele por aqui, acho que não aguentou mais ficar escondido.

Com um feitiço, ele abre a porta e aponta a varinha para mim, me mandando ficar quieta. Depois, a fecha novamente e coloca a comida no chão.

— Quanto tempo, Pettigrew. – comento e começo a andar até o prato, mas ele me para.

— O Lorde das Trevas também acha isso, querida. – ele sorri e me puxa pelo braço até o portão. O acompanho calmamente até o momento em que ele abre novamente a fechadura, e agora consigo fazer força para me soltar dele e, com um movimento rápido, pego sua varinha e o petrifico.

— Olivaras, vamos! Podemos tentar sair daqui! – sussurro apressada e o senhor vem, da maneira mais rápida que pode. Assim que ele passa, eu fecho o portão novamente e acelero o passo para subir na frente, caso tenha alguém esperando. Pela fala de Pettigrew, Você-Sabe-Quem está lá em cima esperando por mim, duvido que esteja sozinho.

Chego ao topo das escadas e semicerro os olhos por causa da claridade ao mesmo tempo em que agacho para o caso de alguém me ver.

Quando meus olhos se acostumam com a luz, vejo Lúcio Malfoy conversando com alguém, parece com aquele mesmo comensal que me trouxe para a mansão, o MacNair. Procuro por Você-Sabe-Quem e não o acho, então digo a Olivaras, com um sinal, para esperar e estuporo MacNair. O comensal é jogado para um canto e cai desacordado.

Antes que pudesse atacar Malfoy, ele já havia lançado um feitiço no qual eu desviei e saí do topo da escada, indo para o meio da sala de recepção deles, ficando de frente para ele.

— Vai me pagar por ter me mandado para Azkaban! – é o que ele diz ao me olhar nos olhos antes de lançar a Maldição da Morte para mim. Ainda bem que ele é meu sogro, imagina se não fosse.

Duelamos por um tempo até que eu consigo atingi-lo com um Expelliarmus e, logo em seguida, por algum motivo eu o acerto com um Levicorpus. Sorrio ao vê-lo pendurado por um tornozelo, de cabeça para baixo, tentando se livrar daquilo.

— Me tire daqui, sua...

— Olha a boca. – o interrompo e vou até a porta, vendo que Olivaras já estava vindo também.

No momento em que abro a porta, me deparo com Você-Sabe-Quem e sua cobra, Nagini, parados prontos para entrar. Prendo a respiração por um momento e o encaro de olhos arregalados. Fico imobilizada por causa da serpente.

— O que está acontecendo aqui? – ele diz rangendo os dentes e pegando as varinhas de minhas mãos. Seus olhos correm pela área em que estávamos e veem o comensal estuporado perto de Lúcio de ponta cabeça. – Tenho que admitir, você pelo menos tem bom humor.

Com um aceno de varinha, Você-Sabe-Quem desfaz o feitiço de Malfoy e o manda levar Olivaras de volta para onde estava. Quanto a mim, ele apenas faz com que Nagini vá me cercando, me direcionando até o meio da sala. Usando o contra feitiço, ele acorda MacNair e o manda sair dali.

— Não sei se sabe, senhorita Snow, mas seus queridos amigos estiveram no Ministério da Magia hoje, bisbilhotando onde não foram chamados. – ele diz isso enquanto anda em círculos ao meu redor. Me preparo psicologicamente para fechar minha mente. – Então, o que acha de me dizer onde eles estão agora com o que roubaram e tudo fica bem?

— Eu não sei onde eles estão. Não sei se percebeu, mas eu estou presa em um porão pelos últimos dois meses.

— O que eles querem? – ele insiste e eu me mantenho firme.

— Não sei.

— Crucio! – a maldição me atinge e eu caio de joelhos no chão, grunhindo de dor. – Me diga o que eles querem!

— Eu já disse que não sei! – uma pontada muito forte atinge minhas costas e eu grito de dor. Vejo Lúcio aparecendo com Pettigrew e ele sorri, vendo que eu tinha tido o que “merecia”.

— Alissa! – ouço Draco desesperado descendo e Você-Sabe-Quem apenas lança um olhar para o pai do garoto. Com um aceno de cabeça, Lúcio para o filho na escada e percebo que ele dá um beliscão muito forte em Draco e o leva para cima.

— Eu não sei onde Harry está. – digo em meio à dor. – E se soubesse, eu obviamente não te diria. – o encaro e ignoro a cobra ao meu lado. – Harry vai conseguir vencer você, não importa o que faça.

— E você vai morrer se não me ajudar. – ele ameaça, visivelmente mais nervoso.

— Vá em frente, me mate.

Por um momento, ele para o feitiço e hesita como se fosse trocar de maldição. Depois, revira os olhos e volta com a Maldição Cruciatus, dessa vez mais forte.

— Eu posso fazer isso o dia todo. – ele diz como se estivesse entediado.

— Vá em frente, não vou te dizer nada. – o encaro e vejo a fúria aumentando em sua expressão. Sinto uma dor incomoda em minha cabeça e logo bloqueio meus pensamentos.

— Se não tem nada a esconder, deixe-me ver.

— Nunca. – grito de dor, dessa vez por causa do trabalho de limpar minha mente e a maldição agindo juntos.

Não sei medir o tempo no qual fiquei ali me contorcendo por causa da dor, que era insuportável, até que uma hora, finalmente, ele desistiu. Ou, o mais provável, se cansou.

— Rabicho! – o Lorde das Trevas chama irritado. Eu não me mexo por um momento, só conseguia encarar as escadas enquanto estava deitada e sentia uma lágrima de dor escorrer pela minha bochecha. Quando vejo o antigo maroto vir, me sento. – Leve-a para o porão e chame os Malfoy depois.

— Sim, mestre. – o servo faz menção em me erguer, porém eu sou mais rápida.

— Eu sei andar e conheço o caminho. – teimo com a voz falha assim que ele tenta colocar as mãos em meus ombros ou segurar meu braço para me guiar.

Após ser colocada na minha cela, chamemos assim o porão, encosto-me à parede mais próxima e Olivaras trás a comida que estava no segundo prato.

— Você está bem querida? – balanço a cabeça negativamente. – Sinto muito.

— Está tudo bem, vai passar. – sorrio fraco e como a comida, mesmo estando fria.

Enquanto como, fico remoendo o fato de que quase conseguimos sair e perco o apetite.

— Sinto muito, foi por pouco que não escapamos, se eu não tivesse congelado, nós talvez estaríamos fora daqui.

— Alissa, não foi sua culpa. Nós quase conseguimos... na verdade, você quase conseguiu e eu fui atrás.

— Eu só quero sair daqui. – sinto o gosto salgado do choro na minha garganta. Encaro a parede em que eu estava desenhando a escola. – Eu deveria estar em Hogwarts, minha casa, e não aqui.

— É um desenho muito bonito. – ele sorri.

— Obrigada. – ouço uma discussão no andar de cima.

— Eu não vou ficar nessa reunião! A única condição de eu me tornar um comensal da morte seria se Alissa ficasse a salvo de você.

— Bobagem...

— Bobagem?! Eu não ficarei aqui, você não tem exatamente cumprido sua parte do acordo.

Alguns passos rápidos descem as escadas e eu já me levanto, vendo Draco. Ele chega desesperado e encosta na grade.

— Você está bem? Alissa, eu sinto muito.

— Não é sua culpa. – o interrompo, ignorando a pergunta. – E você vai se meter em problemas desafiando ele desse jeito!

— Voldemort? – estremeço quando ele fala o nome. – Ainda tem medo do nome?

— Sim, ainda mais depois de provar na própria pele a ira dele.

— Ele não devia fazer isso com você. – ele passa a mão no cabelo, irritado.

— Comigo e com ninguém mais.

— Mas no caso é só você.

— Eu sei, por isso quero sair daqui. – despejo as palavras e ele me encara. – O quê? Acha que eu quero ficar aqui, presa?

— É só que...

— Draco, você só alivia a dor de eu ficar presa nesse porão. – minha voz começa a ficar fanha por causa do choro preso em minha garganta. – Eu estou aqui faz dois meses e já fui torturada duas vezes. Eu preciso sair daqui.

— Eu irei conversar com Você-Sabe-Quem, ele não vai mais te torturar.

— Até parece que ele vai ouvir você. – debocho e desvio o olhar. – É melhor você ir naquela reunião.

— Mas você vai ficar bem?

— Eu prometo que não vou sair daqui.

Relutante, ele se vira e sobe as escadas. Respiro fundo, me acalmando e volto a sentar-me ao lado de Olivaras.

Não é que eu não apreciasse Draco se preocupando, é só que ele não pode fazer nada. Se tem alguém que vai me tirar desse porão, sou eu mesma.

—---

(nove semanas)

No meio da madrugada, acordo por causa de um barulho no andar de cima. Vejo que Olivaras tinha acordado também e vou até perto do portão para ver se ouço melhor a conversa.

— Só conseguimos pegar o duende, os outros bruxos fugiram. Mas tenho a impressão de que um deles era um antigo membro da Ordem da Fênix.

— Você perdeu um antigo membro da Ordem? – identifico Você-Sabe-Quem dizendo furioso a, provavelmente, um sequestrador.

— Sinto muito, milorde. Porém, o senhor disse que necessitava ter algum duende por causa de algum pertence seu em Gringotes...

— Silêncio. — há uma pausa. — Tudo bem, coloque a criatura junto com os outros. E não deixe nenhum deles saírem.

— Feioso, sua tarefa. — imagino que ele não estivesse falando com Você-Sabe-Quem, então significa que havia mais um comensal envolvido.

Fico encarando um comensal descendo e, quando ele chega perto da luz, percebo que eu estava encarando Greyback. Apesar de estar morrendo de raiva, eu me controlei, porque sabia que não iria ganhar sem uma varinha.

— Saia daí. – ele aponta sua varinha para mim e seu casaco levanta um pouco, mostrando seu antebraço. Franzo a testa e o deixo abrir a porta. – Boa garota.

Mal ele abre, logo joga o duende e fecha o portão. Apenas observo seus movimentos, mais precisamente perto de suas mãos. Porém, assim que ele dá meia volta para subir as escadas, eu encaro minha pulseira e não resisto.

— Você pelo menos se lembra de Adele Snow?

— Claro, foi um lanche delicioso. – ele se vira e sorri, me encarando. – Tome cuidado para não ter o mesmo destino que o dela.

— Tome cuidado para não cruzar comigo de novo. – sorrio também e ele sobe as escadas. 

Era bom demais para ser verdade. Greyback, o tão fiel seguidor, não foi presenteado com uma Marca Negra por ser um lobisomem. Aposto que Você-Sabe-Quem não iria admitir uma criatura dessas com um símbolo tão poderoso, em sua visão.

Deixo isso de lado e encaro o duende. Ele era baixinho, nariz curvado e mãos e pés compridos. Como eu já imaginava e nas atuais circunstâncias, ele estava sério.

— Oi, qual seu nome? – ele apenas me encara e me ignora. – Eu sou Alissa Snow e esse é Olivaras. – apresento o vendedor de varinhas.

— Grampo. – o duende se apresenta.

— Eu não estou com sono, pode ter meu cobertor por essa noite. – entrego para ele e recebo um agradecimento.

— Como vocês têm um cobertor? – ele indaga enquanto se cobre.

— Draco Malfoy nos trouxe quando ela chegou. – Olivaras responde.

— De vez em quando ele nos traz comida a mais também. – adiciono.

— Sem querer algo em troca? – o duende suspeita. – Impressionante.

— Poupe o sarcasmo, ele é meu namorado. – reviro os olhos e dou boa noite, cortando o assunto.

Sem nada para fazer, pego a pedra e volto a desenhar o castelo. Enquanto risco a parede, penso na conversa entre Você-Sabe-Quem e o comensal. Ele tem algo escondido em Gringotes, por isso precisa de um duende. Apesar de que eu duvido que Grampo saiba de algo, já que estava fugindo não trabalhava mais no banco.

Quando todos já dormiam, fui para perto da fraca luz que havia e retiro de meu bolso, o pergaminho que ganhei de Dumbledore em seu testamento. Encaro aquilo, ainda em branco, e o guardo de novo. Sento-me encostada na parede e fico pensando se um dia eu irei saber o que o diretor escreveu naquele pergaminho. Não tem como se sentir segura em tempos de guerra.


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Notas finais do capítulo

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