Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 52
Relíquias da Morte- Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

primeiramente: DESCULPA DESCULPA o cap era pra ter saido antes massssss eu fiquei doente e nem deu pra postar.
Segundo: TO MT FELIZ COM VCS MTMTMTMTMT MESMO
Terceiro: eu vou numerar as semanas que a Alissa passar na mansão Malfoy, blz? vai estar escrito antes da historia começar
espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470511/chapter/52

(duas semanas depois)

— Abaffiato. – ouço Draco chegando no meio da noite, como havia feito nas anteriores.

Apesar de estar presa lá na Mansão Malfoy, com uma dor nas costas horrível, com fome, com o cabelo tão enrolado que eu já tinha desistido de tentar penteá-lo com os dedos e resolvi apenas prender ele em um coque, toda noite Draco vinha conversar comigo para fazer companhia e, eu acho, remover um pouco da culpa que ele sentia.

— Oi. – falo enquanto me encosto na grade.

— Te trouxe comida. – ele passa um prato com outro em cima. – Não é muita coisa, mas acho que vai tirar sua fome por um tempo.

— Obrigada. – sorrio e pego o prato.

— Também trouxe uns cobertores velhos, está começando a ficar frio e aqui sente mais o impacto. – ele me passa também isso e eu levanto, levando as coisas até o fundo do porão.

Apesar de Draco sempre me contar como o clima estava, eu não precisava perguntar quando chovia. Havia uma infiltração na parede, fazendo que, toda vez que chovesse, a água acumulasse no chão criando uma poça.

Aproximo-me do vendedor de varinhas adormecido e coloco um dos cobertores por cima dele. Ao seu lado, deixo a comida e volto para conversar com Malfoy.

— Agora sim, oi. – sorrio enquanto me sento de frente para ele.

— Então, quer falar sobre o que hoje?

— Não sei... – digo, pensando nos outros dias. – Que tal o que você fazia em Hogwarts quando não estava sendo um idiota?

— Obrigado pela parte que me toca. – ele revira os olhos e eu rio. – Mas eu só ficava, principalmente nos dois primeiros anos, reclamando de você e dos seus amigos.

— Vida divertida. – sou irônica. – Eu me divertia bem mais.

— E ganhava mais detenções. – ele pontua.

— Nem tantas, eu me livrava delas. – dou de ombros. – Ao todo acho que foram 16.

— Nem tantas?!

— Calado, o Fred e o Jorge levaram muito mais.

— O que você fazia pra tanta coisa? – o loiro sorri.

— Ah, algumas vezes eu era pega no ritual da Madame Norrra, outras eu...

— Pera aí, a gata do Filch?

— Ela mesma. – rio lembrando. – No primeiro ano, durante o Halloween, os gêmeos e eu a deixamos com o pelo todo personalizado, então nos anos seguintes tornamos isso uma tradição. Geralmente ou eu pendurava ela pelo rabo em um lugar alto, ou eu jogava água nela e inundava a sala do Filch.

Draco começa a rir e eu o encaro, com um sorriso no rosto.

— O que foi? – ele me encara também.

— Não via você rindo muito, não espontaneamente.

— Lógico né Lis, você não ficava perto de mim. – ele revira os olhos e eu o encaro. – O que foi?

— O apelido...

— Não gostou? É que eu nunca vi ninguém te chamando de Lis, e achei fofo e... – o interrompo.

— Não! Não é isso, é que só meus pais me chamavam assim. – sorrio fraco. – Mas desde que minha mãe morreu, meu pai não falou mais.

— Se quiser, eu nem começo a usar.

— Não precisa... na verdade, eu até gostei.

— Ah, e eu vou me meter em problemas, mas quer mandar uma carta para o seu pai dizendo onde está?

— Não. – respondo rápido demais e me explico. – Ele e eu brigamos feio, não quero falar nada com ele. E não preciso mandar carta pra ninguém, é melhor não saberem que eu estou aqui.

— Certeza?

— Absoluta. – suspiro. – Mas voltando, metade das detenções foram por causa de Harry, eu nem tive tanta culpa.

— Você tinha era sorte de que a McGonagall sempre te defendia.

— E o Snape sempre defendia você. – rebato.

— Nem foi tanto assim, só ano passado.

— Nem foi tanto assim? – ecoo. – Lembra-se da vez em que você acertou Hermione com um feitiço nos dentes e ele defendeu você?

— Eu era bem idiota né?

— Bastante. – rio e ele também, admitindo a pior fase dele. – Ei, o que você tinha na cabeça de usar tanto gel no cabelo nos primeiros anos?

— Ficava legal, ok? – ele cora um pouco e finge ficar ofendido. – E eu sei que você não gostava, ouvi você dizendo isso no segundo ano.

— Claro que eu não gostava, ficava parecendo um ovo! – rio mais.

— Por mais que eu odeie admitir, ouvir aquilo me afetou e eu parei de usar gel.

— Fofo. – passo meu braço pela grade e toco a ponta de seu nariz. Draco revira os olhos e eu volto a rir.

No andar de cima, pude ouvir alguns passos descendo as escadas. Apesar do feitiço, não custa nada prevenir.

— Draco, melhor você ir até a cozinha fingir estar bebendo água. – levanto e ele me imita.

— Por quê? Tem o feitiço!

— Mas vão ver que você não está na sua cama e nem em nenhum lugar. – falo como se fosse óbvio. – Vai logo, você volta amanhã mesmo.

— Obrigado por me dispensar. – ele revira os olhos, mas começa a subir as escadas. – Boa noite, Lis.

— Boa noite. – sorrio e espero ele subir para parar de encarar. Logo em seguida, me dirijo ao fundo do porão, desviando da água.

Sento-me ao lado de Olivaras e o acordo, para poder dividir a pouca comida que Draco trouxe. Apesar de ser pouca, tinha que dar para nós dois, eu não iria simplesmente deixar Olivaras ficar fraco. Na verdade, ele já estava fraco, mas eu tentava ao máximo fazê-lo melhorar.

—---------

(quatro semanas)

— Lis? – ouço um sussurro e vou até a porta de ferro, encontrar Draco. Enquanto ando, o escuto colocar o Abaffiato. Ele sorri.  – Oi.

— Oi. – sorrio de volta.

— Ahn... minha mãe descobriu que eu venho aqui sempre.

— Eu avisei pra você tomar mais cuidado, mas você não me escuta! – ele revira os olhos. – Não revire esses olhos pra mim.

— Pelo menos não foi meu pai, ele te odeia. E olha que você nem é sangue trouxa ou mestiça.

— Eu sou amiga do Potter e o ódio é retribuído. – sorrio. – Mas tecnicamente eu sou mestiça com veela.

— Ele não precisa saber disso. – o loiro ri. – Pelo menos minha mãe aceitou nosso namoro numa boa.

— Namoro? – congelo e o encaro.

— Ah... é... somos alguma coisa, não é? – ele passa a mão pelo cabelo e sorri de lado.

— Somos. – sorrio e seguro a mão que repousava na grade. – Quero ver como o pessoal de Hogwarts vai reagir à notícia.

— Não vai ser nada bom.

— Sabe quem vai adorar? McGonagall. – lembro imediatamente dela falando sobre nós dois. – Minha mãe ia adorar também, e ficar dizendo “eu sabia, eu sabia!” toda hora.

— Minha mãe gostou, ela acha você legal, apesar de ter indiretamente mandado meu pai para Azkaban e feito da minha vida um inferno em Hogwarts.

— Foi sem querer, mas ele mereceu. – faço uma pausa. – Acho que Hogwarts vai se dividir em “pessoas que amam Alissa Snow e odeiam Draco Malfoy” contra “pessoas que amam Draco Malfoy e odeiam Alissa Snow.”. Claro, terão os indiferentes que apenas odiarão o fato de eu ter escolhido você como namorado.

— Você acha que todos te amam por acaso?

— Não, acho que todos te odeiam. – rio e ele fica ofendido por um momento, mas logo concorda que é verdade.

— Pansy vai te matar. – Draco ri pensando na cena.

— Só ela? Você saiu com metade da população feminina de Hogwarts!

— Se nem você resistiu ao meu charme, quem resistirá? - ele sorri de lado.

— Convencido. – reviro os olhos. – Pelo menos você lembra quem foi seu primeiro beijo?

— Lembro. – ele fala enquanto olha para o teto, tentando lembrar.

— Draco...

— Calma, era um nome confuso... – ele franze a testa. – Sabe uma garota um ano mais velha que nós e chinesa? Qual era o nome... lembrei! Cho Chang foi meu primeiro beijo.

— O QUÊ? – levanto bruscamente e Draco me olha assustado.

— O que eu fiz? Lis, você que perguntou!

— NÃO ME CHAMA DE LIS. – grito de novo e ele morde o lábio. – Essa garota é feita de que? Mel? – digo irritada. – Não é possível que ela fique, ou tente ficar, com todos os garotos que eu quero. – ele me olhava franzindo a testa e meio assustado. – Primeiro Cedrico, depois Harry...

— Pera aí, Potter? – agora ele levanta. – Você ficou com o Potter?

— Não! Ele é meu amigo. Mas uma época, ele teve uma imensa queda por mim e sua querida Cho o ajudou a superar.

— Relaxa, a Cho me odeia agora. – ele sorri. – Mas você fica engraçada com ciúmes.

— Não estou com ciúme.

— Está sim. – ele sorri mais ainda e o encaro, séria.

— Eu já beijei Harry.

— O quê? – o sorriso sai de seu rosto.

— É, eu já beijei ele várias vezes. – o vejo ficar bravo e não consigo ficar séria por muito tempo, logo caio no riso. – É mentira! Você tinha que ver sua cara.

— Não teve graça.

— Você fica engraçado com ciúmes. – o imito e ele revira os olhos.

— Não fico não. – nos sentamos novamente. – Ok... quais foram seus namorados?

— Cedrico e agora você.

— Só?

— Só, nunca fiquei com nenhum amigo meu. E você?

— Uau. Claro que já, você já me viu com Pansy, já fiquei com a Daphne, a... – ele vê minha cara e para. – É, já.

— Acho que é mais fácil eu perguntar com quem você não ficou, não é? – reviro os olhos e o loiro ri. Ignoro isso e aproveito que ele falou sobre Pansy para perguntar o que eu queria. – Lembra-se do dia em que eu vi você e Pansy?

— Ah... o dia da explosão com tinta e afins?

— Esse mesmo. – sorrio. – Por que a beijou?

— Ela me empurrou e começou a me beijar! – o encaro de sobrancelha levantada e murmuro um “aham”, não acreditando. – Ok, ela sempre fica atrás de mim e, como eu não podia te beijar, pensei “por que não?”.

— Eu devia ter beijado Harry quando pude.

— Cala a boca, Lis. – ele ri enquanto revira os olhos.

— Para de revirar os olhos! Por Merlin, daqui a pouco eles caem do seu rosto.

— Você também revira eles muito, nem vem.

— Menos que você. – rebato.

— Te odeio.

— Não odeia. – sorrio e pisco repetidas vezes, tentando ser fofa e convencida.

— Não odeio. – Draco, novamente, revira os olhos.

— Viu?! Revirou de novo! – rio.

— Para com isso! – ele me acompanha. Ouço Olivaras tossir no fundo do porão.

— Há quanto tempo ele está aqui?

— Bastante. Eu não estava aqui quando ele chegou, foi no começo do sexto ano.

— Depois de a loja ter sido fechada, certo?

— Por aí. – ele dá de ombros. – Não posso fazer muita coisa, você sabe.

— Tecnicamente você pode.

— Não, porque se vocês saírem e eu ajudar, nós todos vamos sofrer. Provavelmente morrer.

— Você? Não matariam você.

— Por que não? O sobrenome Malfoy não vale de mais nada entre os comensais. E também, se não me matassem, iriam te matar na minha frente.

— Ainda não sei como você pôde virar um deles. – bufo.

— De nada por salvar sua vida.

— Eu sei me cuidar sozinha. – cruzo os braços.

— Não contra ele! – ele dá uma risada irritada. – Nem o Potter vai conseguir vencê-lo, ainda mais agora com o tabu.

— Tabu? – minha voz muda do tom irritado e para um de preocupação.

— É, cada vez que citam o nome do Lorde das Trevas, conseguem ver a localização. Entende? Não tem como sair vivo dessa.

— Harry vai conseguir.

— E muita gente vai morrer por ele! – Draco ainda estava irritado e me encara. – Aparentemente, você é uma dessas pessoas, não é?

— Eu posso até morrer, mas eu vou lutar pela coisa certa.

— Ótimo. – ele se levanta. – Boa noite.

— Boa noite. – respondo no mesmo tom e me levanto também, dando meia volta e indo até o fundo do porão, checar se Olivaras estava bem.

O encontro dormindo e coloco o cobertor em cima dele, para evitar mais tosse. Se algum de nós adoecermos aqui, principalmente Olivaras, vai ser difícil nos recuperarmos.

Volto até o portão e me deito encostada na parede ao lado, como sempre. Viro de um lado para o outro, inquieta pensando em Harry, Rony e Hermione, caso algum deles falasse o nome de Você-Sabe-Quem.

Cansada de me revirar tanto no chão, me levanto e chuto um pedaço de pedra. O pego na mão e vou até uma parede livre, apenas riscando a parede com o contorno do telhado de Hogwarts, quem sabe um desenho me distrairia dessa situação.

Eu ainda precisava encontrar um jeito de sair dessa mansão, não importa que Draco estivesse lá, eu precisava ajudar meus amigos. Só não sei como fazer isso e levar Olivaras comigo, porque eu não irei abandoná-lo aqui.

Conforme o sono me atingia, fui largando o pedregulho de lado e me deitei, logo dormindo. Apesar do chão frio, às vezes molhado, e desconfortável, eu acabei me acostumando e dormia melhor do que antes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem uma review! Me deixa super feliz, sério



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter em outro ponto de vista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.