Namikaze Aika escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 7
Pelas novas ruas de Konoha - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Voltei, Minna!!! Sentiram saudades?? Espero que gostem desse capítulo porque, não vou mentir, foi duro pra fazer! E quero dedica-lo ao Neryk-kun, o único a comentar no cap. passado! O que tá acontecendo, gente? A história tá ruim?

Mas enfim, boa leitura



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– Vocês eram mesmo amigos? Melhores amigos? – Sasuke perguntou.

– É, pode-se dizer que sim. – Respondeu meio em dúvida. O olhar frio do Uchiha podia ser bem intimidador.

Sasuke não teve nenhuma reação. Fechou os olhos, pensando em algo, e desviando o olhar, falou:

– Então, foi melhor mesmo você ter sumido.

Continua...

Aika e Naruto apenas encararam o moreno, sem entender o porquê daquelas palavras. O loiro, principalmente, ficou atônito. Tanto que, assim que o choque passou, começou a gritar:

– Ehh?! Escuta aqui Teme, se você tinha ciúmes do seu irmão é uma coisa, mas dizer que a nee-chan fez bem em sumir é...!

– Naruto. – Sasuke interrompeu, mais sério do que frio. – Você lembra do preço para se adquirir o Mangekyou Sharingan?

O Uzumaki pensou por um instante e rapidamente empalideceu, como se tivesse perdido todo o sangue do corpo. Será que Itachi seria capaz disso?

– Mangekyou... Sharingan? – Aika repetiu, num murmúrio. – A muito tempo não ouço esse nome.

– Você sabe sobre ele? – Os garotos questionaram, quase que ao mesmo tempo.

– Eu só sei o nome porque o Itachi me contou. – Aika começou. – Houve umas semanas em que seu irmão ficou completamente obcecado em despertar o Sharingan. – Se dirigiu à Sasuke. – Ele passou a treinar mais que o normal e até resolveu pesquisar um pouco, mas depois disso... não sei o que aconteceu direito. Num dia, ele veio com um sorriso me falar desse estágio do Sharingan; no outro, não abriu mais a boca sobre isso e parou de tentar forçar o kekkei genkai.

“Então ele sempre soube...” – Sasuke pensou.

– Não sei se Itachi fez bem em não te contar nada. – O moreno admitiu. - Provavelmente foi para te proteger, ou quem sabe teve medo de que você se afastasse.

– Nunca me afastaria dele. – Aika interrompeu. Sua voz adquirindo um tom sério, mas sem deixar de ser amorosa. Naruto arregalou os olhos pela expressão no rosto da irmã; já a tinha visto em algum lugar, só não lembrava onde. – Sasuke, entenda: Itachi era muito importante pra mim. Foi meu melhor amigo, companheiro, a melhor pessoa que já conheci, não imagino minha vida sem ele. Eu o amava demais.

O Uchiha não disfarçou a surpresa por aquelas palavras. Nunca pensou que alguém fora do clã pudesse ter tanto carinho para com seu irmão. Mas lá estava, bem à sua frente, uma garota que parecia disposta a mover montanhas por seu nii-san.

Já Naruto, estava mais preocupado a cada segundo. Aika com certeza desmoronaria ao ouvir a história. O que mais lhe angustiava agora era a condição do Mangekyou Sharingan. Sua irmã falava de Itachi com tanto amor... não queria nem ver quando ela descobrisse.

E desde que algo lhe veio à mente, não pensou em mais nada. Se Aika não tivesse desaparecido àquela noite, o que aconteceria? Itachi a teria matado?

– Ei, meninos. Vocês estão bem? – A Namikaze chamava, já ficando meio preocupada. Nenhum dos dois se mexia.

– A-ah, claro, nee-chan. – Naruto riu sem graça.

Aika ainda o encarou por alguns segundos, pouco confiante, mas decidiu apenas continuar o assunto.

– Sasuke, que “preço” é esse que você falou? – Indagou curiosa. O loiro engoliu em seco; de todas as perguntas que ela poderia fazer, porque justo essa?

– Aqui não é lugar pra falar disso. – O Uchiha respondeu, se esforçando para não ser grosso.

– E se você não voltar logo pro Distrito, aqueles agentes da ANBU vão arrancar meu couro. – Naruto lembrou.

Depois da Guerra, Sasuke foi aceito de volta na vila, mas é mantido no clã Uchiha sob constante vigilância dos agentes da ANBU. Sem falar das visitas de uma certa rosada que agora praticamente mora lá com ele.

Durante o caminho para o Distrito, Sasuke fazia várias perguntas a Aika. Era meio que reconfortante ouvir sobre seu irmão, principalmente se quem contava era aquela ruiva, tão gentil e animada, sempre com um sorriso. Com uma garota dessas por perto, ele não duvidava nada que Itachi tivera uma boa infância apesar de tudo.

Aika se mantivera falante por todo o caminho. Porém, ao encarar a entrada do clã, tanto sua voz quanto seu sorriso desapareceram.

– Nee-chan? – Naruto a chamou, mas sem resposta. – Aika-nee-chan? – Tentou novamente.

– Desculpem. – Pediu ela, voltando a si. – Posso não ter crescido aqui, mas vinha sempre brincar com Itachi e Shisui-kun. A lembrança é forte. – Falou olhando para Sasuke. O Uchiha realmente estava se perguntado o porquê daquela reação. Mais uma vez, Aika mostrou seu “dom” de ler mentes.

– Até que enfim vocês chegaram! – Sakura gritou da porta da casa principal. Como fazia todos os dias em sua meia hora de almoço, a rosada fora visitar Sasuke, mas qual foi sua surpresa ao saber que ele saíra com Naruto. – Aqueles agentes da ANBU são muito desconfiados, tive de implorar para esperarem.

– Imagino como você “implorou”. – Naruto sussurrou para si, vendo um dos agentes passar por ali com uma bolça de gelo na cabeça.

O loiro então reparou melhor na presença de Sakura. Se ela estava aqui, é porque já era hora do almoço. E isso queria dizer que não comia nada desde que acordara essa manhã! Seu estômago pareceu perceber esse fato somente agora também, pois deu o primeiro ronco.

Aika precisava falar com Sasuke, e ele não aguentaria ficar perto, então era melhor ir almoçar que ganhava mais.

– Sakura-chan. – A chamou antes que a rosada entrasse na casa. – Eu vou almoçar no Ichiraku, pode mostrar para a nee-chan onde é para ela me encontrar lá depois?

– Por que você não espera por ela?

– Porque eu tenho a impressão de que essa conversa dela com o Teme vai ser longa. – O Uzumaki respondeu. Porém, percebendo a confusão da rosada, completou: - Aika-nee-chan foi amiga do Itachi.

Sakura arregalou os olhos. Mesmo os dois tendo idades próximas, não havia passado pela mente da Haruno que Itachi e Aika se conhecessem.

– Então faça esse favor para mim, está bem? – Ele pediu, já pegando o caminho de volta para o centro da Vila.

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– Tchau, o-chan, Ayame-nee-chan! – Naruto falou, saindo da barraquinha de ramén, depois de ter enchido a pança com cinco quatro tigelas.

– Até mais!

– Traga sua irmã da próxima vez, quero muito conhecê-la! – Pediu o chefe.

– Ok! – O loiro concordou.

Se virou para ir embora, com um grande sorriso no rosto, mas quando foi dar mais um paço, capof!, acabou esbarrando em alguém.

– Desculpe, você está... – Naruto não conseguiu completar. Ficou completamente atônito ao percebem com quem sem encontrara.

– N-Na-Naruto-kun... – Gaguejou a tímida garota, que estava sentada no chão graças à queda.

As longas madeixas azul-petróleo balançavam com a leve brisa; as bochechas adquiriram um rubor já característico dela; mas o que mais chamou a atenção do loiro foram os olhos perolados, dos quais ele não conseguia desviar o olhar.

– Hinata... – Foi a única palavra a sair de seus lábios.

O coração da Hyuuga batia tão freneticamente no peito que poderia explodir a qualquer momento. Não estava acreditando que se encontrara com Naruto. Mas também: Horário de almoço; na porta do Ichiraku... era meio óbvio que isso aconteceria.

Desde o final da guerra que eles não se falavam, mal se viam. Naruto ficou internado no hospital e Hinata tinha de ajudar na reconstrução de seu clã. Não sobrara tempo para mais nada.

– A-ano... como está, Naruto-kun? – Ela perguntou, levantando-se.

– Ah, bem... Estou bem. – Respondeu, coçando a cabeça. Um sinal claro de nervosismo.

– Que bom. – Suspirou aliviada, dando um pequeno sorriso. - Depois de tudo o que... aconteceu...

– Hinata, sobre... – Naruto começou, mas não teve coragem para continuar.

Queria falar com a morena sobre o que ela dissera durante a luta contra Pein. Sempre que pensava nela, essa cena lhe era puxada na memória; e sonhar acordado com Hinata virou um habito que adquirira inconscientemente.

– ...Sim, Naruto-kun? – Hinata se pronunciou, estranhando-o ter parado a frase, mas ele não ousou fitá-la.

O loiro suspirou. Ótimo, agora teria medo de encará-la? Não, ele não iria botar tudo a perder por causa desse assunto. Ergueu a cabeça, mostrando um belo sorriso, mas quando voltou a pousar os olhos sobre a Hyuuga, o mesmo desapareceu.

Naruto estava pasmo. Será que estava vendo coisas? Agora ele se lembrava onde vira a expressão de Aika mais cedo, quando falava sobre Itachi. Era a mesma que Hinata fizera durante a guerra, quando ficara ao seu lado.

– Naruto-kun? – A Hyuuga chamou, agora preocupada.

– A-ah, gomen, Hinata. – Desculpou-se, acordando do transe. – Disse alguma coisa?

– É que... você parece mais a-animado hoje. – Gaguejou, logo repreendendo-se mentalmente. Kuso, pensou ter perdido essa mania! Mas era só chegar perto de Naruto, que a garotinha tímida reaparecia. – Aconteceu alguma coisa?

O Uzumaki sorriu mais uma vez, e indagou:

– Por onde eu começo?

E as horas se passaram. Os dois andavam pela vila; Naruto só falando sobre Aika e a Hyuuga só ouvindo sem interromper. Hinata ficara surpresa com a revelação de o loiro, nunca pensou que ele tivesse irmã. Mas quem poderia imaginar, afinal?

– E pronto. Essa é a história. – Naruto encerrou, sentando-se no banco da praça em que estavam.

– Aika-san parece ser uma ótima pessoa. – Hinata elogiou, sentado ao lado do Uzumaki.

– Ela é, incrível.

– Imagino como ela deve ter se sentido, por todos esses anos. – Falou a Hyuuga de repente. Naruto a encarou e percebeu que ela falava mais consigo do que com ele. – Eu acho que não aguentaria ficar longe da Hanabi por tanto tempo.

– Hanabi? – Ele repetiu, pensativo. – Ah! É a sua irmã mais nova, né? – Perguntou, e Hinata apenas confirmou com um aceno de cabeça. – E também é a nova amiguinha do Konohamaru. – Riu.

– Você também percebeu? – Perguntou ela, rindo um pouco.

– Não teria como não notar. Da última vez que falei com ele, não calou a boca sobre a sua irmã.

Hinata começou a rir. Era bom saber que Hanabi tinha alguém, mesmo que ela, a futura líder do clã e responsável por dar um herdeiro ao mesmo, ainda não estivesse nem namorando. Não por falta de vontade do concelho em lhe arranjar um casamento.

Esses pensamentos a fizeram corar. Olhou de esguio para o loiro ao seu lado. Ele era o único com quem queria se casar, ter filhos e passar o resto da vida. Mas será que isso seria possível?

– Ah, então é aí que o senhor estava, Naruto?? – Questionou uma voz atrás dos dois, que quase pularam com o susto.

Hinata olhou para a pessoa que berrara e, apesar da expressão irritadiça, achou a mulher muito bonita.

– Credo, Aika-nee-chan! Eu não sobrevivi àquela guerra para morrer por uma coisa tão besta quanto susto! – O loiro brigou, mas vendo a face da irmã endurecer, resolveu calar a boca.

A Hyuuga arregalou os olhos. Então aquela era a irmã de Naruto?

– E quem é a sua amiga? – Aika indagou, sorrindo gentilmente para Hinata.

– Nee-chan, essa é Hyuuga Hinata. Hinata, essa é a minha irmã, Aika. – Ele fez as apresentações.

– É um pra... – A Hyuuga começou, mas foi interrompida.

– Espera aí, você disse “Hinata”? – Perguntou a ruiva, olhando a Hyuuga de cima a baixo. – Lembrei!! – Exclamou de repente, apontando um dedo bem na cara da morena. – É por isso que você me lembrava alguém. Eu conheci a sua mãe. Hyuuga Hiromi, certo? - Apesar do choque, Hinata deu um leve aceno de cabeça. – Ah, eu sabia! Você é igualzinha a ela e tão bonita quanto.

Hinata tentou, mas não conseguiu impedir o rubor em sua face pelo elogio. Geralmente, o único que podia dizer que ela se parecia com a mãe era Hiashi, e o mesmo nunca o fazia pois relembrava a dor de não ter mais sua esposa. Ao menos, era nisso que ela queria acreditar.

– Então, nee-chan, estava me procurando por que? – Naruto questionou.

– Baka! – Deu um leve tapa na cabeça do irmão. – Você pediu para a Sakura me mostrar onde é o Ichiraku e nem me esperou lá! Estou zanzando pela vila a horas procurando por você.

Ok, esta última parte era mentira. Depois de Sasuke lhe contar a longa história sobre Itachi, Aika passou, no mínimo, umas duas horas chorando compulsivamente. Sentia o coração tão pesado no peito. Não estava aqui para ajudar o amigo. Que se dane que ela poderia estar morta, que o próprio Itachi poderia tê-la matado! Se sentia um lixo, uma inútil por não estar ao lado dele quando tanto precisou.

Quando finalmente secou as lágrimas e se levantou, saiu do Distrito Uchiha murmurando apenas um baixo e fraco “obrigada” para Sasuke. Ouviu Sakura falar algo sobre o Ichiraku, mas não deu muita atenção e a rosada também não insistiu. Ficou andando, perdida, pelas ruas da vila. Foi por acaso que encontrou Naruto.

– Horas?! – Perguntou Hinata. Olhou para cima e viu que, pela posição do sol, deveriam ser quase três da tarde. – Eu preciso ir. Foi um prazer, Aika-san. Até, Naruto-kun. – E saiu correndo.

– Ela é bem legal. – Aika comentou, como quem não quer nada.

– É... – Naruto apenas concordou, ainda fitando o horizonte por onde a Hyuuga sumira.

– E bonita também. – Comentou novamente, um pouco mais sugestiva.

– É... – O Uzumaki de repente saiu do transe, e, creditem ou não, suas bochechar rosaram ao perceber com o que concordara.

– Ei, não precisa ficar assim! – A ruiva segurou uma gargalhada, apertando de leve a bochecha do loiro. – Agora me diz: vocês dois tem alguma coisa? – Indagou, tão direta e repentina que Naruto acabou se engasgando com a própria saliva.

– N-não!! – O loiro exaltou-se. – Hinata é só uma amiga, nee-chan! – Por algum motivo, sentiu o coração doer. Mas ela era somente uma amiga, não era?!

– Tá, mas pelo jeito que se olhavam, ela gosta de você bem mais do que como um amigo. E você também gosta dela. – Aika acusou e Naruto encarou-a incrédulo. Como podia sua irmã ter percebido os sentimentos de Hinata em menos de cinco minutos com a Hyuuga, sendo que ele só descobrira depois de anos porque a própria Hinata se declarou?

– Como você percebeu que ela gosta de mim? – Não conteve a pergunta.

– O meu nome é Aika, Naruto. – Disse sorrindo, como se aquilo explicasse tudo. – Amor é uma coisa que eu entendo muito bem. E então, quando pretende chamá-la para sair? – Perguntou incrivelmente tranquila.

Naruto encarou a irmã, como num sinal mudo pedindo que ela encerrasse esse assunto. Aika apenas riu e fez sua melhor carinha de falsa inocência.

– Agradeça por ser eu aqui falando isso. A mamãe faria um escândalo muito maior, acredite. – Riu sozinha, imaginando a reação de dona Kushina. – Você escapou de uma boa. Fico vermelha só de lembrar o que ela falava sobre mim e o Itachi... - A ruiva parou.

Um surto de adrenalina passou por seu corpo ao notar o que soltara. Olhou para o irmão que apenas a encarava de boca aberta, olhos arregalados e completamente estático.

– N-nã-nã-não é is-so que está pensado!! – A Namikaze acabou gritando, agitando os braços em desespero. – Nós éramos só amigos mesmo, embora a gente tenha se beijado uma vez, mas não foi nada de mais, e eu tinha só quatro anos... - E desandou a falar. E quanto mais falava, mais sentia a situação piorar.

– Namikaze Aika.

– KYAA!! – A pobre ruiva quase pulou de susto ao ouvir uma voz meio sóbria lhe chamar. Olhou para trás, ainda tentando acalmar os batimentos cardíacos, e deu de cara com um ANBU.

– A Hokage pede sua presença na sala dela imediatamente. – O agente anunciou, logo sumindo numa cortina de fumaça.

“Abençoada seja, Sake-sennin!” – Aika agradeceu mentalmente.

– Então, eu tenho que ir. A gente se vê depois, maninho! – Nem esperou uma resposta, saiu correndo em direção ao prédio da Hokage.

No mesmo lugar, Naruto continuava de boca aberta. Mas agora, sua expressão adquirira raiva. Com certeza, se Itachi estivesse vivo, teria uma boa conversa com aquele Uchiha.

“Agora deu pra ter ciúmes da sua irmã, Gaki?”

O Uzumaki voltou a si com aquela voz. Fazia um tempo que Kurama não lhe dirigia a palavra. Para falar a verdade, desde que... Aika chegou?

Raposa maldita! Não me diga que sabia!! - Naruto gritou frustrado. – Você sabia sobre a nee-chan esse tempo todo?!

“Sim.” – O Bijuu respondeu normalmente. - “Esqueceu que eu também estava selado na sua mãe quando ela nasceu?”

E nunca me disse nada, seu infeliz!! – O loiro bufou, apertando a própria testa para se acalmar. - Posso saber porque escondeu isso de mim? Não vai me dizer que também achava que ela estava morta?

“Claro que não, seu idiota! Esqueceu que foi durante o meu ataque que ela sumiu? Se tivesse morrido, teria sido pelas minhas garras.”

Naruto franziu o cenho. Só de imaginar sua irmã morta, e ainda para protegê-lo, como fizeram seus pais...

“Mas não se preocupe. Mesmo naquela época, eu não machucaria aquela mini peste que sua irmã era.

Por que?? – Naruto sabia que Kurama havia mudado e não era mais o demônio que todos temiam, mas ouvir que ele não feriria um humano antigamente era novidade.

“Aika sempre foi diferente dos outros. Acho que Kushina e o Yondaime tinham talento para fazer crianças especiais. Sua irmã nunca me viu como um monstro. Desde que soube que eu estava selado em Kushina, ela conversava comigo. Me dava bom dia, boa noite, e era sempre gentil sem esperar nada em troca.”

O Uzumaki não se aguentou, começou a rir. Não era surpresa para ele que Aika fizesse mesmo isso. Passou-se pouco tempo, mas uma coisa que não desconfiava era da bondade de sua irmã.

Não sabia que se importava tanto com alguém lhe dando atenção, Kurama. – Provocou.

Gaki!! Me respeite ou vá embora daqui!” – Rugiu a raposa, ofendida.

Gomen, gomen. – Naruto desculpou-se, controlando o ataque de risos. – Mas agora, eu quero saber: Por que você nunca me disse nada sobre a nee-chan? – Perguntou agora sério.

“Se ela não voltou por conta própria, pra que contar?” – Kurama deu de ombro. – Agora, fora daqui que eu quero dormir.

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– Entre! – Tsunade autorizou de dentro da sala.

– Queria falar comigo? – Indagou Aika, fechando a porta atrás de si.

– Sim. Acabei de sair de uma reunião com o concelho, e falei com eles sobre você. – Declarou a Senju

A Namikaze prendeu a respiração. Não esperava que a reunião aconteceria tão rápido! E se eles não a permitissem de volta na vila? Não queria se separar de Naruto novamente.

– E então? – Perguntou.

– Não é surpresa que todos se espantaram quando souberam sobre você, afinal a filha do Yondaime é um assunto para se preocupar. Muitos tiveram medo de que você tivesse virado uma espiã. E graças a isso quase metade das pessoas naquela sala não te queria de volta. – Tsunade foi direta. – Mas eu consegui uma condição para você ficar.

– O que? Pode falar, eu faço qualquer coisa. – Aika tentou controlar sua empolgação.

– Você vai ter que se tornar uma chunnin.

Aika não entendeu.

– Mas Tsunade-sama, eu mal completei a academia, não sou nem uma gennin. E, mesmo que eu me formasse em tempo recorde, o próximo exame chunnin só será daqui a um ano.

– Deixe-me explicar. – Pediu a Senju, e Aika só então reparou que a interrompera. – Os membros que não lhe apoiavam vão escolher uma missão rank S para você realizar sozinha. Se conseguir completá-la com perfeição, além de ser permitida aqui na vila também será admitida como chunnin.

– Mas eu pensei que...

– Sim, nossa vila não faz muitas missões individuais, principalmente desse nível, mas foi a única brecha que eu consegui. – Tsunade suspirou e quando voltou a encarar a ruiva, boa parte da seriedade em seus olhos sumira. Agora ela não falava mais como a Hokage de Konoha. – Eu vou lhe perguntar apenas uma vez: Você quer mesmo fazer isso?

Aika deu um sorriso infantil e arteiro. Relaxou os músculos e cruzou os braços.

– Eu sei me cuidar, Sake-sennin. Pode ficar tranquila. Eu vou e volto inteirinha e com meu objetivo cumprido!

Se tem certeza... – Tsunade deu um pequeno sorriso. Aika ainda tinha a mesma determinação daquela menininha que conhecera por acidente, quando deixou um copo de saque cair em cima de um punhado de cabelos ruivos. – Acho melhor manter essa informação longe do Naruto, não quero ele me azucrinando mais do que o normal. Pode ir então.

A ruiva assentiu, e já ia se retirar quando viu, pela grande já nela da sala, um rápido vulto de cabelos brancos.

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Fora da sala da Hokage, Kakashi andava distraído pela vila. Tinha acabado de voltar de uma missão e estava sem nada para fazer, então...

“Por que não?”– Se perguntou.

Acabou escutando a conversa entre Aika e Tsunade, e já ia sair dalí, onde qualquer um poderia lhe descobrir, quando:

– Tudo bem, Kashi-chan? - O Hatake teve de se controlar para não gritar. Como aquela ruiva podia tê-lo encontrado? – O que está fazendo? – ela perguntou, como uma criança curiosa.

– Eu nada... estava só passando e...

– Shizune não está. – Declarou a Namikaze.

– Isso eu já percebi. – Kakashi deixou escapar.

– Ahá! – Aika exclamou, apontando um dedo na cara do albino. – Você gosta mesmo dela, né?

– Não, eu não gosto. – Respondeu o Hatake, estranhamente melancólico. – Eu já te falei que não posso...

– E eu já te falei que isso é uma bobagem! – A Namikaze interrompeu, seu olhar ficando mais sério e repreendedor. – Eu discursei isso pra você dezessete anos e vou repetir pela última vez: Todo mundo merece a felicidade e você não é uma exceção. Você não pode ficar se martirizando por eles pelo resto da vida!

– O Naruto te contou- - Kakashi começou, mas Aika o interrompeu.

– Sim, ele me falou que o Obito-nii-chan se juntou a Madara para controlar o Juubi. Mas também disse que ele se arrependeu por tudo pouco antes de morrer. – Por um segundo, a Namikaze mudou sua carranca para um sorriso nostálgico. – Tenho certeza de que ele está lá em cima agora, ao lado da Rin-nee-chan. – e voltou a cruzar os braços. – Eles com certeza iriam querem que você fosse feliz. Você tem que seguir com a sua vida. Eu sei que é difícil e que não podemos e nem devemos esquecer o passado...

–... mas também não devemos viver nele. – Kakashi completou. Aika lhe disse isso a anos atrás e nunca conseguiu esquecer. – Você não mudou nada. – Sorriu minimamente por trás da máscara. - Continua a mesma garotinha que se importava mais com o bem dos outros do que com si mesma.

– O que posso dizer? Podemos mudar por fora, mas custa muito mudar nosso jeito, Kakashi.

– Viu, você sabe o meu nome. - O Hatake acusou, mudando completamente de assunto. - Por qie inciste em me chamar por aquele apelido bobo? Você só inventou aquilo porque não sabia falar direito!

– Desculpe, mas não vai rolar, Kashi-chan! – Mostrou a língua em um gesto infantil, dando um sorriso matreiro. E antes que o Hatake pudesse revidar, Aika pulou do telhado.

Assim que aterrissou, pôs as mãos nos bolsos do short que usava e começou a andar sem rumo. O que faria agora? Poderia visitar Hana, como a mesma sugerira.

Pensou em sua conversa com Kakashi. Ele e Shizune formavam um belo par. E Naruto também tinha alguma coisa com aquela Hyuuga. Até mesmo entre Sasuke e Sakura ela percebeu um clima.

“E quanto a mim?” – Pensou por um momento. – “Itachi... se você soubesse a falta que me faz.” – Tentou manter o sorriso, mas o mesmo sumiu ao lembrar-se do amigo de infância.

– Você fica mais bonita sorrindo.

Aika parou abruptamente. Olhou para a lado de onde vinha a voz e viu, encorado em uma parede, um homem. Ele tinha curtos cabelos castanhos, queimados e repicados; e seus olhos eram de um amarelo distinto.

– Desculpe, não tinha visto você aí. – Disse, voltando a andar.

– Mas agora viu. – O moreno pôs-se a caminhar do lado dela. – Parece meio perdida, quer ajuda para achar algum lugar?

– Como se você pudesse me ajudar. – Riu a ruiva, erguendo uma sobrancelha. – Posso ter passado muito tempo longe, mas acho que posso me encontrar melhor do que alguém que nem dessa vila é. – Apontou para o hitaiate de Suna que ele usava.

– Você me pegou. – O homem ergueu as mãos, como se rendendo. – Vejo que além de bonita, é inteligente.

– Só não sou sega. – Aika tentou descontrair, fingindo que não gostou do elogio. Só fingindo mesmo. Não eram muitos os garotos do País das Ondas que não ligavam em chegar perto da garota-problema, por tanto acabou nunca tendo um namorado. E tinha de admitir, era bom ser elogiada.

– Bem, então tenho aqui diante de mim uma garota incrivelmente bela, com um sorriso lindo, que é muito inteligente e com boa visão. – Concluiu o homem. – E para completar essa perfeição só me resta saber seu nome, senhorita.

– É Aika, senhor.

– Um nome digno para alguém com uma voz tão melodiosa. – Elogiou mais uma vez, e Aika não pode evitar de corar dessa vez. – Eu sou Sayon. Muito prazer, alteza.

– Alteza? – Riu a Namikaze. – Agora tá exagerando.

– Foi mal. – Desculpou-se o outro, perdendo sua pose por um momento. – Mas sério, pra onde está indo?

– Não sei. – Aika deu de ombros.

– Se estiver sozinha, posso te fazer companhia. Não se preocupe, estou aqui a pedido do Kasekage, não vou abusar e você nem nada.

– Acho bom mesmo, a não ser que queira ter seu amiguinho aí – apontou para as calças dele. - cortado fora e jogado para os abutres.

– Perigosa, heim? Eu gosto. – Admitiu, dando um sorriso que desarmou a ruiva completamente. – Então, vamos?

– Por que não, né?

É, por que não? Afinal, seria bom ter alguém para conversar, desocupar a cabeça... e esse Sayon parecia ser um cara legal. Então, por que não dar uma chance?


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?? Quer as opiniões nos reviews, heim!
Ah, e mais uma coisa importante: Eu estou pensando em criar uma fic com momentos do passado da Aika, pra não ter que interromper muito a história aqui. O que vocês acham?