–- Talvez eles planejem se render –- O general sugeriu.

Miraz abaixou o Luneta. Ele tinha visto os embaixadores narnianos. O velho sabia que os embaixadores poderiam estar lá por qualquer motivo, menos rendição. Ele tinha experiência com narnianos, sabia que eles não se renderiam fácil. Eles eram persistentes.

–- Não. Não acho. São muito nobres para isso.

^.^

Diana iria com Edmundo para entregar a carta a Miraz.

Pedro escreveu uma carta a Miraz solicitando um duelo. Edmundo iria entrega-la e Diana iria junto, é claro. Ela não perderia a oportunidade de ver a cara do papai-noel-de-barba-preta-do-mal quando lesse a carta. Mas é claro que demorou para convencer os outros a deixarem ela ir. Pedro e Susana queriam que ela ficasse num lugar que eles poderiam olhar para certificar que ela não faria nada de errado. Ela estava sendo tratada como prisioneira.

Ela estava caminhando ao lado de Edmundo, um gigante, Ripchip e um centauro, só posso dizer que eles não eram exatamente a companhia ideal para uma viagem longa.

Além disso, Diana não estava muito confiante. Ela teria que passar pelo exército inteiro de Miraz para entregar a carta. Seu tio tinha um exército. E ela tinha apenas um gigante retardado que ficava comendo caca do nariz, um centauro muito dramático e um garoto muito bonito, mas insuportável. Não era muito útil.

–– Não temos nenhuma chance, vamos morrer ! -– se lametou o centauro pela trigésima vez.

–- Seja mais positivo, carinha-com-bunda-de-cavalo ! -– disse Diana.

Edmundo ergueu uma sobrancelha para ela.

–- Você é bem irritante, sabia ?

–- Você é bem chato, sabia ? -– A menina respondeu,

–- Você é insuportável ! -– O garoto retrucou.

–- E você é um mal-humorado metidinho !

–- Podem parar a briguinha de casal ? -– pediu o centauro.

Diana e Edmundo lançaram olhares assassinos instantaneamente para o centauro.

–– Repita isso e você vai morrer congelado -– A princesa ameaçou.

O centauro calou a boca.

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Por onde eles passavam os telmarinos cochichavam. Aquilo era irritante, mas era melhor cochichando do que atirando armas neles.

Depois de um longo caminho, eles entraram na tenda de Miraz. Não era o lugar mais impressionante do mundo, era só um simples tenda fedida e cheia de caras barbudos aspirantes á papai noel.

A raiva aumentou quando Diana viu Miraz pessoalmente. Ela sentiu um leve vontade de usar ele para alvo de flechas, mas infelizmente não podia fazer aquilo na frente de um exercito. Miraz apenas olhou para a princesa, levemente surpreso.

–- Eu, Pedro, por graça de Aslam -– disse Edmundo lendo a carta. -–Por eleição e conquista, Grande Rei de Nárnia, Senhor de Cair Paravel, Imperador das Ilhas Solitárias, para evitar o abominável derramamento de sangue, por meio desta, desafio o usurpador Miraz a uma única luta no campo de batalha. A luta será até a morte, e a recompensa será total rendição.

Edmundo olhou para Diana. A menina segurava o cabo das adagas e encarava Miraz ferozmente. Isso não iria acabar bem se ela matasse o velho fatiado.

–- Diga-me, príncipe Edmundo ... -– Miraz iria falar mais foi interrompido.

–- Rei -–Edmundo Corrigiu.

–- O que disse? -– Miraz perguntou.

–- É Rei Edmundo, na verdade. Só Rei. Pedro é o Grande Rei. Eu sei que é confuso.

Diana forçou um sorriso irônico para seu "amado titio ". Aquele velho nojento!

–- E devo perguntar que minha sobrinha é sua rainha ?-– Miraz perguntou.

Diana se engasgou com a maçã que estava comento. Sim, ela estava comendo maçã enquanto estava numa reunião importante. Já Edmundo parecia que tinha virado um tomate de tão vermelho que estava.

–- Não querido titio. Eu não sou esposa dele -– Diana revirou os olhos -– Eu vim aqui para ver a sua cara de papai-noel-de-baixo-orçamente.

Os generais engoliram em seco. Aqueles velhos retardados bajuladores ! Diana não sabia por que Miraz tinha um conselho de guerra já que os membros só o bajulavam.

–– Você até que é inteligente para uma mulher -– o velho retrucou.

Diana ficou extremamente irritada. Ela odiava que as pessoas a julgavam por ser mulher, principalmente quando eram pessoas idiotas como Miraz.

–- Seu velho idiota ...

A princesa estava indo na direção de Miraz com os punhos cerrados, prontos para dar um soco na cara de papai noel dele...

Então Edmundo a segurou.

–– Viemos aqui em paz, lembra ? -– O garoto sussurrou.

Paz. Era meio difícil ficar em paz enquanto tinha que olhar para a cara de Miraz.

–- Mas voltando no assunto, por que arriscar tal empreitada se nossos exércitos vão exterminar vocês até o cair da noite? -– O velho perguntou

–- Você já não subestimou demais nossos números? -– Edmundo ergueu uma sobrancelha-– Digo, até alguns dias atrás os narnianos estavam extintos.

–- E vão ser extintos de novo

– Falou o velho com sérios problemas de ego. Miraz, titio, você precisa se tratar ! Excesso de auto-estima causa velhice precoce -– Diana disse com uma falsa preocupação.

Miraz rosnou. Ele não gostava daquela garota. Nunca gostou, para falar a verdade.

–- Então deve ter pouco a temer -– Edmundo disse.

Miraz riu como se fosse o todo poderoso -– coisa que ele não era.

–- Não é uma questão de bravura.

–- E por bravura se recusa a lutar com um espadachim que tem metade da sua idade? -– Edmundo provocou.

–- Típico -– Um membro do conselho telmarino falou.

Diana pode ouvir as engrenagens do cérebro de Miraz girando, tentando descobrir o sarcasmo na voz do soldado telmarino. Era até engraçado.

–- Eu não disse que me recusava -– retrucou o papai noel de baixo orçamento.

–- O senhor tem todo o nosso apoio, Majestade -– Um bajudalor de carterinha falou. -–Seja qual for a decisão.

Diana revirou os olhos.

–- Claro, vocês apoiam ele em tudo -– disse a menina -– Vocês concordam com ele por medo, me surpreende que alguém tenha medo de um velho imbecil aspirante a papai noel do mal.

A maioria dos lordes olhou feio para ela. Bem, eles provavelmente iriam para a " lista de pessoas que odeiam Diana'"

–- Senhor -– Lorde Sorpespian falou, ignorando a garota -– Sozinha nossa vantagem militar já fornece a desculpa perfeita para evitar esse desafio.

Miraz se levantou da cabeira e tirou a espada do cinto.

–- Eu não vou evitar nada

Lorde Sorpespian... Diana sempre suspeitou que ele não gostava muito do seu tio, mas agora isso tinha ficado mais claro. Entre todos lá era o único que não fazia parte do fã clube de Miraz.

–- Eu só quis assinalar que o meu rei está dentro do direito de recusar -– Justificou o lorde.

Então o general entrou na sala. Ele estava do mesmo jeito que Diana se lembrava, barbudo, feio e com " AMO MIRÁZ " estampado na testa.

–- Vossa Majestade nunca se recusaria. Ele aprecia a chance de mostrar às pessoas a coragem do novo rei.

Miraz olhou furiosamente para o garoto.

–- Você -– Ele apontou para Edmundo -–Torça para que a espada de seu irmão seja mais afiada que a pena.

^.^

–- Admita, eu sou perfeita, não sou ?

Edmundo ergueu uma sobrancelha.

–- Você está ficando tão metida quanto Pedro-– concluiu.

–- Não, eu não sou um caso tão grave -– Diana brincou.

Os dois riram.

–- Você é muito estressadinha -– O garoto provocou.

–- Sou uma estressadinha linda, inteligente e perfeita, para sua informação -– Diana

–- É uma estressadinha metida, isso sim .

–- Mas eu sou uma estressadinha linda e você é um mal-humorado chato -– retrucou a menina.

– -Eu não sou um mal-humorado chato e lindo ? -– Edmundo perguntou fingindo estar chatiado.

Diana riu.

–- Bonito, mas chato.

–- Então você me acha bonito -– O garoto deu um sorriso malicioso.

– - Talvez, reizinho . Olha, de repente um certo reizinho também ficou metido ! -– A princesa sorriu.

–- Chata .

–- O chato aqui é você -– Diana respondeu.

–- E quando eu falo que são um casal vocês ameaçam a me transformar numa estatua de gelo ! -– o centauro exclamou indignado.

– Cala a boca tiozinho com bunda de cavalo !