Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 8
Capítulo 08 : Born to die


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pessoal! Esse foi escrito por mim, o segundo em sequencia, os próximo serão do Lucas pois vou ter que viajar . Escrevi esse capítulo como referência a fic da minha querida Amélia, a qual é escritora de uma história sua envolvente, Born to Die e também em relação a música de Lana de Rey .
Bom Carnaval !



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Radioactive

Os simplórios olhos verdes demonstravam o extremo medo que aquela garota sentia naquele instante, encolhendo-se, fazia a árvore de apoio abraçando as próprias pernas, procurava respirar por dentro dos seus choros constantes . Já não sabia mais o que fazer, os acontecimentos anteriores se repercutiam em sua mente, sua mãe morta e transformada em um ser pútrido e nojento faziam seus pensamentos os mais sombrios possíveis e naquela angustiante noite, se imergia em seus soluços trémulos .

O único som que ecoou-se pelos seus ouvidos, foram suas próprias lágrimas que respingavam pelo chão . Via na lua um conforto inusitado, mas a garota estava enganada, a misteriosa lua apenas estava sorrindo, zombando de sua situação. Girando sua cabeça para ambas direções, nota que definitivamente estava mais que sozinha ... agora seus choros são de uma profunda e amargurada tristeza . Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.

Enxugando suas lágrimas, seus olhos agora demonstravam novos pensamentos, via-se a necessidade de sair daquele buraco sem fim onde sua dor só aumentara. Encontra forças para levantar onde não se sabe, agora de pé, continuou com sua caminhada destinada a uma trajetória dolorosa mas o destino não é uma questão de sorte, e sim uma questão de escolha; não é uma coisa que se espera, mas que se busca .

A garota avista logo à frente uma pequena cabana a qual parecia ser o único refugio seguro naquele momento agonizante, seus curtos passos aos poucos iam chegando nela onde ao mesmo tempo, se afastava dos errantes que se aproximavam logo atrás . Girando a maçaneta de madeira, consegue adentrar ao local mas logo se depara com mais um obstáculo

– Quem é você ? O que faz aqui garotinha ? – Encheu-lhe de questionamentos um homem já com uma certa idade que apontava uma arma para a garotinha a qual engole o seco .

– Sa-ra .. Sara ! Ela responde gaguejando, seus olhas se arregalam fixados na arma, ficou mais apavorada ainda !

– O que faz aqui uma hora dessas ?? – Continua com o questionamento o senhor que demonstra grande instabilidade .

– Eu .. minha cabeça .. doí, o meu coração .. doí ! – Tenta explicar a garota completamente confusa e atordoada .

A jovem começa a coçar constantemente os olhos, estava com muito sono não parou desde que fugiu com a mãe para algum lugar seguro mas tiveram seus planos frustrados e mudados completamente . O homem dá um suspiro de preocupação, não sabia o que fazer estava perdido e confuso pela situação da garota que não consegue enfrentar as coisas a sua volta sozinha, ela o olha com um olhar entristecedor, de partir o coração . Sara começa então a respirar rapidamente enquanto as batidas do seu coração aceleram, como se adivinhasse e estivesse pressentindo a chegada de mais um momento de grande agonia e tensão, os errantes chegam sem ao menos sequer bater na porta, vão logo entrando em uma busca sedente pela carne fresca dos sobreviventes, o homem segurava uma lanterna que dava mais ênfase ao rosto assustado de Sara que rapidamente grita ao perceber a presença dos andarilhos .

– Hã ? – Se questiona o rapaz que assustando-se com a presença dos tenebrosos andantes, deixa a lanterna cair no chão . Tudo fica obscuro novamente, como se o destino de todos fosse um vazio imenso e escuro, em meio aos gritos atordoantes de ambos, a tensão prevalece quando não se sabe o que aconteceu, o rapaz consegue tirar um dos errantes que estavam em cima dele, pegando logo em seguida a lanterna e apontando-a para Sara, como consequência do seu grito de socorro .

A jovem estava acocorada e encostada na parede, com a lanterna, pode-se perceber a profunda mordida no pescoço causada pelo errante que logo fora morto pelo homem . Os gritos de Sara agora diminuíram-se conforme a dor toma conta aos poucos de si mesma, a garota revira os olhos inúmeras vezes enquanto o rapaz o observa assustado, até que em um ato desesperado, comete suicídio na frente da garota que permanecia viva, porém o seu destino já era certo .

[ ... ]

Era notória a preocupação de Dean e Anne em relação a Ryan, que não tinha voltado ainda, tudo que menos queriam era outra tensão, como se não bastasse o que a Lucy e Quinn passaram, a possiblidade do fim de Ryan era considerável .

– Alguma coisa aconteceu, ele ainda não voltou ! – Esbravejou Dean estando impaciente .

– Temos que ficar calmos, você sempre tem essa mania de pensar no pior ? – Rebate Anne .

– Já estou acostumado com isso . – Completa o jovem que dá as costas para morena dirigindo-se mais à frente próximo as árvores, na mesma direção onde Ryan foi .

– Não mataria ter um pouco de esperança . – Provoca Anne dando uma pequena risada irônica, Quinn e Lucy estavam dormindo, era mais que preciso um descanso para ambas, Dean retorna para onde estava aproximando-se da jovem e diz :

– A esperança que nos mata .

Anne engole as próprias palavras, ela agora conhecia um outro lado de Dean, que nesse tempo de convivência nunca demonstrou, era um rapaz egocêntrico e egoísta e só o que faltava era não ser esperançoso .

– Me desculpe mas, você está completamente enganado ! – Exclamou Anne procurando as palavras certas, Dean a encara esperando uma explicação .

– Não me venha com respostas irônicas, você não é o dono da verdade e nunca será ! Mas nesse mundo atual, nessas situações em que vivemos .. ter esperança é a única coisa que devemos possuir, que devemos cultivar .. Nunca houve uma noite, ou um problema que pudesse derrotar o nascer do sol ou a esperança . – Exclama Anne intensamente enquanto Dean acompanha seus gestos com os olhos.

– Sinto em lhe dizer isso mas, num certo momento da vida, não é a esperança a última a morrer, mas a morte é a ultima esperança . – Ele termina por fim o dialogo entre ambos, que ficam se entreolhando.

– Eles não param um minuto! – Exclama Quinn sonolenta .

– Sempre vai haver essas discursões, ambos querem ser o dono da verdade absoluta, coisa que não existe, os dois querem sempre estar certos, eles são iguaizinhos . – Completa Lucy observando os dois, ela evita um pouco mas por fim termina sua indagação .

– Foram feitos um pro outro ...

Toda aquela situação fora interrompida e esquecida rapidamente pelo barulho de galhos quebrados e de folhas movendo-se, o mesmo começou a se aproximar aos poucos, Dean e Anne rapidamente ficaram cautelosos e atentos, se fosse um ataque, estariam preparados para se defenderem . Mas por dentre as árvores, eis que surge Ryan, andando vagorosamente com o corpo alguém em seus braços, era visível seu abalo e desgasto emocional . Ao aproximar-se dos dois, Dean e Anne puderam perceber que aquilo se tratava de um garotinha que acabara de se tornar uma errante .

Horas depois ...

Ryan havia explicado todo o ocorrido para os demais, que ficaram chocados ao descobrirem sobre o passado torturante do rapaz, que agora se sente mais culpado, novamente não conseguiu proteger alguém com suas próprias atitudes, o que gerou um grande peso psicológico para si mesmo .

– Ryan, vai ficar tudo bem .. todos nós erramos no passado, e esse apocalipse é a prova de tudo isso, para que possamos aprender com os nossos erros . – Tenta amenizar Anne, Ryan não responde engole a saliva e vai em direção aos demais que estavam ao redor do túmulo onde Sara foi enterrada . Ryan consegue se reerguer tendo forças para falar no velório para a jovem .

– Sei que errei muito, e vou errar muito mais daqui pra frente ... estamos pagando pelos nossos pecados . E todas nossas ações serão voltadas para nós mesmos, não conheci essa garota mas tive um grande apego sentimental, ela me lembrou outra menina a qual teve seu destino traçado diante dos meus erros . – Ryan exclama cabisbaixo, enquanto todos ficam em silencio observando as palavras do rapaz que continua dessa vez olhando determinadamente para todos :

– Todos nós erramos e isso é um fato comprovado, mas nesse mundo devastado, um erro mínimo é fatal ou crucial, um erro pode deixar nossas vidas por um fio, tudo depende de nossas decisões .

Dean estava ao lado de Lucy, os dois se entreolharam carinhosamente, dando por fim, as mãos, e mais afastada, Anne observava atentamente os dois .

– Nossa trajetória é longa, e por mais difícil que seja os obstáculos, teremos que ultrapassa-los, sem fraquejar ! Mas hoje, eu .. você e todos nós, nascemos para morrer .

Don’t make me sad, don’t make me cry

Sometimes love is not enough

And the road gets tough, I don’t know why

Keep making me laugh

Let’s go get high

The road is long, we carry on

Try to have fun in the meantime

Come and take a walk on the wild side

Let me kiss you hard in the pouring rain

You like your girls insane

Choose your last words

This is the last time

Cause you and I, we were born to die


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