Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 7
Capítulo 07 : Bad moon rising


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo ! Espero que gostem :)
Novamente vamos focar bastante nos limites dos personagens, e todo o desgasto metal causado pelo apocalipse :)

LEIAM AS NOTAS FINAIS !



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Radioactive

O dia raiou e toda a dor e agonia vão-se embora, após momentos tão intensos o grupo de sobreviventes recém-formados descansavam se reerguendo aos poucos. Lucy estava ao lado de Quinn, ambas repousavam sentadas ao chão, as loiras ainda estavam fracas, porém a situação estava começando a melhorar .

– Não sei como ela conseguiu fazer tudo aquilo sozinha . – Proferiu Ryan em sussurro para Anne, os dois estavam mais afastados das loiras .

– Quinn apenas entendeu que precisa ser forte para se defender e proteger seus amigos, mas pelo seu estado .. deve ter enfrentado mal bocados . – Responde Anne .

– Ela saiu correndo para nos avisar sobre o desmaio da Lucy, que por sinal é nada preocupante, só foi um mal-estar mesmo . – Completa o rapaz .

Quinn conseguiu provar para si mesma, que tem condições de sobreviver sozinha nesse terrível apocalipse, além de colocar seus ideais a frente de sua própria segurança para salvar seus amigos . A loira estava exausta, enfrentou grandes ameaças sozinha, mas agora tudo que precisava era descansar .Dean surge dentre as árvores com algo em mãos, aproxima-se das duas e diz :

– Fiquei preocupado com você .

– Isso foi comigo ? – Pergunta Lucy olhando para o rapaz que não responde apenas observa a jovem que fica envergonhada encolhendo-se .

– Tá tudo bem, só fiquei um pouco fraca e desmai- Responde ela sendo interrompida pela ação do jovem que a abraça carinhosamente, o gesto dura alguns segundos, e quando os dois se afastam Dean completa :

– Se cuida . E você .. coma isto, passou horas exausta e precisa se alimentar .

Dean entrega uma maçã para Quinn que estranha um pouco a ação do jovem mas logo devora a fruta, o rapaz se posiciona ao lado de Lucy colocando sua mão sobre a dela, não disse nada, ficou apenas calado . Lucy arregala os olhos estando boquiaberta, nunca viu o Dean tão bondoso e se importando com os problemas dela, Quinn lança um sorriso para a loira que repete a mesma ação, as coisas pareciam se encaixarem aos poucos porém, mais ao longe, Anne observava tudo, ela balança a cabeça queixando-se de algo, até que pensa pra si mesma .

– Não preciso dele, não preciso de ninguém .

A garota dona de lindos cabelos escuros, estava começando a sentir uma pequena parte de ciúmes e devido a sua personalidade forte, não aceitava isso de jeito nenhum, não queria ser apegada a ninguém, exatamente ninguém ! Seu eu egocêntrico falava mais alto, e de certo modo sentia uma admiração pelo rapaz de olhos azuis .

A noite surgia aos poucos, e finalmente um momento de calmaria surgia entre os sobreviventes, todos se aqueciam envoltas da pequena fogueira montada por Anne, estava bastante frio, Lucy sentava ao lado de Dean, ao qual lançava inúmeros olhares meigos para a jovem, que hesitava um pouco, não queria ficar toda derretida pelas ações de Dean, já que o rapaz é bastante instável e nunca se sabe seus próximos atos .

– Quem bom que deu tudo certo . – Diz Quinn olhando para cima notando a presença quase que invisível da lua misteriosa .

– Você gosta de admirar ela ? – Questiona Anne em relação a lua e a loira logo responde .

– Passei a não gostar...

– Como assim ? – Vira-se Lucy em direção a jovem que da um suspiro elevando sua cabeça para os céus .

– Ela observa nossos sofrimentos lá de cima, é como se estivesse rindo da nossa cara . Está segura de tudo isso que vivenciamos .

Todos se entreolham e o silencio se prevalece, nunca imaginaram que tudo isso iria acontecer, e uma intensa corrida pela sobrevivência se iniciaria, estavam animalizados perante o apocalipse, que levavam todos aos seus limites tanto físicos, como psicológicos . Ainda estava no inicio da infestação, e já presenciaram grandes ameaças nada comparado ao que poderia surgir mais á frente .

– Vamos descontrair, que tal sabermos algo marcante do nosso passado ? – Diz Lucy entusiasmada .

– Eu fiquei com o seu ex-namorado . – Brinca Quinn e ambas começaram a dar gargalhadas, tinham uma afinidade já que eram primas .

– Perdi minha mãe vítima do câncer de mama . – Interfere Dean e todos engolem o seco, seus olhares iam em direção ao chão diante da noticia que o rapaz revela.

– Foi o melhor para ela afinal, isso que estamos vivendo é bem pior . – Retrucou Anne séria, todos a olham espantados mediante a situação de Dean que responde tranquilamente .

– Verdade . – A reação do rapaz surpreendeu a todos, que pensavam que uma batalha de irônicos se iniciaria, porém isso foi normal já que se trata de dois egoístas com os mesmos pensamentos .

– E você Ryan, tem alguma coisa para nos contar ? – Pergunta Lucy tentando deixar a situação mais suave possível, porém não deu certo, Ryan começa a ficar irritado levantando-se e indo em direção a sua cabana, todos se calam e a dúvida surge .

Amanheceu, e apenas Dean e Anne estavam acordados, o jovem ficou mexendo na sua desert eagle, observando atentamente a mesma, mas o que ele queria realmente evitar, foi um dialogo com a morena que estraga os seus planos .

– Esse revolver .. você tem algum apego sentimental por ele ? – Questiona Anne curiosa .

– Não, ele era do meu pai, eu só estava pensando como ele está se virando por ai com todo esse caos . – Responde Dean .

– O que ? Você vivia com o seu pai ? – Fica surpresa Anne . – Você me falou que era solitário .

– Sempre me virei sozinho, ele nunca se importou comigo ou com os meus problemas . – Responde rapidamente Dean que fixa seus olhos na garota que saia da cabana, era Lucy , a qual usava a camisa que o jovem tinha lhe entregue, Anne rapidamente se afasta dos dois, não queria interferir no suposto relacionamento dos dois .

O dia permanece calmo e tranquilo, sem nenhuma ocorrência alarmante, apenas alguns walkers que se aproximaram do acampamento mas logo foram detidos pelos rapazes . A noite surge novamente, e todos já haviam se recuperado dos recentes acontecimentos, entretanto, um barulho começou a preocupar os sobreviventes .

– Vocês escutaram isso ? – Questionou Quinn estranhando o barulho que começa ecoar-se nos ouvidos dos demais .

– Parece alguém gritando .. – Afirmou Anne .

– Eu vou conferir . – Indagou Ryan sacando sua arma e dando alguns passos à frente .

– Irei junto ! – Exclama Dean sendo impedido por Ryan .

– Não, você e a Anne ficam, devem cuidar das garotas, não quero que tudo se repita novamente . Irei voltar rápido .

O rapaz corre em direção a floresta tentando seguir o caminho dos gritos, estava escuro e a floresta era mais perigosa durante a noite, a qualquer momento um walker poderia surgir diante dos arbustos e devorar Ryan que apressando-se encontra a dona dos agonizantes gritos .

Ryan depara-se com uma imagem chocante bem na sua frente, um garota de cabelos negros curtos, chorava diante do corpo estirado de uma mulher, a menina olhava Ryan com seus olhos transbordando em lágrimas e repetindo as mesmas palavras :

– Mamãe .. mamãe .

A respiração de Ryan fica arfante, ele olhava tristonhamente para garotinha que nem liga para a presença do jovem, ela apenas chorava .. chorava intensamente enquanto se abraçava com o corpo da sua falecida mãe . Ryan fica imóvel, não soube como reagir, acontece que aquela garotinha lhe lembrou um fato marcante na sua vida, ao qual sempre o remoía aos poucos, boquiaberto e com seus olhos arregalados, a atenção de Ryan retorna quando a mãe da garotinha desperta, dessa vez .. como um errante .

O zumbi que outrora foi uma pessoa, segurava o braço da garotinha que se afasta ao ver sua mãe transformada, tentando morde-la, a jovem grita intensamente, até que Ryan aproximou-se e com seu grande porte físico, segurou no braço do walker o afastando da garotinha, logo em seguida sacou uma arma atirando no crânio daquele ser pútrido e cessando toda aquela agonia .

Pov. Ryan Smith

Era mais um dia normal, acordar cedo, ir para a academia e aproveitar mais uma folga do trabalho . Normalmente, sempre quando tiro férias, vou festejar em diversos lugares, não sou muito de viajar, prefiro fica a noite toda aproveitando cada segundo da minha vida . Era a festa de aniversário de um amigo meu, que prometeu dar a melhor festa de nossas vidas, a noite chegou e me arrumei perfeitamente para aproveitar o dia .

Realmente, foi sem dúvidas uma festa impecável, porém não foi mais perfeita devido a um triste incidente na volta para casa . Não bebo, e isso foi causa de um acidente com meus pais que foram vitimas de um irresponsável que estava bêbado, mas devido a persistência e pressão dos meus colegas, acabei que digerindo bebida alcoólica .

Estava chovendo quando voltei para casa, foi um ato mais que imaturo de minha parte, ir ao volante quando se bebe cerveja, mas algo que me castiga até hoje aconteceu . Com a pista molhada acabei que desviando de um buraco atingindo uma mulher e sua filha que passavam pela calçada, o impacto foi grande, desci rapidamente do carro, a primeira coisa que vi foi o sangue escorrendo pelo piso, fiquei chocado com o meu próprio ato, a mulher morreu na hora, mas a criança continuou consciente, seus olhos se encheram de lágrimas ao tocar na sua mãe e ver que a mesma não respondia, a garota olha para mim, não vejo raiva em seus olhos, apenas tristeza e talvez pena, logo depois ela começa a se debater e quando para .. percebo que já não estava viva .

Volto para o carro dando partida no mesmo, voltado para casa como se nada tivesse acontecido, não me entreguei e isso me castiga profundamente até hoje, o triste olhar daquela criança ainda persiste em minha mente, e o que me dá mais raiva, é que eu causei a mesma morte que meus pais tiveram, algo que eu tanto repudiei e odiava aconteceu comigo .

Aquela inocente criança bem na minha frente me lembrou de tudo isso, e eu me senti mais culpado ainda, sua mãe agora estava ao chão com um tiro cravado na testa e ela estava apavorada chorando muito .

– O que você fez com ela ?? – Gritou enquanto procurava espaço para falar entre seu choro .

– Ele virou um deles, se eu não atirasse você poderia morrer . – Tentei explicar, ela corre em minha direção, seus punhos começam a atingir minha barriga inúmeras vezes, tentava me bater enquanto continuava a chorar, acaba que desistindo e me abraça .

– Estou confusa, tô com medo .

– Calma, vai ficar tudo bem, vou te levar pro meu acampam- Continuei a falar até que sou interrompido por inúmeros errantes que estavam dispersos por dentre a mata mas que se aproximaram de nós ao escutar o disparo de antes .

– Vamos ! Temos que sair daqui . – Indaguei pegando-a pelos braços e lavando-a um pouco para longe, um errante me surpreende quando se aproxima bastante de mim, dou outro tiro fazendo o mesmo cair em cima de mim, consegui sair dali mas minha arma ficou presa debaixo do verme, não tive tempo para retira-la, os errantes se aproximavam, corri em direção a garota pegando em sua mão, tentei correr o máximo que pude, mas logo o cansaço chegou .

– Eles ainda estão na nossa cola, não sei como afasta-los sem nenhuma arma . – Afirmei arfante .

– Eu tenho isto ! – A garota diz retirando uma arma e uma faca de sua cintura, estranhei aquilo e ela explica : - A minha mãe me deu antes de morrer, disse que eu precisava sobreviver .

– Tudo bem, fico com a faca e você com a arma, lhe levarei mais para lá enquanto tento acabar com eles ok ? – Indaguei e ela sinaliza um simplório sim com a cabeça, se eu cuidasse dos errantes com a arma seria suicídio, já atrairia mais deles e a munição se esgotaria, seria bem melhor com a faca porém, complicado .

A garota disse que sabia atirar e confiei em suas palavras levando-a mais para longe, mandei ela ficar encostada em uma arvore e se visse algo anormal, atirasse imediatamente . Deixo-a no local determinando e volto para onde os errantes perambulavam, com a faca, comecei a derruba-los um por um . Eram muitos, e por alguns instantes me via encurralado mas acabava conseguindo escapar, depois de acabar com todos eles, volto para o local onde ela estava, demorei uns vinte minutos para matar todos eles. Eram vários e eu estava somente com uma faca, não escutei nenhum tiro e comecei a ficar esperançoso, mas acabo que não encontrando com ela .

– Cadê você !? – Gritei desesperadamente, andejei um pouco nas áreas próximas ao local e encontro a arma dela no chão, uma tensão começa a tomar conta de mim, sigo o caminho de suas pegadas e enquanto corria, pensei pra mim mesmo.

– Ela não vai ter o mesmo destino daquela ..

Paro de andar quando as pegadas na lama terminam em uma casa de caçador, era pequena e simples, fico olhando para todos os lados, até que grunhidos chamam-me atenção . Percebo que vem da casa, miro minha arma para a porta que estava aberta e de lá .. surge a garotinha andando vagarosamente, suas mandíbulas afiadas e sua saliva escorrendo comprovava seu destino traiçoeiro, virou uma errante . Ela vem em minha direção, senti uma dor enorme, mais uma vez minhas ações são as mais erradas possíveis, acabo que atirando em seu crânio fazendo a mesma cair ao chão .

Aproximo-me de uma das árvores do local, fico chorando intensamente, era uma sensação terrível, elevei minha cabeça enquanto as lágrimas desciam e lá de cima, estava a lua má ... zombando de minha cara .

Cada um de nós é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém .


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Notas finais do capítulo

Dessa vez o foco foi no Ryan, quis remeter a ideia de fatos normais no dia-a-dia de cada um de nós, como o câncer de mama ( que já foi citado no primeiro cap ) e a irresponsabilidade de algumas pessoas ao dirigir embriagado tendo inúmeras consequências unindo isso ao apocalipse, todos nós temos um lado escuro, temos algo marcante e chocante que nunca queremos mostrar.

A cena da garota saindo da casa foi uma homenagem a série, principalmente em relação a Sophia, , no próximo capítulo vocês saberão como a garotinha morreu :)



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