Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 9
Capítulo 09 : Breakaway


Notas iniciais do capítulo

Okay, eu fiquei sem internet por isso só pude postar hoje. Enfim, normalmente no final do capítulo sempre há uma citação referente ao título do mesmo que aliás é sempre o nome de uma música, desta vez eu resolvi não fazer isso porque a citação referente ao título do capítulo é óbvia. A tradução contextual do título é " Separação/Rompimento", ou ao pé da letra " Separatista". Vai ficar mais claro quando lerem tudo! Obg e boa leitura! O próximo capítulo também vai ser meu ( Lucas ). ô/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470162/chapter/9

Após tudo o que houve o dia finalmente clareou e o sol ergueu-se do horizonte iluminando todo aquele mundo. Anne e Lucy estavam acordadas, haviam pego o último da vigília a qual Ryan não pôde participar por considerarem que ele não estava em estado de atenção requerida para a vigilância.

– Então, o que você fazia? – Perguntou Lucy, tentando quebrar o silêncio.

– Nada de especial. – Respondeu de imediato a morena sem olhar para Lucy.

– Qual é, fala! – Persistiu a loira.

– Nada de especial. – Repetiu a morena.

– Porque é sempre assim? – Questionou Lucy virando-se para Anne, estava agora com outra expressão.

– Assim como? – Anne também se virou para encarar a loira.

– Me trata diferente, é grossa e rude comigo. Evita até me olhar. – Explicou-se.

– Eu sou assim com todos, e estou olhando para você agora, não? – Ironizou a morena.

– Não seja estúpida, se você não gosta de mim pelo menos fale o porquê. – Cuspiu Lucy.

– Porque isso agora? – Disse Anne referindo-se ao interrogatório iniciado por Lucy.

– Estamos convivendo juntas, somos um grupo! E vamos conviver por mais tempo, ter uma relação assim não é ideal para o desenvolvimento do grupo. – Desabafa a loira.

– Olha aqui, você não me engana com esse jeitinho de loira sonsa, só faz merda. É o que queria saber? Pois bem, torne-se útil e talvez eu te trate com um mínimo de respeito. – Falou a morena, desabafando em tom sério.

– Não vou mudar quem sou pra te agradar, estranha. – Rebateu Lucy devolvendo o olhar de seriedade á morena. As duas estavam prestes á continuar a discursão até que Dean emerge da barraca e profere:

– Estou interrompendo algo?

– Nada que seja de sua conta. – Respondeu Anne, ríspida como de costume.

– Quanta simpatia... Bem, o Ryan esta terminando de comer e a Quinn já vêm também. – Anunciou o rapaz.

– E o que tem de importante nisto? – Perguntou Anne, interessada.

– Eu quero propor algumas coisas ao grupo. – Explicou Dean e logo após Anne deu um sorriso sarcástico e rebateu:

– E desde quando você se importa tanto com o grupo?

– Tem certeza que é ele quem não se importa, Anne? – Questionou Lucy, encarando-a.

Antes que a morena pudesse rebater á provocação, Ryan sai da barraca. Seus cabelos estavam em desalinho e sua face carregava uma expressão ainda tristonha, logo atrás vinha Quinn ostentando um belo e amigável sorriso. Os dois se juntaram aos três outros sobreviventes e formaram um círculo até que Dean iniciou a apresentação de suas propostas.

– Bem, esse lugar é habitável e isso é até óbvio, mas apesar de tudo aqui ainda é um ponto dentro de uma floresta, ou seja, estamos em uma cabana em meio ao mato e walkers.

– Espera, isso pode ser verdade mas nada de sério aconteceu conosco ou com o acampamento. – Disse Ryan.

– Ainda. – Corrigiu Dean e continuou. – Ryan, eu sei que esse lugar foi útil e tal, mas qualquer um pode perceber que ele está com os dias contados. Cada dia que se passa mais Walkers nos encontram aqui, é perigoso demais.

– Está sugerindo que nos mudemos, é isso? – Resumiu Ryan.

– Exatamente, temos uma boa visão do horizonte daqui e podemos ver sempre que algo se aproxima, mas a questão é que uma hora os Errantes serão tantos que mais cedo ou mais tarde teremos que abandonar o acampamento. E se isto for acontecer que seja calmamente e não ás pressas. – Respondeu Dean.

– E para onde iremos? – Quis saber Quinn.

– Esta é a segunda proposta, dois de nós poderiam vasculhar os arredores em busca de algum lugar seguro para a estadia. – Sugeriu o homem.

– Não acho uma boa ideia. Mas diante das circunstâncias... – Opinou Ryan.

– É só. – Terminou Dean, entrando novamente na barraca para se alimentar. Lucy o seguiu e Anne fez o mesmo. Ryan sentou-se no chão próximo as brasas apagadas da fogueira e limitou-se á olhar o chão com um ar de tristeza, até que Quinn sentou-se á seu lado.

– Vai ficar tudo bem Ryan, sério. – Disse Quinn.

– Não vai, não o culpo por querer o bem de todos mas isso é ridículo. Devemos aproveitar esse lugar o tanto quanto pudermos!

– Tudo em excesso é veneno, você sabe.

– Espera, você está do lado dele? – Perguntou Ryan, sentia-se traído por aquela que considerava sua melhor amiga.

– Eu não estou do lado de ninguém, só quero dizer que se ficarmos aqui por muito mais tempo podemos acabar morrendo. E não estou exagerando, as consequências podem ser severas. – Tentou se explicar Quinn.

– Não é porque vivemos em um mundo de Caos que todo o final tem que ser destinado á desgraça Quinn!

– Não foi você mesmo quem disse que todos nós nascemos para morrer?! – Proferiu em um tom mais alto.

– Este é um caso á parte. Não seja tão inocente, você sabe que se ficarmos vagando por aí de um lugar para outro vamos acabar loucos, morreremos aos poucos! Você chega a me irritar com sua estupidez!

– Do que você me chamou seu babaca imprestável!

– Eu sou o imprestável?! Sério mesmo?

– Sim! E egoísta acima de tudo você é egoísta Ryan. Você não consegue aceitar nada de ninguém!

– Não seja ridícula, que tipo de egoísta se juntaria á um grupo?!

– O tipo de egoísta imprestável que tem medo de enfrentar as coisas só e se junta á outras pessoas, pois sabe que sozinho não consegue fazer nada! – Exclamou a mulher, desta vez levantando-se e encarando-o de cima.

– Não me confunda com você sua vaca idiot... – Proferiu levantando-se, mas antes que pudesse terminar de nomeá-la indevidamente, Quinn desferiu uma tapa sobre sua face fazendo-o recuar alguns passos.

– Nunca mais fale comigo Ryan, nunca mais! – Disse Quinn, sua expressão estava séria e seus olhos exalavam fúria. Ryan também sentia-se enfurecido, pela suposta traição de Quinn e pela atitude da garota. Na cabeça de ambos, só conseguiam ver e ouvir o que o outro lhe dissera em xingamentos, em anos de amizade eles nunca haviam tido uma briga com um grau de seriedade tão elevado quanto esta.

A gritaria atraiu os olhares dos outros três sobreviventes, Dean ao perceber a seriedade da situação pôs-se entre os dois e olhou-os com curiosidade.

– Parem já! Mas que merda é essa? Estamos no meio de um mundo tomado por retardados carnívoros que querem nos devorar e vocês ainda ficam brigando por aí?! Não acham que já temos problemas demais, hein?! – Exclamou Dean, pondo ordem na briga. Embora seu sermão fosse direcionado á Ryan e Quinn, Lucy e Anne também sentiram a força das palavras do rapaz. Embora que em nenhum dos quatros as palavras serviram de algo, a discórdia havia sido plantada.

– Preciso me deitar. – Anunciou Ryan, rangeu os dentes ao passar por Quinn e adentrar á uma das cabanas. Quinn nada disse e apenas entrou em outra cabana.

As duas mulheres restantes saíram cada uma de sua respectiva barraca e juntaram-se á Dean a fim de ver se o rapaz teria algo á dizer.

– Ótimo, o plano de procurar por outro lugar foi para o quinto dos infernos. – Esbravejou Dean. Com o pesado clima entre Quinn e Ryan ele teria de mandar duas pessoas fortes o bastante para sobreviverem á missão e ainda manter alguém autoritário para manter ordem entre os Ryan e Quinn.

– Tem que ter outra solução, você vai con...- Disse Lucy tentando anima-lo quando foi interrompida com Anne.

– Ah, não começa com suas baboseiras de apoio moral. Ninguém quer ouvir essas suas besteiras.

– Você se acha muito não é Anne? Mas pelo que sei, correu para nós quando estava na pior. É tão covarde quanto diz que eu sou. – Defendeu-se a loira.

– Faz-me rir. – Debochou a morena.

– Vou é te fazer sangrar! – Ameaçou Lucy.

– Será que ninguém aqui pode ficar sem brigar? Mas que droga! Lucy vem comigo, você e a Quinn vão atrás de um lugar pra gente. Anne, eu e Ryan ficamos aqui. Não vou mandar aqueles dois e nem vocês duas juntas e como eu não posso ir porque se não é capaz de vocês se matarem... Que vá um de cada grupo idiota de briguinha. Partam logo e voltem logo. – Anunciou o rapaz.

Dean conversou com Quinn sobre a decisão, explicando-lhe o porquê daquilo e o que deveria ser feito. Após, Lucy e Quinn prepararam uma mochila com poucos alimentos e pegaram armas, o revólver ficou com Quinn e o facão com Lucy. Quando saíram da barraca para enfim se porem em Marcha rumo á cidade vizinha depararam-se com todos os três restantes ao redor da fogueira... Não houve cumprimentos ou despedidas elas apenas partiram.

O caminho até a cidade mais próxima era bastante longo, mas Quinn sabia como contorna-lo e fazer das circunstâncias um atalho benigno.

– Vamos atravessar o rio.

– Espera, não é arriscado? – Disse Lucy, incerta.

– E porque seria? Sabemos nadar. – Disse confiante.

Lucy nada disse, apenas seguiu sua amiga. O rio não era profundo e atravessá-lo não foi nada difícil, após elas seguiram caminho por entre a mata durante quinze minutos até poderem avistar as primeiras casas da cidade.

– Não vamos olhar todas.

– Concordo, vamos começar por essa aqui. – Acrescentou Lucy, guiando Quinn até a porta de uma grande casa de madeira branca, aparentemente abandonada e bem cuidada. A casa não tinha janelas então as duas foram direto á porta principal do casebre. A porta estava trancada, mas alguns poucos chutões foram suficientes para abri-la. Adentraram á casa em silêncio e com suas armas em riste, atentas. Permaneceram juntas e vasculharam cada cômodo da casa.

– Nada. Que sorte, essa parece ótima! – Festejou Lucy, animada.

– Né, essa foi de primeira mesmo. – Falou Quinn, continuado posteriormente. – Vamos ficar um tempo no acampamento ainda, então é melhor vasculharmos os suprimentos daqui.

Pegaram tudo o que coube na mochila e estavam prestes á sair quando um barulho ecoou pela casa. As duas ficaram imóveis e atentas, e após alguns segundos o barulho surge novamente, mais forte.

– Que merda é esta? – Sussurrou Quinn.

– Nada visível. – Afirmou Lucy.

Os barulhos continuaram, e como nada era visível para as duas mulheres elas decidiram seguir o barulho. Ao chegarem próximo ao término da sala, sentiram o chão de madeira tremer abaixo de seus pés á medida que o barulho continuava.

– Embaixo da casa?! – Espantou-se Lucy.

Quinn abaixou-se de modo que pudesse obter uma melhor visão do piso, a loira tateou o chão com a mãe até sentir um volume abaixo do tapete que encobria o chão, afastou-o e vislumbrou uma maçaneta adjunta ao piso emadeirado.

– Um porão. Não me diga que tem Walkers aqui embaixo. – Concluiu Lucy.

As duas sequer se atreveram á olhar, apenas saíram da casa enquanto os barulhos aumentavam de intensidade, fazendo a porta do porão tremer e quase abrir.

– Pelo barulho deveriam ser meia dúzia ou mais. – Sugeriu Quinn.

– Vamos dar uma olhada pelo quarteirão. Vão gostar de saber como são os vizinhos. – Brincou Lucy.

As duas deram a volta no quarteirão e nenhum numero grandioso de Walkers foi notado, era o melhor que encontrariam. Passaram meia hora vasculhando a casa e mais dez minutos analisando o quarteirão até decidirem que era hora de retornar ao acampamento.

– É perfeito o lugar, ao menos parece. – Comentou Lucy durante o trajeto de volta, decidiram não voltar pelo rio e seguir a pé.

– Pois é. – Respondeu desanimada.

– É o Ryan não é? – Compreendeu Lucy.

– Não tente amenizar a situação me falando dele, ou acabaremos nós brigando. – Disse Quinn, direta.

– Como queira. – Disse Lucy em tom de desprezo, tomou a dianteira e seguiu guiando de volta ao acampamento.

Durante o trajeto houve poucos Errantes, todos foram finalizados por Lucy e sua faca, queriam evitar gastar munição. Levaram menos de uma hora até que chegaram ao acampamento. Dean não estava ao redor da fogueira, apenas Anne e Ryan.

Os intrigados olharam-se ferozmente, estavam perturbados e nervosos. Uma briga poderia explodir a qualquer momento, até que...

– E então? – Quis saber Anne, perguntando á Quinn e ignorando a existência de Lucy.

– Olhamos poucas casas, todas já habitadas se me entende. Mas em geral o quarteirão está estranhamente livre de Walkers. – Respondeu Quinn.

– Quando acha que o Dean vai nos varrer daqui? – Perguntou Ryan á Lucy.

– Bem, vamos ter que voltar lá mais vezes pra olhar melhor. Mas não vai demorar muito, e é melhor que realmente não demore mesmo. – Respondeu Lucy.

– Você também está do lado dele? – Perguntou Ryan em tom de desprezo.

– Vai começar... – Proferiu Quinn, impaciente.

– É lógico que ela tá do lado dele essa daí é louca pelo Dean, claro que vai fazer tudo o que ele quer. – Cuspiu Anne.

– Não se mete sua ridícula, e não seja paranoico Ryan! – Disse Lucy em resposta aos dois.

– Ryan paranoico? Nossa que blasfêmia! – Ironizou Quinn.

– Menos Quinn, eu não quero atiçar uma briga. Só não quero que certo alguém fique falando merda sobre mim. – Disse Lucy, séria.

– Impedir alguém de fazer algo já é forçar uma briga, esperta. – Disse Quinn.

– Eu falo merda? Você que fala merda!

– Isso é ridículo, como alguém pode apoiar essa decisão de se mudar daqui!?

– Quinn eu já disse que não quero atiçar uma briga, então não me provoque!

– Vocês são todos uns loucos!

E uma briga generalizada iniciou-se em meio ao acampamento. Nada de gritos, apenas reclamações e provocações. Todos discutiam com todos, até que param de súbito ao notarem a presença de Dean entre eles.

– Sinceramente... Cada um de vocês vem com uma liçãozinha de moral no fim de cada dia e ficam falando baboseiras de sobrevivência... Olhem para vocês agora, mal conseguem sobreviverem entre si, imaginem se conseguirão á todo esse mundo. Se quiserem brigar, briguem. Matem-se até, só não me venham com um discursinho de bosta no final sendo que logo depois vão se contradisser. Quanta infantilidade...

Anunciou e após isso deu breves passos para a floresta até ser questionado por Lucy:

– Pra onde você vai?

– Caminhar, e quando eu chegar é melhor que tenham resolvido isto. Sério. – Disse sem se virar para encará-los e continuou á caminhar deixando para trás o acampamento e com ele os quatro intrigados em clima de tensão. Em um mundo apocalíptico onde sobreviver é o que importa, convivência é requisito fundamental e conturbado... Conturbado...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Radioactive" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.