Salvadora escrita por Makino07


Capítulo 15
O lugar ao qual pertenço


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal tudo bem? Demorei um pouco mais do que disse que demoraria, mas a inspiração resolveu me deixar essa semana. Não sei se vai parecer muito estranho ou repentino, mas devo dizer que este é o penúltimo capítulo da fic. Acho avisei sutilmente nos anteriores que já estava chegando ao final, mas é isso. Espero que gostem.

E como sempre muito obrigada pelos comentários e recomendações. Sei que tem gente que não comenta, mas vejo que aumenta o número de pessoas acompanhando, isso já me deixa muito feliz ^^
P.S.: Música: Somewhere I belong - Linkin Park (aquele esquema: nem todas as partes estão e talvez não na mesma ordem)



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"Quando isto começou
Eu não tinha nada a dizer"

Investigando um pouco mais sobre a vida de Bill Collin, o jovem morto no incêndio, Dick tentava bloquear quaisquer outros pensamentos em sua cabeça, embora isso fosse muito difícil. A concentração era algo que abraçava naquele momento queria saber onde vira aquele rosto.

"Eu estava confuso
E deixo tudo isso sair para descobrir
Que não sou a única pessoa com essas coisas em mente"

– "Um único irmão vivo"... "Philipe Collin"... Mas alguém pra investigar! Por que eu não fiz isso antes? - Richard já falava sozinho ali. Ele se levantou por um instante para olhar pela janela. Por mais que Kory a julgasse horrenda e com uma péssima vista, Dick já estava acostumado com aquilo, cidade, correria, trânsito, caos... era estranhamente familiar.

"Mas todo o vazio que as palavras revelaram
É a única coisa real que me resta para sentir"

A visita de Koryander mexera com Richard. Ela trouxe consigo um pouco da torre T. Dick viu no sorriso dela, um pouco do sorriso de cada titã e isso o fez sentir saudades. Ele pensava cada vez mais se seus planos dariam certo. Quanto custaria sua falha? Até onde testes são saudáveis? Afastar-se da Torre lhe deu os resultados esperados. Nada acontecera de estranho ou diferente em todo o tempo que permaneceu longe de seus amigos, e principalmente de Kory... mas isso o levava a um novo estágio de seu plano, um ataque direto, e ele sabia aonde ir.

"Quero me curar, eu quero sentir
O que achei que nunca fosse real
Eu quero deixar ir essa dor que segurei por tanto tempo
Apagar toda a dor até que ela se acabe
Como se estivesse perto de algo real
Eu quero achar algo que sempre quis
Algum lugar ao qual eu pertença"

Kory chegara na Torre silenciosamente, seus amigos ainda estavam no mar se divertindo e ela podia ouvir as risadas frenéticas de Mutano. Ela associava as boas risadas de Mutano ao rosto seco de Ravena. Entrou na torre a passos leves, agradecendo por ninguém tê-la visto. Mas ao chegar a sala principal, alguém estava lá.

– Oi - Yanca falou ao ver a ruiva um pouco assustada - Tudo bem?

– Sim, Yanca - Kory sorriu - Não quis mais aproveitar o dia lá fora? - A tamareana chegou mais perto da loira.

– Huum, queria ficar um pouco sozinha. E você? Também não quis sair?

Kory balançou a cabeça negativamente e deu um sorriso tímido. O silêncio e a troca de olhares foram os proagonistas por um tempo naquela sala. Depois de um turbilhão de pensamentos que passaram pela cabeça de Estelar, ela se lembrou de sua caracterísctica mais oposta às de Dick, sua comunicação.

– Yanca... acho que nós deveríamos conversar... - ela se sentou ao lado da atiradora. Kory era muito feliz consigo mesma, afinal seus sentimentos eram bem definidos e claros. Ela sempre sabia o que estava sentindo e se fosse bom, aproveitava ao máximo, se fosse ruim, ela fazia o possível para ir direto na ferida, e cutucá-la até que o problema fosse resolvido.

– Por favor, não diga que vamos falar sobre o Asa... - Yanca respondeu olhando bem nas orbes verdes de Estelar

– Por favor... - Kory pediu e por um segundo Yanca hesitou. Quem resistia àqueles olhos?

– Tudo bem...

– Eu não quero que sejamos inimigas... Eu ouvi sua conversa com o Asa aquele dia... - Kory hesitou ao dizer - Eu respeito muito seu sentimento, mas também não posso negligenciar meu amor por ele. Em nenhum momento eu queria que você ficasse triste.

– Era só isso?

Kory ficou surpresa e não respondeu.

– Entendo sua preocupação e até agradeço... Mas fatos são fatos, Richard preferiu você a mim... Tudo bem, eu não vou morrer por isso. Também não vou te matar - Kory arregalou os olhos ao ouvir a última frase, como uma criança ao ver uma montanha russa pela primeira vez. - Mas, se eu disser que somos melhores amigas, e que tudo bem sairmos eu você e Asa num passeio de amigos... eu estarei sendo falsa, baixa e tudo mais, e pra ser sincera, não suporto vê-los juntos. Mas... eu não te odeio...

Kory ficara um pouco surpresa com o que tinha acabado de ouvir de Yanca. Porém fora algo bem melhor do que ela esperava ouvir, e mesmo assim ela encararia sua escolha. A escolha de ficar com Dick Grayson.

A tensão entre as duas na sala foi quebrada com o som da voz de Sarah.

– Meninas! Por que eu era a única me bronzeando lá fora? - Sarah vinha com um sorriso de orelha a orelha - Vocês duas aqui, e Raven foge ao máximo da luz do sol.

Ambas sorriram à Sarah, mas o silêncio continuava. Mutano vinha abraçado a Ravena, ainda molhado, o que incomodava muito a empata, provocando risadas em Fred e Frank. Eddy vinha logo atrás com uma toalha na cabeça. Ficou um pouco desconfiado ao ver Kory na sala.

– Você estava o tempo todo aqui? - ele perguntou com uma das sobrancelhas levantadas, direcionando seu olhar castanho à Estelar.

– Eer... - ela olhou para Yanca, que a vira chegar e depois para Eddy que a questionara - Eu estava no meu quarto... - "onde está Vic numa hora dessas?".

Sua pergunta foi respondida quando Vic chegou com uma imensa travessa de lasanha, provocando sorrisos nos rostos daquela sala, mas uma felicidade ainda maior foi capaz de preenchê-los naquele fim de tarde.

– Estavam com saudade? - Um alto rapaz vestido de preto com uma ave azul no peito surgira na porta principal.

– Dick, sempre chegando na melhor parte!! - Mutano chegou perto para dar um leve abraço no amigo que deu um de seus sorrisos galantes, ele não sabia quem parecia mais afetada por esse sorriso, Yanca ou Kory que o olhavam com rostos radiantes. Tentou disfarçar o embaraço.

– Poxa Asa, se você ia fazer um trabalhinho sozinho, podia pelo menos se despedir da gente - Frank se queixou.

– Bom, eu não gosto de despedidas, e também não achei que fosse demorar muito... e não demorei - ele sorriu olhando para Eddy ue o encarava com o mesmo sorriso.

– E então!? Vamos devorar essa lasanha ou não? - Cyb bateu com as extremidades do garfo e da faca na mesa, quase como uma campainha chamando os outros para apreciarem aquela obra de arte da culinária.

"E eu não tinha nada a dizer
Não acredito que não cai de cara no chão"

Aquela era mais uma das noites divertidas dos Titãs. Richard ficava surpreso com a co-existência do caos da cidade com a diversão daquela torre. Por mais que não parecesse, ele sentia falta de um passeio com os amigos, assim como os que fazia com Estelar no começo do namoro. Uma volta em outra cidade, conversas de bar, cinemas e casa de festas, mas não podia negar que eles sabiam se divertir em casa. Mutano tinha aposentado seu talk show na banheira de cortinas vermelhas, "Ainda bem" Richard pensava, mas sentia falta das idiotices de adolescência, não só as de Garfield, mas as de todos eles. Todavia, conforme o tempo passava e eles amadureciam, mesmo com a maior responsabilidade, se sentiam cada vez mais satisfeitos por estarem juntos. Em algum momento ali, Dick não pôde evitar olhara para Koryand'r, quanto mais distantes estavam, mais atraente ela lhe era aos olhos, como se o mais difícil fosse o mais apaixonante e excitante. Sua vontade de se jogar nos braços dela era ainda maior quando isso parecia perigoso e isso era frustrante. Ainda que tivesse tirado a jaqueta, sentiu um peso do olhar de alguém em seus ombros, e era o olhar daquela que ee rejeitara. Fred estava acabando de contar uma das atrocidades de Frank na infância, quando Yanca se levantou da mesa, levando junto com ela o olhar de Eddy. Segundos depois Dick se levantou, e por mais que ele tentasse disfarçar, estava claro que ele fora atrás de Yanca, estava claro pelo menos para Eddy, e também para Kory, que sentiu um leve incômodo com o ato.

"Eu estava confuso
Procurando em todo lugar apenar pra descobrir
Que isso não está do jeito que eu imaginei na minha mente"

Yanca seguia pelo corredor e se preparava para entrar em seu quarto, até que Dick segurou seu braço.

– Também senti saudades - ela disse sem emoção olhando para a grande mão do rapaz em seu braço. Ele não apertava forte para machucá-la, mas ela sentia a imposição daquele toque, e ao levantar seu olhar para ver o do homem a sua frente, ele parecia muito sério e tenso.

– Até onde minha história com a Estelar te incomoda? - ele soltou o braço da loira.

– Por que quer saber?

– Eu perguntei primeiro... - ele cruzou os braços.

– Por acaso está desconfiando de mim? Achando que vou tentar destruir vocês dois? - ela disse encarando o rapaz, que nada respondeu - Vocês foram feitos um pro outro mesmo! Até pensam a mesma coisa! Que eu sou uma víbora que apareceu pra ser mais uma vilãzinha, e destruir o lindo amor não resolvido de vocês, e me infiltrar para depois traí-los, até a Ravena chegou a pensar isso!

– "Eu não sou uma víbora" versus "Silkie morre depois do nosso namoro e nada acontece quando estamos separados". Pode explicar?

– Se tiver alguém descontente com o amor de vocês, por favor me apresente, para que possamos conspirar junt... - ela foi entrando no quarto, mas Dick a segurou.

– Yanca... Me desculpe - Richard abaixou a cabeça - Como se não bastasse o que rolou na nossa última conversa, agora isso...

– É, me dá um pouco de tempo, líder...

– Eu só não podia deixar de pelo menos tentar conversar com você.

– Bela conversa... - ela disse e ele sorriu sem-graça - Eu sou um livro aberto, Asa. Se eu quero, eu quero. Se eu sou, eu sou. Não escondo nada de ninguém... e principalmente, sou justa... mesmo que para isso eu tenha que fazer coisas que são difíceis pra mim, coisas que eu não queira fazer. Não separar você e a Estelar é uma delas... - e entrou.

Desapontado, Dick abriu a porta de seu escritório. Ele estava de volta àquele lugar que jurou que limparia, e pôs seu material de invesigação ali. Por um momento pensou em Kory e no que ela devia estar achando de sua saída repentina seguindo Yanca. Dick sabia que Kory odiava suas saídas repentinas depois de trocas de olhares. Ela devia estar ali à três quartos e um pitada de raiva de distância. Dick foi surpreendido quando alguém batia à sua porta, a imagem da ruiva ali parada era quase instantanea na cabeça dele, mas era um outro titã igualmente enciumado.

– Oi Asa. Tudo bem? - Eddy perguntava enuanto olhava de relance pra sala, cuja entrada foi permitida por Dick.

– Tudo, entra.

– É que a Yanca saiu um pouco nervosa da mesa e... logo depois você também saiu. Achei que tinha acontecido algo.

– E por que não foi vê-la? - Dick perguntou encarando o homem a sua frente.

– Porque com a Yanca é sempre o mesmo. Decidi vir na parte diferente. - Eddy completou e seus olhos passaram pela mesa de Dick, parando no nome "Bill Collin", logo depois ele olhou para Dick.

– Parte diferente? - Dick levantou uma sobrancelha.

– Bem, acho que todos sabemos que ela gosta de você. O que ninguém sabe é que eu gosto dela... E não pude deixar de ouvir uma última parte da conversa de vocês... Você não acha que já é demais rejeitá-la e depois ainda desconfiar dela?

– Se ouviu mesmo a conversa, ouviu também que eu senti muito... - Dick mudou seu tom de voz.

– Tudo bem - Eddy levantou os braços. - Eu só quero protegê-la... Você sabe como é o sentimento... Não sabe? De tentar proteger e querer o bem de quem se ama?!

Richard encarou Eddy por longos segundos antes de responder.

– Eu entendo... Vou deixar a Yanca em paz, e Eddy - Richard colocou a mão nos ombros do rapaz - Quero que saiba que admiro muito a Yanca, e que desejo muito que seus sentimentos sejam correspondidos, porque ela é uma ótima pessoa...

– Obrigada Asa - Eddy saiu da sala, deixando um Dick pensativo.

"Nunca me conhecerei até que eu faça isto sozinho
E nunca vou sentir mais nada
Até que minhas feridas estejam curadas"

"Que bela volta pra casa!" pensou. "Apenas mais uma noite, sendo bombardeado pela realidade". Olhou mais alguns papéis procurando o endereço da mais nova bola da vez: Philipe Collin.

"Quero me curar, eu quero sentir
Como se estivesse perto de algo real
Eu quero achar algo que sempre quis
Algum lugar ao qual eu pertença"


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Notas finais do capítulo

Então, foi isso gente. Espero que tenham gostado, e já tenho esquematizado o último cap, mas não vou garantir que sai em uma semana certinho, mas não vai demorar.
Abraçs e obrigada por lerem.



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