Salvadora escrita por Makino07


Capítulo 16
Salvadora - Final


Notas iniciais do capítulo

Então gente... último capítulo!
Fiz aquele ritual de ler todos os capítulos, relembrar tudo e mais uma vez me emocionar com os comentários. Uns mais tímidos que outros. Uns bem elaborados que me deram muitas dicas toques, e uns apenas "continua please" rs mas TODOS em geral me deixaram muito feliz e motivada para continuar, porque sempre tinha alguém para comentar, mesmo que poucas palavras e me incentivar a continuar. tiveram até leitores que nem estavam acostumados a comentar, mas mesmo assim fizeram. Aqueles que pararam no meio do caminho, e uns novos que foram surgindo de fininho, sempre comentando sua felicidade ou indignação. Enfim, muito obrigada a todos que leram, e até os que não comentam, vejo aqui no acompanhamentos que muitos leêm e fico feliz. Sem contar as recomendações que.. nossa... foram show e me deixaram surpresa, pois não esperava recebê-las, obrigada meninas!
Bem, nosso casal mais uma vez vai passar um mal bocado nesse cap, mas vou deixar que leiam por si mesmo hihi. Como vocês podem ver ficou grandinho e fiquei com medo de ficar muito cansativo, mas não quis dividir. A música tema foi Wonderwall - Oasis. Batidíssima! mas pra mim não perdeu a magia, e de certo modo me inspirou a fazer a fic.
Mais uma vez muito obrigada por lerem, seus leitores lindos!!!!



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"Hoje será o dia
Em que eles vão jogar tudo de volta em você"

– TOC TOC!!! - Mutano pronunciou em alto e bom som em frente à porta do quarto de Ravena. Suas mãos ocupadas com escovas de dente e de cabelo e mais uma toalha branca, o levaram a reproduzir o som das batidas na porta.

– O que você já quer comigo a essa hora da manhã? - A empata surgiu na porta, com um sorriso no rosto. Revirou os olhos quando Mutano respondeu a pergunta com uma expressão marota no rosto.

– O banheiro do meu quarto não tem água, e por isso vim perguntar se podemos compartilhar o seu? A não ser que você queira me beijar com bafo de leão, búfalo, tamanduá, e muitos outros animais.

– Entre por favor! - Ela respondeu, dando espaço para o homem entrar.

No pequeno banheiro, os dois se apertavam. Ravena já escovava os dentes, quando reparou a imensa quantidade de pasta que Garfield colocara em sua escova.

– Você sabia que a quantidade de pasta do tamanho de uma ervilha, já é o suficiente para deixar os dentes limpos? - A empata perguntou.

– Uuuh! É só pasta! Não a sua herança. Não seja tão pão dura! - ele se pôs a escovar os dentes - Nunca imaginei que teria uma namorada tão chata!

– Você nunca imaginou que teria uma namorada! - Ravena brincou.

– "Engaçadjenha" - ele pronunciou com dificuldade, com a boca cheia de creme dental. Em seguida, cuspiu a pasta.

– Quando nos conhecemos, acho que comecei a acreditar em ódio a primeira vista - Ravena o olhou pelo reflexo do espelho, embora ele estivesse do seu lado, no pequeno banheiro. - Mas... acho que no fundo eu não queria admitir que alguém como você poderia me fazer tão feliz... - ela sorriu e viu Mutano olhando-a também pelo reflexo do espelho.

– Alguém verde? - ele riu.

– Alguém tão feliz e de bem com a vida.

– Mas essa é a lógica.

– Não pra mim... - ela olhou para o Mutano "verdadeiro" do seu lado. E ao parar de falar, sentiu um quente e apertado abraço do metamorfo.

– Eu quero sempre te fazer feliz... - ele disse no ouvido da moça - Mas você tem que acreditar em mim. Acreditar que eu consigo.

– Eu acredito - a moça respondeu feliz, com a cabeça descansada no acolhedor ombro do rapaz verde - Eu acredito.

"Por enquanto você já deveria, de algum modo,
Ter percebido o que deve fazer
Não acredito que alguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora"

O dia começara cedo para Dick, que saiu da Torre à caça do endereço de Philipe Collin. Ele mal havia dormido, na verdade. Ficara a noite inteira investigando o caso e quando a leve vontade de abraçar sua cama passeava pela sua cabeça, o medo de falhar mais uma vez se tornava uma espécie de cafeína, mantendo-o acordado até que tudo em sua mente estivesse mais claro, em relação às estranhas coisas que vinham acontecendo. Enquanto isso, os outros já estavam na cozinha, com exceção de Kory, Eddy e Yanca.

"Andam dizendo por aí
Que o fogo no seu coração apagou
Tenho certeza que você já ouviu tudo isso antes
Mas você nunca teve uma dúvida"

– Bom dia, Yanca. - Eddy apareceu de repente na porta do quarto de Yanca, quando ela estava prestes a sair para o café da manhã. Seus olhos inchados e o cabelo levemente desgrenhado, indicavam que ela havia acabado de acordar e se levantar para o desjejum.

– Oi, Eddy! - ela tentou sorrir.

– Eu queria te falar uma coisa... - e antes que terminasse de falar, ele beijou a moça, sentindo sua respiração quente contra seu rosto. Ela era acolhedora.

– Eddy, o que é isso? - ela disse meio sem graça, segurando o batente da porta.

– Algo que eu já queria te dizer há algum tempo...

– Dizer?

Ambos sorriram.

– Por que esperou tanto tempo? `Por que hoje foi o dia em que você tinha fazer isso? - A moça perguntou ainda confusa.

– Talvez não haja outra oportunidade melhor que essa. Viva o presente...

"Não acredito que alguém
Sinta-se como eu me sinto sobre você agora"

Yanca encarou o amigo. Perguntava a si mesma há quanto tempo Eddy deveria nutrir um sentimento por ela. Quanto deve ter sofrido com seus ataques constantes a Dick, ficar falando dele por horas. Pelo menos ele não tivera que aguentar tanto tempo quanto Fred e Frank que eram seus amigos de infância. Ela e Eddy não se conheciam há muito tempo, mas o pouco tempo foi o suficiente para que ele soubesse que na vida de Yanca só existia um homem, e esse homem não era ele... o que não o fez desistir dela, e Yanca valorizou isso, deveria ela tentar esquecer seu super herói e se vestir de amores pelo espadachim?

– Olha, vamos tomar um café! Depois a gente pode sair pra conversar, e você me explica melhor, o que é tudo isso! - ela ria e segurava no braço do rapaz, quase o conduzindo para a cozinha.

Eddy a olhou por longos segundos sem dizer uma palavra, fruto desse silêncio, foi o sorriso e um beijo na testa dela, que partiram dele.

– Eu já vou... - soltou levemente o braço da moça - Vá tomar seu café.

– Até - ela saiu de costas, com um sorriso meio bobo, ainda olhando para Eddy.

"E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas
E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam"

NA COZINHA

– É... ela falou "você sabia que a quantidade de pasta do tamanho de uma ervilha já é suficiente e blá blá blá". - Mutano imitava perfeitamente a voz rouca da empata.

– Mutano, eu ainda to aqui... - Ravena engolia mais um pouco do seu chá.

– Mutano, eu não sabia que escovava os dentes - Frank falou, arrancando risadas de alguns na cozinha, inclusive de Yanca que chegava ao local.

– Tão respeitoso você - Mutano mordeu um último pedaço de tofu. - senhor "coloquei um coelho e um gato para cruzar quando eu era criança"!!! - O verde terminou referindo-se a Frank, num dos "Contos" que Fred contara no dia anterior.

– Hey Mutano - Fred começou em "auxílio" ao irmão - Não seja tão duro com ele. Ele não tinha tantos neurônios.

– Obrigado por me defender? é isso que eu devo dizer? Você me ama né Fred?! - Frank dizia num de seus tons mais sarcásticos.

– Eu morreria por você cara! - Fred deu um abraço no irmão, como um falso pedido de desculpas.

– Voces nunca valeram nada mesmo! - Yanca ria pegando um pedaço de pão no centro da mesa. Independente de presenciar uma piada muito engraçada ou muito sem graça, ela principalmente ria-se por dentro. De certa forma, a confissão de Eddy mexera com ela. Ele era até um grande merecedor de chances. Não que ela tivesse esquecido Dick - de maneira alguma - , mas o beijo a pegou de surpresa naquela manhã. Havia muitas coisas que ela queria descobrir, tanto sobre Eddy quanto sobre ela mesma, e aguardava um pouco ansiosa por aquela conversa.

– Hey Yanca, você já viu o Eddy hoje? - Ravena perguntou soando uma telepata. Yanca levantou uma sobrancelha mentalmente pela pergunta da empata logo após seus pensamentos estarem vagando em torno daquela pessoa.

– Huum... Sim, ele já está vindo... - e deu uma mordida do sanduíche.

Noutro lugar da Torre, uma desconfiada Estelar fora contagiada pela doença de seu amado. Durante a noite lembrou do que Dick dissera sobre sua desconfiança nos temporários. Antes de realmente concretizar o que estava pensando em fazer, ela pensou bastante. Não havia má intenção em seus atos e sim uma vontade inconsciente de ajudar Asa de alguma forma. Por isso ela havia decidido, que sozinha, investigaria cada um deles. Sua conversa com Yanca não tivera essa intenção, estava sendo realmente sincera, mas mesmo sem querer não viu na atiradora um filete sequer de traição, viu no coração de Yanca, aquilo que tinha no dela mesma. Resolveu bisbilhotar o quarto dos outros três, e achava que a melhor hora era a manhã, em que nenhum dos Titãs abria mão do desjejum e de uma boa conversa de bom dia. Começara com o de Fred e Frank. O fato de os dois serem inseparáveis até mesmo na hora de dormir, ajudou a princesa com seus planos. Com muita cautela ela olhava sem deixar rastros cada centímetro do quarto e seus pertences. Por um lado, Kory se sentia muito mal por estar fazendo aquilo, mas por outro, ela já havia decidido que faria de tudo para impedir qualquer coisa que a afastasse de Dick, sua dor era maior que seus arrependimentos. E outra... confiava nos instintos de Asa com os olhos fechados, depois que Kory conheceu a história de Sherlock Holmes, para ela não havia associação mais fidedigna que a de Asa com o personagem.

Ela terminou de verificar os bolsos da bermuda verde de Fred, sentindo-se feliz por não ter encontrado nada suspeito. Estava claro que sua "investigação" não era cem por cento suficiente para se extrair verdades absolutas, mas ela se sentia feliz e até útil. Caminhou com cuidado até o quarto de Eddy, rezando para não encontrar nada incômodo e ir logo tomar seu café. A porta estava trancada, e com o uso de seus poderes Kory forçou a porta do quarto. Ela poderia dizer que espirrou no caminho para cozinha, retirando assim ligeiramente a porta do lugar. "Isso está sendo mais complicado que parece!" pensou, adentrando o lugar impecavelmente limpo e longe de qualquer desorganização, diferente do quarto dos irmãos, e isso exigiria que Kory fosse duplamente cautelosa, tratando de colocar tudo no lugar novamente. Olhou a cama, por debaixo dela, seu banheiro e até mesmo seus sapatos. Cuidou de verificar o armário por último e ali encontrou suas roupas. Kory gargalhou ao ver algumas roupas que pareciam ser de um espadachim japonês, chapéus irreverentes e até um jaleco de cozinheiro, se demorou nesse último verificando os bolsos e ali encontrou um pedaço de jornal envolvendo uma carteira de identidade. Ela tentava assimilar tudo bem devagar até que...

– Hey Star?! - Eddy aparecera na porta - O que você está procurando?

De todos os sentimentos que Kory esteva provando na Terra, o susto e medo de ser pega não era dos melhores.

JUMP CITY - CENTRO DA CIDADE

No centro, Dick chegara em sua moto. Por baixo das roupas civis, o traje de Asa noturna o envolvia, envolvia seu corpo e seu estado de espírito. Por trás do Asa decidido e empenhado, havia lampejos de medo, não do que pudesse encontrar, mas da situação em que se encontrava. Ele estava totalmente dominado pela vontade de pôr um fim naquilo tudo e ver que Kory estava em segurança. No fundo ele sabia que nenhum dos Titãs nunca estariam em segurança por completo, mas o anseio de cair nos braços dela, ser feliz e ter por único medo, o fato dela descobrir que ele roncava era um consolo e tanto... um porto seguro.

"Há muitas coisas que eu gostaria de dizer a você
Mas eu não sei como"

Dick estava cada vez mais próximo do endereço de Philipe Collin, e embora conhecesse o centro da cidade tão bem quanto a seu escritório, aquele lugar lhe era, de uma forma ruim e corrosiva, familiar. Aos poucos chegava à casa de Phill e Bill Collin. Dick notou que a residência era próxima ao restaurante onde ocorreu uma tragédia remota que ocupara sua cabeça durante muito tempo. Depois de alguns minutos ali, aquele era último lugar em que ele gostaria de estar. Meses antes, a ruela em que estava era muito frequentada, devido ao novo restaurante popular do centro, porém após o incêndio, não só o restaurante, mas também algumas casas, inclusive a de Phill, passaram a ficar abandonados, o que dava à rua um clima de esquecimento. Estava coberta de poeira, uns pedaços de madeira da construção incendiada ainda jogados pelos cantos e paredes corroídas. Um cenário perfeito para concluir o caos e a destruição.

"Hoje seria o dia
Mas eles nunca vão jogar aquilo de volta em você

Por enquanto você já deveria, de algum modo,
Ter percebido o que você não deve fazer"


– O que o trás aqui até mim, Richard? - Slade aparecera de repente, surgindo de dentro da casa de Philipe. Todavia dessa vez, Slade não se demoraria numa conversa, ele estava decidido a acabar com Asa ali mesmo. Logo tratou de partir para cima do herói, que procurava se defender de todas as maneiras. A situação piorou quando milhares de robôs surgiam para baer ainda mais em Dick - Onde estão seus amiguinhos? Hein? - Socava Rich até que saísse sangue do canto de sua sobrancelha direita e seu nariz.

Na Torre, o café seria interrompido pelo som ensurdecedor do alarme. Cyborg correra para o telão e via Asa em tremenda desvantagem, lutando e tentando resistir a Slade e seus robôs, mas já estava profundamente machucado.

– Vamos Titãs - Cyborg gritou, olhou para o pequeno display em seu braço e vira Eddy nele. - Vamos, Dick precisa de ajuda.

– Já estamos indo, eu e Kory! - Eddy respondia na pequena tela, parecendo aturdido.

Pensando apenas em auxiliar Dick, todos correram e voaram para o local onde tudo ocorria, mais uma vez. Chegando lá, Ravena, Cyborg e Mutano logo reconheceram onde estavam, e um pouco tristeza os invadiu, mas logo estavam a lutar com os robôs, e como se não pudesse ficar pior, Plasmus surgia destruindo o que ainda podia ser destruído.

Snipe, Yanca, chegava atirando com balas especiais nos Robôs, enquanto Mutano e Ravena lidavam com Plasmus. Fred e Frank também ajudavam Cyborg num outro canto do lugar com os robôs e o fato de o número deles aumentarem a cada minuto preocupava os Titãs.

Ainda levando chutes na barriga de Slade, Dick olhou a seu redor e viu que seus amigos estavam lá, mas não achara Estelar, e isso começou a assombrá-lo. Onde estaria a alien? E onde estava Eddy? Não demorou para que sua pergunta fosse respondida, pois os dois logo apareceram, mas não da maneira que ele esperava.

Eddy trazia Kory algemada nos braços e tornozelos, seu rosto estava choroso e Eddy a trazia para perto de Dick, pelos cabelos.

– Estava me procurando? - Eddy dizia, ainda segurando a tamareana pelo longo cabelo ruivo - Nos procurando... eu devo corrigir.

Dick olhava incrédulo para Eddy. Mais do que curioso para descobrir o que o levara àquilo, ele estava totalmente desacreditado que o maior de seus medos estavam acontecendo. Kory não conseguia reagir. Suas emoções a dominavam completamente. Não por coincidência -atráves dos conhecimentos de Slade, na verdade -, ela estava com o mesmo tipo de algemas que os gordanianos usaram para aprisioná-la, e aquela lembrança ao invés de fazê-la voar e usar suas starbolts, a deixava no chão da pior forma que podia ficar. Era como se estivesse em um de seus sonhos... um de seus pesadelos. Ela apenas ficava em pânico e cada vez que se mexia, Eddy apertava seu coro cabeludo cada vez mais forte.

– Eddy por que está fazendo isso? - Dick perguntava, enquanto era segurado pelo Exterminador que claramente ajudava o espadachim.

– Não me chame de Eddy... Pode me chamar de Phill, Phill Collin... Sua namoradinha descobriu primeiro que você, ó grande detetive. - Eddy dizia alternando seu olhar para Dick e Kory que chorava tentando desvencilhar-se dele, sem sucesso.

Dick não acreditava no ouvira, sua cabeça ficava cada vez mais confusa, e ele sentia um misto de raiva, não só de Eddy, mas também de si mesmo por ter confiado no homem, além do pavor de que o desmascarado vilão machucasse Kory. Do outro lado, os Titãs estavam cada vez mais prejudicados, o grande número de robôs e Plasmus os impediam de dar qualquer ajuda ao casal.

– Ed... Phill, não faça isso! Ela não tem nada a ver com qualquer que seja o seu motivo para isso tudo - Dick se pronunciou com raiva e medo transbordando em cada palavra.

– Ela tem TUDO a ver- Phill que era Eddy segurava Kory cada vez mais forte pelo seu couro cabeludo, arrancando alguns gritos e choros da alienígena, deixando Asa cada vez nervoso, e não apenas por estar machucando Kory. - É só uma troca justa... apenas isso. Cala a boca! - ele gritou quando Kory chorava tão alto o impedindo de falar. - Quando você deixou que o Billie morresse, você não parecia estar tão nervoso quanto agora, não é mesmo?! Sim! Eu sou o irmão do Bill, aquele que você deixou morrer em cinzas... E tudo... - agora Phill dizia num sussurro - E tudo isso quando eu havia acabado de me reeguer. Eu era um vagabundo, todos da minha família haviam morrido, eu fui preso por latrocínio, mas só uma pessoa lutou por mim. Eu saí da cadeia, procurei um emprego e depois de muito tempo consegui trabalhar como chefe de cozinha no mais novo restaurante da cidade. Você sabia que meu irmao veio me prestigiar? - Ele perguntava e Dick permanecia mudo, apenas ouvindo toda aquela história ainda sem acreditar - sim, ele veio ver a minha ascensão na sociedade... DE QUE DROGA ISSO TUDO VALE? Aí os grandes Jovens Titãs apareceram, e NÃO SALVARAM MEU IRMÃO!

– Você era o homem no incêndio procurando alguém...- Dick dizia com diiculdade.

– Sim... e você não me deixou procurá-lo. - Phill olhava para tudo a seu redor quando disse. No outro canto da rua Yanca, percebia tudo o que acontecia com o quarteto que conversava. Tentava sair dali para ajudar, mas cinco robôs a seguravam e batiam nela.

– Mas você também ia morr...

– CALA A BOCA! - ele puxou mais uma vez Estelar. Dick num difícil movimento conseguira tirar sua máscara, agora ele olhava Kory nos olhos, deixando que ela também olhasse os seus, e ele via as grandes orbes verdes da princesa totalmente agitados como os de um animal, enjaulado e torturado. Continuava olhando, conforme Phill dizia. - Então eu me juntei os idiotas amadores que combatem o crime, aproveitei o amor de Yanca por você para me aproximar e como bons herois vocês nos acolheram, eu contratei seu inimigo para te quebrar e soltar meus antigos amigos da prisão. Mas você se mostrou forte - Eddy riu - Mas não demorou para que eu percebesse que também... também havia alguém que você amava. E que eu tiraria facilmente de você assim como você fez com meu irmão. Já era, Holmes... Acabou pra sua Watson.

Dick olhava para Kory ainda nervosa, mas seu contato visual com ela a acalmava. Como se olhar nos olhos dele trouxesse aquietude à moça, como se ele dissesse "estou aqui... estou aqui com você" e de alguma forma isso funcionou, porque Koriander se acalmara. Ela estava aprendendo uma nova linguagem, mas não por contato labial, estava aprendendo a linguagem dos olhos. E os olhos de Dick diziam que em meio a todo aquele caos, tudo ficaria bem. Dick passava essa paz, mas ele mesmo estava mais nervoso que nunca. Tudo o que ele mais temia estava acontecendo. A mulher que amava estava em perigo por sua causa. Era seu ponto vulnerável fora do corpo. Seu ponto vulnerável totalmente abalado e machucado, dentro e fora de seu corpo. Estava tão nervoso e seu coração tão acelerado, que por vezes ele tossia ao invés de respirar.

– Phill, a vingança nunca foi um bom motivo para nada, se quer ferir alguém, faça isso comigo... não com ela, por favor! - Dick suplicou ainda sob a forma de Slade Wilson.

– Não foi assim que você pensou no dia do incêndio...

– Vingança nunca termina bem...

– Não vai terminar bem para você! - Phill sacou sua espada, colocando-a no pescoço de Kory. Dick já tinha localizado uma faca média no cinto de Slade e tinha uma estratégia para pegá-la, matar Slade contra a vontade e ainda tentar impedir o golpe de Phill - Você não era uma exceção da regra... É facil perceber Dick... Que todo herói tem seu ponto vulnerável - Phill segurava a espada com força e se preparou para passá-la na garganta de Estelar.

– Todo vilão também!!! - Yanca disse a dois metros de distância de Eddy. Sua arma estava apontada para ele, e uma fumaça saia da ponta do cano.Dick já estava começando a colocar seu plano em prática quando ouviu o disparo da arma de Snipe, que acertou em cheio o peito de Phill, fazendo com que ele caísse no chão, largando Estelar e colocando a mão na ferida.

– Yanca... - Phill começou.

– Traidor! Mentiroso! - ela gritava com a mao no gatilho novamente - colocando nossos amigos em perigo.

– Não, meus amigos... Seus amigos - Phill deixou sua cabeça pender ao chão, assustando Slade que não percebeu que Asa havia roubado sua faca e em seguida tentava acertá-lo. Yanca ajudava uma desesperada Estelar com as algemas.

O exterminador corria, e atrás dele vinha Asa. Slade tacava pequenas bombas em Asa, que desviava. Por azar uma delas foi em direção a Frank que lutava com os Robôs e mal percebera que seria atingido em cheio no rosto. Fred percebendo tudo se colocou na frente do irmão, e algo assustador aconteceu. A bomba explodiu em cheio no corpo de Fred, deixando o desacordado. Ravena percebendo, destruiu os robos que a cercavam e veio ajudar Fred, mas ele não acordava.

Asa não notou os estragos que Slade havia feito. Mesmo machucado e fraco, mirou a faca na perna do vilão, e ao tacar, acertou. Slade caíra do chão, com uma nova costela perfurada e sangrando.

– Você está preso! - Dick dizia com dificuldade, segurando Slade, e tirando dele tudo o que poderia usar como arma.

De repente, os Titãs da Costa Leste chegaram ajudando com os robôs. Ravena um pouco desesperada fazia de tudo para acordar Fred, mas nada o animava. Aos poucos os robôs foram destruídos, e Plasmus subjugado. Slade fora levado a uma prisão de segurança máxima. A superintendência da polícia havia deixado Asa participar do interrogatório, e até que esse dia chegasse Asa não se conteria de felicidade. Mas naquele momento não estava havendo felicidade nenhuma.

– FRED!!!!! FRED!!! ACORDA MEU IRMÃO, POR FAVOR! - Frank dizia aos prantos, abraçando o irmão caído ao chão. Lágrimas também rolavam no rosto de Yanca e ela não conseguia consolar o inconsolável Frank. - POR... FAVOR... EU TE AMO MANO! ACORDA! NÃO ERA PRA VOCÊ TER FEITO ISSO! POR... FAVOR - Frank chorava sem forças, sobre o corpo de Fred. Ravena sentada no chão, não possuía reação. Ela não sabia mais o que fazer para ajudar. Mutano colocava a mão em seu ombro, em sinal de que ela fizera o possível. Sentindo-se culpado, Asa apenas olhava a cena, seu alívio por ver a tamareana a salvo fora preenchido por angústia. Estelar o encarava e abraçava dando apoio ao líder, no momento, o fato de vê-la ali e bem era o que o sustentava. Más y Menos abraçavam Frank com tristeza nos olhos, afastando-o aos poucos do irmão. Cyborg com cuidado pegou Fred no colo e todos foram Torre. Mais uma vez saiam daquele lugar com peso nas costas. Vitória com gosto de derrota. Agora aquele lugar era oficialmente odiado por todos.

Após os Titãs do Leste irem para casa, Cyborg colocara Fred na enfermaria. Ninguém sabia dizer ao certo se o rapaz estava vivo ou morto devido a seus poderes de absorção. Mas Ravena estava decidida que de qualquer forma faria de tudo para cuidar dele. Ela aprendera há muito tempo com seu líder que sempre devia ter esperança, até mesmo nos momentos em que tudo parecia perdido.

Os dias se passaram e a empata, juntamente com o metamorfo, dormia na enfermaria. Ela ficava atenta a qualquer sinal que Fred pudesse dar e Mutano lhe fazia companhia. Ela fechou as cortinas, antes de sentar na poltrona ao lado de Garfield, que estava debaixo de uma coberta. Ela se aninhou ali, compartilhando do calor que ele oferecia.

– Se meus pais estivessem vivos, eu apresentaria você a eles... - Mutano começou, baixinho.

– Eles não iriam gostar de mim...

– Iam sim. - ele sorriu.

– Eu te apresentaria meu pai... se você não tivesse me ajudado a matá-lo - ambos sorriram - mas a Arella, acho que você ainda pode conhecer.

– Esse é o nome da sua mãe?

– É sim...

– Hum -ele fez uma pausa - eu vou tomar um chocolate quente, quer que eu traga pra você?

– Sim, obrigada.

Mutano deixou a sala e Ravena provava um pouco da escuridão. Aquela conversa lhe lembrou a mãe, e ela notora quanto tempo não a via. Já sentia saudades, e planejava voltar lá, mas não iria sozinha.

Dick fora ao quarto de Estelar. Desde o dia em que tudo aconteceu, um dormia enquanto o outro estava acordado. Naquele momento a maior vontade dele era acordá-la e apenas olhar em seus olhos, mas ela parecia tão bem e tão pacífica, mergulhada numa maré de sonhos bons, e ele não queria despertá-la para o pesadelo. Acariciou seus cabelos por um tempo e logo em seguida deixou o quarto, encontrando Yanca no corredor.

– Oi - ele começou, pegando a moça de surpresa - Como você está?

– Ainda um pouco mal por ser a exterminadora do último membro da família dele... embora ele tenha feito o que fez...

– No seu lugar, acho que não teria tanta coragem - ele sorriu para ela, um pouco sem graça.

– É...

Sem dizer nada, Dick a abraçou, deixando Yanca um pouco perplexa, sem retribuir o abraço. Não por desprezo, mas por surpresa.

– Eu queria te agradecer. Mesmo dizendo que nao faria nada por mim e Estelar... você acabou fazendo tudo! Se não fosse por você não sei nem se ela estaria viva.

– Não precisa agradecer - ela respondeu desfazendo o abraço e olhando fundo nos olhos de Dick. Eu te disse: 'sou o que sou'. Eu faço tudo pelos meus amigos.

Após um longo silêncio e troca de olhares, sorrisos se seguiram. Mas todo o clima foi dissipado quando Cyborg chegou correndo no local, dizendo a plenos pulmões, acordando até Kory.

– O FRED ACORDOU! O FRED ACORDOU! - ele disse sacudindo Asa, e abraçando Yanca. Depois bateu firmemente na porta de Estelar, e como o papa-léguas saiu correndo. Yanca e Asa apenas se olharam felizes indo para o local da felicidade e em seguida, Frank também apareceu como um vulto correndo até a enfermaria quase derrubando Kory que aparecera sonolenta na porta de seu quarto.

Na enfermaria Ravena e Mutano sorriam para Fred, que ainda fraco falava coisas em agradecimento. Cyborg chegara animado no quarto seguido de Asa e Yanca. Momentos depois Frank aparecu, com o rosto mais iluminado que o Sol, vendo os olhos de seu irmão abertos.

– FRED!!!! - saiu pelo quarto abraçando seu irmão.

– Assim, você vai me matar. - Fred disse um pouco rouco.

– Seu babaca, não faça mais isso! - Frank bradava, e Kory também havia chegado no local

– Estão vendo o que eu ganho por salvar a vida dele?

–Tudo bem, tudo bem! - Frank sorria, como nunca antes.

Todos se divertiam com a felicidade dos dois. Os Titãs haviam passado poucas e boas nos últimos meses, mas seu amor um pelo outro sempre fazia tudo parecer mais fácil e até divertido. Cyborg ligara pra Sarah a fim de lhe dar a boa notícia, e esta vibrou pelo telefone, sugerindo uma bela noite de pizza. Sugestão bem recebida pelos Titãs.

Kory sorria ao ver que tudo estava bem, aquele era um ótimo motivo para ser acordada ás pressas. Sentiu que uma mão grande pegava em seus delicados dedos médio e mindinho. Olhou para a mão em sua mão e em seguida para o rosto de quem lhe tocara, pôde ver um tímido sorriso branco, e grandes olhos azuis lhe convidando para sair da enfermaria. Era Dick, que a levara para o topo da Torre.

"Eu não acredito que alguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora"

– Eu... estava ansioso para falar com você! - ele disse meio tímido sentando-se no chão que um dia presenciou um dos melhores beijos de sua vida.

– Eu também... - ela fez o mesmo - mas não queria te acordar...

– Eu queria me desculpar com você. Eu jurei te proteger e não deixar que nada de mal te acontecesse. Mas não cumpri isso...

– Mas eu estou aqui - ela retrucou passando a mão direita levemente pelas bochechas de Richard - eu estou aqui com você.

"E todas as estradas que levam você até lá são tortuosas
E todas as luzes que iluminam o caminho nos cegam"

Dick a observou, estava mais feliz do que nunca por mais uma vez poder ver aquele sorriso, sentir aquele perfume e acariciar aqueles sedosos cabelos. Direcionou seu olhar a eles.

"Há muitas coisas que eu gostaria de dizer a você
Mas eu não sei como"

– Quando o Eddy... Phill estava te segurando, eu senti tanta raiva... Ele puxava seu cabelo com tanta força, que eu mal podia me segurar, pra não fazer besteira - ele contava e a moça apenas ouvia com seu mais terno sorriso, como se o que Dick estava falando não passasse de uma história antiga - quase não suportei vê-lo fazendo aquilo... já te falei que amo o seu cabelo? - ele riu.

– Penso que já falou sim - ela levantou as sobrancelhas. Um longo silêncio se seguiu, mas eles continuavam conversando. Usavam a linguagem que aprenderam recentemente, apenas azuis falando com verdes, o que seria mais corriqueiro, já que Dick usava a máscara com menos frequência. - Você mudou Richard...

– Você acha?

– Eu tenho certeza... Te sinto mais presente, mais feliz, mais maduro... eu acho.

– E eu devo tudo isso a você. Talvez eu não estivesse aqui hoje. Acho que estaria num grande buraco de escuridão, solitário, deixando todos vocês cada vez mais, me tornando individual... E eu aqui falando em proteger você, quando na verdade... - ele chegou seu rosto mais próximo do dela - foi você quem me salvou... de mim mesmo eu diria...

"Porque talvez
Você vai ser aquela que me salva"

Não haviam palavras que descrevessem o sentimento dos dois naquele momento. Apenas uma sensação de que tudo estava bem agora os envolviam. O fim da tarde caía selando a promessa de que não importava o que acontecesse, eles se amariam para sempre e fariam de tudo para ficarem juntos. Não havia mais medo.

"E no final de tudo
Você é minha protetora"

– Eu sempre vou estar aqui pra você - ela sussurrou -eu sou sua salvadora. -e o beijou.


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Notas finais do capítulo

Então galera, foi isso, espero que tenham gostado. Adorei esse tempo de postagem, cmentários, dicas, toques e etc.
Bjos e thanks!!!



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