A Lua escrita por Pedro_Almada


Capítulo 40
Tempos de Guerra... Se entregando aos Sentimentos




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Tempos de Guerra... Se entregando aos Sentimentos

    Se eu já me sentia diferente no início, depois de dois anos isso ficou ainda mais evidente. O meu reflexo projetado nas fontes termais era quase um estranho. Os traços mais acentuados no meu rosto, os ombros largos, o porte corpulento, olhos mais decididos e calculistas. Meus cabelos, em um rebelde penteado, a tensão provocando o aparecimento de uma pequena veia na têmpora. Era outra pessoa, mas que eu conhecia bem. Dezoito anos. Eu era um homem. Não, só isso não. Eu era um guerreiro do Submundo.
    De repente, tudo a minha volta parecia mais frágil, facilmente quebrável, um mundo de papel que eu temia derrubar. As lembranças vinham à tona, me atingindo em cheio, apedrejando minha mente confusa. Eu nunca quis isso. Nunca quis liderar um grupo de Homúnculos, nunca quis envolver humanos, mesmo que Haunters, em uma guerra onde a morte era a única certeza, e a vitória apenas uma vaga esperança. Não queria assistir minha irmã, agora com seus dez incríveis anos de vida, crescendo em um mundo surreal, onde a infância era uma etapa queimada por um fogo assassino, insensível e perpétuo. Mas era justamente nesses lugares que eu conseguia forças para conseguir e, durante todo o treinamento, aprendi o quão valioso era cada dia ao lado dos meus amigos.
    Eu estava ali, sozinho no salão, as fontes termais emanando o denso vapor de água, cobrindo o ambiente como uma névoa morna. Era aconchegante. Ali era possível pensar em tudo sem sentir ódio de mim mesmo. Algumas coisas eu já havia perdido antes mesmo da guerra. Minha mãe se afastou ainda mais, nossa relação se tingiu de preto, uma imensa muralha, impenetrável, mais forte do que eu, brotou entre nós dois. Já não nos falávamos, ela estava sempre ocupada fazendo alguma coisa no Conselho, sempre ao lado de Ross Grant. Agora era oficial. Não havia mais nenhum sentimento forte, indestrutível, entre nós dois. Eu era um órfão naquele mundo louco.
    Meu pai, depois de tanto tempo, já não o via mais. Eu sabia que estava seguro com Sr. Phebo, o mais novo amigo de Emi, também conhecido como sentinela do Oráculo. Eles estavam em algum lugar, bem escondidos.
    Aloysius Atwood. Lembro-me de ouvir esse nome como se fosse ontem, quando Angeline White viera a minha casa, antes de ir ao Submundo. Era considerado um Homúnculo “nobre em meio à nobreza”. Quando soube quem era, senti uma repulsa tremenda. “Careca, os olhos muito negros e um piercing gigantesco no queixo e outro menor na sobrancelha”, o homem que havia me abordado durante a minha invasão na base dos Patriotas. Atwood havia escolhido o seu lado. O pior deles. Agora liderava, secretamente, um grupo de Rubros traidores. Ele havia investido um ataque contra uma pequena colônia de Alucates do Alaska. Houve muito sangue. Atwood conseguiu fugir, rindo cinicamente, dizendo ter feito uma ótima escolha ao se tornar um Patriota.
    Era isso, os lados estavam formados. Alucates, Patriotas e nós, os tradicionais Homúnculos, que ainda se empenhavam em cumprir o objetivo.
    Durante todo esse tempo, busquei a Sala Octogonal, sem sucesso. Não era uma notícia tão ruim. Se eu, com a chave e tantas informações, não era capaz, quem mais seria?

    _ Você já está aqui há duas horas.
    A voz de Abi me despertou. Eu abandonei meu reflexo na fonte e me virei em sua direção.
    Era linda! Havia crescido um pouco. Jovem, com seus preciosos dezenove anos de vida, concedendo-lhe uma beleza inabalável. Seus cabelos, antes curtos, estavam um pouco mais compridos, um tom castanho ligeiramente mais escuro. Uma franja impecável cobria sua testa, destacando os seus belíssimos olhos azuis. Tinha encorpado também, um corpo de mulher, sedutor, maduro. Estávamos crescendo.
    _ Ah, eu, é... Foi mal.. – eu me atrapalhei – Algum problema.
    Ela sorriu.
    _ Engraçado você perguntar isso, diante da situação atual.
    _ Ah, é... Claro que não está nada bem.
    _ Mas vai ficar – ela me assegurou. Sentou-se ao meu lado, passando os dedos sobre a superfície da água morna – Eu sei que vai.
    Deixei o silêncio dominar o clima por alguns minutos, curtindo a simples alegria de ter Abi ao meu lado. Minha aparência não foi a única coisa que mudou nesses dois anos. Meu amor, intenso e desesperado, por aquela linda garota irreverente, havia mudado. Crescido, inchado como um balão.
    _ Abi... – eu murmurei.
    _ Diga.
    Eu procurei as palavras certas, mas não sabia se era capaz de demonstrar o que eu sentia. De alguma forma, ela sabia, mas eu queria que ela pudesse ouvir da minha boca. Muitas e muitas vezes ela me deu a oportunidade de falar, mas depois de um tempo, percebendo minha hesitação, parou de dar tanto espaço. Talvez eu tivesse lhe dado a falsa impressão de não corresponder aos mesmos sentimentos, ou talvez ela não correspondesse.
    _ A gente vai perder muita coisa, hein...
    Ela me fitou com aqueles olhos cheios de expressão, como um abraço.
    _ Uma guerra difícil – ela disse – temos um grande grupo, mas não somos os únicos. Alucates, Patriotas... Não sei o que vamos perder... Mas, sim. Vamos perder muita coisa. Muitas pessoas.
    _ Não quero que seja você.
    Ela me olhou, surpresa.
    _ Qualquer coisa. Eté mesmo eu, não me importo – eu disse, com a voz embargada – mas não você.
    Ela fez menção de me tocar, mas retrocedeu a mão, hesitante. Tudo o que eu queria era ser tocado por ela, mas não naquele momento, não no momento em que, o meu maior medo, era me apegar, viciar nesse toque, e, depois, não tê-lo mais.
    _ Eu não vou a lugar nenhum, Matthew – ela disse. Nossa, como era linda! Tão mulher, tão madura! – estarei sempre aqui.
    _ Eu espero que sim.
    Ela se aproximou um pouco mais, e nossos ombros se tocaram. Ela deu uma risada leve, graciosa.
    _ O que foi? – eu perguntei, curioso.
    _ Lembra do primeiro dia? – ela me olhou, rindo, mas com uma fina camada de água nos olhos. Uma lágrima reprimida – Quando nos conhecemos?
    _ E como iria me esquecer?
    _ Eu esbarrei em você de propósito.
    Ela me pegou de surpresa.
    _ Por quê? – eu a fitei, sentindo que as palavras dela significavam mais do que eu poderia querer ouvir.
    _ Achei você diferente. – ela admitiu – não era como os outros. Não ria a toa, não ficava olhando para as outras garotas, não se sentia o rei da testosterona.
    Eu sorri encabulado.
    _ E por isso.
    _ Isso? – perguntei – isso o que?
    _ O seu sorriso – ela completou – Por isso me aproximei. Seu sorriso era misterioso, você não sabe o quanto.
    _ Você diz como se eu fosse interessante.
    _ Só você ainda não se deu conta.
    Por que era tão fácil pra ela dizer essas coisas? Nunca fui bom com as palavras. Senti meu rosto corar, queimando minhas orelhas. Ponto fraco.
_ Algum dia isso tudo vai acabar, Matt – ela refletiu – vamos ser felizes novamente, poderemos nos preocupar mais com nós mesmos, vamos juntar nossos amigos, curtir um dia juntos, fazer todas essas coisas.
    _ Como você consegue ser tão otimista? Quer dizer, não que eu não seja. Mas eu to com tanto medo. Não por mim, entende? Mas e a Emi? Minha família, você, nossos amigos...
    _ Vamos permanecer juntos, Matthew – ela interveio – até onde nos for permitidos caminhar.
    _ Eu só não quero deixar ninguém pra trás.
    _ Eu te conheço. Você não vai.
    Ela deu um tapa amigável no meu ombro e se levantou.
    _ Brian está te procurando. Acho que ele tem um bom plano de ataque.
    _ Alguma informação sobre as tropas inimigas? – perguntei.
    _ Sim. Parece que eles descobriram algo sobre a máscara. Lembra-se da escrita no bocal do trompete? Pois bem, Jericho leu e, durante todos esses anos esteve procurando uma coisa.
    _ Que seria...
    _ “Barnaby Adams – Concerto de Charlotte”. – ela recitou – era um antigo compositor. Desertado.
    _ Sério? – eu arqueei as sobrancelhas, surpreso.
    _ Claramente. Parece que as composições gravadas em partituras de Adams desapareceram na década de sessenta e, depois disso, ninguém mais as viu. Dizem que Adams compunha suas músicas baseada em mensagens subliminares. Jericho deve ter descoberto alguma coisa.
    _ O que poderia...
    Foi como um estalo no meu cérebro. Ficou claro de repente.
    O bocal de um trompete. Partituras. Uma sereia muda com um instrumento. Uma ferida. Um coração arrancado e arremessado no mar. Águas que curam as feridas.
    _ Precisamos das partituras! – eu chiei, num salto.
    _ Ah, não! – ela me encarou, desanimada – foi essa a cara que você fez quando decidiu pegar a chave de volta.
    _ Eu não vou ser idiota dessa vez! – eu disse, sem deixar transparecer tudo o que eu sabia. Tinha de continuar com minha promessa, de não contar nada sobre isso a ninguém, que não fosse Emi – onde eles pretendem atacar?
    _ Não sabemos.
    _ Precisamos saber! Temos que chegar lá antes deles!
   
    Reuni um grupo básico. Não envolvi nenhum dos meus amigos dessa vez. Apenas Homúnculos experientes, fortes, com habilidades surpreendentes. Brian insistiu em fazer parte e, depois de uma discussão terrível e longa, permiti que ele lutasse também. Will também se colocou para ajudar. Ele havia crescido muito, já devia alcançar uns dois metros. Mas Cadence não permitiu, mesmo porque, seria arriscado demais um Haunter surdo numa primeira batalha.
    Abi insistiu muito, mas eu havia descartado sua participação. Eu estava no comando, então ela não podia discutir.
    _ Toma – eu tirei a corrente do pescoço, colocando-a no pescoço de Abi – eu prometo que volto para pegar de volta.
    Ela assentiu.
   
    O grupo estava reunido. Estevan e Sophie estavam no grupo, e tinham uma pista quente sobre onde poderiam estar as partituras de Adams. Estavam todos reagrupados no pátio, uma equipe de vinte homúnculos, todos experientes. Deixei Brock no dormitório, pedindo para aparecer apenas se fosse estritamente necessário. Eu ficaria bem. Ficaria?
    Fui até o salão de fontes termais, quase sempre deserto, a procura de Abi. Ela estava bem ali, amargurada, segurando firmemente o chave em seu pescoço, como se isso pudesse dar forças à minha promessa.
    _ Abi...
    Ela se virou, sorrindo fracamente.
    _ Que bom que ainda não foi...
    _ É eu... Vim me despedir.
    Ela fechou a cara, como se eu a tivesse ofendido. Ela não queria ouvir sobre despedidas, muito menos eu. Mas era algo que devia ser pensado. Não sabia se voltaria vivo do meu primeiro combate e temia não poder cumprir minha palavra. Eu havia decidido contar a Abi o que eu sentia, revelar meus sentimentos, e me despedir, como um soldado faz antes de morrer na guerra e abandonar esposa e filhos.
    _ Não é justo. Você disse que...
    _ Eu farei o possível – avisei, abraçando-a – prometo. Mas quero que saiba de uma coisa... Algo que eu preciso te contar.
    Ela continuou em silêncio, deixando escapar uma pequena lágrima.
    _ Eu amo você.
    Ela não demonstrou surpresa.
    _ Isso pode não ser o suficiente, mas é algo que eu sinto, muito mais do que posso expressar com palavras.
    _ Eu sei... Eu também me sinto assim.
    Nós nos encaramos. Vi cada detalhe dos seus olhos, o tom avermelhado surgindo nas extremidades do bulbo do olho, indicando um choro contido, suas pálpebras trêmulas, enquanto mordia o próprio lábio. Ela me olhava com a mesma intensidade.
    _ Não me faça odiar você, Matthew – ela pediu, com a voz embargada – não me faça perder você.
    _ Você vai me ter pelo tempo que quiser, Abi. O meu coração já é seu. – de repente, diante da urgência e a possibilidade de não voltar, as palavras vinham escritas em minha mente – Mas EU não posso ser inteiramente seu. Também pertenço a uma maldição, todos nós pertencemos. Preciso ir e, com vocês longe dessa briga, eu vou me sentir melhor. Prometa-me...
    _ Chega, não quero ouvir nada disso. Não é pra ser uma despedida...
    Ela me abraçou com força, nossos corpos, pela primeira vez, matando uma sede cultivada durante esses dois anos. Agora, entrelaçados no provável último abraço, eu sabia como era importante vê-la longe de problemas.
    Ela beijou o meu queixo, minha bochecha, minha orelha, como se quisesse gravar cada traço do meu rosto. Ela não admitia, mas sabia que eu poderia não voltar. Eu retribuí os beijos, envolvendo-a num abraço romântico, apaixonado, tocando suas costas com minhas mãos trêmulas. Eu desejava tanto isso, e, agora, era como se eu estivesse prestes a perder.
    Minhas mãos seguiram seu próprio caminho, seguindo a linha reta que demarcava sua coluna. Meus dedos passaram por baixo da sua jaqueta, sentindo a textura macia da sua pele.
    Ela deteve o nosso beijo, me olhando, surpresa. Era isso? Era assim que iríamos nos despedir? Entregarmos-nos inteiramente um para o outro num gesto de despedida? Talvez sim. Estávamos prontos para isso. Na verdade, estávamos prontos até mesmo para a morte. Isso era só um detalhe.
    Silenciosamente, retomamos nosso beijo. Ela me ajudou a tirar sua jaqueta e, aos poucos, meus lábios sentiam seu pescoço, uma veia pulsando atiçando minha boca. Eu podia sentir sua circulação quente desafiando meus lábios a prosseguirem. Ela levou as mãos aos meus ombros e, lentamente, puxou a minha jaqueta.
    Minhas mãos pousaram em sua cintura por um instante, enquanto Abi respirava, ofegante, no meu pescoço, eriçando meus cabelos. Minha mão subia aos poucos, trazendo junto sua camiseta vermelha, exibindo seu abdômen tão perfeito, um umbigo delicado e a pele tão docemente lisa.
    Ela fez o mesmo. Senti sua mão subindo por dentro da minha camisa, tocando meu peito, deslizando até as costas, como se buscasse, desesperadamente, o lugar ideal para repousar em um sono eterno, onde estaríamos juntos para sempre.
    Ela tirou minha camisa, atirando-a para um lado, segurou minha nuca com delicadeza e acariciou meus cabelos. Eu a puxei com os meus braços entrelaçados em seu corpo, seu seio nu tocando meu peito nu, nossos corpos se acolhendo nesse mesmo sentimento, nesse mesmo desejo, como uma prece fervorosa. Éramos um do outro agora, mesmo que isso durasse apenas um dia. Se eu caísse por terra naquela guerra, não seria tão doloroso. O que eu mais queria, já tinha conseguido.
    Carreguei-a até as águas quentes da fonte termal, que nos cobriu como um manto morno, nos envolvendo e nos tragando para dentro dessa sensação excitante. Eu a beijei como se jamais pudesse fazer isso outra vez, ela retribuiu fervorosamente. Desabotoei sua calça e, em seguida, a minha.
    Nossas pernas nuas se entrelaçaram e, sedento desse desejo, tomei-a para mim, somente minha, nesse ato que ia além do prazer. Éramos adultos, tínhamos o direito de mostrar esse amor da forma que desejássemos.
    Nosso momento de carícias foi o suficiente para suprir qualquer temor. Seus suspiros me transportaram para longe de toda aquela confusão e, de repente, nada mais importava.

    _ Você é um anjo... – murmurei no ouvido dela.
    Estávamos abraçados, ainda envolvidos pela água quente da fonte, apreciando nossos últimos minutos.
    _ Não – ela sorriu – anjos não pecam... Não como nós.
    Ela beijou o meu queixo, e pousou a cabeça em meu peito.
    _ Acho que preciso ir – avisei.
    Ela estremeceu.
    _ Não precisa.
    _ Mas eu quero.
    Ela permaneceu em silêncio. Abraçou-me com força.

    Caminhei vagarosamente pelo corredor, encharcando minha roupa com meu corpo molhado. Abi pedira para ficar um tempo na fonte, não queria me ver sair pelo portão de entrada. Talvez quisesse guardar o nosso momento como minha última lembrança.
    Brian e os outros estavam a minha espera, ansiosos.
    _ Demorou, hein – falou Brian, me olhando com ar duvidoso – o que estava fazendo?
    _ Banho – murmurei – esfriar a cabeça.
    _ Claro...
    _ Acho que estamos prontos – murmurou Estevan – Não. Tenho certeza. Estamos todos prontos.
    _ Vai dar certo. – eu assegurei a todos, uma multidão de olhos me encarando. Não que me considerassem um líder, mas eu era um Haunter com potencial para encontrar Jericho. Eu representava o perigo e a esperança para eles. Irônico – Tenho certeza que vai dar certo.
    _ Ok, chega de conversa – Brian bateu uma mão na outra – temos uma platéia nos esperando. Não vamos deixá-los esperar.

    Duas algueoras estavam nos esperando do lado de fora, menores, acinzentadas, o suficiente para caber os vinte Homúnculos prontos para a guerra. Eram criaturas graciosas e, ao mesmo tempo, perigosas, não conscientemente. Ossos capazes de matar Homúnculos. Taí uma coisa que eu não queria ver para conferir.
    _ A embarcação chegou, moças – falou Estevan, bem humorado. Não que fosse ruim naquela situação, mas ele parecia gostar de lutar, mais do que qualquer coisa.
    _ Estevan – eu o chamei.
    _ Fala.
    _ Você tem alguma pista? Sobre As partituras de Adams? – eu perguntei.
    _ Na verdade, eu sei exatamente onde está.
    Eu o fitei, confuso.
    _ O que quer dizer com isso?
    _ Que temos um espião lá dentro. Não se preocupe, eu tenho meus métodos.
 


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Notas finais do capítulo

é muito pedir por um reviewzinho só? xD
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