A Lua escrita por Pedro_Almada


Capítulo 36
A Guerra das Três Pontas




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A Guerra das Três Pontas

    O pátio era o mesmo como sempre foi. O cheiro úmido e misterioso, as pedras escuras que compunham toda a estrutura de um mundo secreto no interior das montanhas do deserto, a fonte de Madeleine, os rostos pouco conhecidas, mas ao mesmo tempo tão familiares. Tudo comum e aconchegante. As pessoas nem se deram ao trabalho de notar minha aparição repentina. Cary sabia ser discreta... Quando queria.
    Olhei para o lado, mas não havia nenhuma mulher nua e brilhante. No seu lugar, um cão adorável e marrom caramelo me encarava com curiosidade, quase divertido, como se avaliasse minha reação.
    _ Valeu – eu agradeci.
    Brock latiu animadamente, botando sua língua rosada pra fora. Como era possível? Um mundo como esse, com o inimaginável e desconhecido, todas essas mudanças e segredos. Era como se minha vida como humano normal não fosse nada além de um borrão confuso e estranho pintado pelas mãos tortas do passado. Fiquei surpreso por meu cérebro ainda não ter enguiçado com tantas novidades. Cary foi a melhor coisa que havia me acontecido nos últimos dias.
    Durante muito tempo me senti pisando na linha que dividia o Mundo e o Submundo, e eu me sentia sozinho sobre essa fronteira. Agora, ao lado de Cary, eu não me sentia sozinho. Não era uma sensação que os meus amigos pudessem me dar. Era algo que eu tinha apenas com ele, meu ChAngel, um anjo da guarda.
    _ Vamos, Brock... Hã, Cary.
    Ele acompanhou meus passos fielmente, seus olhos redondos e castanhos pareciam analisar cada centímetro a nossa volta, avaliando o nível de perigo, provavelmente. Me peguei rindo, imaginando o que Abi e Brian diriam quando vissem Caryenane.
    Então pensei em Cary. Em Estevan, em meus amigos. Me senti um babaca. Eu não merecia toda aquela atenção, todos os cuidados. Essa insatisfação, de certa forma, me deixava mais feliz, pois era exatamente o que eu merecia.
    Já estávamos nos dirigindo à escada que dava ao dormitório dos Estranhos, quando uma repentina movimentação chamou minha atenção. As pessoas estavam se reunindo, organizadamente, ao redor da estátua de Madeleine.
    _ Ah, claro! – exclamei – o Duelo.
    O narrador do Duelo já estava de pé sobre a fonte, aguardando a movimentação amenizar. Ele parecia tão ansioso quanto qualquer um, mas sempre muito civilizado, sem aquele instinto de gladiadores ensandecidos e irracionais. Era como um teatro da Broadway.
    O locutor virou-se para a fonte, esfregando as mãos. Ele murmurou algumas palavras desconexas, como as que meu tio usara para entrar na montanha. A estátua da sereia começou a se desmanchar, cedendo em filetes de líquido negro, como um cubo de gelo derretendo instantaneamente. Levou alguns segundos para se formar uma poça gigantesca e escura, até começar a perder sua pigmentação e a se solidificar aos poucos. Não demorou nada até formar um enorme círculo branco, um ringue de luta.
    _ Essa é a melhor parte em ser Homúnculo – eu murmurei para Brock, que latiu veemente – hei, o que eu posso fazer? Está no meu sangue.
    Ele curvou a cabeça encenando desaprovação. Voltamos nossa atenção para o ringue, eu particularmente ansioso. Seria uma boa assistir uma luta para descontrair. A chave segura em meu pescoço, uma nova aliada ao meu lado, as coisas estavam melhorando. Eu desejei que continuasse assim.
    _ Senhoras e senhores! – anunciou o locutor, dirigindo-se para o centro do “picadeiro” – sem mais delongas! Vocês não vieram aqui para me ouvir, certo? Vocês vieram para VER! Uma luta incrível! Alguém! Alguém disposto! Venham, quem serão os adversários essa manhã? Olhem para o céu, minha gente! Está um lindo dia para lutar, não acham?
    As pessoas riram pomposamente, como se fosse uma peça teatral de comédia. A única coisa que eu poderia sentir, por outro lado, era ansiedade. Mas eu estava decidido. Não iria lutar. Não queria me arriscar e deixar meu instinto Haunter aflorar descontroladamente, como aconteceu da última vez.
    Meus olhos procuraram por qualquer sinal de espontaneidade para uma luta, mas ninguém parecia muito disposto a lutar. Estavam se entreolhando, com ares sorridentes, esperando a iniciativa de outro. Então eu vi, ao longe, as pessoas que eu estive pensando durante toda a noite.
    Charlie, Abi, Camille, Brian, Dominique, Archy, Ethan e Ephraim caminharem, juntos, até o pátio. Me esquivei do olhar minucioso de Camille, que rondava cada extremidade. Me abaixei por um segundo para me manter longa do campo de visão deles. Não era um bom momento para eu aparecer. Eu estava esperando a poeira assentar e, então, me desculpar com todos. No momento eu não me sentia no direito de me juntar a eles. Richard, ao lado de Emi, vieram logo atrás.
    Senti um puxão na barra da minha calça e voltei minha atenção para Brock. Ele estava me fitando com um olhar cheio de expressão. Seria mais fácil se ele pudesse falar.
    _ O que foi, Brock?
    Ela apontou para o fundo do salão com o focinho comprido e molhado. Eu me virei.
    Sammael vinha, com passos urgentes e apreensivos, em direção à multidão, acompanhado por Sophie, Estevan e outro grupo de Homúnculos. Pela expressão de todos, algo de inesperado e muito grave tinha acontecido. Meus olhos demoraram um pouco mais em Estevan. Alguma coisa havia acontecido no meio tempo em que eu saíra daquele ninho de cobras, e Estevan parecia saber, e não era coisa boa. Sua expressão era de extrema preocupação, a pele acinzentada levemente mais pálida, os olhos cansados, mas em alerta.
    Alguma coisa de muito ruim tinha acontecido. O locutor notou a presença de Sammael e o grupo, boquiaberto. Todos a volta seguiram o olhar do narrador. Logo, todos no pátio estavam com os olhos fixos no grupo sério logo atrás.
    _ Ah, senhores... – o locutor falou em um quase murmúrio – acho que o duelo foi cancelado.
    Sammael não cessou os passos. Ele, acompanhado dos outros homúnculos, atravessaram o pátio, passando pelas outras pessoas que se afastar caminho. A atmosfera estava carregada de repente, uma densa nuvem negra pairando sobre todos, o prelúdio de uma notícia nada agradável.
    Estevan parecia procurar por alguma coisa no meio da multidão. Olhou fixamente para Brian e, em seguida, suspirando, olhou para Sammael novamente. Eles não sabiam que eu estava ali, Estevan não sabia onde eu estava. Provavelmente estaria me procurando, principalmente depois de saber que eu era um Haunter.
    Bloqueei qualquer pensamento que pudesse me distrair, fiquei atento ao que estava por acontecer. Sammael tomou a dianteira do grupo e foi até o ringue. Murmurou alguma coisa no ouvido do locutor, algo que eu não tive tempo de ouvir, foi rápido e curto. O locutor assentiu, preocupado, e se retirou do Círculo de Duelos. Logo, apenas Sammael estava acima, no ringue, encarando a multidão. As pessoas murmuraram por alguns segundos, curiosos, e apreensivos.
    _ Amigos e irmãos – a voz de Sammael soou imponente, mas tinha um tom de pesar.
    Todos se mantiveram em silêncio. Brock grunhiu baixinho, mas ignorei.
    _ É com pesar que venho até vocês – ele continuou quando o silêncio reinou no pátio – Em um dia comum, eu estaria aqui, desafiando um velho amigo, alegrando mais um dia de Duelo. Mas, infelizmente, os Duelos serão adiados por tempo indeterminado, e temo que não seja breve.
    Meus olhos correram até Abi. Ela parecia preocupada, e eu senti um desejo súbito de estar ao lado dela e dizer que as coisas iriam acabar bem. Besteira a minha, eu não tinha certeza disso.
    _ Vocês devem ter notado, essa manhã, como o nosso grupo foi reduzido sensivelmente. – ele fitou para todos os rostos confusos – e isso é explicado por uma triste notícia. Por anos tivemos espiões, traidores mentirosos, vivendo em nosso meio, roubando informações, sempre um passo a nossa frente.
    Ele fez uma pausa, olhando diretamente para Estevan. Sammael fez um gesto e ele se aproximou lentamente.
    _ Durante algum tempo, estivemos em domínio inimigo, pagando a traição com a mesma moeda. Estevan Blair, nosso fiel e corajoso espião, esteve infiltrado na base dos Patriotas, um grupo de Homúnculos que pretende se voltar contra humanos e aqueles que se oporem à extinção da raça. Graças a Estevan, obtivemos todos os nomes dos traidores, e conseguimos desinfetar nossa Célula dessa escória.
    _ São loucos! – gritou alguém na multidão – se matarem os humanos, todos morreremos!
    _ Não exatamente – disse Sammael – eles pretendem pegar a máscara de Agammêmnon.
    Murmúrios nervosos ecoaram em todo o pátio.
    _ Acalmem os ânimos, amigos – pediu Sammael, estendendo a mão – todos os espiões foram... Eliminados.
    De imediato, me toquei porque Claus não estava ali.
    _ Um bom guerreiro e supostamente fiel às regras, Claus Renwick... Ele também era um espião. Precisou ser exterminado. – as vozes exclamaram em tom de desaprovação e espanto – Amigos! Acalme-se! Claus era um inimigo, representava perigo para todos nós!
    _ Deixem que encontrem a máscara e matem os humanos! – falou um no meio da multidão – não merecemos essa vida de escravidão, protegendo humanos de feras do submundo, de ataques...
    _ Silêncio! – ordenou Sammael – nenhuma atitude revolucionária será tolerada! Aquele que tomar uma decisão, escolha logo o seu lado! Lutaremos contra os Patriotas!
    _ Absurdo! – gritou outro na platéia – vamos lutar contra nossos irmãos para salvar a vida dos humanos!
    _ Cale-se! – respondeu outro desconhecido na multidão – não temos o direito de decidir quem vive ou quem morre! Os humanos não tiveram culpa alguma dessa maldição que caiu sobre nós!
    _ Muito menos nós, ou nossos filhos!
    _ Mas nós vamos pagar o preço! – bradou Sammael interrompendo a discussão – como guerreiros... Com honra, sem medo. Existe um equilíbrio entre a divisão do Mundo e do Submundo. Não podemos quebrá-lo. Logo, irmãos estaram lutando entre si sem motivo. Nosso objetivo nos mantém sãos, meus irmãos! Devemos nos mobilizar, combater os Patriotas e proteger a raça humana! Não apenas por ser uma obrigação, mas por bom senso, eles também merecem viver!
    Todos trocaram olhares e palavras fervorosos e silenciosos, discutindo e refletindo sobre as palavras de Sammael. Ele se mantinha sério, centrado, encarando todos com um olhar de puro desprezo, como se todos ali fossem traidores. Não era pra menos, a reação dos Homúnculos era vergonhosa.
    _ Soubemos por fonte confiável que Jericho Barclay, o jovem que, antes estava destinado a nos salvar, se aliou com Parlomeus Vance, conhecido pelos seus pupilos por Papah.
    Então esse era o nome de Papah, Parlomeus e, pior, era um Vance. Mais uma vergonha para ser incluída em minha árvore genealógica.
    _ Mas Parlomeus estava...
    _ Morto? – completou Sammael à afirmação de um dos Homúnculos na multidão – Não. Foi isso que todos pensamos. Mas não é verdade. Ele esteve vivo todo esse tempo, sofrendo de uma doença que destruía seu corpo, mas, nesse tempo, ele fortaleceu a sua mente. Ineficiente em ataques físicos, mas desenvolveu suas habilidades de forma inusitada.
    _ Vamos matá-los! – gritou um deles – invadimos o lugar e...
    _ Impossível – dessa vez foi Estevan quem interveio – eles mudaram de base, abandonaram a última quando descobriram que eu era um espião.
    _ A tentativa de capturar a máscara não será nosso único problema, irmãos – continuou Sammael – Eles possuem uma carta na manga... Eles têm, ao seu lado, Jericho Barclay... Um Haunter.
    Os uivos de espanto e as gargalhadas se misturaram no ar denso, um chiado agourento. As vozes misturadas, os gritos de zombaria e espanto, era uma cena perfeita para concluir. O inimigo estava muito mais preparado.
    _ Não seja tolos, irmãos! – pediu Sammael, em tom de urgência – Não pensem que todos os Haunters estão mortos! Nós tivemos dois em nossa Célula em apenas um dia.
    _ Dois? – perguntou o mesmo homem zombeteiro na multidão – algum outro além de Barclay?
    _ Sim... Matthew Vance, filho de Elisabeth Vance, neto de Vincent.
    _ Isso é tolice!
    _ É a verdade – avisou Estevan, se adiantando – e toda ela será contada. Só peço que sejam pacientes, compreensivos, que tentem manter a mente aberta. Haunters não foram extintos. Não como pensávamos.
    _ Onde está Matt? – uma garota perguntou, aflita.
    Meus olhos pousaram no rosto preocupado de Abi. Ela tinha as mãos entrelaças em uma prece silenciosa, um gesto que perfurou o meu peito, me tirando todo o ar.
    _ Não sabemos – falou Estevan – ele conseguiu fugir da base dos Patriotas, mas não foi visto desde então...
    _ Ele está bem? – perguntou ela novamente.
    _ Sim. Ao que parece, ele conseguiu usar sua habilidade Haunter. Está são e salvo em algum lugar.
    Ao longo da “assembléia”, Estevan e Sammael foram se revezando para contar todos os acontecimentos, Estevan explicando os detalhes. Falaram sobre tudo. O meu empenho da luta, meu instinto Haunter, Estevan sempre assegurando que eu era uma boa pessoa. Sobre a máscara, a chave que esteve em domínio de Jericho, até eu fugir com ela. A única coisa que ele não mencionou, curiosamente, foi o aparecimento de um ChAngel. Imaginei que, com mais um acontecimento raro e inusitado como esse, as pessoas começariam a dar menos crédito ao pronunciamento de Sammael.
    A cada palavra dita, risos e espantos eram ouvidos em uma mescla de opiniões. Alguns não concordavam, mas, decididamente, todos pareciam estar convencidos. Estevan disse tudo o que podia. Explicou sobre a habilidade de Jericho, capaz de encontrar outros Haunters, assim como eu também era capaz. Mantive-me às escondidas, tentando não chamar a atenção, tomando cuidado para que ninguém me reconhecesse como Matthew Vance. Minhas roupas comuns não me ajudavam a me manter discreto.
    _ Mas isso não é tudo – continuou Sammael, após explicar tudo o que sabiam sobre os Patriotas – existe ainda um outro problema. Recentemente, Patriotas travaram um conflito entre Alucates.
    _ Deixem que se matem! – aconselhou uma mulher alta e loura na multidão.
    _ Não é tão simples – continuou Sammael – Alucates estão declarando guerra contra os Homúnculos. Além disso, recentemente Blaine Grant, um dos Alucates mais perigosos, descobriu a existência da chave da Sala Octogonal. Ele esteve bem perto de conseguir, mas Matthew Vance conseguiu atrasar seus planos. Eles pretendem obter a máscara de Agammêmnon.
    _ O que significa? Que estamos contra os Alucates por causa disso, também?
    _ Infelizmente sim – confirmou Sammael – Isso é uma guerra, irmãos. Uma guerra...
    _ Três lados – continuou Estevan – Três extremos.
    “Três pontas de um triangulo”, pensei comigo mesmo. O conflito estava para começar, uma guerra iminente e impossível de ser detida.
    _ Só podemos fazer uma coisa – Sammael encarou a todos, com o olhar significativo – que precisamos nos preparar para a guerra... As Sessões de Duelo não serão mais diversão. Serão obrigatórias!

    A multidão se dispersou. Todos pareciam apreensivos. Precisavam se preparar para uma luta que estava prestes a explodir e, por mais que eu quisesse não pensar no assunto, sabia que, em, guerras, muitas vidas seriam perdidas. Torci para que nenhuma das MINHAS vidas fossem perdidas. Eu fiz uma promessao particular. Eu seria o ChAngel da minha família e amigos.

    Ao lado de Brock, fiquei escondido em um corredor normalmente deserto até o fim da tarde. A balbúrdia perdurou por longas horas. Mensageiros saíram em todas as direções para informas às outras células, preparar tropas, guerreiros, iniciar um longo e estafante treinamento. Eliminar qualquer Patriota ou Alucate que cruzasse o nosso caminho. Essas eram as ordens do Conselho de Sonora, sempre tão radical. O que diriam os outros conselheiros? Seriam tão radicais quanto Sammael e os outros? Imaginei que sim. Se foram capazes de exterminara uma categoria de Homúnculos no passado, o que os impediria de repetir a cena outra vez?
    Subi as escadas assim que o pátio ficou praticamente vazio. Corri até a escada, receoso, dividido entre a vontade de desaparecer ou encontrar com meus amigos. Mas eu devia uma explicação a eles. Uma explicação e uma desculpa. Corri até a entrada do dormitório. A porta de madeira velha não era capaz de abafar as vozes e os suspiros apreensivos de Abi e Charlie, a impaciência de Camille ou a impaciência de qualquer outro.
    Engoli todo o ar que consegui acumular, como se estivesse prestes a mergulhar em uma piscina. Com as mãos na porta, empurrei-a, rangendo com o movimento.
    Eles estavam sentados em volta da mesa, exceto Abi e Archy, que caminhavam de um lado para o outro, ansiosos. Os rostos se voltaram para mim imediatamente, petrificados, como se estivessem vendo um fantasma.
    _ Hã... Boa noite? – arrisquei, sorrindo.
    A melhor coisa que eu senti naquele dia foi o abraço de Abi. Ela me abraçou com tanta ternura, tão fervorosa, que não ousei quebrar aquele clima, apenas deixar a bochecha macia de Abi tocar o meu pescoço, seus braços me envolverem em algo muito além de um simples abraço de saudade. Era como se ela precisasse disso. Eu precisava também. Como nunca!
    Ela me soltou subitamente e me socou o nariz. Droga! Eu precisei me encolher no canto da parede, esfregando o rosto com ferocidade, sentindo as gotas de sangue escorrerem até o meu queixo.
    _ Inferno, Abi...
    _ Nunca mais faça isso! – ela gritou – O que você tinha na cabeça? Queria morrer, é? Queria provar alguma coisa? Seu idiota... Seu... Urgh!
    Eu não consegui evitar o sorriso de satisfação, vendo Abi tendo um acesso de raiva, mesmo sentindo que meu nariz tinha sido fraturado com o golpe.
    _ Matt! – Archy veio me receber com um tapa amigável no ombro – que bom que está de volta!
    Eu assenti, esperando o meu nariz “colar” no rosto outra vez.
    _ Eu peguei... – murmurei, sentindo o gosto de ferro do sangue que escorria em meus lábios – peguei a chave.
    Enfiei a mão por debaixo do moletom e tirei o bocal de trompete, exibindo-o a todos.
    _ Foi difícil... Mas consegui.
    Atrás de mim, Brock latiu, indignado.
    _ Ah, certo. Brock conseguiu.
   


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Notas finais do capítulo





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