A Lua escrita por Pedro_Almada


Capítulo 25
Um Plano Falível




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Um Plano Falível

    _ Ok, Charlie. Esse é o momento certo pra você apagar essa nossas conversa da cabeça dessa cara aí. – falou Brian apontando para Dominique.
    _ Ninguém vai apagar minha memória – falou Dominique.
    _ Você não tem muita escolha – eu me levantei – o que eu disse...
    _ Ora, por favor! – ele cruzou os braços – você acha mesmo que um mané como você seria o inimigo que dizem na profecia? Não seja tão convencido.
    _ Como é que é? Eu posso muito bem ser o inimigo da profecia! Ou você acha que eu não sou forte o suficiente?
    _ Olha, você lê mentes também – Dominique riu.
    Brian acertou Dominique sem aviso, derrubando-o no chão. Ele caiu, aparvalhado, esfregando o maxilar onde fora golpeado com um soco e tanto. Naquele momento eu queria agradecer Brian, ele tinha feito o que eu estava prestes a fazer.
    _ Escuta aqui, babaca! – Brian apontou para Dominique estirado no chão – Você não é nada! É um mestiçozinho nojento com asas! E daí? Posso te arrancar a memória no tapa, e vai doer bastante, ou você pode colaborar! Charlie, apaga a memória desse imbecil!
    _ Opa, opa, opa! – Dominique se levantou e voou até o lustre. Tremenda covardia, nenhum de nós podia voar – Eu já disse que quero AJUDAR! Não que eu goste de vocês.
    _ Também não gostamos de você – eu respondi – agora deixa de ser covarde, ou eu vou te derrubar daí.
    Com a mão aberta, consegui energia suficiente para produzir uma pequena esfera de energia. Eu estava aprendendo a materializar minha aura com muita facilidade.
    _ Hei, o que é isso? – Dominique apontou para a bola de luz nas minhas mãos.
    _ Você não ouviu nossa conversa? – eu ri sarcasticamente – É uma coisinha que herdei do meu pai.
    _ Eu... Nunca ouvi falar em mestiços Alucate e Homúnculo – ele disse – hei, isso é perigoso.
    _ Só pra você – eu retorqui com uma risada maliciosa.
    _ Espera, pessoal – Charlie pediu - Matthew, Dominique pode ser muitas coisas. Um imbecil, ordinário, mau-caráter, até mesmo um tremendo babaca...
    _ Obrigado, Charlie!
    _ Ele pode ser muitas coisas, mas não faz o tipo dedo-duro. Ele nunca te entregaria para a Nobreza, acredite em mim.
    De fato, ela não parecia mentir, muito menos Dominique. Eu estava começando a aprender como controlar minha habilidade sensitiva. A cada momento, eu me via como uma caixinha de surpresas.
    _ É simples. Eu ajudo vocês a desmascarar Sammael – ele disse – depois disso podemos tomar cada um o seu rumo. Podem apagar até a minha memória sobre o que eu ouvi aqui, não importo.
    _ Não que isso fizesse diferença – eu disse – mas, tudo bem. Mas eu não confio em você, confio em Charlie. Se ela disse que você não vai me entregar, eu acredito. E é melhor ela estar certa, se não as coisas não vão ficar agradáveis pra você. Não sei se você sabe, mas não sou bonzinho como o meu tio-avô do mal.
    _ Claro que não é – Dominique deu de ombros, sarcástico – de qualquer modo, o que vamos fazer?
    _ Duelo – eu disse – vamos fazer uma espécie de cilada.
    _ Ok, ciladas pedem iscas – argumentou Brian – eu voto no Dominique.
    _ Ora, seu desgra...
    _ Nenhum de vocês vai ser a isca – eu interrompi – eu vou ser. Estou com a chave, certo? É isso que eles querem. Vou desafiar Claus para uma luta. Ele vai ver o pingente no meu pescoço, mas não vai poder roubá-lo na frente de todos.
    _ Você quer se expor dessa forma? – retorquiu Charlie – ele pode te matar.
    _ Não importa. Ele não conseguiu ver meu rosto noite passada, ele não vai saber quem eu sou. Mas vai se interessar por mim quando perceber que eu tenho a chave. Então...
    _ Ele vai até você – Brian sorriu, radiante – armamos uma emboscada, pegamos e grandalhão e resolvemos nossos problemas.
    _ Claus Yakov é forte demais – interpôs Dominique – nunca vamos...
    _ Charlie, apaga a cabeça desse otário. – eu falei.
    _ Tudo bem, tudo bem... Maravilha, vamos morrer.
    _ Não vamos não – eu tinha quase tudo planejado – sei aonde ele vai poder nos “achar”.
    _ Esse lugar seria...
    _ No pátio – eu disse – no pátio principal. Lembra-se que os pátios da Célula são banhados pela energia da lua. Minha aura terá mais força lá. Posso usar minha técnica Alucate.
    _ Você sabe muito bem que, se sua aura esgotar, você morre. – Charlie retrucou – Isso não é uma habilidade muito inteligente.
    _ Eu vi Blaine Grant usá-la uma vez, ele usou uma força muito grande e não morreu. Eu poderia descarregar uma forte energia e derrubar Claus.
    _ Eu acho que essa regra alucate não se aplica a você. Lembra-se de quando o encontramos caído depois da fuga do Claus? – falou Brian – você ficou fraco porque dispersou muita energia. Mas, de alguma forma, sua aura restaurou depois de um tempo. Entende, aura é como um pavio, à medida que queima, diminui. Mas você não diminuiu em nada sua energia. Foi o que Louise disse.
    _ Por que ela não me disse isso? – eu perguntei.
    _ Ela... Bem, ela acha que você pode ser...
    _ O cara mau da profecia – eu completei – então ela não confia em mim.
    _ Por isso ela não quer nos ajudar mais do que o necessário. Ela não queria que eu contasse... Mas acho que confio em você.
    Eu apenas sorri, agradecido. Brian e Abi estavam cuidando de mim. Eu entendia o envolvimento de Brian. Ele queria me ajudar porque isso deixava Abi feliz, e, de alguma forma, ela criou uma amizade entre nós. Éramos torrões demais para admitir, mas estaríamos dispostos a ajudar uns aos outros, se fosse preciso.
    _ Então, vamos logo resolver isso? – falou Dominique.
    _ Não, agora. Vamos esperar o Duelo que acontece hoje a noite – falei – Se fizermos pela manhã, ele pode tentar nos encontrar no decorrer do dia. Agora, de noite, ele só poderá nos encontrar quando todos forem para suas torres. Esse será o momento certo.
    _ Você pensou em tudo, hein – falou Brian.
    _ Estou desesperado, só isso. Minha família não é tão incrível quanto pensei que fosse. Imaginar que eu posso ser o cara mau da profecia não me ajuda nenhum pouco.
    _ Hei, nunca diga isso, Matthew – pediu Charlie – você nunca poderia ser o inimigo da profecia.
    _ Foi o que eu disse – murmurou Dominique.

    Tínhamos repassado o plano com cuidado, procurando furos, falhas e criando planos alternativos caso alguma coisa saísse errado. Dominique achou interessante cogitarmos a hipótese de Claus me matar durante o Duelo, e eu precisei me controlar para não acertá-lo como Brian fez.
    _ Estou falando sério – disse Dominique – Claus é um homem bom, mas se ele for mesmo um safado como Sammael? Ele pode te matar. Com certeza o Submundo o perdoaria, ele pegaria a chave.
    _ Tudo bem, eu entendi – eu interrompi – se isso acontecer, vocês três vão invadir o Círculo, Brian vai pegar a chave do meu pescoço, você distrai Claus e Charlie apaga a memória dele.
    _ Mais fácil falar do que dizer. – Charlie refletiu. Estava certa, mas não tínhamos muitas opções.
    _ E Abi? – Brian perguntou.
    _ Eu não quero ela metida nisso – eu disse – ela tem o péssimo habito de entrar nas minhas brigas... Eu só não quero que algo ruim aconteça com ela.
    Charlie sorriu com timidez. Infelizmente eu não podia ser para ela o que ela queria ser para mim. Meu coração já estava ligado em outra garota, uma garota incrível que podia virar um Aurupo gigante e, ainda assim, continuar incrivelmente bela.
    _ Concordo – disse Brian – mas ela pode não agradar.
    _ Ela não vai saber – eu disse.
    _ Ah... Acho que ela já sabe – Brian olhou para o lustre acima de nossas cabeças.
    Nem havíamos percebido uma pequena coruja entrar no salão e se emaranhar no lustre de madeira. A ave mergulhou num vôo agressivo e, pousando na mesa, transformou-se em uma garota. Ela estava agachada na mesa, os joelhos dobrados, as mãos apoiadas sobre a mesa. Seu nariz fino e rosado quase tocava o meu. Ela estava me encarando com uma expressão cheia, uma mescla de gratidão com ódio.
    _ Não pense em me tirar dessa, rapaz – ela sibilou – eu faço parte disso!
    _ Ah, oi Abi... – eu gaguejei – a quanto tempo você está aí?
    _ Desde o glorioso momento em que vi Dominique levar um soco – ela olhou para Dominique, sorrindo – não tenho nada contra você, mas, convenhamos. Você pode ser lindinho, mas é um saco.
    _ Valeu – ele grunhiu, enfezado.
    _ Então acho melhor adaptarmos o plano – Abi disse, descendo da mesa e sentando do lado de Charlie – e eu pensei em algumas coisas. Vamos fazer o seguinte. Da última vez em que me transformei em Aurupo foi para ordenar que os outros dois não te atacassem. Pois bem, Claus viu um terceiro Aurupo, no caso, eu, e não sabe onde o bichinho está.
    _ Não! Eu sei o que você está pensando.
    _ Ele não vai tentar me matar, Matthew. Ele vai tentar me capturar. Aurupos são ótimos cães de guarda. Claus vai estar distraído com a caça, eu vou atraí-lo até o salão. Aí, sim, você faz o resto.
    _ E se ele te pegar antes? – eu perguntei.
    Ela deu uma risada bastante convincente.
    _ Não me subestime, Matthew. Acredite, ele não vai me pegar se eu não quiser.
    _ Talvez você possa continuar com a idéia do Duelo – disse Dominique – Se não, quem garante que ele sairá a noite.
    _ De fato. – eu concordei – bem, assim que ele sair a minha procura, Abi aparece como um Aurupo, ele vai atrás dela, ela o atrai até o pátio, nós tentamos derrubá-lo. Dominique, você vai usar o seu toque da morte pra fazer ele sentir muita dor.
    _ Acho que somos loucos – disse Charlie – isso pode ser muito perigoso.
    _ está tudo certo – eu disse, ignorando o comentário – hoje a noite estarei no Duelo.
    A noite chegou mais rápido do que eu queria. O pátio estava cheio de espectadores ansiosos. A estátua da sereia triste tinha sido removida e, no lugar dela, um Círculo Branco feito de pedra estava no lugar. Várias pilastras tinham sido colocadas em volta do Círculo, ligadas a correntes de ferro. Eles realmente tinham caprichado naquele dia.
    Nós nos misturamos à multidão, mantendo distância para que não nos vissem juntos, ou poderiam perceber nossa movimentação fora do comum. Eu fiquei mais a frente, ansioso. Eu devia estar louco, querendo enfrentar Claus Yakov, o cara que poderia partir meu crânio como quem corta uma laranja.
    Finalmente o locutor da lutas se adiantou. A frente de todos ele anunciou.
    _ Hoje será um dia especial, senhoras e senhores! Como sabem, hoje é o Duelo Voluntário! Aqueles que sentirem o desejo de quebrar algumas cabeças, ou a própria, dê um passo a frente!
    Eu não podia perder tempo. Precisava ser rápido. Como um trovão, corri até o locutor, me colocando de frente a todos.
    _ Ora, vejam só! – ele anunciou – as crianças andam muito eufóricas para uma briga ultimamente! Hei, garoto, você se perdeu dos seus pais?
    Um turbilhão de risadas engolfou o pátio. Eu não tinha tempo para me irritar.
    _ Estou aqui para lutar. – eu avisei.
    _ Ok. Algum pedido?
    _ Eu quero lutar com Claus Yakov.
    Silêncio. O locutor me olhou, inexpressivo, sua boca levemente aberta. Por um momento achei que ele fosse rir outra vez, mas ao invés disso, apenas murmurou.
    _ Está certo disso, rapaz? Quer desafiar o Sr. Yakov?
    _ Estou sim.
    _ Ora, ok... Ah. As crianças estão ficando loucas, pessoal.
    Risadas ecoaram outra vez. De fato, Dominique enfrentando Sammael Vance, agora eu enfrentando Claus Yakov. Ele estava certo, estávamos loucos.
    _ Sr. Yakov! – ele anunciou – se estiver interessado, venha até o círculo de Duelo.
    Vi um movimento no fundo e, então, vi Claus se aproximando. Seus cabelos estavam mais curtos, ao que parecia, pareciam ter sido arrancados à força. Os Aurupos deviam dar trabalho, eu imaginei. De fato, ele era grande, com olhos miúdos, mas tinha uma expressão pacifica. Por um minuto, achei que ele fosse o homem bom que todos pintavam.
    _ Este é seu desafiador, Sr. Yakov – disse o locutor.
    Claus me olhou, curioso.
    _ Está certo disso, jovenzinho? – ele perguntou. Sua voz era tenebrosa.
    _ Sim. – eu disse firmemente sem vacilar.
    _ Pois bem – ele anunciou – me convença.
    Ele queria um motivo?
    _ Eu posso vence-lo, mas preciso provar pra todo mundo – era oficial. Eu estava louco a ponto de derrubar avião na pedrada, não que fosse difícil pra mim.
    _ Ousado – ele sorriu, mas não me pareceu tão malicioso quanto da última vez – mas isso não prova nada. Eu sei que posso vence-lo e não me interesso com o que pensam sobre mim.
    Um a zero para o grandalhão. Bem, eu não tinha outra opção, meus argumentos eram limitados e eu queria logo acabar com isso.
    _ Eu sei de coisas – eu disse, tentando encontrar as palavras certas, de forma que apenas ele compreendesse – Coisas da noite passada.
    Ele estreitou seus olhos vermelhos e pulsantes. Então ele os abriu, vivos e levemente assustados. Ele entendeu o que eu havia dito.
    _ Se não se importa com o que pensam, tudo bem. Mas meu silêncio custa uma luta. Apenas uma luta – eu disse.
    _ Ok – ele falou – vou vencê-lo e você não vai dizer nada.
    Era uma ameaça.
    _ Está combinado! – gritou o locutor – a luta pode começar! Cada um em seu posto!
    Eu fui até uma extremidade da mesa, e ele foi até a outra. Ele não tirava os olhos de mim. Senti a chave pendurada em meu pescoço, que parecia mais pesada a cada respiração, como se fosse um fardo muito grande.
    _ Comecem!
    A luta começou. Claus não se mexeu, esperou o meu primeiro ataque.
    _ Quer uma luta, rapaz? – ele gritou – prove que merece estar aqui!
    Eu precisava iniciar um ataque. Impulsionando os pés, avancei contra Claus sem piedade. Eu não podia ser.
    Ele não estava mais lá. Tinha sumido completamente. Olhei para traz e lá estava ele, ainda me encarando.
    _ Lento demais – ele disse.
    _ Então veja isso.
    Mais um movimento rápido. Eu o estava visualizando, sem deixar ele sair do meu campo de visão. Então seus pés se mexeram, mas pareciam mais lentos. Não, meus olhos e corpo estavam mais rápidos. Vê virei na mesma direção e, antes que ele pudesse fugir, consegui acertá-lo bem no rosto. Claus cambaleou, escorregando até o outro lado do Círculo.
    Ele me encarou, surpreso. As pessoas soltaram gritos de exclamação. Minha velocidade aumentava a cada minuto e, ali, embaixo da lua, minha força e agilidade parecia ficar cada vez mais extensa.
    _ Acho que me precipitei – ele disse.
    _ Não. Eu apenas sou bom o suficiente para vence-lo – eu disse.
    _ É o que vamos ver.
    Ele ficou ereto, suas mãos cerradas voltadas na minha direção. Então ele sumiu de vista. Por um segundo eu o havia perdido no campo de visão. Mas eu consegui sentir uma espécie de fisgada no ombro direito. Ele estava naquela direção. Eu me virei e consegui esquivar do soco, mas com a outra mão ele agarrou o meu pescoço.
    Ele apertou com violência, meu rosto deveria estar roxo naquele momento. O ar começou a faltar e Claus, sem nenhuma dificuldade, me levantou do chão, me deixando suspenso no ar.
    _ Não pense, nem por um minuto que pode me vencer – ele sibilou – não admito pessoas intransigentes.
    Eu levei a mão ao pescoço. Eu precisava ser rápido. Segurei a gola da minha camisa e puxei-a, o suficiente para que Claus pudesse notar um objeto dourado pendurado no meu pescoço. Nesse momento ele se distraiu. Sua expressão de surpresa não durou muito, eu o acertei no rosto e ele me largou no chão.
    _ Aposto que é exatamente isso que você queria – eu murmurei, e ele me ouviu.
    Claus esfregou o rosto, sentindo a dor do meu golpe. Era a minha chance. Corri até a extremidade do círculo. Agora que ele tinha visto o meu colar, eu não tinha motivos para lutar. Era apenas fugir. Saltei para fora do Círculo.
    _ E Claus Yakov vence! – o locutor gritou – Alguma novidade pessoal?
    Ninguém sabia ao certo se batia palmas, se vaiava ou ficavam em silêncio. De fato, mas, qualquer jeito, eu perdia. Depois que saí do ringue, senti uma terrível dor no pescoço o resto da noite.

    Estávamos no salão dos Estranhos. Já passava da meia-noite. Meu pescoço já não doía, mas a dor continuava rondando a minha mente. Mais um pouco e Claus poderia ter me derrubado. Fui rápido o suficiente para fugir sem deixar pistas. Agora estávamos à mesa, esperando o momento.
    Aos poucos fomos saindo. Primeiro Abi. Sem dizer uma palavra, ela desapareceu de vista. Logo em seguida eu , Brian, Dominique e Charlie descemos com a desculpa de procurarmos Abi. “Já está muito tarde”, alegou Charlie.
    Descemos as escadas aos tropeços. Corremos até o pátio onde a estátua da sereia já estava em seu lugar original. Esperamos ansiosos. Abi precisava apenas atrair Claus, que provavelmente estava a minha procura.
    _ E se não der certo? – falou Charlie.
    _ Vai dar. Tem que dar...
    Então ouvimos os ruídos. Rosnados desesperados, grunhidos altos e eufóricos. As paredes pareciam tremer e o barulho de patas batendo no chão ecoando pelo pátio vazio. Um corredor, engolido pela escuridão, apresentou um sinal de vida. Inesperadamente, um enorme Aurupo foi arremessado do corredor, precipitando em nossa direção. Nós desviamos da enorme massa de pedra, que atingiu em cheio a estátua. Eu desejei que aquela não fosse Abi. Logo em seguida veio outro Aurupo. Ele veio correndo em nossa direção, se contorceu e tomou a forma humana. Era Abi, e estava bem, mas sua expressão era de espanto.
    Outro Aurupo foi arremessado, caindo com estrondo no chão, abrindo uma enorme cratera. Abi precisou saltar para não ser atingida. Assim que chegou perto o suficiente, sua voz conseguiu sair, em um grito estridente.
    _ O PLANO DEU ERRADO! – ela gritou – O PLANO DEU SUPER ERRADO!
    Do corredor, um vulto surgiu. Não era grande como Claus. Definitivamente não era Claus. Sammael Vance surgira das sombras, caminhando tranquilamente em nossa direção. 

   


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Notas finais do capítulo

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