O meu novo Destino... escrita por Bianca Saantos


Capítulo 51
Capítulo 51


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Gent !!

Fiquei contente com os comentários e opiniões tão perfeitos de vocês, acho que é quase certa uma segunda parte, espero que realmente estejam gostando da história viu?

Boa Leitura!!



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_O que está acontecendo no meu jardim?! – escutei uma voz irritante soar e imediatamente olhei para o lado.

Encontrei Jade, com uma cara espantada. Ela estava simples, com uma roupa não muito chique e nem elegante, estava bonita, podemos dizer, mas a questão é: O que ela fazia aqui?! Não estava em Paris?!

_Jade?! – perguntei me levantando de cima de León rapidamente. – O que está fazendo aqui em casa?

_Voltei mais cedo. – falou indiferente. – Seu pai está em casa? – perguntou com certa ansiedade, e esquecendo-se do ocorrido que ela viu no jardim.

_Papai ainda está no Chile – respondi. – Volta daqui cinco dias.

_Ok, vou colocar minhas coisas no quarto de hospedes. – Jade disse pegando as malas.

_Por que no quarto de hospedes? – perguntei sem entender, afinal, meu pai e Jade, dividiam o quarto juntos, pois era um casal.

_Assuntos que não se fazem do seu interesse. – respondeu, e por mais que essa frase soe ignorante, Jade falou em uma tranqüilidade impressionante.

_Tá bom. – dei de ombros.

Jade saiu carregando as malas. Voltei meu olhar para o León que tinha as roupas cheias de grama. Ri do estado em que ele se encontrava. Aproximei-me dele e tirei algumas folhinhas que estavam em seu cabelo.

_Você devia se dedicar a essa dança. – León disse enquanto eu mexia naqueles fios de cabelo tão perfeitos.

_Quem sabe mais tarde. – falei.

_Por que não agora? – perguntou insistente.

_Sei lá – ele riu.

_Preciso ir. – León disse olhando no relógio do celular. – Tenho que ver umas coisas antes da viagem. – continuou e eu suspirei.

_Tá bem. – falei sorrindo de lado não muito contente. – Vamos nos ver antes de você viajar? – perguntei ansiando por uma resposta positiva.

_Com certeza. – falou se aproximando de mim. – Não partiria sem um beijo seu... – sussurrou em meu ouvido e eu tive que ri.

_Então está bem. – falei sorrindo o abraçando.

_Te amo. – falou se afastando e me olhando nos olhos.

_Te amo. – respondi.

León se aproximou, mas logo percebeu que não seria correto, então se afastou de imediato. Eu sorri, agora seriamos apenas amigos que se amavam como namorados. Dei um beijo em sua bochecha e León pareceu ficar um pouco tímido, talvez pela situação em que nos encontrávamos.

León foi embora de minha casa. Eu estava me sentindo nas nuvens, por mais que não tenhamos feito nada, era ótimo estar na companhia dele. Era bom saber que continuávamos com aquele sentimento que se acendia como fogo.

***

_Olguinha, não consigo escrever é muito difícil. – reclamei pela milésima vez e ela revirou os olhos.

_Vamos lá, não é tão difícil quanto parece, é só uma carta pequenina.

_Não, eu não sei o que escrever. – falei largando o papel e caneta em cima da mesa na cozinha.

_Sabe sim. – Olga disse entregando-me novamente o material necessário. – É só escrever como você se sente em relação a ele e a tudo que está acontecendo.

_Vou escrever um livro então. – ironizei e Olga me olhou em repreensão. – Não sei nem por onde começar.

_Pelo começo, oras. – Olga disse sorrindo.

_Vamos lá... – suspirei um pouco nervosa, e olha que eu só iria escrever uma carta, na de mais. – “Querido León...” ou “León...” ou “Meu amor...”. Com o que eu começo?

_Vocês ainda estão juntos? – perguntou e eu neguei. – Então esqueça o “meu amor...”. E você não acha que “Querido León...” não é muito formal e muito usado por muita gente? – perguntou e eu assenti.

_Vou começar pelo “León...” então. – falei e ela assentiu voltando a prestar atenção na massa de bolo que ela estava preparando.

Depois que comecei não parei mais, mas Olga me aconselhou a não fazer uma coisa com muitas folhas, pois León se cansaria de tanto que eu escrevi, e é claro que eu quero que ele leia tudo, sem se cansar de ler a minha declaração e despedida.

¨¨

Terminei de escrever a carta, e Olga gostou de minhas palavras, disse que com certeza o León se emocionaria e também iria gostar muito. Não fui tão melosa, apenas escrevi o que eu sentia.

Saí da cozinha e dei de cara com Jade sentada no sofá, com os olhos inchados e com um robe, ela estava assistindo a um filme, e eu tenho certeza que ela não estava chorando por causa do que estava passando na televisão.

Tentei passar despercebido, mas não deu. Jade não era assim, hoje ela não implicou comigo nenhuma vez, não implicou nem pelo León ter vindo aqui, isso era muito estranho, e eu sabia que havia acontecido algo nesse tempo que ela viajou.

_Jade. – a chamei em um tom baixo, mas audível para ambas.

_Oi?

_Está tudo bem? – perguntei me aproximando dela, com certo receio, pois ela poderia explodir a qualquer momento e me mandar para o espaço.

_Sim. – disse limpando os olhos que estavam super vermelhos.

_Não parece. – falei por impulso, mas ela não falou nada. – Aconteceu alguma coisa lá em Paris ou com o meu pai? – perguntei.

_Sente-se aqui. – Jade disse indicando o lugar ao lado dela. Não pestanejei e me sentei ao seu lado. – Vou te contar o porquê de eu estar assim.

_É... Faz tempo que você anda estranha.

_Meu irmão está preso Violetta. – Jade disse tristemente, me dando certa dor no coração, pois eu sabia que eles eram muito unidos, mas não se viam o tempo todo. – O meu pai morreu algumas semanas atrás. – disse deixando as lágrimas saírem livremente dos olhos dela.

_Sinto muito. – falei sentindo uma agonia inexplicável ao vê-la daquele jeito.

_Não, não sente. – disse passando as mãos nas bochechas, secando as lágrimas que ali existiam. – E o pior de tudo, é saber que eu realmente perdi o único homem que eu amava. – ela disse.

_Seu pai...? – perguntei.

_Não. – sorriu de lado. – O seu pai.

_Como assim o meu pai? – perguntei assustada.

_Lembra da discussão que tivemos, quando você ouviu tudo, e todos os xingamentos que eu te disse, e depois você foi parar no hospital? – perguntou (Capítulo 3 e 4), eu apenas assenti. – Seu pai havia estado com outra mulher. – falou abaixando a cabeça.

_Quem...?

_Ele disse que já se conheciam há um tempo, mas eu juro que eu tive muita raiva, quando eles se beijaram, foi apenas um beijo, mas ele me traiu, e isso é inaceitável. – Jade disse e agora eu fui entender o motivo daquela discussão. – Sabe a diretora do seu colégio? – perguntou.

_Angie?! – perguntei abismada. – Papai ficou com a minha diretora?! – assustei-me.

_Calma, isso não é nada. – falou colocando os cabelos curtos para trás. – Eu o perdoei, pois ele me deu motivos para confiar nele novamente. – disse pegando um lencinho. – Mas quando eu fui contar para ele sobre a minha viagem, eu o vi se encontrando com essa tal Angie. E aquilo foi o fim... – disse chorando, mas sem soluços, apenas lágrimas.

_Não consigo processar essa história em minha mente. – falei me levantando completamente confusa. – Papai te traiu com a diretora do meu colégio?! – perguntei um pouco alterada.

_Exatamente. – Jade disse com a voz falha.

_Você está se sentindo bem? – perguntei preocupada com ela, afinal o papai foi um monstro horrível em machucar Jade, apesar de ser uma mulher arrogante e ignorante, ela não merece uma traição, o divórcio seria uma boa, agora traição...

_Não, não estou bem, não me sinto bem, e não quero estar bem.

_Eu sei como você se sente. – falei me sentando ao seu lado novamente, e me assustei quando ela pegou em minha mão.

_Olga me contou que seu namorado também fez o mesmo com você. – disse olhando em meus olhos. – Por isso que estranhei o encontrando hoje de manhã com você no jardim. – disse suspeita.

_Estávamos apenas conversando. – falei um pouco sem graça.

_Vocês vão voltar? – perguntou com um sorriso de lado.

_Não, o que o León fez foi grave, e eu estaria disposta a tentar de novo, mas ele vai para os Estados Unidos, não tem como recomeçarmos do zero. – falei abaixando a cabeça.

_Você me lembra muito sua mãe. – Jade disse me olhando de uma maneira diferente. – Apesar de meiga e delicada, é decidida, e não está disposta a sofrer uma coisa duas vezes. Eu te admiro Violetta. – falou e eu não sabia o que dizer, não sabia que ela pensava essas coisas. – Queria ter metade do amor que você tem com o próximo, e metade da coragem que tem em desistir de um garoto que você ama de verdade.

Eu ainda não consegui dizer nada. Jade se levantou e saiu da sala, indo em direção ao quarto de hospedes, já que não iria dividir o quarto com o meu pai. Aquilo ainda se fazia confuso para mim. Eu nunca suspeitei de nada, de nenhuma traição do meu pai, não sabia que ele seria capaz de fazer uma bobagem dessas.

Fui para cozinha, e fiz um chocolate quente para mim. Precisava pensar e ficar sozinha. Ainda não sabia como agir depois de tudo o que ela me disse. Jade foi a primeira pessoa que me comparou com a minha mãe assim, de uma maneira tão bonita, e eu me alegrei mais ainda com o que ela disse sobre mim... Talvez a Jade não fosse à cobra que eu e Olga pensávamos que ela era.

Meu celular tocou e eu fui tirada de meus devaneios. Olhei no visor, e era o León. Sorri, não queria ficar pensando o tempo todo naquela conversa, e ele poderia me distrair um pouco, quem sabe.

_Oi, León. – disse.

_Tudo bem? – perguntou e eu escutei uma melodia doce vindo do telefone, com certeza alguém estava no piano.

_Estou bem. – falei indiferente, apesar de estar me sentindo completamente confusa. – Quem está tocando? – perguntei rindo.

_Está horrível né? – León riu. – Melanie está tendo umas aulas comigo, mas não está se saindo muito bem. – ele disse baixo, provavelmente para ela não escutar.

_Não está tão ruim. – falei e ele riu.

_Ela não leva jeito para a coisa, o negócio da Melanie é ser médica e ponto. – León disse e eu ri. – Eu te liguei para perguntar se você quer vir aqui em casa daqui três dias. – convidou.

_Mas daqui a três dias é véspera de Natal. – falei olhando para o calendário que estava colado na geladeira.

_Eu queria que você viesse. – falou fazendo uma voz que derrete o coração de qualquer ser. – Minha mãe vai fazer um almoço, já que praticamente todo mundo comemora a véspera de Natal de noite, por causa da ceia e tal. E mandou-me chamar os meus amigos, e as pessoas importantes que eu gostaria de estar pela última vez.

_Nossos amigos estarão ai?

_Sim, só falta o Federico confirmar a presença, de resto, virão todos.

_Então tá, eu aceito.

_Vai ser às duas e meia. – ele disse.

_Ok, estarei ai. – falei e desligamos.

Vou entregar minha carta nesse almoço, assim tiro esse peso que eu estou sentindo e também certa ansiedade por saber o que ele vai achar.

Fui dormir contente, pensando em León, pensando em tudo que vivemos, e tentando esquecer que tudo irá acabar, mas para que pensar nisso, posso entrar em uma mini depressão ao imaginar meu namorado indo embora.

Eu sonhei com ele aquela noite...


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Notas finais do capítulo

Gostaram das revelações???

Beijos!!