O meu novo Destino... escrita por Bianca Saantos


Capítulo 5
Capíitulo 5




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Olhei para León, e ele parecia tranqüilo, isso porque não foi meu pai que atendeu, se não ele ia ficar pasmo com cena que iria acontecer.

_Quem é esse rapaz bonito? Namorado? – ele perguntou. Como a Olga era curiosa! Senti minhas bochechas queimarem, e minhas mãos suarem. Olhei para ele, que estava rindo do meu estado.

_Não Olga, é um amigo! – falei firme.

_Ah! – ela deu de ombros. – E o senhor rapaz, quer entrar? – ela perguntou e León negou, eu achei bom ele ter dito não, pois meu pai teria um ataque se o visse.

_Obrigada León, por tudo – disse forçando um sorriso.

_Já disse, não foi nada – ele falou e se foi.

Olga me olhou e deu um sorrisinho maligno, eu revirei os olhos e entrei em casa, sabia que depois ela viria encher meu saco.

Assustei-me quando encontrei uma garota, acho que da minha idade, na sala, lendo uma revista, ela se levantou rapidamente assim que me viu e sorriu animadamente.

_Quem é você? – perguntei.

_Hã... Eu sou a Natália! – ela disse estendendo a mão, me cumprimentando. – Mas pode me chamar de Naty.

_Ah! Mas o que faz aqui? – perguntei.

_Bom, você deve ser a Violetta Castillo, certo? – ela perguntou e eu assentei. – Bom, eu sou Natália Castillo, sua prima! – ela disse e eu pensei em ter um ataque. Eu não sabia que eu tinha uma prima.

A garota era bonita, cabelos curtos por causa dos cachos indos e maravilhosos, mas eu juro, que se ela alisasse o cabelo, iria até o meio das costas.

_Prima? – foi a única coisa que saiu da minha boca.

_Sim – ela disse sorridente. – Vou morar aqui – ela disse e eu acho que fiz uma careta, pois ela riu.

_Morar aqui?! Como assim?! Papai não me falou nada disso! – disse.

_Sim... Minha mãe, a Esmeralda, irmã de sua mãe Maria, que eu sinto muito pela morte, me mandou para cá, para continuar os estudos. Eu estava morando na Inglaterra. Mas meu lugar de origem é e sempre será aqui! – ela falou.

_E ela não veio junto? E nem seu pai? – perguntei e ele ficou séria.

_Bom... Meu pai separou de minha mãe, faz pouco tempo... E eu tenho uma irmã, a Elena, e a minha irmã, adora a Inglaterra, disse que não sairá de lá, nunca! Minha mãe também adora morar lá, então para não causar muito na vida delas, decidi vir para cá por conta própria, minha mãe me apoiou, já meu pai... Armou um escândalo! Mas ele acabou cedendo. – ela disse voltando a sorrir.

_Nossa, Inglaterra! Já fiquei um tempo lá, mas também prefiro aqui! – falei e ela riu.

_Eu também, essa cidade é maravilhosa... – ela suspirou.

_Você já está acomodada aqui? – perguntei.

_Sim, sim! E se você não se incomodar... Seu pai colocou mais uma cama em seu quarto... – ela disse com vergonha.

_Não, tá tudo bem, vou adorar ter uma colega de quarto – disse rindo e ela me acompanhou.

Escutei a porta bater, e vi meu pai com os braços cruzados, olhando para mim com raiva, engoli um seco, sabia o que viria logo após. Natália estava olhando para meu pai, ainda com um sorriso no rosto, ela ainda não tinha percebido a tensão.

_Tio, vou sair um pouquinho, só para relembrar a minha a cidade. – ela disse.

_Tudo bem Natália, mas não volte tarde, por favor, se acontecer algo com você, sua mãe é capaz de me matar! – meu pai disse rindo, nossa... Como ele era legal com a minha prima, aff! Ela saiu.

Ele voltou a me olhar feio após a Natália fechar a porta.

_Falsidade mata, sabia? –falei ironicamente.

_Pois saiba que desobediência é três vezes pior! – ele disse impaciente, mas ainda não gritava ou dava berros, o que era muito estranho.

_Eu não te desobedeci, papai... – falei triste, me lembrando de cada palavra que haviam dito sobre mim naquela discussão. E de tristeza, o ódio começou a brotar de minhas veias. E eu podia estar cuspindo fogo agora!

_Filhinha... – ele disse, ele me chamava assim quando eu era pequenininha.

_Pai... Para com isso... Só está me machucando... Você não vê? – perguntei deixando as lágrimas caírem livremente sobre meu rosto.

_Desculpa... Mas é que ás vezes, Vilu, você me tira do sério! – ele disse pegando minhas mãos.

_Não é porque eu tiro você do sério, que você tem direito de dizer coisas horríveis e ridículas sobre mim, Pai. – falei tentando engolir o choro.

_Filha, eu falei aquilo sem pensar... – ele tentava se explicar, mas não era o suficiente.

_Sem pensar?! Colocou-me num internato sem pensar também?! – perguntei largando minhas mãos das suas.

_Eu tive total influencia sobre esse meu ato filha! Eu sei que eu fui errado. – ele disse.

_Ai pai! Aquela mulher... Aquela mulher... – eu disse chorando.

_Filha, eu gostei muito da Jade, e... – eu o cortei.

_MAS VOCÊ NUNCA A AMOU! – gritei chorando alto.

_Pare de gritar! – ele alterou o tom.

_Aplica logo um castigo em mim... E pronto! E deixa-me em paz! Não suporto todas as discussões e gritos que tivemos, e não suporto viver do jeito que eu vivo! Estou me sentindo sufocada... E com isso aprendi a dizer coisas ruins, a sentir e pensar coisas más! Me sinto fria por dentro! – disse ainda chorando.

Meu pai não disse nada, ficamos em silencio, quer dizer, quase em silencio, porque meu choro estava alto, cheio de magoas, nunca havia chorado assim, era como estar desabafando, em outros meios. Meu pai tomou uma iniciativa e me abraçou, era estranho... Papai não me abraça nunca! Nunca mesmo, literalmente, nunca! Não retribui, ainda não tinha sentido nada de especial naquele afeto, simplesmente nada, porque ele não era de fazer essas coisas, e nem nada que demonstrasse carinho por mim. Afastei-me dele, e sequei meu rosto, que estava inundado por sinal.

_Desculpa, por ter molhado sua camisa – falei.

_Tudo bem minha filha – ele disse triste.

_Pai, se não se importar, vou para o meu quarto... Preciso ficar sozinha. Avise a Olga, para não me incomodar, quero pensar... – disse.

_Tudo bem... Pode ir, mas volte para o jantar – ele disse saindo.

Suspirei pesadamente e fui para o meu quarto... Joguei-me na minha cama, e me pus a chorar, me lembrando de tudo. Mas afinal... Onde Jade está?! Não a vi até agora, será que ela foi embora, pela discussão, papai deve ter feito uma coisa bem grave, se eu não me engano, escutei Jade dizendo que ele beijou outra... Quem foi?! Perguntas e mais perguntas vinham em minha mente.

Adormeci, deve ter sido de tanto chorar, mas foi bom. A minha mente estava cansada.

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Não demorou muito, e senti alguém me cutucando, ai minha cabeça! Estava doendo que só por Jesus! Abri os olhos e dei de cara com a Natália. Ela me olhava e balançava-me e ainda dizia “Vilu! Acorda menina dorminhoca!”

_Que foi Naty? – perguntei me sentando.

_O seu pai mandou eu te chamar vamos jantar! – ela disse se sentando ao meu lado.

_Eu já vou... – falei.

Ela assentiu e saiu do quarto, tomei um rápido banho, e coloquei a roupa de dormir, já eram sete da noite. Coloquei uma blusa, pois estava frio.

Desci e me sentei ao lado de Naty, Olga colocou a mesa, e logo nos servimos, o jantar estava tranqüilo, Naty estava contando sobre nós duas, quando éramos pequenas, eu dava risada, não me lembrava de nada que ela estava contando, contou um pouco sobre minha mãe também, era bom escutar ela falando das nossas travessuras, ela era bem legal!

O jantar acabou e me surpreendi com a pergunta que Natália fez ao meu pai.

_Tio... Eu e a Vilu, podemos passear? – ela perguntou e eu arregalei os olhos, eu já estava de pijama, iam dar nove da noite, meu pai nunca iria deixar.

_Passear? Esse horário? Não acha que está um pouco tarde? – ele disse pegando o jornal e sentando no sofá.

_Sim, mas é que a gente vai para um lugar bem legal, não vamos demorar tio, eu te prometo! – ela disse.

_Ai Natália, eu sei que você tinha liberdade lá na Inglaterra, mas... – ela o interrompeu.

_Tio, sem “mas”! – ela disse séria e cruzando os braços. – Não vamos fazer nada de errado... O senhor não confia em mim? – ela perguntou tristonha, e eu podia jurar que ela estava fazendo um teatrinho.

_Tudo bem... Tudo bem... Mas voltem logo! Não quero ver as duas chegando tarde em casa! – meu pai disse indo para a cozinha.

Natália comemorou em silencio e me levou para o quarto.

_Vamos nos arrumar! – ela disse animada.

_Pra onde vamos? – perguntei.

_Vamos á casa de uma amiguinha minha... – ela disse pegando uma saia colada preta.

_Amiguinha? – perguntei.

_Sim... Na verdade, Amigona, ela é muito especial... – ela disse. – Nós nos falamos todos os dias, ela é a minha melhor amiga e eu disse que estava voltando pra cá, então marquei de ir lá... Entendeu? – ela perguntou e eu assenti.

_Mas por que você quer que eu vá?

_Você acha que eu não percebi o clima entre você e seu pai? Além do mais, vai ser bom a gente sair um pouco, minha mãe me contou que você quase não tem liberdade...

_Sim é verdade – falei.

_E então... Vamos? – ela perguntou animada.

_Sim, sim! – falei indo ao meu guarda roupa.

...


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Notas finais do capítulo

c o m e n t e m