O meu novo Destino... escrita por Bianca Saantos


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Gent !!

Demorei um pouquinho, mas já estou de volta !! Muito obrigada aos seus queridos e maravilhosos comentários, fico realmente muito contente de que estejam gostando da história !

Boa Leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469988/chapter/41

Estava sentada no chão frio de meu quarto, pensando no que pensar. Estranho né? Mas é a realidade... Eu não sabia o que pensar o que raciocinar. Toda vez que eu me lembrava de minha mãe, eu ficava assim. Parece que toda vez, depois de recordá-la, eu não sei como agir, como me sentir em relação a isso.

Minha cabeça já estava me atormentando, acho que chorar demais dá nisso, uma baita dor de cabeça, mas é quase inevitável. Lágrimas são necessárias quando nos sentimos fracos e oprimidos, pelo menos para mim. Chorar não alivia toda dor, mas diminui um pouco, o suficiente para você seguir.

_Violetta – Ramalho apareceu na porta de meu quarto. Olhei para ele, e digamos que ele se assustou me vendo daquele jeito. – Bom, a Olga está te chamando para comer algo, disse que se você não se alimentar, não vai se agüentar em pé – ri.

Assenti e ele se retirou. Eu não estava com fome, mas sabia que se eu insistisse em ficar ali, iria arranjar uma pequena discussão com a Olga, e a minha cabeça não agüentaria de jeito nenhum isso.

Desci as escadas, e vi de longe, a mesa posta, com muita coisa, Olga não ficaria contente comigo hoje, porque não vou comer nem o necessário. Fui até lá, me sentando, e logo vieram Ramalho e Olga, para comer comigo, me fazendo companhia, parecíamos uma família, completa. Odeio dizer isso, mas... Sem o papai, as coisas ficavam mais aliviadas, não tinha tanta tensão.

Terminada a refeição, subi para o meu quarto. É melhor eu sair, esfriar a cabeça, aliviar a tensão e as lembranças tristes ao lembrar-se de minha mãe. Peguei um casaco, o fim de tarde estava chegando, e com isso um pequeno friozinho também se acercava.

Avisei a Olga de minha saída e a mesma assentiu sorridente, por me ver querer distrair um pouco, e Ramalho ficou preocupado, pois a noite cai em instantes, e ele não me queria andando no escuro das ruas, apenas ouvi os seus conselhos e depois de um tempo convencendo ele, o mesmo aprovou.

Saí. Comecei andando perto da pracinha, e ainda havia criancinhas brincando ali, com seus pais, ou com seus supostos amigos. Sorri lembrando-me da época em que eu e meu ai saíamos juntos.

Fui andando pelas calçadas, observando os comércios, as pessoas, tudo a minha volta, Buenos Aires com certeza era a cidade mais bonita que eu já vi em minha vida, talvez seja apenas admiração, por que essa cidade trouxe muitas coisas boas a minha vida.

Para minha surpresa, encontrei uma pessoa bastante inesperada, fazendo-me esboçar um sorriso. Era o León, ele estava encostado em uma árvore, e parecia bem impaciente, ele olhava a toda hora no relógio, parecia estar esperando alguém. Fiquei contente em vê-lo ali, ele ainda não havia me visto, então aos poucos fui me aproximando do mesmo, para falar com ele. Ouvi um barulho de trovão, nossa... Iria chover.

Uma coisa interrompeu os meus passos, que estavam indo até o León, na verdade foi uma cena. Uma garota, bem conhecida por mim, correu até o León, antes mesmo de eu pensar em alguma coisa. Lara o abraçou pelo pescoço, e o mesmo envolveu as mãos na cintura dela. Ele... Estava a esperando?

Totalmente parada no meio da calçada, observando os dois abraçados, não conseguia me mexer, não entendia o porquê daquilo. Lara parecia estar chorando, ou fazendo algum drama, eu não entendi muito bem. León apenas acariciava as costas dela, em consolo? Acho que sim.

Depois de um determinado tempo, os dois afastaram os corpos, e ficaram se olhando. Percebi que León dizia coisas a ela, mas eu não entendia, porque estava um pouquinho longe. Vi Lara esboçar um sorriso, e aproximar-se dele, vagarosamente. León tentou ir para trás, recuar, mas a árvore não o deixou, fazendo assim com que a Lara segurasse os ombros do meu namorado.

Meu coração estava apertado, ela não faria isso comigo, ela não pode ser tão suja a esse ponto. Ela não pode fazer isso, não na minha frente. Tentei dar uns passos, para chegar antes de aquilo ocorrer, porém minhas pernas e pés não seguiam meus comandos, eu havia travado literalmente.

Antes que eu pudesse piscar, os lábios da garota estavam em os de León, os beijando. León pelo que percebi se manteve parado, estático. Senti algumas gotas caindo em meu rosto, não eram lágrimas. Olhei para o céu, e percebi que estava começando a garoar, uma garoa forte, quase chuva.

Voltei meus olhos à ceninha, e vi o León segurando a cintura da mesma, e com as mãos nos imensos cabelos de Lara, e a beijando... Agora sim, não pude me conter, minhas pálpebras se fecharam, aquilo parecia um pesadelo. Assim que se abriram vi que era a pura realidade, meus olhos se encheram de água, e assim saíram, escorrendo por minha face...

Como que ele pode fazer isso comigo? Como disse que me amava se depois de um tempo iria voltar aos braços daquela infeliz? Como um ser humano que se diz louco de amor por você, tem coragem de trair assim?

Mais um trovão... Fazendo um barulho alto, e então, depois de muito tempo os dois se separaram, no susto. León por um deslize de seus olhos se virou para o lado, vendo a minha imagem.

Eu soluçava baixinho, tentando esconder minha decepção, mas eu acho que era evidente que eu estava decepcionada. Ele largou a Lara de seus braços, e a mesma tentou esconder o mínimo sorriso que tinha nos lábios. León caminhou em passos largos até mim, mas eu virei às costas e saí correndo.

_Violetta! – ele me chamou, mas eu não voltei, não recuei.

Meu peito doía, minha respiração estava falha, e eu corria como se estivesse sendo perseguida, como se estivesse fugindo de algo, ou no caso, alguém. Corria tão rápido que era impossível manter meu coração em um ritmo calmo.

Assim que percebi que não tinha ninguém atrás de mim, parei ofegante, me sentei no banquinho próximo que ali existia, em frente a uma banca que vendia jornais. Escondi meu rosto em minhas mãos, chorando, como se tivessem tirado tudo que eu tenho.

_O que uma garota tão bonita como você, faz chorando aqui? – escutei alguém perguntar e logo o senti se sentando ao meu lado.

Tirei minhas mãos do rosto, e limpei meus olhos, tentei controlar os soluços, o que era quase impossível. Olhei para o lado, encontrando a expressão serena de Federico, e ele até tinha um sorrisinho nos lábios. Tentei sorrir, o que falhou de imediato, e o abracei, causando certa surpresa no mesmo, pois de imediato ele não retribuiu, mas acho que ele percebe que eu estava meio mal, e retribuiu, fazendo alguns carinhos em minha cabeça, me confortando um pouquinho.

_O que aconteceu Vilu? Você está toda molhada... Por que está andando nessa chuva? – perguntou se afastando, e passando o polegar em baixo de meus olhos, secando as lágrimas que ainda insistiam em cair. – Nunca te vi assim... Aconteceu algo grave?

_S-Sim – disse com a voz falha, e ele me olhou preocupado e um tanto ansioso, eu diria. – Mas eu não quero falar disso, não agora. – falei voltando a chorar, ele apenas assentiu com um olhar terno e logo me abraçou de novo.

...

Por León #

Estava estático quando vi a garota que eu mais amo se afastando rapidamente da minha visão, correndo, correndo de mim. Senti-me um monstro vendo a chorar daquele jeito, tão triste, magoado e tão... Decepcionada.

Senti alguém agarrando o meu braço esquerdo, e logo pegando em minha mão, enlaçando na sua, Lara. Ela tinha um sorriso no canto dos lábios, e me olhava ainda com os olhos marejados. Eu não devia ter vindo me encontrar com ela.

_Eu não devia ter feito isso – murmurei soltando sua mão, e me afastando dela. – Você não deveria ter feito isso. – falei.

_Eu não fiz nada – ela disse num tom extremamente calmo. – Nós fizemos. – falou com firmeza, me fazendo ver o tamanho da bobagem.

_Mas eu não queria – me defendi um pouco exaltado. – Você me disse que estava mal, disse que queria apenas desabafar, queria apenas conversar, e de repente faz isso! – falei irritado. – Você inverteu as coisas, ao seu favor ainda!

_Ah, poupe-me né – cruzou os braços, me olhando séria. – Aposto que você adorou me ter nos seus braços de novo, que adorou me beijar, como há tempos não fazíamos direito. – disse com um sorriso vitorioso. – Eu sei que você sente falta de me ter em seus braços, León. Por isso inventei essa desculpinha básica, para termos um encontro – confessou se aproximando de mim. – Mas eu juro que eu não esperava que a Violetta fosse aparecer aqui exatamente do nada.

_Eu não queria te beijar – falei me afastando-me novamente dela. – E para sua informação, eu estou muito satisfeito tendo a garota mais meiga e delicada nos meus braços me amando como eu a amo.

Ela me olhou inconformada e me deu as costas. Olhei não entendendo, ela faz as coisas erradas, me culpa, e sai indignada comigo. Observei a indo embora batendo o pé com raiva e indignação, acho que ela esperava que eu a correspondesse, o que não iria acontecer.

Percebendo que eu me encontrava totalmente sozinho, debaixo daquela chuva, que agora havia ficado mais fraca, resolvi ir atrás da Violetta, mas pensando bem, eu não fazia à mínima ideia da onde ela tinha ido.

Fui em direção a casa dela, pensando em tudo que eu ia ter que dizer, os argumentos que eu ia ter que dar á ela, porque eu nem sabia como me explicar. Acho que se eu dissesse que não queria ter feito aquilo e que simplesmente a amava, ela ia me colocar para fora da casa dela a ponta pé.

¨¨

Toquei a campainha, suspirando um pouco nervoso, eu não sabia o que dizer, nem o que pensar em dizer, muito menos como agir, eu nunca foi o culpado de uma situação como essa, na verdade eu sempre fui é vitima dessas situações. Cocei a nuca, totalmente embaraçado... Olga abriu a porta sorrindo.

_León? – perguntou surpresa. – Está todo molhado e... O que aconteceu? – perguntou preocupada vendo o estado em que eu me encontrava.

_Olga a Violetta está em casa? – perguntei tentando parecer calmo.

_Creio que não, ela saiu, mas eu não a ouvi voltar, e se voltou está no quarto – respondeu. – Quer que eu a chame, ou veja se está para falar com você? – perguntou gentilmente.

_Acho melhor eu mesmo ir falar com ela – falei sorrindo e ela deu espaço para eu entrar, o que fiz de imediato e com certa pressa, eu diria.

Suspirei e comecei a subir as escadas, vagarosamente, temendo que ela me matasse nos primeiros segundos da conversa. Cheguei à frente do seu quarto, que estava com a porta semi-aberta.

Bem devagar e silenciosamente abri a porta daquele cômodo, que estava escuro. Acendi a luz e não tinha ninguém lá dentro, para minha surpresa. Viagem perdida, onde será que ela se meteu?

O que me chamou atenção foi o estado em que estava em seu quarto. Cheio de fotografias espalhadas, de uma mulher, bem bonita, um pouco mais adulta eu diria. Recolhi aquelas fotos, e percebi que a mulher era uma bailarina, pois a maioria das fotos ela estava com roupas de balé.

Cheguei à sua cama, e vi um jornal, que tinha a foto da mesma mulher, só que com um título bem perturbador: “Morre Hoje a bailarina Maria Saramengo Castillo”. Era a mãe de Violetta.

Li a noticia que estava ali escrita, e percebi que o jornal era de dois anos atrás, e vi a data, batendo exatamente com o dia de hoje. Hoje completava dois anos da morte da mãe dela. Senti-me mal com isso... Eu acabei com o dia da minha pequena.

Dentro de uma caixa que estava aberta, eu vi alguns objetos, provavelmente da mãe dela também. Meu olhar se desviou um pouco para o criado-mudo onde estava a fotografia de nós dois juntos, e ao lado tinha uma pequena foto da mãe dela com um bebê no colo, que provavelmente seria ela.

Violetta nunca me falava de sua mãe, era raro quando a mesma tocava no assunto, quando se abria, mas rapidamente mudava o rumo das coisas, acho que para ela ainda é uma ferida aberta isso... Violetta é decidida, confiante, e se mostra muito forte com as coisas que acontecem na vida dela.

_O que você está fazendo aqui? – escutei a voz dura e cheia de mágoas.

Rapidamente olhei para a porta do quarto, encontrando a Violetta com os olhos inchados e tomados por uma vermelhidão. Ela estava toda molhada, e aos meus olhos, frágil como a primeira vez que a vi...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Digamos que agora a fic entrará com seus probleminhas rsrs'

Gostaram do capítulo?
Deixem seus comentários!

Beijos
Até mais!!