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Depois de horas e horas tentando animar a Ludmila, conseguimos fazer com que a mesma desse um sorriso. Missão cumprida! Olhei no relógio, eram cinco da tarde, meu pai já devia estar no aeroporto... Engraçado, antigamente ele era de se despedir...

Já era tarde, então, como amanhã tinha aula, decidi ir para casa. León insistiu para me levar até em casa, mas eu falei que não precisava, ainda estava claro, então não tinha tanto perigo.

Assim que cheguei á casa, deparei com Olga preparando o jantar, que seria apenas para ela, Ramalho e eu. Sorri. Ela me cumprimentou e eu logo subi para o meu quarto, estava cansada, por mais que eu não tenha feito nada durante o dia, eu estava cansada. Estava quase me despindo para ir tomar um banho, quando escutei meu celular tocando... O número era desconhecido.

_Alô? – perguntei curiosa.

_Oi gatinha... – disse a voz mais conhecida no mundo. Tomás.

_Tomás? Onde conseguiu meu número? – perguntei irritada.

_Calma gata... – disse cínico. – Eu peguei com um dos seus amigos, além do mais é muito fácil conseguir o número das pessoas hoje em dia, sabia?

_Tomás, para de bancar o galanteador. – irritei-me. – Você não sabe com quem está se metendo... – disse tentando parecer ameaçadora, mas não consegui.

_Gosto do perigo... – falou rindo do outro lado da linha.

_Acho que você também vai gostar da mão do meu namorado na sua cara te estapeando. – falei fazendo uma voz irritante.

_Desde quando esse seu namoradinho me aterroriza? – perguntou debochado. – Pouco me importo com aquele imbecil que iludiu minha prima. – falou.

_Ele não iludiu a Lara. Ela que iludiu o León. – falei séria. – Ela o traia.

_Ah, mas ele merecia... Violetta, o León é um cara mulherengo, sempre arrastando asinha para todas as garotas. – tentou me colocar contra o meu próprio namorado.

_Não Tomás. O León teve muitas namoradas, mas mulherengo ele não é. – corrigi. – Ele tratou com carinho cada uma que passou pelos seus braços, mas de que alguma forma ou bobagem que fez, o perdeu. – expliquei. – Agora se você não se importa, eu vou desligar. – disse desligando antes mesmo dele falar alguma coisa.

Moleque importuno!

***

Por León #

Amanheceu. Eu dormi bem, tirando que no meio da noite, minha prima teve um ataque de choro, e berrou na casa inteira. Sim, ela dormiu aqui, dormiu aqui, porque estava ficando tarde, e meus tios preferiram que ela ficasse aqui, para ter companhia, ou seja, para ficar de conversinha com a Melanie.

Levantei rapidamente e fui ao banheiro tomar um banho e fazer minha higiene matinal. Hoje o dia seria chato, não sei se já falei, mas eu não gosto muito de estudar... Aliás, quem gosta?

Para mim, o bom da escola são os amigos e as zoeiras que a gente apronta. Fala a verdade: O que seria da vida sem os nossos retardados chamados de amigos?! Não seria nada, né?

Assim que terminei, desci para tomar café. Melanie estava toda arrumada, ela estava empolgada, pois iria trabalhar com a minha mãe, e o sonho dela de se tornar uma médica profissional estava quase realizado, faltava pouco. Melanie, com certeza, era o orgulho do meu pai e da minha mãe, eu também era, mas meu pai preferia que eu fosse médico também, mas agora, eu acho que ele me entende.

Ouvi um barulho irritante de salto. Com certeza era a minha prima. Voltei meus olhos para escada e a vi. Ele estava totalmente... Estranha... Seus cabelos estavam mal penteados, e ela estava sem maquiagem. Ela se sentou á mesa com a gente e pude perceber que seus olhos estavam inchados.

_Poxa... Você tá horrível! – pensei alto, mas logo depois tampei a boca com as mãos.

_León! – minha mãe me repreendeu com um gritinho. Apenas olhei para ela, e a mesma balançou a cabeça em sinal de reprovação. Calei a boca depois disso, eu sei que falei merda, mas... Foi inevitável.

Depois do silencio e tenso café da manhã, meu pai nos levou até á escola de carro. O caminhei todo foi silencioso, ninguém abriu a boca, meu pai até ligou o som para distrair, o que não funcionou muito.

Assim que adentramos na escola, Ludmila correu para o banheiro, pois a primeira pessoa que ela viu foi o Federico. Tá, eu não estava feliz com aquela situação, mas a Ludmila fez mancada desta vez. Cumprimentei os meninos, e logo uma figura irritante veio falar comigo.

_Oi amorzinho! – disse dando um beijo na minha bochecha. Os meninos me olharam segurando o riso. – Quero te contar uma coisa. – Provocou. – Não sei sua namoradinha de quinta te falou, mas ontem ela caminhou com o meu priminho. – falou sorrindo e eu a olhei confuso.

_Como? – perguntei.

_Não se faça de tonto León – me deu um, leve, tapa na cabeça. – Ele e o Tomás saíram para caminhar ontem – disse séria.

_Você mente tão mal... Ontem ela estava na minha casa. – falei rindo.

_Eu tenho como provar, idiota. – falou tirando alguma coisa da bolsa. – Ao contrário do que vocês pensam, eu sou muito esperta ok? – falou me entregando um envelope. – Faça bom proveito. Tchau baby!

Lara se retirou. Peguei o envelope que estava bem lacrado, e abri, eu estava curioso, afinal não sabia o que era. Assim que abri, vi umas coisas nada agradáveis, aos meus olhos. Fotos e mais fotos do Tomás e da Violetta, juntos. Tinha uma foto deles perto de um banco cheio de flores, caminhando um ao lado do outro, e outra deles dois se beijando?! Não sei se eles estavam se beijando mesmo, pois ele estava de costas, e não dava para ver direito, mas tudo indicava que sim. Olhei bem aquilo, antes de enfiar com brutalidade dentro do armário.

_Que isso? Vai com calma León... – André disse se assustando com o barulho que eu fiz assim que fechei a porta do meu armário.

Ignorei-o por completo e saí de lá. Fui até o bebedouro, bebi um pouco de água para ver se me acalmava. Por que ela não me disse que saiu para caminhar com aquele infeliz? Será que... Não! Ela não poderia estar me traindo... Ou... Ah! Minha cabeça estava a mil, não sabia o que pensar direito.

_Viu só como a sua namoradinha de quinta é? – uma voz chata surgiu ao meu lado. – É tão falsa, mas tão falsa, que te traiu na maior cara de pau.

_Do que você está falando? – perguntei sorrindo ironicamente claro. – Você não fez a mesma coisa? – perguntei cruzando os braços.

_Mas foi diferente – ela respondeu e eu soltei uma risada fraca. – Eu não te traí exatamente, eu apenas...

_Tá bom Lara, tá bom. Não quero mais explicações. Nossa relação acabou e eu estou muito feliz com isso, ok?

_É né... Mas parece que a sua e a da Violetta, vai acabar da mesma forma... – disse. – Tchau baby – falou jogando beijos no ar.

Depois que aquele ser irritante foi embora, eu comecei a caminhar nos corredores daquela escola. Lara sabia muito bem confundir toda a minha cabeça... Era incrível! Ela era tão fútil, mas tão fútil, que ás vezes eu mesmo penso: Cara, como você namorou essa coisa?!

Olhei em direção á porta da entrada, e vi a imagem de Violetta, entrando juntamente com Francesca. Ela me viu e acenou, mas algo dentro de mim, não deixou que eu retribuísse seu aceno e muito menos o sorriso que ela havia dado.

Ela veio até mim rapidamente. Acho que percebeu minha pequena “irritação” ao olhar para ela. Violetta se aproximou de mim, um pouco preocupada, eu diria.

_León? – chamou-me. – Você está bem? Digo... Parece nervoso.

_E como você quer que eu esteja? – perguntei rindo irônico.

_Por que está falando desse jeito? Por que está tão grosso?

_Faça mil favores, né Violetta. – falei abrindo o armário com um pouco de raiva. – Vou te perguntar uma coisa só. – falei pegando o envelope. – Por que não me disse que saiu para caminhar com o primo da Lara?

_Por que eu não saí pra caminhar com ele – respondeu séria.

_Ah não? – ela assentiu. – Então o que significa isso? – perguntei entregando-lhe as fotos. – Vai me dizer que não tiveram uma caminhada muito agradável?

_León? Quem te deu isso? – perguntou um tanto calma.

_Não interessa.

_Interessa sim! – falou irritada. – Quem te deu essas fotos?

_A Lara.

_Ah... Claro – ela riu debochada. – Olha quem você está escutando agora... Prefere acreditar na Lara á em mim, é isso? - perguntou séria.

_Eu não disse isso, é... – ela me interrompeu.

_É isso sim. – teimosa. – Quer saber de uma coisa? Eu e Tomás caminhamos sim juntos. Mas eu não marquei de sair com ele, se é o que você está pensando. Ontem eu acordei um pouco mais cedo do que de costume, e decidi correr um pouco, só que eu acabei encontrando o Tomás, por acaso. – explicou. – Entendeu?

_Sim. Mas não sei se acredito.

_Ah... Pense o que quiser. – falou devolvendo as fotos. – Só que se você me ama mesmo, deveria confiar mais em mim, deveria me ouvir mais.

_Eu confio, mas isso está contra você – falei. – Olha essas fotos, Violetta. Parece que vocês estão tendo uma saída romântica. E essa foto, parece que estão se... – ela me cortou novamente.

_Ele não me beijou. – falou rapidamente. – É que esta foto está num ângulo exato para você falar que eu o beijei, mas não nos beijamos.

Suspirei. Ela pegou as fotos da minha mão de novo, e olhou bem para elas. Depois de uns segundos assim, ela simplesmente rasgou-as e jogou na lixeira que tinha ali perto. Me deixando ainda em estado de confusão...

...