_Bom, não vou me meter mais. Depois vocês se resolvam. – falou se levantando. – Vou embora. Preciso cumprir a detenção. – disse desanimada por ter que voltar á escola.

_O que a senhorita certinha fez?! – perguntei brincando e ela mostrou língua.

_Não é que eu me meti no meio do Federico e do Diego com o León, e acabamos os quatro, indo para a detenção. Sem contar que a Ludmila também vai por chegar atrasada juntamente com o Diego.

_Nossa... Ainda bem que eu não fui á escola hoje. – falei aliviada.

_Você nem vai estudar com a gente na biblioteca? – perguntou e eu disse não. – Mas Vilu, amanhã tem provas...

_Do que?

_História e física. – falou séria.

_Eu estudo em casa. – eu disse deixando para lá.

_Quero só vê se você tirar nota baixa em história. A professora não vai gostar nadinha, porque você foi mau nos dois testes que ela aplicou. – Francesca disse praticamente me dando um sermão.

–Tá bom, tá bom... Eu vou! – falei bufando e ela comemorou. – Mas me ajude a ficar longe do León. – impus. Ela assentiu e logo foi embora contente de minha casa.

***

Por Ludmila #

Estava na detenção... Graças ao meu atraso e a linda briga do meu namorado com o Diego. Estava sentada ao lado da Francesca que estava quieta lendo um livro, acho que ela nunca foi para a detenção, mas fazer o que?!

Federico estava bem longe de mim, além de detenção, ele foi suspenso, isso mesmo, suspenso! Ele e o Diego passarão dois dias em casa já que nenhum dos dois assumiu a culpa.

Eu estava tentando me concentrar num romance, mas estava difícil, pois toda hora me passava na cabeça aquela porcaria de “briga”. Federico perdeu a moral no instante em que deu aquele soco no Diego.

Por León #

A detenção estava quase no fim... Aquilo estava chato demais! Fala sério, eu só fui tentar parar com uma briga. Pra piorar a situação, acho que eu nem veria a Violetta hoje, acho que ela nem vai vim para estudar para as provas de amanhã.

Federico estava furioso ainda... O que foi que a desmiolada da minha prima fez?!

De repente, do nada, uma linda garota aparece na porta da sala, linda não! Maravilhosa... Uma “deusa”.

Olhei para o lado e constatei que o Bruno, um garoto do primeiro ano, olhava fixamente para MINHA garota. Dei-lhe um tapa na cabeça e o mesmo me olhou confuso, mas logo se pôs no devido lugar.

Ela foi ao encontro das meninas, sem ao menos dirigir-me a palavra. Violetta apenas me olhou de canto, ela estava evidentemente magoada, sem contar que estava deprimida pelo fato do acidente.

***

Por Violetta #

Cheguei um pouco antes de á detenção acabar, o que me fez esperar um pouco para estudar. León me olhava constantemente, me dando vontade de ir falar com ele. Queria tanto estar ao lado dele, o abraçando, recebendo seus carinhos...

_Vai falar com ele logo – Francesca disse assim que a detenção acabou. – Está na cara que você quer ficar grudadinha no León. – continuou dando uma risadinha mínima, mas mesmo assim me deixando muito envergonhada.

_Não posso. Eu não vou voltar atrás. Eu sei que não agi certo, mas ele também não agiu. – falei um tanto seca.

_Você que sabe. – Francesca disse pegando a bolsa. – Vamos para biblioteca?! Preciso ir para casa antes das sete, eu e Marco vamos ir ao cinema. – falou animada e eu soltei um riso fraco.

Fomos até a biblioteca. Ludmila estava emburrada sentada ao lado de León, que também não tinha uma cara nada boa. Federico estava com uma expressão nervosa no rosto, será que ele e a Ludmila também brigaram, ou estão de pirraça?! E Diego tinha uma cara mal-humorada.

_Aff! Vocês estão insuportáveis hoje! – Francesca disse jogando o livro de história em cima da mesa. – Isso aqui é um grupo de estudos, precisamos nos unir para poder tirar nota boa na porcaria daquele teste!

Ninguém abriu a boca, apenas pegamos nossos livros e começamos o estudo compartilhado. Tinha horas que meu olhar e o de León cruzavam, e quando isso ocorria, eu tentava prender minha atenção ao máximo na Francesca que estava explicando a matéria, o que era meio difícil de fazer, já que a pessoa que eu mais amo, me encarava constantemente.

2 horas depois...

Quando finalmente aquele assunto acabou, eu comemorei mentalmente, aliviada guardei meu livro e caderno na bolsa, com certeza amanhã o teste não estaria tão difícil, eu acho.

Francesca saiu correndo para casa, pelo jeito a saída á noite com o Marco seria divertida. Ri sozinha com estes pensamentos. Ludmila pegou o Federico pelo colarinho e o puxou para fora, Eita! Aí vem briga! Diego saiu cabisbaixo da biblioteca. Ficamos apenas eu e o León na sala. Eu não queria ir embora, queria poder dizer ou até mesmo gritar que queria ficar naquela sala pra sempre nos braços dele, sozinhos.

_Violetta – ele me chamou suavemente, me fazendo olhar rapidamente os olhos do garoto que eu mais amo em minha vida. – Posso conversar com você, já que estamos sozinhos, acho que nada nos impede.

_León... Eu não quero discutir com você, já não basta eu não ter dormido a noite por causa disso. Acho melhor ir embora. – falei tentando adiar aquela conversa.

_Eu não vou discutir com você – falou se aproximando de mim, e a tonta aqui, não soube se afastar. – Vamos apenas... Conversar. – disse pegando em minha mão cuidadosamente. – Eu só queria dizer desculpas por ter... Te magoado ontem, eu sei que eu não tinha o direito de dizer tudo aquilo, mas sem querer eu explodi e coloquei tudo pra fora. Me desculpe por isso. – falou.

_Tudo bem... – falei soltando um suspiro longo. – Eu também te peço desculpas. Sei que não agi certo, só que fiquei um pouco em choque por saber que meu namorado iria embora. – falei timidamente. – Agora eu tenho que ir.

_Espera. – falou segurando com mais firmeza em minha mão. – Você não está bem, não pelo que eu percebo. – falou acariciando meu rosto numa forma super meiga.

_Me deixa quieta – falei um pouco rude. – Eu quero ir para casa. Amanhã tem prova.

_Nós não estamos bem, não é? – perguntou num tom baixo. Eu não respondi. – Eu te levo até sua casa.

_Não precisa. – falei tirando sua mão de meu rosto. – O Peter irá me levar. – falei e vi seus olhos preciosamente lindos se arregalarem.

Peter nada mais era do que um amigo. Ele era meu amigo. Peter era super inteligente, um pouco bonito, e muito engraçado. Vamos dizer que ele era um tipo nerd. Usava óculos daqueles bem intelectuais, aparelho, cabelo bagunçado, e só isso, não consigo descrevê-lo.

_C-Como assim? – perguntou largando meu braço.

_Simples: Peter irá me levar até em casa. – falei. – E se você não se importar, tenho que ir, ele está me esperando lá fora. – disse e logo caminhei para fora da sala.

Como o esperado, Peter estava na calçada me esperando. Ele olhava distraidamente para o nada, e ainda sorria, sorria largamente. Ri baixo. Fui caminhando vagarosamente até ele, na intenção de lhe dar um susto, já que o mesmo estava de costas, não iria nem perceber que eu estava atrás dele. Assim que estava bem perto dele, dei um gritinho acompanhado de um toque, que fez o mesmo quase pular para o meio da rua. Gargalhei. Fui engraçado.

_Está louca?! – perguntou ajeitando os óculos. – Quase me matou do coração, Vilu.

_Desculpe. – disse em meio aos risos. – Foi inevitável. Você estava todo distraído olhando para absolutamente nada, então me ocorreu essa ideia. No que você tava pensando?

_Numa garota... – falou baixo.

_Eita! Peter?! Você tá apaixonado?! – perguntei surpresa.

_Talvez sim... – suspirou.

_Quem é a menina de sorte?! – perguntei e logo ele riu.

_Não sei se devo te contar. – disse fazendo um mistério desnecessário.

_Anda logo! – quase grite.

_Relaxa... – falou rindo e eu o encarei. – Tá já entendi! Bom, a garota é a... A... A... – Ele estava nervoso.

_É quem garoto?! – me estressei.

_Ana! – soltou de uma vez.

_Ana?! – perguntei e ele concordou. – Mas ela gosta do Marco.

_Mas o Marco não gosta dela. – repreendeu-me.

_Claro que não gosta, se não o que ele estaria fazendo com a Francesca?! – ele me mostrou língua e eu ri. – Vai contar á ela, ou eu terei que dizer?

_Não se meta, Vilu. – pediu-me.

_Tá, relaxa... – ri do mesmo modo que ele tinha feito antes, e ele balançou a cabeça negativamente.

Peter me deixou em casa e logo foi para a dele.

Cheguei, e não avistei ninguém lá, já era noite, será que papai iria passar á noite fora?! Fui até a cozinha e encontrei Olga fazendo um chá, como de costume, ela sorriu ao me ver.

_Olá Olguinha. – falei.

_Olá pequenina... – falou carinhosamente. – Seu pai mandou avisar que irá chegar de madrugada. Ele teve algo importante dentro da empresa. – assenti. – Jade está no jardim, disse que precisava de um tempo sozinha, ela está um pouco abatida, e não me pergunte o porquê que eu nem sei. – falou.

_Jade abatida? – ri e Olga me olhou com certa repreensão. – Vou ter que ver isso. – falei sorrindo, e Olga balançou a cabeça negativamente.

Fui apressada para o jardim. Assim que pisei o pé lá encontrei a Jade sentada na grama, mexendo em suas rosas vermelhas e brancas que tanto gostava. Sua expressão realmente não era um das melhores.

_Jade? – chamei-a.

_Deixe-me sozinha. – falou num tom triste.

_Você... Está bem? – perguntei. – Digo... Nunca te vi aqui, sozinha, sem estar ao lado de meu pai aqui.

_Não é nada de mais Violetta, estou apenas refletindo. E se não se importa quero continuar sozinha. – disse um pouco mais ignorante e eu me calei.

Resolvi deixá-la sozinha, vai ver ela precisava mesmo pensar. Fui para o meu quarto já eram oito horas. Tomei um banho e vesti meu pijama. Ouvi meu celular tocar... Era a Camila.

_Alô?

_Oi amiga! – disse ela alegremente. – Tudo bem com você? – perguntou.

_Sim, e com você? – falei.

_Ótima! Então te liguei para fazer uma perguntinha: Já que amanhã é sexta, eu e a galera pensamos em ir no cinema, o que acha?

_Legal...

_Você vai né? – perguntou e eu pensei um pouco antes de responder, era meio óbvio que o Leon iria. – Vai Vilu! Você tem que ir, eu sei que você e o León estão meio brigados, quem sabe vocês não se acertam lá no cine? – insistiu.

_Tá bom, Tá bom... Eu vou! – falei de uma vez só e a mesma comemorou. – Então tá, até amanhã, e vê se esquece de não deixar a prova em branco. – adverti e ela murmurou algo que eu particularmente não entendi.

_Tchau, tenha uma boa noite e sonhe comigo! – falou e antes de eu dizer algo a mesma desligou, ri sozinha... Camila tinha uns parafusos a menos na cabeça.

Dormi. Amanhã o dia seria longo.

***