O meu novo Destino... escrita por Bianca Saantos


Capítulo 3
Capítulo 3




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_Violetta, desculpe-me, mas acho que teremos que ir a pé, porque não achei a chave do meu carro. – ela disse.

_Tudo bem... – falei e logo me levantei. – eu vou sozinha, vocês duas me ajudaram bastante, obrigada! – falei.

_Eu posso te levar... Ou melhor, acompanhar, pois ainda não posso dirigir. – León se ofereceu sorrindo.

_Se não te incomodar...

_Não me incomodaria! – ele disse estendendo a mão para mim. Eu sorri envergonhada, e dei minha mão para ele. Olhei para Ludmila e a vi da um sorrisinho estranho, não entendi e também nem liguei. Melanie sorriu com o ato de León.

Saímos de lá, e começamos a andar a caminho da minha casa. Eu tive que guiar, pois ele não sabia onde eu morava.

O caminho estava sendo silencioso, até que percebi uma coisa... León não havia soltado a minha mão ainda... Olhei para ele, e ele para mim, sorri, mas logo fiquei que nem um pimentão, soltei a mão dele, e aí ele caiu na risada.

_Desculpe, nem percebi. – ele disse.

_Tudo bem, eu também não tinha percebido. – falei sorrindo.

Chegamos na frente da minha casa, e ele se impressionou, queria rir, mas achei desnecessário.

_Obrigado – falei e por impulso lhe dei um beijo na bochecha.

_De nada! – ele disse, e parecia satisfeito.

_Isso é tão estranho... – falei o que estava sentindo.

_Estranho?! O que é estranho? – ele perguntou.

_Isso! – falei rindo. – Mal te conheço, e fui sem querer, parar na sua casa, e tudo isso aconteceu num dia só! Tem noção disso? – perguntei.

_Ah isso? Não é nada de mais oras... É a vida, as vezes colocam coisas no nosso destino, podem ser boas ou como você diz, estranhas. – ele disse rindo.

_É... Você acredita nessa coisa de destino? – perguntei fragilizada, nem sei porque.

_Ás vezes... – ele disse suspirando. – Por quê?

_Ás vezes culpo o meu destino e a vida, por ter levado a minha mãe. – falei abaixando a cabeça.

_Não tem nada de mais pensar isso... – ele disse acariciando meu rosto, confesso que achei esquisito. – Mas não temos culpa de nada... Como eu disse, é a vida!

_Obrigado León – falei triste.

_Desmancha essa cara! – ele riu e eu também. – Coloca um sorriso nesse rosto lindo, e vamos continuar a vida normalmente. – ele disse e eu sorri. Mas meu sorriso se desmanchou rapidamente, quando ouvi gritos e algo sendo quebrado dentro da minha casa. Assustei-me, e parece que León também.

Minhas mãos estavam tremulas, minha respiração rápida, e o meu coração mais que acelerado, achei que fosse cair dura no chão. Tentei abrir a porta, mas a casa estava trancada, tentei olhar pela janela, mas as cortinas estavam fechadas.

_Pai! – tentei gritar bem alto, mas a voz não saiu completamente, devido ao meu desespero. Ninguém veio me atender, e os gritos retornaram, só que dessa vez mais altos, parecia que a Jade, estava se descabelando lá dentro.

Ouvi ela dizendo: “Eu te odeio!”, “Quem é você realmente?!”, “Você não merece o que dou a você!”, “Traíra!” – Fiquei com medo de chamar novamente.

Papai estava quieto, até que ele começou a falar, e bem alto, pois eu acho que a vizinhança inteira estava os escutando. Ele disse: “Me escuta Jade! Eu sempre fiz tudo o que você me pediu, até coloquei a Violetta num internato, eu sei que vocês não se dão bem, eu mesmo quase não a suporto, e eu conheço ela, sei que ela é teimosa, rebelde, criança e faz de tudo para nos tirar do sério, nós temos muita diferenças, eu sei disso... Mas isso que eu cometi agora foi um errinho!” ele explicou, e me magoou, não sabia que ele pensava isso de mim.

“Aé?! Beijar aquela criatura foi um errinho?! Você acha que eu sou burra?! Traíra! Te odeio, te odeio! E sua filha, se dependesse de mim, a mandaria para Japão! Só para nunca mais ver a cara dela! Aquela garota é uma Peste! Ela me odeia, e eu também não a suporto! E acho que ela não merecia um pai assim, como você, que apesar de traíra, é um bom homem, ela é um garotinha, como dizer, do mal! Só tá aqui para atrapalhar nossas vidas! Não faz diferença, pelo menos não na minha vida!” ela gritou e acho que jogou mais um vazo no chão, e eu podia jurar que lágrimas de raiva caíam sobre o meu rosto. Papai só falou um “Tem razão, errei com ela, é... Ela não merece ser minha filha, me desculpe Jade”, ele nem se quer me defendeu, ele não tem consideração por mim! E não merece um pingo de respeito vindo da minha parte. Eu sou uma peste? Teimosa? Rebelde? Criança? Aquilo foi a gota d’água. Comecei a bater na porta com toda a minha raiva. Por mim eu a arrombava, mas senti as mãos de León entorno da minha cintura, me puxando com força, e eu só sabia me debater, estava chorando e com muita raiva e ódio!

Depois de tanto tempo assim, chorando e me debatendo contra o León, perdi minhas forças, como meu pai foi tão mansinho com a Jade, eu sou a errada, eu sou a Rebelde! León tentou me colocar em pé, mas eu quase caí, me sentia fraca, triste, magoada, ferida...

León me abraçou, não consegui retribuir, estava tão machucada, parecia que eu ia desmoronar a qualquer momento, eu não queria aquela vida, rodeada de pessoas falsas, sem sentimento, sem amor a mim, sendo traída pelo próprio pai.

_Não me amam... Não me amam... Não me amam... – eu só conseguia dizer e repetir a mesma coisa. – Meu pai... Não... Não...

_Calminha... – León sussurrou ao meu ouvido.

Ele se afastou, e eu comecei a ficar tonta, tudo girava, o mundo não fazia mais nenhum sentido, não fazia questão de entender as coisas, eu só queria sumir, desaparecer, e nunca mais voltar a essa vida.

_Violetta... Violetta! – León tentava me chamar, para eu acordar desse pesadelo, não conseguia responder, me golpearam fortemente, levaram o único amor que eu tinha, o amor de família, não tinha mais apoio, foi como se tirassem tudo que restava depois da morte de minha mãe.

Senti meus olhos embaçarem, minha cabeça gritava, minha mente doía, minhas mãos geladas, meu corpo... Não tinha controle sobre nada, apenas me deixei levar, me entreguei completamente pelas emoções que estavam chegando... Fechei os olhos, e me deparei com a escuridão... Depois disso... Não me lembro mais de nada...

...


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Notas finais do capítulo

c o m e n t e m