Por Francesca #

Estava em meu quarto escutando música, totalmente feliz, Marco estava comigo e nós estávamos dançando também, como loucos apaixonados... Ai... Ele é o amor da minha vida... Ou eu que sou uma idiota!

Meu celular vibrou, me obrigando a desligar o som, Marco sentou-se em minha cama, visivelmente cansado. Ri ao vê-lo assim. Atendi meu celular, era o León que me ligava.

_Oi gatinho, o que quer? – perguntei brincalhona.

_Francesca... – disse numa voz horrivelmente rouca e chorosa. Assustei-me. – Me ajuda...

_León! – disse preocupadíssima me levantando da cama, e andando de um lado para o outro. – O que está acontecendo? Está tudo bem contigo? Você se machucou? Foi seu pai? Discutiram? Ele te expulsou de casa? – jorrei perguntas á ele.

_Violetta... – León disse rouco.

_Ah! Brigaram? – perguntei um pouco mais tranqüila, normalmente isso acontecia entre os casais, não era pra tanto, não é?

_Ela... Foi... Atropelada... – disse mal, muito mal, mesmo.

_O QUÊ?! – surtei, e Marco deu um pula da cama assustado, e imediatamente veio até mim. – León... Diga-me que isso não é verdade! – falei deixando algumas lágrimas caírem livremente sobre o meu rosto.

_Venha ao Hospital... Por favor... – pediu-me e eu não tinha como negar.

_Não se preocupe... Eu já estou chegando, beijos – falei desligando.

Fiquei meio abalada, e Marco me olhava sem entender o motivo deu estar daquele jeito. Meus olhos estavam quase secando, já não tinha mais lágrimas para chorar. Ele me olhou carinhosamente preocupado. O abracei fortemente, não agüentaria se uma das minhas melhores amigas morresse, seria um baque muito forte.

_A Vilu... – sussurrei. – Ela foi atropelada...

_O que...? – ele pareceu não acreditar em mim. Separei-me de seus braços, mesmo que eu não quisesse, mas eu precisava olhar em seus olhos negros como á noite, que me davam conforto em algumas horas difíceis.

_Vamos ao Hospital, o León precisa de nós... – falei o puxando para fora...

...

Por Violetta #

Acordei... Bom eu acho que acordei. Sei lá, acho que morri, mas não, eu não morri, pois consegui abrir os olhos. Eu não conseguia respirar, mas eu estava com vários tubos, em mim... Um em meu nariz e também em minha boca. Acho que eu estava num hospital, pois o ambiente não era nem um pouco agradável. Não sentia as minhas pernas e nem os meus braços, sentia apenas uma dor forte em minha cabeça.

Senti algo tocar a minha testa, olhei em volta e pude ver uma pessoa, com os olhos meio que inchados, e um rosto pálido... León? Queria poder falar com ele, mas não arranjava forças nem para me movimentar. Consegui soltar um grunhido, baixo, mas consegui. León olhou-me imediatamente, eu estava com os olhos semi-abertos, mas eu conseguia piscar lentamente.

_Meu amor? – ele disse com uma expressão feliz no rosto. Mexi de leve o meu pescoço e ele entendeu aquilo como um sinal. – Que bom que acordou... Estava preocupado, quer dizer, estou preocupado.

_Hum – resmunguei tentando falar o que sentia, mas não conseguia não saia nada. – Hã, hum – continuei.

_Não precisa fazer esforço, pequena... Você está debilitada. Fique quietinha, está mal, relaxe que daqui a pouco tudo se resolve... – falou. – Pelo menos eu espero... – murmurou com uma pequena lágrima caindo de seus olhos tão lindos.

Não consegui ficar muito tempo com os olhos abertos... Parecia que tinha uma força, querendo que eu me desligasse outra vez do mundo... E sem que eu me desse conta novamente, apaguei...

Por León #

Minha pequena... Meu amor... Meu coração... Minha e só minha Violetta... Estava tão machucada, debilitada, Tão... Frágil, que eu não sabia como ajudá-la, ou dizer coisas que a ajudasse. Estava me sentindo horrível... Ela é o meu tudo, nesse momento, ela é o que eu preciso e o que eu necessito.

Eu a vi fechar os olhos novamente, e aquilo me partiu o coração. Eu tinha medo de perdê-la. Nunca senti esse medo. Dizem que um garoto que vai fazer dezessete anos, não é realmente maduro, mas eu digo que sou. Tudo bem que ainda não me sustento, e até me nomeariam um riquinho mimado. Mas eu não era assim, como as pessoas me julgavam...

_León... – ouvi alguém me chamar.

Olhei para trás imediatamente, deparando-me com Francesca na porta, ao lado de Marco. Ele me olhou e forçou um sorrisinho, acho que para tirar um pouco a tristeza do ar, o que não deu muito certo. Olhei para Marco e sua expressão parecia preocupada.

_Desculpa por não termos vindo antes, mas é que pegamos um pouquinho de transito... – Ela disse com a voz um pouco rouca, parecia que ela tinha chorada muito, seus olhos inchados e vermelhos diziam isso. – C-Como ela está?

_Mal... – respondi baixo.

Francesca como sempre nas horas difíceis veio até mim me dando um abraço apertado. Retribuí, logicamente, ela era minha amiga em todas as horas, em todos os momentos... Aquele abraço estava demorando um pouco, comecei a me sentir incomodado, afinal, Marco estava na sala, olhando a gente, e creio que não é muito legal ver a namorada abraçado com outro garoto. Conclui que ela deveria estar chorando. Acariciei seus cabelos, e lentamente me afastei dela, não que eu não estivesse gostando, pelo contrario, mas não era muito conveniente para o Marco.

_Ela está... Muito machucada... – Francesca disse a olhando com certa preocupação. – Por que ela foi atropelada? Por quê? – perguntou. Ela não estava se conformando nem um pouquinho com esta história.

_Foi o Miguel – respondi firme e com um ódio brotando de minhas veias. – Se eu o encontrar, sou capaz de matá-lo! – falei cerrando os punhos automaticamente. Francesca me olhava assustada, ela segurou meus braços me impossibilitando de fazer algum movimento.

_Como assim? – perguntou. – Ele não seria capaz León, você deve ter o confundido com outra pessoa, e...

_Não! – a interrompi. – Ele estava bêbado! Beijou ela a força, e depois fez essa... Burrada! E o pior de tudo é que aquele ser psicopata saiu ileso! Idiota, juro que se o Maxi não tivesse me tirado dali, eu teria o matado, com minhas próprias mãos, sem dó nem piedade.

_Não seja um garoto frio – ela disse. – Sim, o que ele fez foi errado, mas não justifica você querer o mal para ele, a Vilu não iria querer isso para ninguém, nem para a Lara, que é a pior inimiga ela deseja a morte. – falou Francesca esboçando um sorriso. – Então não faça nem uma besteira, por favor, León, não faça nenhuminha besteira se quer, nenhuma! Pense nisso...

...