_O que você fez agora, Vargas? – falei me sentando ao seu lado.

_O que?!

_A Vilu tá acabada... – falei arrumando meus cabelos bagunçados pelo vento. – O que fez para ela?

_Eu não fiz absolutamente NADA! Só parei o beijo, e disse que não queria mais, porque eu não posso beijá-la o tempo inteiro, sabendo que quando nós sairmos na rua, eu não poderei segurar a mão dela, chamá-la de minha namorada, e fazer coisas que só casais fazem. Ela não quer isso! Então eu também não quero beijá-la sem ter nenhum vinculo. – falou calmo.

_Você sabe da história dela? – perguntei calmíssima e ele negou. – Sabe o que ela passou com o tal Tomás? – ele negou novamente. – Então por que foi tão grosso?! – explodi. – Você não sabe dar tempo para a garota pensar?! Ela não é como as suas outras namoradinhas! Ela tem sentimentos León, SENTIMENTOS! – gritei. – A Vilu já sofreu com isso! Já passou por tanta coisa ruim, e você fica pressionando ela! Você é um idiota! I-D-I-O-T-A! – falei brava, me levantando. – E só mais uma coisa, não ouse a machucar o coraçãozinho frágil dela, ou vai se ver comigo! Ela é a menina mais especial que eu conheci, e pelo visto, você não soube dar valor para uma jóia daquelas, e a perdeu... Sinto lhe informar, mas você destruiu o único vinculo que tinha com ela. – falei por fim, o deixando pensativo. Me retirei e fui para casa. Encontrei Federico sentado assistindo televisão. Todo largado, ri.

_Oi amor! – ele disse se levantando assim que me viu. Tive vontade de chorar quando ele me chamou de “amor”, ai como eu sou besta!

_Oi Fe! – disse sorrindo abobada. Ele veio me abraçar, mas eu estava imunda pela areia da praia, então esquivei-me.

_Me evitando? – ele perguntou um pouco triste.

_Não seja bobo! – falei rindo. – É que você tá todo cheiroso, e eu to suja demais! Então vou tomar um banho para ficar sentadinha e agarradinha com você assistindo um filme aqui na sala. – falei e vi um sorriso nos lábios dele.

_Posso ganhar um beijo pelo menos? – perguntou e eu ri.

_Claro que pode meu bobinho! – falei e lhe dei um rápido selinho. E então subi para tomar um banho relaxante.

...

Por León #

Estava pensativo... Ludmila disse umas coisas que faziam sentido, e vindo da parte dela, é muito estranho! Minha prima vive no mundinho dela. Parece que saiu de um conto de fadas, é uma princesinha mimada, mas muito esperta.

Sabe, eu gosto da Violetta, mas ela é muito complicada, é difícil! Todas que eu fiquei, eram fáceis demais, não ligavam pelas besteiras que eu fazia, e nunca me corrigiam, sempre faziam o que eu queria, e não se importavam quando eu queria terminar o “relacionamento”. Mas ela... Ela é especial. Totalmente frágil e forte ao mesmo tempo.

Violetta... Uma garota perfeita... Amo os seus beijos, e foi um sacrifício para mim me desfazer daquele beijo na praia, eu quase não tenho domínio sobre mim quando ela está por perto, eu sempre me entrego por completo, e isso é horrível, mais muito bom! Seus olhos castanhos claros são tão... Tão maravilhosos, me levam ao paraíso toda vez que os meus encontram com os dela. Sua pele macia, seus cabelos castanhos, como os olhos, só que mais escuros. E sua boca avermelhada, naturalmente, ela é um espetáculo de garota! A mais bonita do universo, pelo menos aos meus olhos. Vê-la naquele biquíni, mexeu com a minha cabeça, e acho que nunca mais vou tirar aquela imagem da minha mente, e nem eu quero... Ela é perfeita! Um sonho esculpido na realidade!

Tomei um banho demorado, e vesti uma bermuda, estava calor, então optei em ficar sem blusa. Fui até a cozinha pegar algo pra comer e me deparei com uma pessoa totalmente inesperada!

_Violetta? – chamei-a. Ela estava cortando uma maçã. Assim que notou a minha presença, levou um susto e deu um pulo, me deu vontade de rir, mas eu me contive. Ela deixou a faca e a maçã caírem no chão, e me olhou assustada, mas não ousou a dizer nada.

Ela estava linda. Seus cabelos soltos e com as ondas mais lindas deste mundo. Uma blusa solta e um short, curto?! Aonde ela vai assim?! Ficar aqui que não é! O short era chamativo, faziam qualquer um notar a bela presença.

Violetta ajoelhou-se e pegou as coisas do chão, ela estava com as mãos trêmulas. Assim que terminou eu me aproximei dela. Não muito, mas o bastante para sentir o seu perfume doce.

_O-O Q-Que Q-Quer? – pera aí! Ela estava nervosa com a minha proximidade?! Não pode ser... Castillo tímida?

_Posso falar com você? – Perguntei e ela negou imediatamente. – Só dois minutos.

_Eu não quero te escutar – falou com a voz baixa, nem parecia a Violetta que eu conheci a uma semana atrás.

_Violetta! Pare de ser teimosa! – falei um pouco alto e a assustei, pois ela fechou os olhos e comprimiu os lábios.

_Desculpa – disse ainda de olhos fechados. – E-Eu não quero falar com você. E-Eu... – a cortei.

_Abra esses olhos! – ordenei, e ela fez. – Agora olhe para mim. – assim fez. – Me desculpa, eu fui um idiota.

_Eu também fui – falou logo após a minha fala com uma expressão triste. – E eu vou me culpar, por ter pensado que alguém gostaria de mim, de uma maneira especial, que no final de tudo se transformasse em um amor incondicional. – falou e deixou uma lágrima escorrer por sua face, e eu tive que secá-la. – Eu não acredito nisso mais, já pensei que existia, mas vejo que é uma farsa, o amor não existe León, o amar não existe. – ela falou tentando conter o choro. – Por favor, não me trate mais como um lixo, que você usa, e descarta quando quer. Eu não sou de ferro, caramba! – falou escondendo o rosto nas mãos e soluçando, estava chorando, e aquilo de alguma forma, me doeu.

_Vilu...

_Eu estou me sentindo horrível! – Violetta disse. – Você me rejeitou na maior cara de pau! E eu estava que nem uma menininha planejando em te dar uma oportunidade, e tentar começar um namoro sério! Você tem noção disso?! Você destruiu o que eu estava começando a acreditar! – disse sem se importar com o choro e os soluços que a atrapalhavam. – Ainda bem que eu estou conseguindo reconquistar o meu pai! Porque eu estava me apegando a uma pessoa que nem se quer gosta da minha companhia. Eu me odeio! – falou caindo de joelhos na minha frente. Eu estava sem fala. Como você foi burro! É isso que eu sou! Um burro! Ela é uma garota! E essa garota, não é como as outras! Ela tem algo dentro dela, ela tem amor para dar, só não consegue libertá-lo, pois não acha as pessoas apropriadas para isso. Ela se levantou fraca. A abracei, mas ela não retribuiu, aquilo foi um choque para mim, ela estava chorando ainda.

_Me deixe em paz, Vargas! – voltou ao seu tom frio e angustiante de antes.

_Vilu, eu não queria demonstrar isso, eu... – ela me interrompeu.

_Prove! – disse dura, e saindo de lá.

Por Violetta #

Ai que droga! Eu não estou mais me reconhecendo! Eu sou uma tonta, imbecil! Eu não posso estar sentindo isso por ele, eu não posso! Está fora de cogitação! Eu não posso amá-lo! Isso dói! E eu tenho medo... Meu mundo está se desmoronando. E eu não quero viver presa num mundo só meu!

Fui para o meu quarto e encontro uma coisa linda, só que não... Francesca e Marco se agarrando, eu não acredito que estou presenciando isso! Eles estavam se beijando de uma maneira ridícula! Tossi propositalmente e eles pararam, Francesca estava totalmente desarrumada, e Marco com o cabelo bagunçado e roupas amassadas.

_Não queria estragar o “momento pegação” do casal, mas esse quarto também é meu. – falei rindo e eles me olharam envergonhados.

_D-Desculpa Vilu. – Marco disse tímido. – Tchau meu amor, mais tarde nos vemos. – disse beijando a bochecha da Francesca e logo saindo.

_Que isso hein dona Francesca?! – perguntei fingindo-me de brava. – Ainda bem que cheguei a tempo, se não até imagino o que teria acontecido aqui... – eu disse e ela ficou mais vermelha que um pimentão.

_Ai credo Violetta! – disse e um travesseiro voou em minha direção, acertando a minha cabeça em cheio, eu ri. – Não ia acontecer nada! Estávamos apenas nos beijando! – continuou e mostrou língua.

_Sei... – falei me deitando...

...