Por Ludmila #

Sabe... Nunca me senti tão ruim. Meu coração está tão lento, a decepção foi forte. Ele me machucou profundamente. Se ele gostava de mim, por que não veio e me falou? Por que não esclareceu as coisas? Por quê? Seria bem mais fácil do que agir brutalmente comigo. Fala sério! Ele pirou de vez!

Eu e o Di, sempre fomos amigos, melhores amigos, quase irmãos, ele sempre cuidou de mim. Eu o amei como nunca amei os meus irmãos de sangue. Sempre doce e agradável comigo, nunca pensaria em fazer algo de mal a mim. E também nunca deixava os outros me machucarem. Ele foi o meu porto seguro inúmeras vezes, até mesmo me defendia do ciúmes bobo do meu primo chato. Ele foi importantíssimo para mim, e agora... Não sinto mais isso! Sinto-me sozinha, Diego com certeza acabou com o meu dia!

Estava caminhando triste, pela as ruas de BA. As flores coloridas e lindas, não tinham cores. É horrível perder um amigo, ainda mais aquele que passou a vida toda ao seu lado... Fui tirada de meus pensamentos trombando em alguém. Ah! Era o Federico.

_Ludmila?– Federico perguntou. Meus olhos encheram de lágrimas, e eu o abracei fortemente. – Lu?

_O-O Di... – falei em meio os soluços. – Diego.

_O que tem ele?

_É um idiota! Idiota! Eu o odeio! – falei caindo no choro novamente e me agarrando ao Federico.

_O que aconteceu? Vocês dois vivem juntos, não pode odiá-lo de uma hora para outra, vocês são os amigos mais unidos que eu já vi. – ele disse acariciando meus cabelos.

_Amigos não machucam um ao outro. – falei me afastando dele.

_O que ele te fez? – Nem precisei dizer nada e ele olhou para o meu braço descoberto, que estava vermelho. – Ele te bateu?!

_Não – disse fraca. – Ciúme incontrolável.

_Ciúme? – perguntou confuso.

_Ele gosta de mim Federico.

_Ah! Isso eu já sabia. – disse dando de ombros.

_Você já sabia?! – agora eu estou confusa.

_Claro Ludmila! Até um cego vê o que rola entre ele e você – ele disse com desgosto. – Ele te trata bem, todo carinhoso, como se você fosse uma jóia preciosa, e ele precisasse cuidar!

_Fe, eu juro que não sabia disso.

_Tudo bem. Eu fiquei meio receoso em te convidar pra sair. Desde que você entrou na escola, eu estou com essa vontade louca de sair contigo. Mas eu sempre pensava: “Essa garota nunca vai dar bola pra mim, eu sou um “nerd” e ela é popular da escola, a patricinha mais cobiçada. Onde eu teria uma chance?” – ele disse e eu ri. – Eu sou um idiota.

_Pois saiba que de todos os idiotas, o que eu mais gostei foi você! – falei e vi um sorriso brotando de seus lábios. – E eu só aceitei sair com você, porque eu realmente gostei de ti, você é diferente de todos, apesar da timidez, você tem caráter e é corajoso o suficiente para chamar a “patricinha mais cobiçada” da escola, para sair. – falei e imediatamente nós dois rimos com as minhas palavras.

_Você é... Incrível! – falou e eu ri.

_Você também é incrível, Fe! Nós somos! – falei e o abracei novamente.

_Só uma coisa... Não deixa o León acabar com a minha raça. Por favor! – ele disse sério.

_Claro que não... Desta vez, ele não vai estragar a oportunidade que o destino está me dando. – falei sorrindo.

_Bom eu preciso ir... – ele disse tristonho. – Mas eu te pego hoje ás sete, não se esqueça!

_Nunca! Vou estar te esperando – falei e ele sorriu, e foi se afastando lentamente, até desaparecer de minha vista.

Fui direto para a casa da minha prima... Melanie! Minha melhor amiga nas horas difíceis, além da Naty, claro! Entrei cautelosamente e vi o meu primo tocando violão na sala. Seu rosto tinha uma expressão triste, e sua voz não demonstrava felicidade.

_León? – o chamei.

_O que quer Ludmila? – perguntou-me sério.

_O que houve com você?

_Violetta! – disse soltando o violão e pondo as mãos no rosto. – Está garota está me deixando louco! – soltei um breve riso.

_É o Amor... – cantarolei rindo.

_O pior é que ela foge o tempo todo de mim, não sabe que eu realmente preciso dela... Sei lá, me sinto tão bem próximo dela...

_E sente melhor ainda beijando ela né? – perguntei e ele deu risada.

_Claro! Ela tem os melhores beijos desse mundo, e os melhores toques! – ele disse fechando os olhos e suspirando apaixonadamente.

_Credo León! Poupe-me dos detalhes! – falei cruzando os braços e ele riu novamente.

_Você que entrou no assunto.

_Tá, mas era só responder sim ou não.

_Tá bom Ludmila... Agora me deixa quieto – ele disse voltando a pegar o violão.Ri e fui em direção ao quarto de Melanie...

Por Violetta #

León... León... León... Céus! Por que minha mente só pensa nele?! Aquele garoto está me deixando louquinha de pedra. Estava no meu quarto, trancada. Naty não estava lá, ainda bem, eu precisava pensar, e sozinha, papai tinha levado ela no hospital para fazer uns exames.

Toda a vez que eu fechava os olhos, sentia ele, e imaginava os beijos dele em minha mente, Com certeza eu estava apaixonada, mas tinha que ser por ele?! Justo por ele?! O maior pegador da escola?!

Senti meu celular vibrar dentro do bolso da minha calça jeans, rapidamente o peguei e vi que era a Francesca.

_Oi?

_Oi! – respondeu animada. – Gostaria de saber se quer sair hoje a noite.

_Hoje? – perguntei desanimada.

_Sim, hoje! E nem pense em dizer não! Ou eu te obrigo a ir, entendeu? – disse ameaçadoramente.

_Pra onde?

_A casa de praia dos meus pais – Francesca disse normalmente. – A galera vai ficar lá uma semana, vamos? Vai ser divertido! – ela continuou.

_Tá bom, tá bom. Eu vou ver com meu pai, e vejo se ele me deixa ir, beijos. – disse e logo desliguei. Até que uma viajem não ia me fazer tão mal assim.

Comecei a arrumar minhas malas, pelo menos se meu pai deixa eu ir, já estará tudo pronto. Peguei uma mala media, e coloquei o básico: meu biquíni vermelho de bolinhas brancas tomara que caia, minhas sandálias, chinelo, maquiagem, óculos de sol, protetor solar, creme hidratante, shorts meio “curtos” a gente vai pra praia certo? Peguei blusinhas soltas e confortáveis, e um moletom se fizer frio algum dia dessa semana, que eu acho que vai ser meio difícil! Peguei outras coisinhas mais, e logo acabei meu trabalho.

Ouvi a porta da sala bater, acho que papai chegou com a Naty. Desci animada para falar com ele sobre a minha viagem, na qual eu Naty iria junto. Cheguei na sala, e vi meu pai com uma expressão de felicidade no rosto, já a Naty tinha os olhos inchados e vermelhos, e fungava toda hora.

_Papai quero te pedir uma coisa! – disse.

_Antes quero dar uma noticia. – ele disse e expressou um sorriso no rosto. – A Natália não está grávida, na verdade ela estava, mas perdeu.

_E você fala isso como se fosse natural! – Naty berrou do outro lado. – Aposto que está feliz, não é?!

_Não, não estou! Mas estou bem melhor, preste atenção nos seus atos Natália! Você é uma criança, imagine uma criança tendo uma criança! ABSURDO! – Meu amado Pai gritou.

_Eita! – manifestei-me. – Não sei o que rolou, mas eu quero perguntar uma coisa. – falei e ele indicou que eu prosseguisse. – Paizinho que eu amo tanto! Deixa-me viajar com os meus amigos? A Naty vai junto! – disse tentando fazer uma carinha de santa.

_Errado! Eu não vou. Quero ficar em casa, não estou afim de fazer nada. Com licença. – Naty disse e se retirou. Ela estava revoltada! Caramba!

_Violetta, acho melhor não e... – eu o cortei.

_Por favor, papai! Eu não vou fazer nada de errado! Confie em mim. – falei fazendo uma carinha triste.

_Violetta...

_Papai...

_Tá bom, tá bom... – ele disse suspirando pesadamente. Imediatamente agarrei o pescoço dele, o abraçando. – Ai meu Deus, o que eu fui fazer, não me faça eu me arrepender. – ele disse ameaçadoramente e eu ri.

_Não se preocupe pai! Eu juro, que não piso na bola! – falei e ele me deu um sorriso lindo. – Te amo! – falei involuntariamente. E foi a primeira vez de anos, que eu disse isso ao meu pai. Ele abriu um sorriso maior ainda e me abraçou de novo, digamos que mais apertado.

_Eu também te amo minha menininha.

_Pai... Paizinho... Tá me... Sufocando... – falei rindo e logo ele me soltou aos risos também. – Vou pegar minha mala, daqui a pouco estou indo! – disse e subi as escadas correndo.

Subi para o meu quarto feliz da vida! Meu pai me surpreendeu, realmente ele confia em mim... Ai que bom!

Meu celular novamente vibrou... A Fran havia me mandado uma mensagem, estava assim:

“Hoje ás nove e meia eu e a galera vamos passar em frente a sua casa para te pegar, não se atrase! E se arrume para arrasar, amiga! Bjs da Fran *--*”

Dei risada da mensagem e logo olhei no relógio, ainda era seis e quarenta e cinco... Falta muito tempo... Ou seja, vou escolher que roupa eu vou!

Por Ludmila #

Já estava sabendo da viajem, estava muito contente, não só por isso, mas também por causa do meu encontro com o Fe, que também será hoje. Eu vou encontrá-lo daqui quinze minutos, estou muito ansiosa! Ah sim... Estou na casa da Melanie, ela está me arrumando, e me deixando linda, infelizmente Melanie não vai na viajem, diz que o tempo dela já passou, e que agora ela curti de outra forma, ela parecia uma velha gaga falando assim, bizarro!

Minhas malas estão prontas, ainda tenho tempo de sobra, então... Vou aproveitar esse Tempo com o Fe! UHHHUUU!

Estou com um vestido simples, bem simples, para mim é, porque eu sou acostumada a usar coisas da ultima moda, que chamam atenção... Mas Melanie disse que eu tenho que ser menos vulgar para sair com um garoto. Odiei esse palpite, mas tive que aceitar. O meu vestido é de renda, todo branquinho, de alçinha, rodado, mega meigo! Meus cabelos estão presos lá no alto e as pontas enroladas. Minha maquiagem está básica e bem clara. Estou usando uma sapatilha rosinha clara, super meiga também. Suspirei feliz ao me ver assim no espelho, totalmente leve...

_Está linda! – Mel disse atrás de mim, me olhando pelo espelho.

_Graças a você! – falei e nós rimos. – Obrigada por tudo, você é minha fada, pode ter certeza, que se eu me casar com o Fe um dia... Eu te chamo para ser minha madrinha.

_Que isso mocinha?! Já pensando em casamento?! Que historia é essa?! – rimos.

_Quem sabe um dia Melanie, quem sabe...

Ouvi a campainha tocar e rapidamente minha respiração começou a ficar pesada e o coração começou a acelerar, minhas mãos estavam suando, e o meu corpo inteirinho tremia. Melanie soltou um riso ao me ver assim, totalmente descontrolada.

_Realmente esse garoto mexe com você! – ela disse ainda rindo. Fiz uma careta e ela parou.

Peguei minha pequena bolsa, e saí correndo em direção a porta. Suspirei na intenção de me acalmar, pus a mão na maçaneta, e demorei uns três segundos para abri-la. Finalmente quando a coragem chegou em mim, eu abri a porta e dei de cara com um menino dos meus sonhos... Federico.

Ele estava com uma calça jeans, e uma blusa justa, reforçando a vista dos seus lindos músculos, que eu era incapaz de ver, quando ele usava o jaleco do laboratório. Seus cabelos estavam num topete alto, e ele tinha um sorrisinho nos lábios. Depois que notou a minha presencia, me olhou de cima abaixo, e eu soltei um riso envergonhada. Senti minhas bochechas queimarem. Ele abriu um enorme sorriso ao ver o estado em que ele me deixava.

_Está linda! – Fe falou com os olhos mais brilhantes que eu já vi neste mundo! Ele pegou minha mão e deu um beijinho delicado na mesma, sorri encantada, ele era um príncipe?! Ai gente... Eu to sonhando, só pode!

_Você também, está lindo! – disse suspirando apaixonadamente e sorrindo igual a uma idiota.

Ele retribuiu meu sorriso e pegou a minha mão, me conduzindo para fora da casa dos meus primos. Segurei a mão dele, e fomos caminhando pela praçinha iluminada de Buenos Aires, onde havia vários casais românticos. Federico comprou uma rosa vermelha para mim, e eu sorri grata, quer dizer, mais envergonhada, mas mesmo assim, agradecida.

Sentamos em um banquinho, rodeado de flores coloridas e vivas, iluminadas por um fiozinho de luz que passava entre elas. Federico me olhou fixamente me deixando sem graça, mais do que eu já estava. Senti sua mão tocando em minha cintura, e logo ele se aproximando de mim. Minhas mãos inconscientes, forem para o seu rosto e a outra para a sua nuca, fazendo o ter segurança dos seus atos.

Esse não era o nosso primeiro beijo, claro que não era! Eu já o havia beijado, mas eu nem sabia que gostava dele, eu tinha beijado o Fe, por simples diversão, e depois me arrependi amargamente de ter feito isso, pois nessa brincadeirinha idiota minha, eu não consegui tirar ele da minha cabeça, e sempre, em todas as noites, ele tomava conta dos meus pensamentos... Mas agora ia ser diferente! Eu sabia muito bem o que estava fazendo e ele também, nós sabíamos dos sentimentos que estava rolando ali.

Sorri ao ter esses pensamentos e ele também, estávamos muito conectados, até que eu senti o seu perfume com o meu, e fiquei perdidinha, agora estava sobre total controle dele. Ele beijou as minhas bochechas e logo encostou seus lábios nos meus... Fazendo uma onda de sentimentos percorrerem o meu corpo, e chegarem no meu coração explodindo de felicidade! Tínhamos o encaixe perfeito. Fomos feitos um para o outro, é o destino, com certeza é o destino! A vida nos fez para sermos um do outro, eu senti isso em apenas um simples e único beijo... Era mágico!

Nos separamos, ofegantes, sua respiração estava descontrolada e batia fortemente em meu rosto, me deixando confusa e perdida. Ainda estava de olhos fechados quando sinto o seu dedo, levantar o meu queixo, me fazendo levantar a cabeça, e eu tive que abri os meus olhos.

_E então par de olhos castanhos quase verdes... – Federico começou e me fez soltar um leve riso fraco. – Quer namorar comigo? – perguntou um pouco nervoso, talvez por medo de minha resposta.

_Sim... Mil vezes, sim! – falei e ele riu me tomando outro beijo de felicidade extrema.

Logo fomos para casa, já era quase nove horas e o carro da Fran ia nos pegar. Arrumei umas coisinhas básicas, despedi de minha família, e fui em direção ao carro da Fran que me esperava cheio de gente, amigos, animada. E assim partimos para a casa da Violetta.