NARRADO POR KENNA CARTWRIGHT - LOBA

Não sabia o motivo por estar fazendo isso, mas gostava de pensar que era pelas mortes, pelas pessoas inocentes que eu poderia impedir de serem mortas. Talvez eu me sentisse mal por elas, todas elas. Já sofri um pouco com lobos e não quero que outras pessoas sofram mais do que eu sofri na mão desses cretinos.

Embora não tenha nenhum motivo pessoal para odiá-los detesto seus atos, ou pelo menos da grande maioria: o clã que estava atacando Cambridge.

Eu me lembro como se fosse hoje do dia em que fui mordida. Eu vivia em uma cidade pequena do interior e quando finalmente me formei fui aceita com uma bolsa integral em uma das melhores universidades do país para cursar design, era meu sonho. Quando cheguei na cidade onde encontrava-se a faculdade comecei a ser observada por um homem que ia muitas vezes na universidade e ficava a me observar.

Um dia quando estava saindo de uma aula que tinha terminado um pouco tarde fui abordada por ele em uma rua sem saída. Teria sido violentada ali se não fosse por um lobo de penugem escura. Eu teria corrido e me salvado se o homem não tivesse me agarrado novamente; ele me usou como escudo quando o lobo atacou e eu cai desmaiada no chão, não me lembro muito bem do que houve e quando acordei no hospital decidi ignorar essa história.

Poderia ter sido violentada, mas fui mordida e é isso que prefiro, até então não tenho nenhum motivo para lutar contra, mas não me parece justo matar pessoas inocentes por... Nada.

Não conhecia muito Alisson, nunca tive problemas com ela apenas ouvi falar de seus “caprichos”.

Criei coragem batendo na porta da que eu pensei ser a casa de Clarisse, uma antiga amiga. Logo depois uma mulher de cabelos e olhos castanhos me recepcionou.

– Oi, sou Kenna Cartwright. Soube que aqui tem caçadores e além do mais....

– Espera como você sabe? – Perguntou uma menina de cabelos ruivos até então desconhecida por mim.

– É uma longa história.

Um garoto de cabelos loiros juntou-se as três perguntando de forma séria e intimidadora “o que você quer?”, pena que não me intimidou, pobre coitado.

– A mesma coisa que vocês queriam quando se uniram. Eu quero ajudar a derrotar Alisson.

Havia ouvido uns rumores de certos caçadores que um grupo de caçadores e lobos de Cambrige estavam se revoltando contra Alisson e quando descobri que Clarise estava no grupo não hesitei novamente em vir.

– Quem é você, como e por que nos encontrou? – Perguntou o loiro novamente.

A garota de cabelos castanhos suspirou certamente incomodada.

– Onde está a educação? - Ela franziu o cenho dirigindo-se a ele – A, foda-se a educação, quem é você, como e por que nos encontrou?

– É um caso pessoal, o que precisam saber que quero me unir a vocês e derrotar Alisson.

– E por que deixaríamos você nos “ajudar”?

– Eu tenho informações importantes que você certamente gostaria de saber E – enfatizei a letra - eu conheço Clarisse.

Eles se entreolharam dizendo juntos: - Mentira.

– Quer que eu ligue para ela? Sério loiro aguado, você está me irritando.

– A, eu concordo. – Disse rindo, a ruiva. – Muitas vezes eu me pergunto se ele não comprou a tinta na farmácia.

– Olha para você arroto de Fanta...

A garota de olhos castanhos bufou.

– Querem parar? O assunto é sério! - Ela virou-se para mim. – Como e quando você conheceu Clarisse? Aliás, quem é Clarisse?

A garota respondeu um breve “caçadora” e continuou me fitando.

– A certo tempo. Ela me ajudou bastante...

– Então prove – disse o loiro. - Ligando para ela.

O olhei feio.

– Eu não tenho o número...

– Está aí a prova que precisávamos.

– Garoto, deixa de ser metido a besta e ver se vai catar umas pulgas viu?

– Isso ai, xinga ele. – Disse a ruiva empolgada. – Já gostei de você, pode continuar!

– Aposto que deve ser mandada por Alisson e você Nárriman, fique na sua!

– Calem a boca, pelo amor de deus. Kenna continue e não ligue para Drake.

– É uma longa história e eu realmente não gostaria de partilhar em publico.

– Olha, não podemos simplesmente deixar você entrar sem nem te conhecer. – Argumentou a garota ruiva enquanto digitava algum número no celular e logo me entregava. – Ligue para ela e deixe no viva voz.

Tomei o telefone de suas mãos enquanto aguardava ser atendida. Confesso que estava ansiosa para falar com Clarisse, não nos comunicávamos a mais de três anos. Alguns toques depois logo caiu na caixa postal.

– Espera, vou tentar o de Fred.

Depois de segundos a tal Nárriman disse que o garoto não atendia. Nárriman e Drake possuíam expressões preocupadas. O loiro aguado tomou o celular do bolso ligando para outra pessoa e depois de um tempo resmungou consigo mesmo.

– Nem Amelia ou Bradley atendem.

– É o que falta.

– Pode explicar o que esta acontecendo?

– Eles foram até o esconderijo de Alisson!

– O que? Não, eles não fariam isso... Só se fossem idiotas mesmo... – Ri nervosa, esperando que eles fizessem o mesmo e dissessem que foi apenas uma piada, mas eles não fizeram.