Hunters and Wolves - Interativa escrita por Sky


Capítulo 10
Capítulo Um: O Ataque.


Notas iniciais do capítulo

Referencia: Apresentação: April Cherry - Desvendando A.



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NARRADO POR CLARISSE VERONA – CAÇADORA

Enrolar Amelia e Fred foi fácil. Agora só precisávamos ir até o esconderijo de Alisson e voltarmos inteiros, sei que não seria fácil mas gosto de pensar positivo.

Trazia meu arco e flecha já que me considerava muito boa neste, enquanto Bradley carregava uma arma e balas de prata. Ele não precisava de nenhuma arma já que era bom em luta corporal, mas do mesmo modo o obriguei a trazer.

A floresta em que percorríamos era densa e um tanto escura, estava coberta por uma névoa escura e espessa, e isto não ajudava; algo de muito errado estava acontecendo.

Bradley havia dito que o esconderijo era no subterrâneo e como ele já havia estado ali, não seria difícil encontrar.

– Como você sabe onde fica?

– O que?

– O esconderijo. – Falava enquanto desviava-me de algumas folhas.

– Por que acha que eu devo te contar? – Suspirei frustrada. – Digamos que é algo pessoal e que eu não quero falar. Mas, se serve de consolo, nós também desejávamos acabar com Alisson. Estamos há um tempo atrás dela.

– Interessante...

Como o esconderijo da mulher era fora da cidade à estrada não era movimentada, era possível ouvirmos o ruído extremamente alto e metálico, que quase me deixou surda. Eu poderia dizer que foi algo da minha cabeça se Bradley não tivesse perguntado “O que foi isso?”.

– Eu não sei, mas algo me diz que não são híbridos que fedem. – Ele olhou-me feio. – Desculpa.

– Fique de olhos bem abertos. – Alertou enquanto continuávamos a caminhar, sempre olhando ao redor.

– Como se eu fosse caminhar de olhos fechados.

– Eu poderia te matar agora mesmo. – Ameaçou.

– E por que não o faz?

– Não te aguentariam no inferno e mandar-te-iam de volta.

– Olha, temos algo em comum – sorri com inocência. – Mas duvido muito que este seja o teu motivo.

– E qual seria? Vai dizer que não consigo viver sem você?

– Oh meu Deus, você lê mentes! E pela primeira vez disse o que pensa, que bonitinho.

Um vulto preto passou diante de mim, fazendo-me dar um pulo. Vamos sossegar, é algo da minha imaginação. O que é mais provável: um vulto negro passar por perto ou eu estar ficando louca? Sejamos racionais, a segunda opção é a mais cabível, ainda mais que estou com Bradley e sua doença provavelmente deve ser altamente transmissível.

Assim que paramos de caminhar, deparamo-nos com uma árvore de folhas negras e tronco idem. Por mais longe que estivéssemos ainda conseguia distingui-la e sabia que a cor não era efeito da neblina negra.

Apontei na direção da árvore

– O que é aquilo?

– A Árvore Negra. Inventada por bruxas. Quanto mais perto nós lobos estamos dela, mais forte ficamos. Digamos que é mais difícil nos derrotar estando com ela aqui.

– Espera. Se está árvore beneficia os lobos, por que cargas d’água Alisson se acomodaria aqui?

Ele mexeu os ombros.

– Assim como você, muitos não sabem que ela existe e com o que é envolvida e provavelmente deve estar encantada. Algo que nos proíba de passar. Você sabe, bruxas são seres incompreensíveis e maus, você não entende seus feitiços mesmo que queira. Agora, vamos ficar conversando ou avançar? Eu adoraria bater um papo com você, mas estamos ocupados. Pode deixar que vou arrumar um horário para você na minha agenda.

Revirei os olhos.

– Se as bruxas são assim como você disse, por qual motivo ajudariam Alisson? Claro, além de terem algo em comum.

– Já ouviu falar em Caçadores de Bruxas? Na verdade elas têm duas coisas em comum. Digamos que é mais fácil conseguir algo se você oferecer outra coisa valiosa em troca. Alisson quer matar os caçadores de Lupinos e as Bruxas, bem, provavelmente os que as perseguem.

Engoli a seco.

– Caçadores?

– É um palpite o qual não deve ser mencionado agora. O que foi? Está com medo? – Provocou ele sorridente.

– Apenas ande. E para o seu governo, eu como o medo no café da manhã.

– Você é original.

Em um súbito, algo me agarrou o tornozelo fazendo-me gritar. Foi tudo tão rápido que só pude ver Bradley enfiando algo na mão extremamente pálida e me agarrando pelo braço.

Sem mais delongas começamos a correr. Por mais que eu o fizesse, algo poderoso entrava na minha mente e dizia com uma voz atraente e sedutora: “Não corra. Se entregue a mim” e isto bastava para me fazer pensar duas vezes. Sentia desespero, angústia, medo e por mais que tentasse apaga-los da mente de nada adiantava. Mesmo parecendo estranho, estavam injetando medo em mim e o aterrorizante é que estava funcionando.

– Corre sua molenga!

– Não é você quem esta tendo suas energias sugadas. – Disse com voz fraca.

Bradley levou-me a trás de uma árvore quando já estávamos longe o bastante para tomarmos folego.

–Oque era aquilo?

– Fale baixo. –Disse Bradley colocando a mão em minha boca.

Suspirei, forçando meus olhos a se fecharem. Assim que o abri, fiz muito esforço para não gritar.

Atrás de Bradley erguia-se um ser indigente de rosto. Não tinha olhos, boca, orelhas nem sequer cabelo. Sua face, assim como o resto de seu corpo era completamente branca. Tinha com certeza, mais de dois metros de altura; seus braços iam até o joelho. Usava um terno preto maltrapilho, era esguio e continha... Tentáculos enormes que saiam de seu peito.

– O que foi que te deu? Está pálida.

Gritei seu nome assim que o primeiro tentáculo foi em nossa direção. Começamos a correr novamente.

– O QUE ERA AQUELA COISA? – Ele gritou.

– Eu... FREDERICK!

– O QUE? FREDERICK? VAI DIZER QUE ELE...

– NÃO SEU IMBECIL! FRED, ELE, ELE JOGAVA ALGO...

– FALE DIREITO!

– O QUE EU ESTOU TENTANDO DIZER É QUE FREDERICK JOGAVA ALGO PARECIDO COM AQUELE BIXO! ELE TINHA QUE ACHAR OITO PISTAS, QUE ESTAVAM EM OITO FOLHAS.

– EM O QUE ISTO NOS AJUDA?

– ME DEIXA TERMINAR!

Outro ruído foi ouvido, mas estava muito mais forte, fazendo com que nós parássemos de correr a tentar amenizar a dor que o tal causava.

– Merda, o que é isso? – Perguntei.

– Não sei... Vamos, precisamos ir para a estrada.

Olhei para trás e me desesperei ao ver que o bicho se aproximava. Então voltamos a correr em apenas uma direção.

– Continue o que estava dizendo... – Disse ele.

– Frederick jogava um algo que tinha esse bicho, eu sei por que ele me obrigava a jogar com ele no modo duplo ou sei lá o que. Ele era exatamente igual, você não podia ficar perto nem encara-lo ou ele sugava suas energias até a morte e foi isso que nos aconteceu! Bom, na verdade foi comigo, mas... – Acabei sussurrando a última parte.

– Sabe como derrota-lo?

– Talvez... Arco! Me de cobertura.

Ele assentiu.

Escondi-me atrás de uma árvore enquanto preparava o a flecha, mirando no ser branco que se aproximava cada vez mais rápido. Bradley foi de frente ao monstro, pronto para se transformar.

Assim que a soltei, com enorme velocidade, a flecha atingiu a testa do monstro. O problema é que não fez nem cócegas: ele apenas retirou-a com um de seus tentáculos.

O monstro pareceu olhar para mim e agora eu percebia uma enorme dor em cada músculo do meu corpo.

Cai no chão arfando.

– CLARISSE!

Senti Bradley segurar-me pela cintura. Passei meu braço pelo seu pescoço enquanto ele me fitava preocupado.

Não podem fugir de mim.

Sua voz me assustou. Era totalmente diferente do que parecia ser, ela atraia, era calma, doce... Quase monótona.

– É impressão minha ou aquele bicho acabou de falar?

Começamos novamente a correr. Não era meu desejo fugir e sim enfrentar aquela coisa. Ela não pode ser imortal; todos tem um ponto fraco.

Olhei para trás e observei o monstro. Ele estava mais próximo.

Bradley me mandou correr e agarrou minha mãe, puxando-me junto com ele.

Pouco tempo depois já estávamos na estrada. Olhei para trás me certificando de que não havia nada nos seguindo.

– Acho que os despistamos.

Peguei o celular, conectando nele a bateria (caso Frederick e Amelia pensassem em usar o GPS) e o liguei. Logo depois digitei o número de Frederick.

– O que está fazendo?

– Não é da sua conta. – Respondi grossa.

– CLARISSE, SUA PUTA! – O ouvi gritar do outro lado, com voz preocupada. – EU E AMELIA QUASE MORREMOS DE TANTA PREOCUPAÇÃO! ONDE VOCÊS ESTÃO? ESTÃO VIVOS? SEMI-VIVOS? RESPONDE PORRA!

Estou tentando, mas você não deixa! Você não quer me ver irritada, não é?

– VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME COBRAR, EU...

– Sabe um game o qual você jogava que tinha que encontrar oito folhas com pistas? – O interrompi. – O animal, o monstro, seja lá o diabo, o que era aquela coisa?

O que? Por que você quer saber, o que houve?

– Fred!

– Oh merda! Só você quem pode...

FRED!

O SLERMAN! O que tem ele?

– Estamos fugindo dele.

O ouvi rir.

– Que te deram para beber?

Outro ruído metálico. Eu e Bradley olhamos para trás no mesmo momento, observando o monstro se aproximar.

Ah não, eu conheço este som. Clarisse, você está falando sério?

– Olha, apenas use o GPS e nos siga. Precisamos de ajuda, estamos com problemas.

Finalizei a chamada colocando o celular no bolso. Avisei a Bradley que havia falado com Fred e ele se gabou, dizendo que tinha uma audição melhorada e que havia escutado tudo.

E assim o fiz, para começarmos a correr de novo.

Corria com toda a energia que havia me sobrado e com a ajuda de Bradley, que me puxava pela mão.

Ouvi o som de motor de carro. A nossa frente, um pouco ao longe se encontrava um Porshe negro com tintura metálica.

– São eles.

Senti uma tontura enorme e acabei caindo no chão. Em seguida, algo me agarrou pela cintura e me puxando dali. A última coisa que ouvi antes de apagar foi meu próprio grito e Bradley chamando meu nome.


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