Hunters and Wolves - Interativa escrita por Sky


Capítulo 6
Apresentação: Drake Tayler - O cúmplice de Alisson.




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NARRADO POR DRAKE TAYLER - LOBO

Depois de alguns dias junto dos caçadores, havíamos decidido enfim nos separarmos para recrutar mais pessoas, mas como não podíamos simplesmente abandonar a casa dos caçadores alguém teria que ficar. Logo que me candidatei ao posto recebi olhares nada agradáveis dos caçadores, donos da casa, então Nárriman cedeu a permanecer também.

No final todos acabamos nos separando: Alice foi buscar uma amiga na fronteira e Amelia, Bradley, Frederick e Clarisse haviam ido investigar o esconderijo de Alisson.

Estava escorado na janela enquanto observava a frente da casa. Eu poderia prestar melhor atenção na bela vista, mas precisava ficar atento a qualquer coisa estranha que acontecesse, mas até agora nada.

Pergunto-me se Alisson sabe nossa localização, se anda nos espionando ou se ao menos sabe sobre a aliança que fizemos com os caçadores. Reconheço-a, sei de muitos dos seus truques, afinal tivemos algum tempo de convívio e pelo que sei dela já deve estar a par de toda a situação. Ela tem suas cartas na manga infelizmente.

Olhei novamente ao redor e ao notar a tranquilidade desci até a sala para ver se estava tudo bem, mas Nárriman estava simplesmente mexendo em seu celular sentada no sofá como se nada de mal pudesse vir a acontecer.

– Ah, que lindo. Enquanto eu permaneço preocupado com qualquer invasão suspeita você fica ai, mexendo no celular como se fosse um dia qualquer e não corresse nenhum perigo.

Ela mexeu os ombros tranquilamente sem desviar a atenção do celular.

– Frederick instalou bem essas armadilhas, é impossível alguém ultrapassar a “muralha” que ele criou. Você sabe disso, não sabe?

Permaneci sério.

– Toda válvula tem seus escapes certo?

Ela bufou levantando-se e indo em direção as janelas.

– Está legal! Eu vou dar uma olhada ao redor mesmo sabendo que nada pode acontecer...

Revirei os olhos e voltei para a janela mais próxima.

– É sempre assim tão calmo?

– É. Normalmente. – Ela sorriu orgulhosa. – Alisson não sabe onde nos escondemos, que beleza!

Já eu tinha minhas dúvidas quanto isso. Ela é imprevisível.

– Já olhou a Alisson, cara a cara? – Perguntou a garota.

– Como será que ela deve ser? Muito malvada, com cara de inocente? Quantos anos ela tem, será? Será que tudo isso é apenas uma fachada? Será que é ela mesma quem está por trás disso?

– Ôh garota, sossega.

Ela apenas ignorou e continuou a tagarelar.

– Eu acho que seria emocionante encontra-la, poder vê-la com os próprios olhos e por fim mata-la!

– Duvido muito que consiga ao menos passar pela guarda do seu covil se continuar dispersa assim.

Não entendo como Nárriman consegue pensa-la ou descreve-la sem sentir ódio.

Um dos motivos pelos quais me juntei a esta causa foi minha irmã. Antigamente era envolvido pelas drogas e altas apostas em cassinos, eu não ligava para qualquer coisa, não temia nada. Eu devia ao traficante que fornecia e acabei caindo em um de seus truques fajutos. Fui amordaçado enquanto observava eles espancarem minha pequena irmã de oito anos. Eu não podia fazer nada além de espernear. O ódio que eu sentia vendo aqueles malditos era grande, mas não conseguia fazer nada e isso me frustrava. Presenciei a morte da minha pequena irmã naquela noite, ela morreu por um ato irresponsável meu e nunca vou me perdoar por isso.

É claro que aquela noite não havia acabado assim, o fornecedor não estava satisfeito e então decidiu me agredir.

Eu teria morrido se não fossem os ataques de Alisson. Não me lembro muito bem da cena, mas senti ser arrancado do lugar que estava e vi sim sangue dos bandidos. A única coisa que não entendo é: por que sobrevivi? Ás vezes gosto de pensar que eles apenas acharam que eu estava morto.

De repente a voz que ainda abordava o assunto “Alisson” começou a falhar. Olhei em sua direção. Sua pele estava mais pálida e olhava de olhos arregalados a janela.

– E-Eu vi algo.

Me aproximei-me rapidamente da garota e observei a janela com ela, mas não havia nada de mais.

– O que você viu?

– Um homem estranho... – me respondeu nervosa.

– Isso tudo é nervosismo Nárriman? Você é tão corajosa! Consigo imaginar facilmente você encarando Alisson.

Desci as escadas rapidamente com Nárriman atrás de mim.

– O que será que era? Espero que seja fruto da minha imaginação.

– É eu também espero.

Sai pela porta de trás qual dava em direção ao pequeno e improvisado pátio, mas não havia nada de suspeito ali. O vento batia nas árvores deixando o lugar mais calmo do que já estava, mas não me cansava de observar ao redor.

– Tem algo errado... – murmurei.

Inspirei novamente o ar que vinha de encontro com meu rosto e então percebi que ficava mais forte, um cheiro familiar. Havia um lobo ali.

Ouvi-a bufar, mas continuei avançando sem dar muito importância. Ainda com a adaga em mãos dava passos calculados e silenciosos à procura de um provável inimigo. Mas não havia nada.

– Ora, ora, ora.

Virei meu rosto em direção ao som que acabara de ouvir e avistei um homem pulando de uma árvore. Estatura mediana, olhos negros e cabelo branco assim como sua pelagem lupina.

– Olá meu caro.

– Derek – silabei sem nome com nojo.

– Fui fazer uma visitinha a Alisson esta manhã, ela disse que um grupo de lobos havia se reunido aos caçadores procurando detê-la e quando soube que meu irmão estava envolvido na história não acreditei, tive que vir observar com meus próprios olhos.

– Agora que já observou pode dando meia volta, se não quiser ter sua cabeça arrancada do corpo.

– Quanta maldade comigo, afinal somos irmãos, o que te fiz de tão grave? – Perguntou cínico.

– Você deixou de ser meu irmão há muito tempo.

– Espera vocês se conhecem? – Perguntou Nárriman.

– Não contou a ela? – Ele riu enquanto se aproximava. - O que uma moça tão bonita como você faz com ele? Afinal nós sabemos como é Drake, não é nada cavalheiro com as pessoas do sexo oposto.

– Posso até vir a concordar com seu último argumento senhor...

– Derek, por favor.

– Senhor Derek, mas saiba que prefiro estar ao lado dele do que ao seu lado. Não sou burra, sei notar cinismo. – Ela olhou-me. – Aliás, te contei que fiz uma peça de teatro na escola? O assunto abordado era esse: cinismo!

Revirei os olhos.

– Corra, por que você não sairá vivo daqui.

– É o que veremos.

Seus olhos mostraram-se castanhos e seus caninos assim como as unhas cresceram.


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