NARRADO POR AMELIA BRUNKS – LOBA

Mesmo não tendo total certeza de ser ou não uma boa ideia, concordei com Bradley em juntarmo-nos aos caçadores, mesmo que o principal motivo deles seja matar lobisomens, nós nunca fomos uma ameaça. Não conscientemente, apesar de eu ter certos antecedentes. Pode ser suicídio, assim como pode ser nossa única chance.

Talvez não sejamos as melhores pessoas do mundo para ajudar, mas somos as únicas despostas a isso e até onde eu sei os caçadores não costumam ser tão imprudentes.

Podemos ser de grande vantagem e se trabalharmos juntos, sei que temos mais chances. Alisson, a serial killer não tem tanto poder assim, todos temos um ponto fraco e estou disposta a descobrir o dela.

O nosso quarteto era formado por Sarah, Bradley, Drake e eu. Não éramos do tipo heróis que salvavam o dia, éramos apenas lobos tentando levar uma vida normal, até a ameaça aparecer.

Corríamos em alta velocidade pela floresta que era aparentemente o território dos caçadores. Nunca havia ido até essa parte, nunca me despertou interesse, mas eu conseguia sentir o odor em menos de um quilômetro.

– Esperem! – Gritou Drake nos fazendo suspender a corrida. – O cheiro está forte. Eles estão por aqui em algum lugar.

Foi quando ouvi o disparar de uma flecha e uma dor horrível na panturrilha. Olhei mais a diante e vi uma caçadora com arco e flecha na mão sair de trás de uma árvore.

– Amélia! – Sarah me chamou preocupada enquanto vinha até mim. –A desgraçada atacou a Amelia, isso não fica assim.

Sarah e eu somos ótimas amigas, entendo a preocupação dela e o desejo de vingança. Perder mais alguém importante para ela não seria o ideial.

– Calma, não é como se eu fosse morrer. – Respondi quebrando a ponta da flecha.

– Você consegue se manter calma em um momento desses? – Drake perguntou franzindo o cenho.

Já Drake é oportunista e um grande aproveitador. Um pouco desconfiado, sério e frio, mas ainda sim nos damos bem a ponto de nos preocuparmos um com o outro.

– Não é lutando que vamos conseguir formar um acordo.

– O que vocês querem?

– Provavelmente morrer – respondeu por nós um dos caçadores de cabelos castanhos enquanto pulava de uma árvore.

– Engraçado que foi exatamente isso que eu disse ao Bradley, talvez ele precise de um caçador para lhe explicar enquanto aponta uma flecha no rosto dela. – Sarah falou com ironia fazendo Bradley revirar os olhos parecendo irritado.

– Eu preciso que você cale a boca.

– Ah, isso também sabe... – ela olhou-o sádica. – Fazemos um minuto de silêncio no seu funeral.

– Funeral? – Bradley perguntou irônico dando um sorriso momentâneo. – Somos quatro contra dois.

A caçadora de cabelos pretos pigarreou.

– Não exatamente. Agora, se puderem ir direto ao assunto...

– Nós sabemos sobre Alisson e sabemos sobre o esforço que estão fazendo para pega-la – comecei. – Nós estamos do mesmo time vocês querendo ou não.

O caçador riu.

– Vocês? Tentando derrotar Alisson? Ela é uma de vocês.

– Se você nos considera psicopatas e loucos – Sarah respondeu com ironia o fazendo obter uma expressão de sono – por que não?

– E por que deveríamos confiar em vocês?

– Nós sabemos onde fica o esconderijo da Alisson e nós queremos pega-la tanto quanto vocês. Ela é uma ameaça.

– Aonde quer chegar com isso?

– Nós queremos formar uma Aliança. – Respondi.

Os dois caçadores olharam-se e começaram a rir.

– Formar uma aliança? – Perguntou o garoto com um tom cético na voz. – Espera; vocês não estão falando sério, estão?

Bufei.

– Isso por acaso é uma piada para vocês?

– Não, mas o fato de a nossa presa querer juntar-se a nós na caçada é um pouco irônico, não acha? – Respondeu a caçadora com outra pergunta.

– É, pode ser. Mas é uma ideia legal, não acha? – Sarah revidou. – Seria épico.

– Eu entendo o fato de estarem desconfiados e podemos afirmar que não faremos nenhum mal a vocês – Drake me interrompeu dizendo algo como “se não fazerem nenhum a nós”, mas eu ignorei e prossegui -, estamos lutando pela mesma causa e acho que quanto mais pessoas se juntarem a ela, melhor.

– Convincente. – Disse por fim o caçador, olhando a colega.

– E então? – Bradley perguntou com impaciência. - Aceitam?