Hunters and Wolves - Interativa escrita por Sky


Capítulo 11
Capítulo Dois: A marca.


Notas iniciais do capítulo

Referencia: Apresentação: Kenna Cartwright - Sem sinal.



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NARRADO POR ALICE GOLDSMITH - CAÇADORA

Minha amiga morava na fronteira da França entre Itália, Menton em uma parte mais afastada, por isto, quando cheguei ontem à noite me hospedei em um hotel na Avenida Félix Faure.

A casa em que analisava era linda. De dois andares, feita de madeira e com alguns enfeites. Observei o pequeno portão a frente, apertando a campainha. Segundos depois, um garoto ruivo de olhos castanhos apareceu ali, com um sorriso de lado.

Sebastian. Para um ano ele havia mudado muito.

– Alice?

Por mais que estivesse surpresa por vê-lo ali, não poderia demonstrar. Não quando a pessoa qual está envolvida atende pelo nome de Sebastian.

– Coelhinho da páscoa.

Ele revirou os olhos.

– O que quer aqui? Você está gostosa.

– Não te interessa, e acho melhor retirar o que disse se não quer morrer tão cedo.

– É, é você mesmo.

Só então, pude observa-lo melhor. Usava um jeans preto e regata branca, o que em conjunto dava um ar de: “Eu sou de mais”.

– Apreciando a beldade que é o Deus grego aqui?

– Sonhe. – Disse mal humorada, sem expressão.

Tentei ultrapassar, mas ele me tomou a frente.

– Vai sair da minha frente bem, ou por mal?

– Depende. Se o seu mal for um beijo eu corro o risco - ele piscou um olho.

Parecia que Sebastian havia estado mais irritante e malicioso. Sua safadeza havia dado um ‘level up. Digo isto por que ele encarava meus seios.

– Meu rosto é mais para cima – disse carrancuda.

– Não me faça esta cara. Aliás, o que é bonito é para se apreciar, já ouviu falar?

– Está frase não se aplica a mim.

– Não tenho total certeza disto.

– Vai me deixar passar ou não? Estou ficando irritada.

– Te irritar é minha especialidade.

– Vai me deixar passar ou terei que fincar uma faca no seu estômago?!

– Uau, está a cada dia mais selvagem. Isto me agrada!

– Eu estou falando sério.

– E quem disse que eu não?

– É um assunto importante.

– Do que se trata?

– Não é da sua conta!

Ele mexeu os ombros.

– Então não entra.

– Sebastian, deixa de ser chato! – O mesmo sorriu, fazendo-me bufar. – Estamos com problemas, sérios problemas.

– Ah, e só aparece aqui para isto? Também estava com saudades!

– Sebastian, é sério. Alisson...

– Sebastian com quem você estáÁH! ALLY! – Gritou a garota que se encontrava na porta.

– KATH!

Empurrei Sebastian para o lado e fui abraça-la. Katherine estava muito diferente do que há um ano. Seus cabelos castanhos agora acompanhavam algumas mechas loiras e rosa e agora estavam mais encaracolados. Soltei-me de seu abraço e fitei seus olhos castanhos.

– Antes que comece a dizer qualquer coisa tenho um assunto sério para tratar.

– O que houve? – Sua testa se franziu.

Sebastian andou até nós.

– Era o que Alice tentava me dizer, querida irmã.

– Vamos para dentro. – Disse ela.

O interior da casa, embora fosse simples era lindo. Na sala havia três sofás, TV e mesinha de centro e a cozinha era muito bem equipada. Kath convidou-me para sentar no sofá ao seu lado e Sebastian permaneceu em nossa frente de braços cruzados. O mesmo fitou-me com um olhar firme.

– Comece.

– Me obrigue. – Desafiei. Odiava quando ele tentava mandar em mim.

– Querem parar? Desde que se conhecem vocês dois vivem brigando, será que não podem dar uma trégua? - Brigou Katherine.

Em parte, Katherine estava certa. Desde que eu, Fred, Will, Nárriman e Clarisse havíamos nos esbarrado com eles pela floresta, nunca dávamos trégua. Na verdade eu tenho meus motivos. Sebastian vive me chamando de “macarrão sem molho” pela cor que possuía meus cabelos e por, naquela época, serem cacheados. Cá entre nós, eu realmente não sei o que tem haver macarrão com o meu cabelo, mas Sebastian é alguém incompreensível.

Bufei, rendendo-me. Contei tudo para os dois, desde as matanças de Alisson a possível “Aliança”.

– E suponho que você queira nossa ajuda.

Fitei Sebastian.

– Não, imagine, vim aqui para contar esta triste história a vocês e declarar que provavelmente, sem a sua ajuda estarei morta em, mais ou menos um mês, talvez menos. – Sorri cínica, fazendo-o revirar os olhos.

– Quando você volta? – Perguntou Kath.

– Não sei, eu ainda não decidi. Só de pensar em fazer a viajem de novo me cansa.

– Nós vamos.

– Nós não vamos. – Respondeu Sebastian virando as costas.

Katherine revirou os olhos.

– Então você fica e eu vou.

– Não, você fica.

– Eu vou. E não é você quem me vai impedir.

Sebastian mexeu os ombros indo até Katherine e a colocando nas costas como se fosse um saco de batatas. Nota-se que ele não é um irmão coruja.

– SEBASTIAN! NÃO, ME SOLTA! ALLY!

– Solta ela desgraça ruim!

Levantei-me do sofá impedindo Sebastian de continuar a caminhar.

– Sebastian, deixa de ser irritante. Eles precisam da nossa ajuda, é coisa séria.

– Por isto que você não vai. – Revirei os olhos. Ele tentou avançar novamente, mas eu o impedi colocando-me em sua frente.

– Como assim, ela não vai? “Ela” tem o direito de fazer as suas próprias escolhas!

– Ah, muito obrigado. – Agradeceu Katherine ironicamente.

– Ela fica. – Teimou ele.

– Não falem de mim como se eu não estivesse aqui. Sebastian eu tenho livre arbítrio para escolher...

– Não, você é uma adolescente retardada com apenas 17 anos.

Fitei-o indignada.

– Ei, eu também tenho 17.

– E por que você acha que eu citei o retardada?

Bufei.

– Olha o garoto que tem 18.

– Tecnicamente, eu tenho 19.

– A, e quando é seu aniversário de 19? Dia 31 de fevereiro?

– Nossa você é muito engraçada, deveria ganhar o Oscar.

– Pode me soltar, por favor? – Perguntou Katherine.

– Seu cavalo estúpido!

– Não importa o que você diga, eu não irei mudar de ideia.

*

Sentei-me melhor na cama, para contornar melhor o desenho que inventava. Depois de ter vencido a disputa com Sebastian, se Katherine iria ou não para Cambridge acabei por dormir em um dos quartos de hospede que possuía a casa. O ponto positivo era que Katherine iria comigo, e o negativo era que, Sebastian viria junto.

Foi então que ouvi um barulho lá em baixo, fazendo-me sair do mundo em que havia entrado. Desci devagar as escadas procurando não fazer nenhum barulho, para assim poder saber o que estava acontecendo, e pegar ele ou ela com a boca na botija.

A cozinha estava escura e vazia. A sala já era um caso a parte. A porta da frente emitia um som desconhecido por mim. Não literalmente a porta, mas sim o que estava atrás dela. Logo depois ouvi o som de um motor; era a moto de Sebastian. Céus, um ladrão! Eu deveria deixar roubarem sua preciosa moto, mas seria muita maldade... Vou chama-lo.

Ora, deixa disso mulher! Você não precisa da ajuda dele! Mas está claro que eu preciso de algo para me defender. Peguei a primeira coisa que vi pela frente e abri a porta em um estrondo.

– MÃOS AO ALTO, SEU VADIO, LADRÃO DE...

A cena que vi foi um tanto esquisita. Sebastian na moto, com um capacete em mãos e olhando-me com os olhos arregalados.

– Você não é um ladrão.

– Você pretendia atacar um com uma vassoura?

Atirei-a no chão.

– Não mude de assunto!

Ele suspirou.

– Se não fosse por você estaria prestes a sair.

– Onde?

– Não te interessa.

– Eu vou junto.

– Não, você não vai.

– Serei obrigada a chamar Katherine?

Ele bufou, se dando por vencido.

Subi as escadas correndo, peguei um casaco e voltei ao encontro do senhor “eu sou foda”, de acordo com que estava escrito em sua camiseta.

– Onde fica esse tal lugar? – Perguntei colocando o capacete.

– Um pouco afastado daqui.

Estávamos zanzando por aí de moto fazia uns vinte minutos. O que eu via era apenas estrada e árvores que encobriam a direita e esquerda. Tempo depois, avistei um estabelecimento (n/a: não encontrei a palavra certa) luminoso de dois pisos onde Sebastian estacionou. Havia uma placa antes do estacionamento dizendo “Rick’s”, com luzes fluorescentes que acendiam constantemente. O lugar era realmente grande e bem movimentado. No estacionamento ficavam muitos conversíveis, assim como bêbados comendo garotas. Literalmente.

– Então são lugares assim que você frequenta? – Perguntei irônica, enquanto passávamos pela porta.

Ele apenas revirou os olhos.

Dentro era uma multidão. A pegação já não era tão “vulgar”, mas existia. O lugar por dentro era realmente superlotado e bem colorido. Pouco distante ficava a pista de dança, que permanecia cheia, de tal modo como o bar e assim por diante.

– Estou realmente curiosa para saber o que você veio fazer aqui.

– O que se faz em lugares como este?

Ele sorriu indo até o bar. Sentei-me ao seu lado, tirando a bebida de sua mão e engolindo.

– Ei!

– Acha mesmo que vou deixar você beber? Eu tenho amor a minha vida, se já não confio em você dirigindo uma moto comigo junto, imagine bêbado. – Fiz uma careta quando o líquido passou pela minha garganta. – Ah, meu Deus, o que é isso? - Sebastian sorriu.

– Você não vai sair da minha cola mesmo, não é?

Revirei os olhos com seu comentário.

– Se sabia onde morávamos, por que nunca nos visitou?

– Por que eu não gosto de você.

– Uau, obrigado pela parte que me toca – disse ele, fazendo-me rir.

– Bem, em parte é verdade.

– E o que é a outra parte?

– Alisson. Estamos a três meses lidando com ela. – Bufei. – Matanças estavam, e estão acontecendo em Cambridge. Nós saímos para pesquisar, e há pouco tempo descobrimos que era ela. É, a dita cuja está dando trabalho.

– Acho melhor termos cuidado. Faz meses que me encontrei com um grupo dos Aliados dela. São realmente perigosos; imagine ela.

– Como você escapou?

Ele mexeu os ombros.

– Eu não estava sozinho. Não foi fácil lutar com eles, muito menos despista-los, normalmente viajam em um grande número. Porém, o mais fácil era fugir; e foi o que fizemos.

Era estranho imaginar Sebastian fugindo de algo. Normalmente, são os inimigos que fogem dele.

– É, desculpe por hoje. – Disse Sebastian, depois deum logo tempo de silêncio (entre nós, por que a algazarra aqui está grande).

– Você pedindo desculpas? Por que eu não filmei isso?

– Você não falava muito.

Fechei a cara.

– Tem razão; eu não sou de falar.

– Tudo bem, já notei que você vai entrar para aquele papel de garota chata e antissocial novamente, então eu vou ali flertar aquela garota. – Ele apontou para uma vadia que dançava na pista. Rolei os olhos.

Notei que Sebastian já havia se “enturmado” e eu, provavelmente ficaria para a titia. Depois de certo tempo, suspirei levantando-me.

Festas, baladas, não eram meu forte. É realmente preferível ficar em casa, com meus desenhos, meus fones e a minha vida extremamente normal.

Que tédio. Acho que vou voltar...

– Oh, desculpe senhorita. – Disse um garoto, quando se esbarrou em mim. Notei que ele segurava meu braço; observei-o melhor e vi que este era um loiro dos olhos incrivelmente azuis; levava sorriso maldoso nos lábios, junto de uma tatuagem estranha no pescoço. Antes mesmo que pudesse responder, ele havia dado as costas.

O garoto podia ser estranho, mas não deixava a beleza para trás. Olhei para o lado a tempo de presenciar a cena de uma garota vomitando no colo de alguém.

– Eca, já chega por hoje. – Disse para mim mesma.

– O que você estava fazendo com aquele cara?!

Virei-me dando de cara com Sebastian.

– Meu Deus, vocês aparecem do nada mesmo.

– O que você estava fazendo com aquele cara? – Só então notei que Sebastian estava nervoso, mas do mesmo modo mantinha os olhos fixos nos meus e a voz firme.

– Credo, eu não estava com ninguém, ele só esbarrou em mim. Que foi é seu namorado?

– Alice, você sabe quem ele é?

Franzi o cenho, claramente confusa.

– Você por acaso viu a tatuagem em seu pescoço?! – Perguntou desta vez mais alto e irritado.

– Que foi garoto?, O que deu em você? Está possuído?

Ele suspirou.

– A tatuagem Alice.

– Eu vi, eu vi o que tem?

– Sabe o que significa?

– Pôneis coloridos?

– Caos Alice, Caos.

– E o que eu tenho haver com isto?

– Aquele é o símbolo que é usado pelo grupo de Alisson. AQUELE cara é o Aliado, AQUELE cara estava no grupo!

Arfei.

Olhei ao redor procurando pelo o mesmo garoto, e só então percebi que este já me observava, com o mesmo sorriso maldoso de antes.


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