Valley West escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 4
Capítulo Bônus - Sábado


Notas iniciais do capítulo

Hey tributos!
Sim, isso mesmo o que vocês leram! Um capítulo BÔNUS!
No decorrer da história, rolarão capítulos bônus, onde Peeta dará sua versão dos fatos!
Espero que gostem, e, mais uma coisa: Bem-vinda, Lizze! Muito obrigada pelo review!

Aproveitem o capítulo!



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Estava no sono mais profundo, quando ouvi a voz de Katniss do outro lado da porta, gritando e esmurrando a madeira. Estava gritando o meu nome com aparente animação.

– O que você quer, Everdeen?! – gritei, muito irritado. – Hoje é sábado! Eu não faço completamente nada aos sábados!

– Hoje é sábado! – ela abriu a porta e gritou, pulando em cima de mim.

Maldito Odair! Sempre deixa a porta destrancada!, pensei, enquanto tentava tirar a garota lunática de cima de mim. Olhei para o relógio e percebi que ainda eram sete e meia da manhã.

– Eu sei que hoje é sábado. Foi o que acabei de dizer. – resmunguei, meus olhos semicerrados. – Eu quero dormir!

– Mas sábado é o melhor dia da semana! – ela gritou, saindo da minha cama e puxando o fino lençol azul que cobria o meu corpo, exibindo meu corpo pálido e nada atlético e minha cueca samba-canção. – Vamos logo!

– Onde pensa que irá me levar, sua drogada retardada?! – me sentei.

– Para o pátio. Hoje você irá pintar como nunca fez na sua vida, e vou treinar com meu arco. Pode se trocar agora?

– Do que você está falando, Everdeen? – me levantei e peguei minha calça jeans pendurada no cabide e a colocando rapidamente, observando a garota se firmar na frente do espelho e arrumar o cabelo escuro em sua trança comprida habitual.

– Todo o sábado, o diretor libera os alunos para que possam passar uma tarde inteira no pátio, fazendo a atividade extracurricular que quiser. – ela disse, sem tirar os olhos do espelho, os dedos finos enlaçando cada mecha de cabelo em uma trança com perfeição. – Além de nos divertimos, ganharemos alguns pontinhos a mais na média final.

– Você faz tanta questão que eu vá? – sorri de canto, aproximando-me dela, quase me encostando a Katniss, que sorriu também. – É o que estou pensando?

– Sim. – virou-se para mim e cutucou meu peito nu. – Você é um ótimo artista, e acho que precisa ser percebido. Além disso, quem mais irei irritar sem que você esteja lá?

– Vejo que sou de alta importância para você, hein? – passei meu dedão pela sua bochecha pálida, que ficou levemente rosada.

– Você é um idiota para mim, isso sim. – ela deu um passo para trás, se esquivando. Pegou uma camisa qualquer de dentro da gaveta e jogou-a para mim. – Vamos logo! Já estamos atrasados!

Coloquei meus sapatos e a camisa, saindo para o pátio, onde vários jovens faziam atividades diversas. Katniss pegou minha mão e começou a me puxar até lá. Me deixou na sessão de artes, onde várias pessoas “alternativas” pintavam figuras abstratas ou as árvores.

Pude ver a garota lunática e drogada, com a mão nos olhos para cobri-los do sol, colocando uma aljava de flechas e escolhendo um arco no meio de tantos nos suportes. Escolheu um que mais se encaixava com seu tamanho e mirou a flecha com um cálculo preciso nos olhos, acertando o alvo com perfeição. Sorriu discretamente e pegou outra, mirando uma maçã pendurada na árvore.

Duvidei do que aconteceria a seguir, mas ela conseguiu acertá-la. Fechei os olhos e comecei a rir. Aquela garota era simplesmente impossível.

(...)

– Katniss! – gritei, dando o último traço no papel. – Pode vir aqui?

Ela se virou para mim e correu, com o arco superleve nas mãos. Posicionou-se ao meu lado e seus olhos brilharam.

– Você é incrível! – ela exclamou, sem tirar os olhos da tela. – Conseguiu até me deixar bonita!

– Gostou? – perguntei, virando-me para ela e secando o suor da testa com a mão.

– Está maravilhoso! – finalmente virou-se para mim. – Não disse que você adoraria isso aqui?

– Obrigado. – murmurei. Tirei a folha do bloco e entreguei a ela. – É sua.

Ela não disse nada, apenas me abraçou, colocando a cabeça no meu peito. Pegou minha mão e começou a me arrastar até o refeitório, onde começaram a servir o almoço. Pegamos nossas bandejas e sentamos em uma mesa vazia.

Pela primeira vez, ela não me deixou sozinho, e almoçou comigo.

(...)

Estávamos, só nós dois, deitados na grama verde e úmida do campus. Katniss me mostrava, iluminado pela luz da lua cheia e amarela, um pingente na forma de um pássaro aprisionado em um círculo com uma flecha no bico, que usava no pescoço, por baixo da roupa. Explicou-me que o nome dele era tordo, e que ele conseguia reproduzir o som das canções com perfeição.

Também me disse que fora o pai dela que a presenteou com o colar um mês antes da grande explosão. Depois daquele comentário, ficou em silêncio.

– Katniss – quebrei o silêncio constrangedor, virando minha cabeça para ela. –, pode cantar a música que seu pai cantava, aquela que você falou para mim ontem?

Ela apenas deu de ombros e fechou os olhos, respirando fundo.

Começou a cantar com sua voz doce e harmoniosa.

“Are you, are you
Coming to the tree
Where they strung up a man they say murdered three.
Strange things did happen here
No stranger would it seem
If we met up at midnight in the hanging tree.”

“Are you, are you
Coming to the tree
Where the dead man called out for his love to flee.
Strange things did happen here
No stranger would it seem
If we met up at midnight in the hanging tree.”

“Are you, are you
Coming to the tree
Where I told you to run so we'd both be free.
Strange things did happen here
No stranger would it seem
If we met up at midnight in the hanging tree.”

“Are you, are you
Coming to the tree
Wear a necklace of rope, side by side with me.
Strange things did happen here
No stranger would it seem
If we met up at midnight in the hanging tree.”

Quando ela terminou, uma lágrima solitária e inocente caiu na grama como o orvalho. Passei o dedão pelo caminho da lágrima, secando-a e beijando seu rosto. Ela se virou e sorriu, mirando meus lábios.

Estávamos tão próximos, o momento estava tão perfeito, que começamos a aproximar nossos rostos, até que nossas respirações se misturassem. Quase podia sentir o toque dos lábios dela nos meus quando ouvimos o som de galho se quebrando.

Ela virou-se, visivelmente assustada.

– Gale?! – exclamou, levantando-se em um pulo, encarando o garoto marrento.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Acham que devo continuar com os Capítulos Bônus?
Reviews?

Beijos
o/



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