Valley West escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 5
Seminu


Notas iniciais do capítulo

Hey tributos!
Por acaso vocês foram levados pela Capital? Estão na arena? Aonde vocês foram, meus leitores?
Estou chateada, mas postei mesmo assim. Sério, gente. Essa falta de reviews está me deixando triste, afinal, eu tenho leitores, visualizações, mas poucos comentários. T_T

Bem, aproveitem o capítulo!



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Coloquei uma toalha em baixo da porta e abri o registro do chuveiro, deixando que o vapor invadisse o quarto. Abri um pequeno vão na janela para que nós três – eu, Peeta e Gale. – não morrêssemos sem ar.

Sentei no carpete, pegando um cigarro do maço debaixo do colchão e o acendendo com meu isqueiro, assistindo Peeta fazendo o mesmo. Gale apenas sentou na minha cama, me encarando e balançando a cabeça negativamente. Ele não fumava e nem bebia, e odiava que eu fizesse ambos.

– A questão é: porque raios você estava beijando esse idiota? – ele apontou para Peeta, que fez uma cara de irritado.

– Eu não estava “beijando esse idiota”, Gale. – me virei para ele e fiz minha pior carranca. – E você não pode chamá-lo de idiota. Só eu posso.

– Eu preciso ficar aqui ouvindo essa briga do casal? – Peeta perguntou, soltando um sopro de fumaça no meu rosto. – Isso está bem entediante.

– E você, seu CDF idiota, cale a boca. – Gale rosnou.

– Se chamá-lo de idiota mais uma vez, eu enfio esse cigarro na sua garganta. – ameacei, apontando a parte acesa para o seu rosto. – Mas, sim Peeta, você tem que ficar aqui. Afinal, a culpa de estarmos discutindo é sua.

– Boa noite. – ele se deitou no carpete, com o cigarro pendendo no lado da boca, fechando os olhos.

Balancei negativamente a cabeça e soltei uma risadinha, virando-me para Gale, que me encarava visivelmente irritado.

– O que você viu nesse otário? – ele sorriu, irônico.

Levantei e abri minha gaveta, pegando o desenho de Peeta e jogando nele. Gale desdobrou o papel, e seus olhos acinzentados escureceram.

– Você posou para ele? – o garoto se levantou e agarrou meus braços, apertando-os. – Você posou para esse idiota?

– Não! – exclamei. – Eu não posei para ele! Peeta fez isso por conta própria, sem que eu pedisse. – fiz uma longa pausa, olhando para seus olhos. – E já eu disse que você não pode chamá-lo de idiota. – rosnei.

– Que tipo de relacionamento nós temos? – ele indagou. – Nós dois longe um do outro, eu estudando e você posando para um imbecil. – Gale apertou mais forte, começando a me machucar. – Aposto que dormiram juntos. Diga a verdade, vocês já transaram?

– Me solte! – gritei. – Está me machucando!

Gale apenas riu, o que me fez ficar completamente irritada com ele. Qual era o problema daquele animal?

Peguei o cigarro que eu apertava em meus dedos e esmaguei em seu rosto, na parte que queimava. Ele apenas soltou um grito de dor e me soltou, colocando as mãos na parte em carne viva. Apenas sorri, feliz por ele ter me soltado. Eu realmente não dou uma boa garotinha indefesa e assustada.

– Agora suma daqui. – ainda sorria, apontando para a porta. – Não quero mais te ver pelo resto da minha vida. E, juro, se você aparecer em Valley West novamente, muitas outras partes do seu rostinho lindo ficarão queimadas e desfiguradas.

Ele apenas deu meia volta, abriu a porta e saiu, sem dizer nenhuma palavra.

Espreguicei-me, fechei o registro do chuveiro, guardei a toalha e abri a janela, deixando que um pouco de ar puro entrasse no meu quarto. Não estava chateada e nem um pouco triste, afinal, Gale nunca foi um “namorado dos sonhos”. Estava até um pouco aliviada.

Peguei um dos travesseiros da minha cama e o ajeitei em baixo da cabeça de Peeta, colocando um lençol em seu corpo, depositando um beijinho com cheiro de cigarros em seu rosto, pegando o resto do cigarro queimado da boca dele. Peeta, apesar de ser um tremendo irritante, tinha um lugar reservado no meu coração.

Até poderia admitir, sem medo nenhum, que eu o amava de um jeito especial.

(...)

– Mellark, vamos logo. – chacoalhei seu braço, fazendo seus lindos olhos azuis se abrirem, as pupilas dilatadas. – Temos que sair, agora.

– O quê? – ele coçou os olhos. – Para onde vamos?

– Para o Prego. Faremos a “compra do mês”.

Peeta se levantou cambaleante e caminhou até o banheiro, se olhando no espelho. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, e sua roupa cheirava à fumaça.

– Antes – ele voltou para o quarto. –, preciso tomar um banho para tentar melhorar a minha cara. E uns remédios para dor também. – sorriu de canto.

– Remédios para dor?

– É. Estou com um torcicolo horrível. – aproximou-se de mim, as mãos na nuca. – Parece que o chão não é tão confortável quanto a minha cama no quarto ao lado.

Ele segurou meus braços, no mesmo lugar que Gale tinha apertado na noite passada. Suas mãos eram firmes, mas ao mesmo tempo delicadas – tão delicadas que podiam desde pintar um pôr do sol, até me desenhar de um jeito bonito e delicado –, o que me fez, mesmo sem querer, sorrir.

– Isso não vale. – eu murmurei.

– O quê? – mirou os olhos em mim.

– Fazer isso. – olhei para suas mãos. – Me segurar de um jeito delicado. Querer mostrar que é melhor que Gale. Que é doce.

– Não sei se sou melhor do que seu ex-namorado, mas sei que você não precisa dele. – sorriu, acariciando minha maçã do rosto. – Ele não é bom para você.

– Eu sei. – disse, dando um passo para trás, afastando-me dele. Peguei a trouxa de roupa de Peeta e uma toalha em cima da cama. – Eu trouxe isso para você. Senti o seu cheiro ontem, e sabia que iria querer tomar um banho. Mas temos que ser rápidos, já que Johanna não ficará lá fora para sempre.

– Quem é Johanna? – ele pegou as roupas e começou a caminhar até o banheiro.

– Ela é uma amiga minha, e nós vamos ao Prego juntas desde que eu vim para cá e precisei de grana. Foi ela que me ajudou com esse “comércio”. – sorri.

– Certo. – Peeta entrou e deixou a porta entreaberta para que pudéssemos continuar conversando. – E porque você quer que eu vá com vocês?

– Eu confio em você, Peeta. – me joguei na cama e me cobri com o edredom novamente. – E, além do mais, você também está precisando dos meus serviços.

– Parecemos um casal de velhinhos. – ouvi a voz dele abafada pelo som da água caindo no chão de ladrilhos. – Uma hora nós estamos brigando, na outra estamos quase nos beijando.

Corei com aquele comentário infame.

– Isso é mentira, Mellark. – tentei fazer uma voz equilibrada. – Eu nunca quis te beijar. Seus lábios são imbeijáveis para mim.

– Imbeijáveis? – o registro do chuveiro foi desligado. – Acho que essa palavra não existe, Katniss.

– E daí? – me virei para a porta, onde ele apareceu com a toalha branca emprestada enrolada na cintura. Assustei-me. – O que pensa que está fazendo? Desde quando temos essa intimidade?

– Calma! – levantou as mãos em sinal de rendição. – Eu não estou pelado.

– Eu não quero te ver seminu. Vá logo, vista essa roupa senão eu vou te matar. – cobri meu rosto com as mãos, tentando não ver alguma coisa. – Eu não estou brincando!

Naquele momento, a porta do meu quarto se abriu, e pude ouvir a voz melodiosa e estridente de Effie Trinket.

– Inspeção de quarto! – cantarolou, e então, quando viu Peeta Mellark apenas de toalha na cintura no meio do meu quarto, e eu deitada na cama coberta com um edredom, soltou um grito horrorizado. Ah, quase me esqueço de comentar: sexo entre os alunos também era proibido. Resumindo: estávamos ferrados. – Para a sala do diretor Snow! – apontou para a porta, os olhos cerrados e furiosos. – Agora!

Você me paga, Peeta Mellark!, pensei, enquanto era escoltada por Effie e Peeta já vestido até a sala do diretor de Valley West.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Reviews agora?
Leitores fantasmas, apareçam! Eu juro que não mordo, e eu sou legal! Minha mãe acha!
E eu amo vocês, seus lindões!

Beijos
o/