– Professor, você vai mesmo nos ensinar a manipular o tempo?

– Mas é claro, Philip. - disse Rafael - Acho que depois de um tempo de aula, vocês já devem estar mais que preparados pra isso.

– Qual o objetivo disso tudo, professor? E por que viemos treinar aqui? - disse outro aluno.

– Bem, acho que já está na hora também de dizer o que vamos fazer aqui, além de uma simples chuvinha. Então escutem.

Após o professor mago dizer do que se tratava, os alunos perceberam que não seria um treinamento comum, e sim uma prova de sobrevivência.

– Como vocês ainda não sabem como fazer a magia, eu vou fazer a primeira vez, o relâmpago será um sinal para todos os grupos de Asha e Túlius que estamos prontos.

Eles vão responder o nosso sinal com outro sinal. Quando vocês virem os sinais, significará que já poderemos começar.

Todas as instruções eram bem claras: o professor daria um sinal inicial, e tanto Asha quanto Túlius responderiam com outro e assim a aula teria seu início. Porém, ainda havia uma dúvida.

– Professor, nós já sabemos que o nosso sinal será uma chuva e um relâmpago, apesar de ainda não sabermos como vamos fazer isso. - disse Philip - Mas e os outros sinais? Como vamos reconhecê-lo e ainda mais vê-lo em uma floresta tão densa? Rafael sentia que os alunos ficavam cada vez mais curiosos.

– Vocês são muito detalhistas, meus amigos. E isso não é parte da nossa tarefa. Mas mesmo assim vou contar a todos vocês, mesmo que já esteja quase na hora de começarmos. E também acho que os outros professores também vão contar isso aos alunos.

Então Rafael começou:

– Meus alunos, todos vocês sabem que o corpo não trabalha sem a mente. Logicamente, a mente é uma importante ferramenta de raciocínio e de comando de todo ser humano. Mas eu pergunto a vocês: de onde vem toda a nossa coragem? De onde vem a nossa magia? E apesar de já ter dito sobre o nosso raciocínio, é preciso muito mais do que uma mente brilhante pra ser um especialista em estratégias de campo e combate.

Nenhum dos alunos arriscava a dar uma opinião, fazendo então o professor continuar.

– Bem, já que ninguém quer tentar uma resposta, eu mesmo responderei. Tudo o que fazemos e que vai além da compreensão do homem vem de um lugar do nosso corpo que é invisível, na maioria dos casos, aos olhos nus. Estou falando do nosso espírito. Sim, meus alunos, é ele que está sempre por trás de tudo. E eu vou explicar como.