Arthur - 1° Temporada escrita por Vinicius Aparecido Salatta


Capítulo 4
A realeza




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Quem aparecia naquela hora era Lara que também estudava naquela escola. Mas ela não era um garota qualquer, pois se tratava nada mais, nada menos do que a filha do rei. A próxima após da linhagem destinada a herdar o trono e governar o reino. Interessante e comum acho eu você perguntar o porque de uma pessoa tão importante assim estaria estudando em uma escola comum e não com seus instrutores particulares dentro do castelo. Neste caso acho que já se faz hora de falar quem é o rei deste reino, que aliás é conhecido como "Reino de Outrora".

Sir. Carter II, filho de Sir. Carter I (deixo os comentários para mais tarde), que era o antigo e malvado rei no começo em que a cidade se formava. Acho que por algumas coisas que já disse, devem imaginar que Carter I não foi o melhor rei deste reino. Magia proibida, plebe menosprezada e humilhada, e castigos violentos e até mesmo morte para hereges, traidores e cidadãos que não pagavam os impostos em dia. Seu filho, hoje rei deste reino, crescera vendo tudo o que o pai fazia, e apesar dos esforços do pai de fazer com o que o filho se envolvesse e prendesse a governar com punhos de ferro, o pequeno Carter se recusava a seguir os exemplos do pai. Decidira desde pequeno que não deixaria o povo sofrer de forma tão triste e decepcionante.

Sir. Carter I morreu em uma guerra contra o reino vizinho, dos quais são inimigos até os tempos em que se passa essa história, e como Carter II já tinha dezoito anos, já estava mais do que na hora de assumir os negócios da família. Sua mãe ainda vive no castelo, e tenta ajudar seu filho nas decisões que faz, agora de forma correta e honesta. Não digo que agora a cidade era perfeita, pois pobreza e violência sempre rondam as nossas casas até hoje pra onde quer que olhemos. Porém os impostos eram menores, a maioria das plantações agora pertenciam aos próprios donos da terra, coisas que faziam o povo venerar este rei que até recebeu o título de Sir. Carter II - "O Bondoso". Mas havia uma regra que deveria ser passada em todas as gerações da família real: a descendência do trono deveria ser passada somente para quem fosse da nobreza e tivesse o sangue da família real em suas veias.

Pois bem, ainda não me expliquei sobre o fato de Lara estar naquela escola. A questão é que o rei e pai da garota desenvolveu o habito de estar sempre próximo do povo, e isso não seria diferente para todo o resto da família. Simples, mas objetivo.

– Abaixe sua espada, Tarso! - disse Lara com tom de autoridade.

Tarso olhou para trás e, vendo de quem se tratava, obedeceu a princesa e guardou a espada em sua bainha.

– É claro vossa realeza - disse Tarso se curvando, mas com uma voz que mais parecia deboche do que respeito.

Ao dizer isso, se levantou novamente, olhou novamente para Guilherme com olhos que se fossem capaz de machucar apenas com o que expressam, com certeza o teriam matado. Após isso foi embora.

Lara se aproximou dos dois amigos.

– Vocês estão bem?

Philip respondera que sim, mas Guilherme estava mudo. Diante dele estava a princesa do reino de Outrora, com uma voz que mais parecia a de um anjo, e cabelos que refletiam a luz do Sol. É claro que isso era de se esperar vindo da filha do rei, mas tive que dizer apenas para ficar mais claro esta visão. Poderia ainda falar que a sua pele era tão lisa e macia quanto um veludo, mas seria informação mais do que desnecessária. Tudo isso era o que vinha a cabeça de Guilherme naquele momento.

– Guilherme, você está bem? - perguntou Lara.

O que diria ele. Dizem que a primeira palavra que sai da sua boca quando vai falar com uma mulher desconhecida pode definir se você é realmente um homem ou não. Fora que a apresentação é o nosso cartão de boas-vindas. Então que dizer? Se tentasse ser galanteador naquele momento, com certeza passaria vergonha, e se tentasse ser o mais comum possível, talvez não passasse uma boa impressão e acabaria parecendo um idiota, o que também o faria passar vergonha. Então decidiu falar o que fosse mais natural para uma situação como aquela.

– Es...Estou bem, obrigado por perguntar, mas não precisava ajudar. Eu sei correr muito rápido e Tarso nunca me venceria nisso.

Definitivamente não era isso que deveria ser dito, mas Guilherme estava tão nervoso que quando pensa em fazer uma coisa, faz outra em oposto. Mas em sua cabeça tinha uma visão perfeita do que deveria dizer...

– Estou bem princesa. Mas permita-me dizer que além de me salvar, com certeza a sua presença aqui hoje, perante meu olhos, alegrou-me pelo menos durante cem anos. Desculpe-me a ousadia, mas poderia retribuir o favor lhe oferecendo uma bebida depois da escola em uma taverna aqui perto.

Claro, isso não passava de uma utopia, pois ele assim como todos sabia da lei do sangue real, logo uma relação além da amizade seria totalmente impossível.
Voltando ao mundo fora da cabeça de Guilherme, ele vê Lara rindo das palavras que dissera a pouco tempo.

– Tudo bem então - disse Lara - Eu preciso ir agora, então... Se cuidem.

Lara foi embora, deixando nosso cavaleiro covarde e nosso mago sem magia sozinhos novamente.

– O que aconteceu Guilherme? Você estava muito estranho por um tempo quando a princesa falou com você. Talvez devesse ter um pouco mais de respeito da próxima vez.

– Eu não sei o que aconteceu Philip, mas vou me esforçar para que na próxima vez seja diferente.

– Então... Da próxima vez você vai ter tempo de correr? Porque eu posso tentar fazer uma magia para parar o tempo se quiser.

– Não, isso não será necessário. Não queremos explodir a escola, não é mesmo? Bem vamos logo pra aula então.


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