Philip havia parado a chuva forte que tomava a floresta, assim como junto com os outros alunos haviam trazido a luz do sol mais uma vez para suas faces. Por um instante, nosso jovem mago pensara nas palavras que acara de ouvir de Poseidon. Suas palavras realmente o davam força para seguir além. Seu sonho parecia não ser mais tão impossível como pensava, ainda mais se Guilherme e Lara estivessem ao seu lado. Porém, uma coisa o deixava intrigado: o fato de Poseidon ter citado que eram três os mais fortes entre as turmas da escola. Claramente eram Guilherme, Lara e Tarso, e era esse último que o preocupava. Tarso não era o aluno mais educado da escola e muito menos o mais gentil, comportamentos de quem não seria uma boa pessoa no futuro.

– Philip!

Uma primeira voz se manifestava depois de muito tempo desaparecida.

– Professor Rafael! – gritavam os alunos alegres.

Rafael estava se apoiando em seu cajado, pois estava muito cansado do combate que acabara de ter.

– Vejo que conseguiram parar a chuva e trazer a paz novamente para essa floresta – dizia o professor com a voz rouca, mas alegre.

Philip afirmou sorrindo, mas logo depois ficou mais sério.

– Na verdade professor, a paz chegará para mim somente quando souber que todos estão bem. Principalmente...

– Philip!

Nosso mago se sentiu em um déjà vu, pois ouvira seu nome sendo chamado novamente, porém essa voz parecia soar mais alto em seu peito, diferente da primeira vez. Ao olhar para trás, ficou surpreso.

– Guilherme! Lara!

Sim, depois de muito tempo separados e arriscando suas vidas, nossos três amigos finalmente estavam unidos novamente. Lara caminhava devagar, pois Guilherme se apoiava em um de seus ombros.

– Estou feliz em ver que vocês estão bem! – dizia Philip com um tom de alívio.

– Sim! – falava Lara – estávamos vindo até vocês quando a chuva começou a parar, e de repente o sol apareceu.

– A partir desse ponto ficamos um pouco menos preocupados – dizia Guilherme se desapoiando de Lara.

A conversa foi interrompida por um som muito alto e um pouco mais assustador do que um filhote de dragão: um estômago roncando. Levando uma das mãos na cabeça e meio envergonhado pela situação, Guilherme confessou ser o responsável pelo ato, e perguntou a Philip se ele não teria alguma magia para capaz de criar comida. Logo após, Lara também confessou estar com certa fome e apesar de nosso mago sentir o mesmo, se desculpou por não saber algo que os pudesse ajudar no momento.

– Não se preocupem, eu posso ajudar... – disse Rafael – Só preciso achar meu cajado... – disse olhando de um lado ao outro.

– Ahn? Está em suas mãos, professor – disse Lara um pouco séria apontando para uma de suas mãos.

Após ver que o que Lara dissera era verdade, Rafael o ergueu e se preparou para conjurar um enorme banquete. Porém, em suas primeiras palavras, acabou caindo de costas para cima no chão.

– O que aconteceu com ele? – perguntou Guilherme.

– Ele teve que ir atrás de outra pessoa que nos seguia. Ele era o verdadeiro responsável pela chuva forte que estava tendo aqui na floresta. – respondeu Philip aos seus amigos – Professor, você está bem? – agora em direção a Rafael.

– Sim, estou – disse Rafael com a voz um pouco mais fraca – Eu só preciso dormir um pouco – e com essas palavras desmaiou.

Lara pediu que alguns alunos encostassem Rafael em uma árvore e cuidassem dele por um tempo enquanto ele não acordava.

– Logo ele estará melhor – afirmou Lara.

– Mudando um pouco de assunto, - disse Guilherme – você disse que o professor não estava aqui com vocês... Nesse caso foram vocês que pararam a chuva e trouxeram o sol?

– Enquanto o professor não chegava, tivemos que agir sob pressão – disse Philip meio envergonhado com uma das mãos sobre a cabeça.

– Sempre acreditei em você – disse Guilherme colocando uma das mãos sobre o ombro de seu amigo. Mas gostaria de saber como fizeram isso.

Philip estava prestes a começar a história quando foi interrompido por outro som.

– Guilherme, eu sei que está com fome, mas poderia controlar seu estômago um pouco? – dizia Lara rindo.

– Dessa vez não fui eu – afirmou Guilherme.

– Se não foi Guilherme, então quem seria? – perguntou Philip.

De repente, um dragão enorme apareceu bem diante de seus olhos. Era tremendamente maior do que um filhote de dragão e parecia estar muito mais nervoso também.

– Acredito que essa seja a mãe dos filhotes – disse Philip se escondendo atrás de Lara, mas logo depois foi para trás de Guilherme por lembrar que Lara era a princesa do reino.

– Também acredito que a irritamos – com uma das mãos preparadas a puxar a espada, enquanto a outra se apoiava em sua bainha.

– O professor ainda está incapacitado e os demais alunos parecem estar mais assustados do que a gente. – disse Lara – Não temos escolha: vamos lutar!