Lara já estava bem longe de seus professores, e igualmente de Guilherme, pois com suas habilidades aumentadas pelo poder de seu espírito, agora era capaz de coletar muito mais informações do campo ao seu redor para descobrir a localização de algo ou alguém como era o caso deste momento. Porém a sua esperança em encontra-lo o mais rápido possível nunca cessava e muito menos diminuía, motivo pelo qual ela corria sem olhar para trás, apenas para frente e ao seu lado tanto esquerdo quanto direito a fim de encontrar algo de importante para encontrar Guilherme.

E foi em um desses olhares que ela encontrou a bainha de seu amigo, onde ao perceber que ainda estava um pouco quente por dentro, deduziu que a espada havia sido retirada a pouco tempo, sinal de que Guilherme não estava tão longe. Novamente começou a correr.

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Enquanto isso, Guilherme enfrentava a mesma situação de quando deixara o grupo, porém o seu cansaço aumentava aos poucos enquanto o filhote de dragão continuava com a mesma energia. Ele realmente era uma criatura que não desistia até ter o seu objetivo alcançado, o que neste caso seria devorar Guilherme. Porém, o jovem cavaleiro também tinha seus objetivos. E neste instante seu objetivo era o de levar aquele filhote o mais longe que pudesse, mesmo que não pudesse derrota-lo. Sua determinação fazia com que o cansaço da fuga não fizesse tanto efeito quanto deveria fazer.

Continuou correndo até dar de cara com uma grande rocha de pedra mais parecida com um muro, porém de rochas naturais. O muro se estendia por toda a borda da floresta, significando que Guilherme estava em um beco sem saída.

– Isso não pode estar acontecendo – pensava ele – Eu quero me tornar um cavaleiro do rei, e por isso não posso morrer aqui.

A criatura fazia um som muito alto enquanto aproximava sua cara apenas a alguns centímetros de distância de Guilherme. Ele segurou firme a sua espada disposto a ferir a criatura mesmo que fosse um pequeno corte, pois sua determinação não o deixava fechar os olhos afim de esperar sua derrota. Foi quando seus olhos firmes fixaram algo um pouco mais distante. Uma luz que brilhava muito forte se aproximava de onde estava cada vez mais. Guilherme que não sabia muito bem o que era (pois achava que estava tendo um flashback como dizem que acontece quando se está prestes a morrer), e ficou ainda mais confuso quando viu que a mesma luz se dividiu em duas, onde a segunda brilhava um pouco menos apesar de estar mais veloz e se aproximando mais rapidamente.

Passou as mãos sobre seus olhos para tentar enxergar melhor e tirar uma possível “miragem” do que estava vendo. E ao retirar as mãos e retomar a sua visão, se deparou com o filhote de dragão caído aos seus pés com uma flecha que atravessava o seu peito. Ela ainda brilhava provando para Guilherme que o que vira momentos atrás realmente não era uma visão, mas sim alguém que havia salvado sua vida.

–Agora está me devendo duas! – disse Lara aparecendo entre a mata – Que bom que te encontrei.

Surpresa de Guilherme e não muito de nós que acompanhamos essa história de forma onisciente.