A Filha de Magnus Bane 2 - A Chama escrita por Karina A de Souza


Capítulo 19
Bad Romance


Notas iniciais do capítulo

Trailer - meio ruim, mas ok: https://www.youtube.com/watch?v=W4E6xTUTv1M



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—Por que não me contou?-Gritei, me afastando.

—Mel... Calma...

—Me acalmar? Fez aquilo de propósito? Isso só pode ser uma brincadeira. -Cruzei os braços. -Me fez de idiota todo esse tempo. Que graça tem?

—Eu não estava... Eu gosto de você.

—Ai meu Deus! Isso não é sério.

O que? Por que todos os garotos têm que correr atrás de mim? Ser filha de Magnus “ajudava” isso? Por que eu? Tudo bem, algumas garotas deviam gostar disso, mas eu não. Isso só me colocava em encrencas.

—Mel... Entende...

—Entender?-Perguntei. -Você me enganou!

—Eu não enganei! Apenas não disse que era eu! Mel, você pode odiar, agora...

—Cala a boca.

—Que?

—Cala. A. Boca. Sabe o que aconteceu antes de você vir pra cá? Raphael Santiago, foi embora. Ele gostava de mim. E eu o magoei.

—Fiquei sabendo. Mas... E daí?

—E daí? Olha, Pietro, eu sinto muito, de verdade, mas... Eu to fora. Não tente me convencer que você gosta de mim e sei lá mais o que. Eu não quero um relacionamento. Ainda mais agora.

***

Fiz as malas o mais rápido possível. Logo vieram me avisar que Camille tinha chegado. Ela era meu passaporte pra fora dali.

—Mel, o que aconteceu, de verdade?-Ela perguntou, enquanto ajudavam a colocar as malas no carro.

—Vamos embora, por favor.

—Tudo bem, vamos. -Entrou no carro. Eu olhei pra trás, a Academia parecia completamente feia agora.

—Adeus. -Sussurrei.

Se Raphael era covarde em partir, como disseram? Eu também era, então.

Me joguei no banco de trás do carro, junto com Camille. Archer estava dirigindo. Nós fomos em silêncio, eu não estava com vontade de conversar, e Camille havia percebido isso. Talvez ela não fosse tão burra quando antes.

Como estávamos longe de Nova York, nós acabamos ficando em um hotel, quartos separados.

Papai bem que podia me buscar, talvez, mas não liguei pra ele, sabia que ele não viria, ou me diria que sair da Academia era a coisa mais estúpida que eu podia fazer. Camille era minha “responsável reserva”, quando Magnus não podia estar lá, tratando dos meus assuntos, Camille estava. E, bem, papai estava muito “ocupado” com Alec.

No café da manhã, no quarto, Camille puxou assunto, o que foi o único motivo de eu começar a falar.

—Então... Qual o motivo de ter fugido da Academia?

—Eu não fugi. -Murmurei, suspirando.

—Vamos lá, garota, estava fugindo de que? Ou melhor, de quem?

—Camille...

—Sebastian?

—Não. Pietro.

—Esse eu acho que não conheço.

—Conheci Pietro numa das minhas “escapadas”. E recentemente ele entrou na Academia.

—Depois da saída de Santiago?

—É.

—E por que... O que aconteceu?

—Lembra no carnaval, quando um cara me beijou no meio da rua?

—Hum... Sim, claro. Nunca descobrimos quem é.

—Eu descobri.

—Quem... Pietro?

—Sim.

—Nossa. Isso... Wou. Como descobriu?-Desviei o olhar. -Vocês se beijaram!

—Ele me beijou.

—É sempre assim. Garota, você deve ser muito... Sei lá, afrodisíaca. -Revirei os olhos. -Quer que eu ligue pro seu pai?

—Não. Não quero incomodá-lo.

—Ele viria, se você parecesse totalmente desesperada. -Pegou o celular.

—Não, por favor, Camille, apenas não faça isso. Sério. Eu vou ficar bem. Só... Talvez volte pro apartamento no Brooklyn.

—Pirou, é? Pode ficar comigo. Não vou deixar você sozinha naquele apartamento. Pode não ter saído de mim, garotinha, mas é minha filha.

—Awn, obrigada. -A abracei. -Você seria boa mãe. Meio destrambelhada, mas boa.

—Eu vou lá tomar meu próprio café, nos falamos depois.

—Tá. -Bagunçou meu cabelo, então saiu. É, ela não era tão ruim.

***

No dia seguinte, eu acordei com Camille entrando no quarto. Ela parecia nervosa. Me sentei e esfreguei os olhos com a mão.

—O que aconteceu?-Perguntei.

—Liguei pro seu pai, para contar sobre sua saída da Academia.

—Você fez o qu...

—Me deixe terminar. -Fiz que sim. -Ele estava estranho, e disse que não tinha tempo pra isso...

—Belo pai!

—Mel... Alexander desapareceu.

—Oh.

Bem, o que pensar disso? O namorado do meu pai, que havia levado ele pra longe de mim, desapareceu, do nada? Uau, que droga. Porém, parecia que papai não ia simplesmente voltar e me dar atenção.

—Izzy já sabe disso?

—Não sei. -Ela respondeu. -Mal tive tempo de falar com Magnus. Algo bem errado está acontecendo, Melissa.

—Tudo bem, vamos esquecer isso. Notícias de Raphael?

—Não. Não tenho ideia de onde esse infeliz se meteu. Espera. Não é estranho?

—O que?

—Raphael desapareceu. Alexander desapareceu. Isso não é coincidência demais?

—Está insinuando que Raphael sequestrou Alec?

—Não, garota burra. Estou dizendo que os dois sumiram. Isso é estranho.

—É, é sim. Mas não tem nada a ver. Eu acho...

—Agora vamos falar de algo importante: a Academia. Mel, você precisa voltar pra lá.

—O que eu vou aprender lá que não posso aprender em casa? Não me faça voltar. Eu não aguento mais.

—Melissa, garotos vão te irritar o tempo todo. Erga a cabeça, você é uma Bane. Não foge por causa de garotos, você fica e aguenta o tranco. Se não parar de sair correndo por causa daqueles dois idiotas, eu juro que te dou uma surra. Tentei criar uma garota firme, e não uma Elena-Katherine da vida. Ouviu bem?

—Wou, calma aí!

—Entendeu, Melissa Catharina Rita Patrícia Bane? Vai voltar pra Academia.

—Isso não é justo!

—Injusto foi a morte da Katherine e Loki não ter um próprio filme! Se não parar de reclamar eu te deixo de castigo.

—Que isso? Você andou com o Eduardo Jorge fumando paradas suspeitas, é?

—Não! Eu andei lendo uns livros de como ser uma boa mãe.

—Boa mãe? Você tem filhos?

—Tenho você. Eu achei que poderia ajudar Magnus a te criar, mas ele nunca deixou.

—Até sei por quê.

—O que disse?

—Nada, não.

—Ótimo! Arrume suas coisas. -Bufando, eu fiz um gesto com a mão. Minhas malas se arrumaram automaticamente.

—Satisfeita?

—Hum... Sim.

—Mas falando sério agora, é verdade sobre o Loki?

***

—Olha quem deu as caras. -Izzy disse, colocando as mãos na cintura. -Fugiu e nem se despediu da gente.

—Desculpa. Eu precisava fazer isso.

—Não sei se te desculpo.

—Te dou um poster do Enrique Iglesias.

—Vem cá, sua linda!-Me abraçou. -Ainda quero o pôster.

—Ok. -Abracei as outras meninas, e fomos pro meu quarto. Arrumei minhas coisas de volta no lugar, enquanto contava o que havia acontecido. -... Foi por isso que eu fui...

—Vamos socar a cara do Smurf, meninas!-Se levantaram.

—Não, não vão socar ninguém! Meu Deus, parem com isso.

—Ele te beijou. -Maia disse. -E mentiu pra você.

—Eu sei, mas...

—Vamos fazer mesmo que não queira. -Clary avisou. -Sabe disso, bruxinha, não sabe?

—Número um: não me chame de bruxinha, eu não sou a Bonnie. Número dois: não vão fazer isso.

—E o que pretende?-Izzy perguntou, se jogando de volta na minha cama. -Fugir quando tudo ficar ruim demais? Que tal outro duelo?

—Escuta, Lightwood: eu vou ficar, e aqueles dois, que se explodam. Porque eu não vou mais abaixar a cabeça e chorar. Querem me ver sendo cruel? Vão me ver sendo cruel. Façam suas apostas, meninas, de qual dos dois pira primeiro.

—Eu estou com medo dessa sua cara de psicopata.O que vai fazer?

—Tentar agir como aquelas garotas más das fics pra maiores.

—Vai pegar todo mundo?-Maia perguntou.

—Não é pra tanto...

—Essa é das minhas. -Se levantou, passando o braço por cima dos meus ombros.

—E o Jordan?

—Terminamos.

—Tadinho. Vocês não se ama...

—Não termine. -Clary interrompeu. -Não queremos ver sangue rolar.

—Que?

—Não vai querer saber. -Izzy murmurou, arrancando um pôster do Enrique Iglesias da minha parede. -É esse aqui que eu vou levar. Nos vemos no jantar! Oh, espera, espera... Eu acho que tive uma ideia.

***

—Precisamos mesmo fazer isso?-Perguntei.

—Vamos sambar na cara daqueles moleques. –Izzy disse. –E você tem uma voz maravilhosa.

—Ok, mas precisa mesmo dessas roupas de vadia?

—Ei, por que vocês sempre falam mal das minhas roupas?-Clary, que tentava ajeitar o vestido de oncinha de Isabelle, a encarou mortalmente.

Cada uma de nós parecia uma das garotas do clipe Paparazzi do Someday Static. Aquelas garotas fofamente de olhinhos puxados, que dava vontade de levar pra casa, porém, elas estavam vestidas... No estilo Isabelle Lightwood de ser.

Izzy estava com um vestido roxo, que tinha várias aberturas, mostrando pele, pele até demais. Maia usava uma blusa preta,que nem chegava ao umbigo,e um short do tamanho de um Nokia Lumia 250. É, curto, eu sei.

Já eu, estava com um vestido vermelho na parte de cima, com a saia rodada e preta. Porém, curta demais.

Não podia esquecer que estávamos com saltos enormes. Dezenove centímetros, porque nada abaixo de dezoito “servia”, na opinião de Izzy. Eu vou matá-la.

A ideia da gênia era irmos para o refeitório vestidas assim, comigo cantando Bad Romance. Ela fez todas nós ensaiarmos uma coreografia pra lá de “papai-me-mata-se-ver-eu-dançar-assim”.

—Juro que a única coisa que vem na minha cabeça quando nos olho é “Gaiola das Popozudas”. -Clary disse. -Precisamos mesmo disso tudo? Lembrando que roupas de vadia não me ajudaram a encontrar minha mãe.

—Sem elas, você não teria entrado na festa de Magnus, queridinha. –Izzy retrucou.

—Ah, parem. -Mandei.

—Vamos logo. Só tenho uma coisa pra dizer pra vocês: arrasem.

***

Nós chegamos mais rápido do que uma batida policial nas favelas do Rio de Janeiro.

Todo mundo pareceu muito chocado ao ver as garotas e eu entrando no refeitório, como umas doidas. Minutos depois, todos começaram a cantar junto, a bater palma, a gritar. Porém, Sebastian e Pietro pareciam incrédulos, tirando o fato do primeiro parecer horrorizado.

Clary era a mais comportadinha, enquanto Izzy e Maia mexiam com vários garotos que estavam sentados por ali. Os que tinham namoradas, acabavam levando uns tapas e olhares furiosos.

Eu acabei tropeçando e caindo no colo de um feiticeiro da minha turma, sem parar de cantar, sorri da expressão boba no rosto dele. Foi aí que aconteceu.

Alguém me puxou pra longe do garoto, com força e violência. Ia deixar marcas. Era ninguém menos, que Sebastian. O rosto vermelho de raiva. Oou. Acho que me ferrei.

Na hora, alguém desligou a música (Izzy tinha encarregado alguém disso) e tudo silenciou. Ninguém ia se meter com Sebastian, nem mesmo Pietro. A coisa estava feia, muito feia. E, além disso, todos tinham medo do meu ex-psicopata.

Droga... Acho que minha carreira já era...


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Notas finais do capítulo

Só pra avisar, a fic acaba no cap 22! E sim, a Mel faz a escolha dela antes do fim :) E não, não terá uma terceira temporada.



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