New Age escrita por Rafaela


Capítulo 31
Capítulo 30 - Novo Ataque


Notas iniciais do capítulo

Gente MIL desculpas, eu fiquei sem internet no meu computador do nada e aí ela voltou do nada agora, então eu vim direto postar o capítulo que eu escrevi. Ele ficou bem grande, espero que compense e que me desculpe. Xoxo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469227/chapter/31

–A Primeira Província já era. –Ouço uma voz masculina falar.

–Quantos deles? –Perguntou outro.

–Três. –Respondeu o primeiro.

Eu estava vigiando alguns membros da Força naquele momento.

–Enquanto aos outros que detectamos? –Perguntou a segunda voz.

–Não sabemos, os que foram disseram que detectaram mais sinais de Radioativos e alguns juram que foram atacados por eles.

–Como? –Foi a pergunta dele.

–Não sabemos, senhor. –Respondeu a primeira voz.

–Então tratem de descobrir. –O homem elevou a voz e fez uma pequena pausa. –Todos vocês. –E então ouvi passos e corri para me esconder.

Já havia se passado uma semana desde o primeiro ataque. Fiquei louco ao descobrir que Candy havia ido com eles, tão louco que briguei tanto com J-Hidden por ter mentido para mim quanto com Candy que o fez mesmo sabendo que eu ficaria louco se descobrisse.

Não adiantou de nada brigar com ela, só piorou as coisas e no dia seguinte eu já estava pedindo para J um jeito de entrar em contato com ela e pedir desculpas. As desculpas foram aceitas depois de um longo discurso dizendo que eu não poderia impedi-la de fazer nada e que se eu não aceitasse só seria pior para mim porque ela não iria mudar.

Uma semana. Uma semana desde o primeiro ataque, uma semana que Matthew e Madson estavam conosco. Seis dias desde que Thiago inventou outro motivo para brigar comigo. Cinco dias desde que o perdoei.

O tempo passa e não importa onde eu esteja eu sempre estou treinando. Na Força eu treinava e aqui eu continuo fazendo-o. Não importa o quanto, nunca é o suficiente. Nunca me sinto totalmente preparada, sempre falta algo. Sinto-me incompleta.

‘’Candy’’ Madson e eu estávamos treinando na mesma sala.

‘’Oi?’’

‘’Você era da Força, não era?’’ A voz dela parecia vacilar, mesmo dentro da minha cabeça, era como se ela tivesse medo da pergunta.

‘’Sim. Por que, Mad? O que houve?’’ A esta altura eu já havia parado para ouvir sua resposta.

‘’Você chegou a conhecer uma garota chamada Lia?’’ Perguntou ela, agora virando-se para mim.

Senti um aperto no coração ao lembrar-me de minha amiga. Pela primeira vez notei o quanto eu sentia sua falta e perguntei-me o que teriam dito à ela sobre meu desaparecimento. Ela teria se esquecido também?

–Sim. –Murmurei. –Sim, eu conheci.

–Ela está bem? –Perguntou a garota.

–Quando eu saí de lá ela estava. –Falei e sentei-me no chão.

–O quanto vocês se conheciam? –A garota veio até mim e sentou-se ao meu lado.

–Ela era, é, minha melhor amiga. –Sorrio para a garota. –Vocês se conhecem de onde? –Questionei notando que Lia nunca havia me falado sobre nenhuma garotinha.

–Somos irmãs. –Ela sorriu sem mostrar os dentes. A palavra no feminino me lembrou a palavra no masculino, Thomas.

–Lia não me falou de você. –Franzi a testa e olhei para a garota tentando encontrar alguma semelhança entre elas.

–Ela não sabe. –A garota deu de ombros.

–Como? –Perguntei chocada. Como Lia não saberia da irmã?

–Sabe, nós somos meias-irmãs. Nossa mãe saiu com outro cara e aí eu nasci meses depois. Em nossa província isso é inadmissível para o amante e a traíra, que no caso era a minha mãe. Ele fugiu e deixou ela, que foi morta. –Ela fez uma pausa e eu ouvia aquilo tudo horrorizada. –Isso foi antes que eu completasse um ano, eles teriam me matado também, mas nossos vizinhos tinham um filho mais velho, Samuel, eles me adotaram. –Meu coração se apertou ao ouvir o nome do garoto.

–Samuel era seu irmão adotivo? –Perguntei com a voz falhando.

–Sim. Eu fui no enterro dele, mas não lembro de você lá, nem de Lia. Vocês duas o conheciam? –Perguntou ela e eu percebi que estava reprimindo lembranças.

–Éramos um trio de amigos. –Murmurei. –Eu sinto tanto, Mad. Tanto. Eu não sabia. –Coloquei as mãos no rosto.

Eu odiava essas pessoas, odiava que fizessem tanto mal a outras pessoas. Eles estavam destruindo a humanidade. Estavam destruindo a si mesmos e gostavam disso. Não percebiam o quão mal estavam fazendo para todos.

–E como estão às coisas para hoje á noite? –Perguntou o homem chamado de senhor ao passar por um dos corredores.
–Tudo certo. –Respondeu outro. Não consegui ver a face de nenhum dos dois devido a escuridão de onde eu estava. Porém reconheci a voz do segundo.
–Você irá com eles? –Questionou o mais velho.
–Sim, senhor.
–Acredito que você se tornará um grande líder da SUCOR algum dia. –Sem enxergar pude sentir o ego do garoto se elevar, e então ouvi passos.

–Candy! –Nimble gritou ao me ver e correu até mim como se eu fosse a última pessoa restante no planeta.
–O que aconteceu? –Perguntei alarmada.
–J-Hidden está organizando outra reunião. Thiago enviou noticias.
Bastou isso para que eu saísse correndo com Nimble atrás de mim. Ele não estava utilizando sua velocidade normal, estava usando a minha velocidade normal.

–J, o que houve? –Perguntei tomando ar enquanto J esperava apenas por nós.

–Hoje à noite terá outro ataque. –Ele foi direto ao ponto. Um burburinho se formou, mas não passou disso e nem durou muito.

–Será em qual Província? –Perguntou uma voz masculina no meio de todos aqueles radioativos.

–Crânios. –Algo dentro de mim se paralisou e eu ainda não sei se era quente ou frio. Foi uma sensação de preocupação e horror. Minha família, toda a minha família estava naquela Província. Thomas, meus pais.

Eu precisava achar um jeito de comunicá-los.

–Quando iremos? –Perguntei de imediato.

–Você não vai, Candy. –J-Hidden falou.

–Como não? É óbvio que eu vou.

–Thiago pediu para que eu não deixasse você ir. –Ele me olhou, os olhos brilhando com um pedido de desculpas.

–Não me importa o que ele pediu, minha família toda está naquela província e eu não vou deixá-los! –Explodi. Eu estava farta de Thiago tentando mandar em mim.

–Ah, merda! Foi por isso então. –Ele xingou em murmúrio mas mesmo assim consegui ouvir.

–Foi por isso o quê? –Questionei.

–Que ele me fez prometer que não deixaria você ir.

–Bem, você prometeu que não me deixaria ir. Mas não pode fazer nada que me empeça de entrar logo após de vocês. –Falei.

J-Hidden abriu a boca algumas vezes antes de dizer:

–Você é uma geniosinha terrível.

Tempo mais tarde já estava tudo pronto para irmos até os Crânios. J, eu e Nimble iríamos primeiro para encontrar minha família e vermos se conseguíamos contato com algum Radioativo antes da invasão. Care irá depois, junto com um grupo de resgate.

Atravessamos o Portal e fomos diretamente para onde eu estava pensando: Minha casa.

Paramos em frente à casa que eu vivi minha vida toda até mudar-me para a Força. Hesitei antes de dar o primeiro passo, então Nimble segurou minha mão, dando-me força. Em primeiro momento não me liguei, e então, em um segundo, aquilo me deixou incomodada. Por Thiago.

Respirei fundo.

–Certo. –Falei. A mão de Nimble soltou na minha e eu me senti mais leve. Dei um passo em direção á casa e depois mais um, e outro, e outro. Quando vi já estava girando a maçaneta e encontrando meu irmão brincando com um bebê.

A casa era muito vazia sem a Candy, talvez eu nunca me acostumasse que não teria mais ela em casa para termos nossas brigas de irmãos, para revezar ao lavar e secar a louça.

Meus pais haviam saído de casa para trabalhar e vinte minutos depois ouço me chamarem.

Abro a porta e vou até onde nossa vizinha mora, ela estava parada perto de minha casa e perguntou se eu não poderia ficar com a sobrinha dela por uns minutos. Não tive como dizer não, conversávamos todos os dias na escola. Seu nome era Graziele. Cabelos loiro escuro abaixo dos ombros, olhos azuis da cor do mar. Qualquer cara é encantado por aquela garota, e todos vivem me enchendo o saco porque sou um dos únicos que falo com ela. As vezes voltamos juntos para à casa.

Sim, acho ela encantadora, divertida e legal. Ainda penso em Lia, mas não posso me apegar à ela, não sei qual Província escolherei.

–Claro, posso sim. –Digo à ela enquanto pego a pequena Charlotte no colo.

–Obrigada, não sabia com quem deixá-la... E ela gosta de você. –Ela sorriu.

–Eu também gosto dela. –Falei e sorri para a criança. –Mas porque o desespero? Vai onde?

–Minha irmã caiu um tombo feio e está no hospital, mas não posso entrar com a Charlie lá. –Explicou.

–Ah, sei. Sem problemas, demore o que precisar. –Falei sinceramente. Adorava a criança, Charlie era um amor de dois anos e cinco meses de idade.

–Você é um anjo! –Grazi disse e se apoiou nos meus ombros para dar-me um beijo na bochecha. Não sei se eu corei, ou se ela corou, ela apenas se virou e saiu correndo em direção a rua. Reprimi um sorriso e virei-me em direção à minha casa. Virei Charlie para mime murmurei:

–Tudo bem, Charlie. Agora é comigo. –Sorri para a pequena e quando ela sorriu de volta de um beijo em sua bochecha.

Estávamos brincando na sala quando ouço a porta abrir e vejo uma garota vestindo roupas pretas e seus cabelos loiros caindo sobre seus ombros.

Minha irmã.

–Thomas. –Disse ela e veio correndo me abraçar enquanto eu me levantava e deixava Charlie sentada no chão.

–Candicce. –Falei retribuindo seu abraço. –O que faz aqui? Pergunto antes de nos soltarmos, e quando o faço percebo outros dois rapazes parados à porta. –E quem são eles?

–Certo ahm... Onde estão mamãe e papai? Preciso que vocês venham comigo.

–Saíram para trabalhar. –Respondi. –Ir para onde?

–Um lugar seguro, eles vão atacar essa Província daqui á algumas horas. –Ela falou e fitou a bebê no chão. –Quem é ela? –Perguntou se abaixando.

–É Charlotte, sobrinha da Grazi. Nossa vizinha.

–Ah. –Ela falou e pegou a criança nos braços, levantando-a. - Tem como chamar eles? Precisamos procurar por mais... Gente.

–Quem são? –Perguntei olhando para os dois homens. Um deles usava uma roupa totalmente branca, o outro usava uma jaqueta de couro marrom e uma blusa preta por baixo.

–Nimble e J-Hidden. –Respondeu Candicce.

–Nós pertencemos a Província dos Radioativos, ela foi retirada de nós e querem fazer o mesmo com as outras para nos capturar. –Explicou o que Candy nomeou de J-Hidden. O que me pareceu serem nomes bem estranhos na verdade.

Quando J falou para Candy que ela não iria eu imaginei que ela surtaria. Candy não faz o tipo de aceitar o que dizem para ela fazer numa boa e quando ele falou sobre Thiago só piorou tudo.

Quando tudo deu certo e já tínhamos um bom plano saímos eu, ela e J pelo Portal que deu para a casa da família dela. Notei que ela hesitou e por instinto segurei a mão dela com a minha, também notei que ela ficou tensa e acabei soltando-a.

Candy respirou fundo e quando a vi já estava abrindo a porta de sua casa. J e eu a seguimos e encontramos Candy e um garoto, abraçados um no outro. Meu coração quase se apertou ao ver a cena, eu nunca teria tal intimidade para tocá-la assim. Mas todas as minhas estruturas caíram quando a vi com um pequeno bebê nos braços.

Candy, que eu descobri ser apelido de Candicce, bolou um plano em segundos porque esse era o tipo dela. Falou que ia procurar por seus pais e que era para Thomas ficar em casa caso Grazi, a vizinha, chegasse. Falou também que um de nós teria que ficar para cuidar de ambos. Fiquei feliz quando J disse que eu iria com ela pois os dois tinham a Ligação e podiam se comunicar.

Então saímos.

Nimble e eu saímos pelas ruas de minha antiga Província quase correndo, claro que para ele era andar quase como uma lesma - uma lesma não radioativa, pois esses animais eram mais rápidos. –

Passamos pelas casas quase todas iguais, o mesmo tom de cor, e então chegamos até a escola onde minha mãe dava aulas para as crianças de oito anos.

Andamos rapidamente pelos corredores pois não queríamos perder tempo, e não trocamos muitas palavras além de ‘’por aí’’ ‘’vamos virar aqui’’ durante o trajeto.

–Uma... Duas... Três. –Falei contando as salas de aula do terceiro corredor. Olhei pela pequena janela que tinha na porta e vi minha mãe andando de um lado para o outro enquanto falava com seus alunos bem concentrados. Bati três vezes seguidas à porta e minha mãe se virou, olhando para mim espantada, enquanto se dirigia para à porta e girava a maçaneta, abrindo-a.

–Mãe. –Falei quase em um suspiro.

–Candicce o que você faz aqui? –Ela me perguntou e então olhou para o lado e pareceu notar a presença de Nimble pela primeira vez. Percebi ambos os rostos ficarem pálidos e se encararem com expressões surpresas.

Encarei os dois como se estivesse de fora daquilo.

–Vocês se conhecem? –Perguntei quase chocada.

–Vou dar um tempo para vocês. –Nimble falou atordoado e nos deu às costas. Só tive tempo de explicar para minha mãe o que estava acontecendo e então fomos atrás de meu pai, que por sua vez não ficou parado encarando Nimble como se o conhecesse e vice-versa. Porém este ainda era um assunto que eu teria com algum dos dois.

Corremos de volta para casa e J-Hidden apenas falou:

–Estamos prontos. Thomas juntos alguns pertences de vocês em mochilas, é o que levarão.

–Para onde vamos exatamente? –Questionou meu pai.

–Irão saber quando chegarem; -Respondeu J educadamente mas ao mesmo tempo apressado.

–Como poderemos confiar? –Ele perguntou.

–Você confia em mim? –Perguntei. –E ao que parece, mamãe deve saber do que estamos falando. –Olhei seriamente para ela.

–Não podemos ir ainda, Charlie ainda está conosco. –Foi Thomas que se manifestou.

–Então leve-a conosco. –Nimble o respondeu.

–Mas e quanto a Grazi? Os pais dela...?

–Ele tem razão, não podemos levar a criança sem avisá-los.

E então uma forte dor se alojou na minha cabeça enquanto imagens e palavras se formavam e eu podia entender a pequena Charlotte.

–Deixe um recado e coloque por baixo da porta, vamos levar Charlie. –Falei e peguei a criança em meus braços.

–Você quer sequestrá-la? –Protestou Thomas e eu revirei os olhos.

‘’Ela é uma de nós, eu sinto. Eu vi e senti.’’ Falei para J.

–Vamos levar a garota. –Ele falou imediatamente e no mesmo instante pegou uma caneta e um papel para imediatamente dar para Nimble que correu até a casa de Graziele e, em poucos segundos, já estava de volta deixando meu pai e meu irmão espantados. Ambos, menos minha mãe.

E então partimos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar. Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "New Age" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.