New Age escrita por Rafaela


Capítulo 32
Capítulo 31- Ataque aos Crânios


Notas iniciais do capítulo

Está acabandooo.



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Eu e meu irmão estávamos no LdR cuidando das crianças enquanto meus pais tomavam um banho e descansavam. Eu estava ansiosa, nervosa e com várias outras emoções que eu não conseguia identificar. Eles haviam me deixado aqui dentro em segurança, enquanto eles estavam lá fora correndo perigo.

–Candy, está tudo bem? -Thomas perguntou-me tirando-me do devaneio. Eu estava tentando fazer a conexão com J-Hidden avançar até o ponto que eu pudesse ver o que ele via e me mexer junto com ele. Era um grau que eu sabia que existia, mas sabia que poucos chegavam a este ponto.

–Estou... Não... Ah, Thomas. -Joguei meus braços envolta dele e deixei de segurar a trança que estava fazendo no cabelo de Madson. Ele me aperta forte contra seu corpo e só então percebo o quanto meu irmão cresceu. Ele não é mais o garotinho que gostava de brincar de lutinha, que fingia ser um pirata que viajava por todo este local a procura de outro lugar para viver. E com este pensamento eu quase choro porque eu o amo tanto.

–Está tudo bem, maninha. -Ele fala carinhosamente e uma lágrima escorre do meu rosto e eu olho para ele. Viro e vejo que as crianças estão do outro lado da sala.

–Eu não sou forte o suficiente para isso. Eu achei que era, mas olhe só para mim. -Esfreguei o rosto para secar as lágrimas. Thomas segurou meu braço e o baixou.

–Você é forte. Você já parou para pensar em tudo o que passou? Você cresceu com as pessoas ao seu redor falando mal de você por sua província e você nunca sucumbiu. Você trocou de Província mesmo sabendo que todos te olhariam feio e mais uma vez iriam falar mal de você. Teve que enfrentar sei lá o que dentro da Força e mais sabe-se lá oque até encontrar os Radioativos. E eu sei que você viu um amigo morrer. Você viu tantas coisas acontecerem e não sucumbiu Candicce. Eu conheço você e você é e sempre foi forte e tudo o que eu puder fazer para que você se lembre disto eu farei.

Fiquei em silêncio para deixar que suas palavras fizessem efeito em mim. Respirei fundo, ergui os ombros, olhei em seus olhos e o abracei mais uma vez.

–Obrigada. -Murmurei antes de soltá-lo.

...

–Abaixe a cabeça! -Gritou Nimble para mim e assim que o fiz uma bala de metal passou de raspão por minha cabeça. Deixei-me ficar invisível para pegar a arma de um membro da SUCOR caído no chão.

Nimble havia saído correndo junto com Care para tentar manter homens, mulheres e crianças salvos em suas casas. Eles não estavam ali só para matar os Radioativos, eles queriam matar qualquer um que estivesse no caminho deles, qualquer um que aparentasse uma ameaça.

Eu estava sozinho cercado por cerca de dez membros da SUCOR. Dois deles já estavam caídos. Faltavam oito.

Corri por volta deles o mais rápido que consegui, socando-os e chutando-os. Então algo acerta meu rosto e eu caio no chão perdendo a invisibilidade e recebendo outro soco e uma arma apontada para a minha cara.

–Onde estão os outros? -Perguntou o homem grande de cabelos brancos em cima de mim.

Por falta da minha resposta recebi um outro soco e senti sangue escorrer do meu nariz.

–Onde estão os outros? -Ele berrou novamente. -Responda ou você não sairá vivo daqui, seu infeliz.

–Você não vai me deixar viver do mesmo jeito. -Falei com toda a força que consegui manter e senti o gosto metálico em minha boca. Reprimi uma careta.

–Você está certo. Vai ser inútil para mim mesmo. -Meus olhos focaram a ponta da arma, o dedo do homem no gatilho. Fechei os olhos para não ver a bala se enterrando em meu corpo e em um segundo algo pesado caiu por cima de mim. Abri meus olhos com receio de que fosse o peso da morte e me vi deitado no mesmo lugar com um corpo em cima de mim. O corpo do homem que iria me matar. E então ouço vários tiros e xingamentos na minha frente.

Empurro o corpo do homem para o lado e vejo minha roupa completamente manchada de sangue e agradeci a quem quer que fosse por não ser o meu sangue.

Sentei-me no chão levantando-me imediatamente e vi que todos os homens que antes me encurralaram estavam no chão e um outro, de costas para mim, estava segurando uma arma ao lado do corpo e eu o conhecia de algum lugar.

E então ele se virou para mim.

...

Care e eu estávamos armados protegendo o máximo de pessoas que conseguimos trazer para dentro da escola infantil dos Crânios. Trouxemos mulheres, homens e crianças que estavam dentro de uma só sala. Nós não sabíamos o que fazer e só nos restava esperar alguém nos dizer que estava tudo acabado.

Meu peito doeu com o pensamento de só ter conseguido salvar essas poucas pessoas.

–Care. Cuide deles, eu vou tentar trazer mais gente. -Falei enquanto me afastava dela.

–Você vai... -Ela pausou e emitiu um som parecido com um grunhido. -Certo, mas volte logo.

...

–Que diabos você está fazendo aqui? -Falei á Thiago.

–Ajudando. Tome. -Ele me jogou duas armas que tinha pego de um desses membros da SUCOR que estavam caídos no chão, provavelmente mortos. Ele ficou com duas outras armas em seu cinto e mais duas nas mãos e uma no bolso da calça.

–Você está brincando comigo? -Perguntei olhando-o guardar as armas.

–Isso não é nada. -Ele falou se abaixando e levantando a calça para que eu visse uma faca saindo de dentro de sua meia. Levantou-se e me mostrou mais uma saindo de sua cueca.

–OK, chega. Não quero mais saber onde você guarda armas. Vamos.

...

Em meio ao pandemônio dos Crânios, gente correndo de um lado para o outro, corpos no chão, sangue, cheiro podre... Crianças chorando.

Corri em direção ao som e encontrei duas crianças olhando para um corpo morto.

–Vocês estão bem? -Falei ao me aproximar. As crianças me olharam com medo, elas não deviam ter mais que cinco anos. -Eu não irei machucar vocês. Podem vir comigo, tenho um lugar seguro para vocês. -Falei e elas se levantaram com os olhos cheios de lágrimas e me deram suas pequenas mãos.

No caminho consegui juntar uma corrente de pessoas desoladas e as levei direto para Care que estava perdida tentando cuidar de todos ao mesmo tempo.

–Tudo certo. -Ela falou quando me viu e eu olhei para o chão onde havia três membros da SUCOR atirados no chão.

–Vocês podem entrar naquela sala, há outros de vocês ali. -Falei para as pessoas atrás de mim. Assim que eles o fizeram eu corri para ver o batimento dos homens caídos.

–Eles tem pulso. -Falei para ela. -Irão acordar a qualquer momento.

–E então estaremos aqui para eles. -Respondeu ela.

–Não podemos deixá-los aqui por mais muito tempo. -Referi-me aos mundanos.

–O que você sugere? Não consegui falar com J.

–Eu posso tentar.

Forcei minha mente a achar J-Hidden mas algo o bloqueava. Virei-me para Care.

–Você dá conta? -Perguntei e seus olhos entregaram que ela tinha me entendido.

–Sempre dou.

E então eu saio procurando pelo meu amigo.

...

–Argh. -Thiago reclamava enquanto passávamos entre os corpos atirados no chão. Eu mesmo já estava com ânsia de vômito e tentava não olhar para o chão.

–E pensar que mais da metade destes corpos são de inocentes. -Ele continuava.

–Isso vai continuar se não conseguirmos impedir. -Falei. -Eles partiram para um novo plano, não era para ser assim. -E então algo me acerta com tudo fazendo-me cair no chão e novamente um peso cai em cima de mim.

–Desculpe. Droga! -Nimble se levantou com a mesma rapidez que me fez cair e ajudou-me a levantar.

–O que você está fazendo aqui? E Care? -Perguntei.

–Precisamos do Portal, J. -Não podemos deixá-los presos daquele jeito.

–Certo. -Falei e me concentrei tentando entrar em contato com os outros.

–O que ele faz aqui? -Nimble olha feio para Thiago. Ainda demoro para acreditar que seja por causa de Candy.

–Veio ajudar. -Falo ao mesmo tempo que encontro o contato com Gatte e peço que ele faça um portal.. -Onde Care está? -Pergunto.

–Na escola infantil. -Responde Nimble.

''Precisamos de um Portal na escola infantil, Gatte. Você sabe onde é?''

''Sei.''

A resposta vem no mesmo instante.

''Então estamos indo para lá.'' respondo.

–Vamos. -Chamo-os e com a ajuda de Nimble chegamos em menos de dois minutos.

–Conseguiram? -Care apareceu, ela tinha a aparência acabada.

–Gatte está vindo e traz os outros. -Respondi ela.

–Ele vai junto? -Seu olhar estava em Thiago.

–Vai. -Respondi antes que ele dissesse não.

–Achei que precisasse estar na Força. -Disse ele.

–Hoje não. -Neguei.

...

–Já era para eles terem voltado. -Falei.

–Calma, Candy. Vai dar tudo certo. -Thomas me assegurou.

–Você não tem como saber. -Falei colocando a mão na boca enquanto andava de um lado para o outro. Já estava tarde e falei para meus pais irem dormir. Thomas quis ficar comigo cuidando das crianças, que agora já estavam na cama.

–Você tem que pensar que vai dar certo. Pare de ser tão pessimista.

Respirei fundo e deixei que o silêncio tomasse conta do lugar. Até ouvirmos um barulho e uma luz azul.

Corri até o centro da sala e Thomas veio atrás.

–Graças a Deus! -Exclamei e então as primeiras pessoas foram chegando e chegando e chegando. Muito mais pessoas que da última vez e eu fiquei meio confusa porque eles não eram Radioativos.

E então apareceu J-Hidden com o rosto cheio de sangue seco. Care com uma aparência acabada. Nimble que ajudava todos os outros e Thiago.

O que ele fazia aqui?

''O que aconteceu?'' Tentei fazer com que a mensagem fosse enviada para a cabeça de J.

''Nada. Eu estou bem.''

''E por que trouxeram não-radioativos?''

''Eles seriam mortos.''

a conversa foi rápida, não levávamos mais que cinco segundos para enviar uma resposta. Então corri para ajudar o pessoal a irem até os quartos que estavam vazios.

...

Em algumas horas todos estavam acomodados e nos encontrávamos sentados em uma mesa enorme discutindo. Até mesmo Thomas estava presente.

–Então, todos sabem que grandes ataques estão ocorrendo nas Províncias. Começou com os Vigías, agora com os Crânios e em breve ocorrerá na Força. Não duvido muito que eles descubram sobre o LdR. -J-Hidden começou falando.

–Mas e tudo o que fizemos para mantê-lo fora dos registros? -Perguntou algum Radioativo que eu não conhecia.

–Não vai adiantar de nada. Fale para eles, Thiago. -Pediu.

–Eles mudaram o plano. -Anunciou em alto e bom som com sua voz forte. -Eles não querem mais saber se é radioativo ou não, qualquer um que estiver no meio do caminho será morto. Homens, mulheres, crianças e até mesmo animais. -Fez-se silêncio.

–Não podemos manter todos eles aqui dentro. -J prosseguiu e Thiago sentou-se.

–E para onde eles irão? -Perguntei.

–Não só eles. -Ele fez uma pausa. -Nós também. -Outra pausa.

–Para onde? -Insisti.

–Para outros continentes. -A resposta foi como um tapa na cara. Como assim outros continentes? Achei que só existia este. Foi o que aprendemos, só existe este lugar habitável.

E então eu lembro que J me disse que um dia iria me explicar tudo.

–Quando? -Perguntou Thomas.

–Em algumas horas, segundo Thiago, a Força será atacada. Precisamos de reforços para tirar qualquer um de lá, algo me diz que será a pior Província.

–Mas se a SUCOR está lá dentro, como poderão fazer isso com a própria província? -Perguntei tentando montar um quebra-cabeças que tinha peças faltando.

–A SUCOR estava em todas as Províncias. Não só em uma, a Força a possuía em maior número, mesmo assim eles querem saber quais são os Radioativos de lá e qualquer um que impedir irá morrer. Não importa. -A Resposta veio de Thiago e me perguntei de onde ele sabia tanta coisa sobre a SUCOR.

–E a guerra continua. -J-Hidden falou.


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Notas finais do capítulo

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