New Age escrita por Rafaela


Capítulo 30
Capítulo 29 - Vigías, a primeira Província


Notas iniciais do capítulo

Primeiro: Desculpem por postar uma vez por semana terminando os capítulos dessa forma.
Segundo: Essa semana é de provas, então estou postando hoje (Sexta) e não sei se vou postar fim de semana.
Terceiro: Minhas férias começam dia 18 o glória.
Quarto: Vocês só entenderão o nome desse capítulo lendo o capítulo. Não tem nada a ver com a ordem que as Províncias foram criadas. Hehe
Quinto: Esse capítulo tem uma ''surpresinha'' para vocês, assim como em todos ou em quase todos a partir de agora.



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Me encontro de volta no meio de uma Província. Não, não era nada comparado com o que eu conhecia, com o que eu estava acostumada. Aquilo estava virado em um verdadeiro pandemônio.
Havia homens vestidos com roupas que, ao meu ver, eram pesadas. Eles usavam máscaras que tampava a boca e o nariz ao mesmo passo que alguns deles usavam um escudo meio redondo meio triangular. Era terrível. Ouvia-se pessoas gritando, crianças chorando e barulhos de coisas sendo quebradas.
Entrei em estado de choque até ouvir Mad em minha cabeça:

‘’Candy!’’

–Mad, onde você está? Qual é a sua casa? –Perguntei em voz alta e enviei uma imagem de onde eu estava por pensamento. Logo em seguida recebo uma imagem da casa dela.

’Estou chegando.’’ Respondi.

–Ela está perto. –Falei para eles e logo saí em passos rápidos. Sei que pelo menos dois deles me seguiram, mas não virei para trás. Apenas continuei caminhando.

...

A casa de Madson era de cor amarela. Não hesitei antes de entrar no pátio e dar uma cotovelada na cara de um homem antes que ele me visse.

‘’Mad, cheguei. Onde você está?’’

‘’No quarto, em baixo da cama.’’ Foi a resposta dela.

–Candy! –Gritou J-Hidden e eu me abaixei fazendo com que um dos homens que vinha até mim tropeçasse dando tempo de Care dar dois chutes em suas costelas, derrubando-o e em seguida imobilizando-o pondo os braços do homem virados em suas costas. Me virei e corri até o quarto ouvindo somente o grito de dor do soldado da SUCOR.

A casa não era grande, não sei como não acharam Mad.
Adentrei no quarto e procurei logo em baixo a cama, não enxerguei nada.

–Mad? É a Candy, onde você está? –Perguntei em voz alta. Sem muita demora cada membro da garota foi aparecendo, um por um, até ela estar completa. Segurei o ar e, sem me permitir demorar, disse apenas:

–Hora de irmos, garota. –Acenei com a cabeça e saímos correndo pela casa. Na sala agora estava apenas Nimble, que nos esperava pacientemente cuidando dos três homens atirados no chão.

–Onde eles estão? –Perguntei olhando para os lados.

–Tentando achar mais algum Radioativo. Vamos. –Ele falou virando-se e começando a dar passos largos.

‘’É seu namorado?’’ Mad perguntou em minha cabeça. Antes que eu pudesse responder, Nimble virou-se para ela e disse:

–A propósito, bem-vinda á bordo.

...

Saímos da casa e tudo com o que me preocupei foi manter Madson segura, então Nimble descobriu ter Ligação com um garotinho de quatorze anos que morava apenas uma rua depois da que estávamos. Mad e eu fomos com ele. Nesta rua, por sorte, não havia tantos membros da S.U.C.O.R.

Arriscadamente entramos nós três dentro da casa. Madson sempre atrás de mim. O garoto estava assustado escondido dentro de um ármario. Só então reparei que ambas as crianças estavam tão espantadas quanto eu.

O garotinho tinha cabelos pretos caindo nos olhos e olhava espantado para nós.

–Vamos tirá-los daqui, Nimble. –Pedi suplicante. Sem responder com palavras eles balançou a cabeça assentindo e voltamos para o tumulto onde encontramos nosso criador de Portal, nossos amigos e mais quatro novos Radioativos que se esconderam dentro da Província por medo de se revelarem, assim como eu havia feito.

Não demorou muito para todos atravessarem o portal. Ao chegarmos dentro do LdR percebi que Care tinha o lábio inferior cortado e um arranhão na sobrancelha esquerda. J estava com o rosto um pouco inchado e Nimble tinha um pouco de sangue na testa.

Eu fora a a única que saíra ilesa daquilo, apenas com uma dor no cotovelo que eu acertei a cara do homem.

Olhei para Madson, a garota de cabelos pretos espantada e olhei para o garoto, Matthew, que aparentava estar do mesmo modo que ela. Senti uma pontada de dor no coração ao olhar para aquelas duas crianças de quatorze anos que perderam suas famílias.

Neste momento eu decidi que iria tomar conta deles, iria agarrar essa guerra com toda minha força e iria vencer por eles.

...

J-Hidden com sua liderança falou algumas coisas que eu não prestei atenção direito e então nos mandou para nossos quartos. Matthew e Madson ficariam no mesmo corredor que eu, enquanto os outros Radioativos mais velhos eles separaram em diferentes corredores. Agradeci mentalmente por ficar perto das crianças.

‘’Como você está se sentindo?’’ foi a pergunta que enviei para a garotinha loira com cabelos ondulados que já estava de banho tomado e em seu quarto.

‘’Eu não sei.’’ A resposta dela veio imediatamente.

‘’Acha que vai conseguir dormir?’’

‘’Não.’’

‘’Quer vir para o meu quarto? Acho que também não conseguirei.’’

‘’Estou indo.’’

Em meio minuto ouvi a porta se abrindo e Madson entrando enrolada em um cobertor trazendo um travesseito nos braços.

–Venha. –Dei espaço para ela na cama e ela se deitou ao meu lado. A cama de solteiro era grande o suficiente para que caibamos nós duas, levando em consideração que Mad era pequenina e magra e eu era consideravelmente alta, mas não possuia tanto corpo.

...

Os sonhos de Madson se misturaram com os meus e eu via sangue, fogo, guerra e morte. Acordei em um pulo com a respiração falhando e a garota se debatia na cama.

–Mad, Mad, acorda. É só um sonho. Acorda! –Eu peguei em seus ombros e a sacudi até que ela abriu os olhos espantada. Ela estava suada e não era para menos.

–Me desculpe. –Ela murmurou contendo o choro. Uma onda de emoções me acertou com tudo: raiva, saudade, medo. Era apenas algumas que eu consegui decifrar. Abracei a garota e senti-a enrijecer os músculos.

–Perdão. Você não gosta de abraços? –Perguntei arqueando as sobrancelhas.

‘’Gosto. Apenas não gosto de me sentir frágil.’’ Falou ela em minha mente.

‘’Então somos duas.’’ Ergui um pouco o canto dos meus lábios para que a garota soubesse que poderia contar comigo e até mesmo para amenizar a tensão que rondava a mente dela.

Não lembro de ter dormido, nós apenas ficamos deitadas em silêncio. Os sonhos dela foram tão pesados. Isso não era o certo. A S.U.C.O.R não era nada certa. Eles mexiam com a mente das crianças, eles perseguiam e matavam. Matavam suas famílias na frente de crianças que mal sabem o que estão acontecendo.

Uma onda de raiva invadiu meu corpo mais uma vez em menos de sessenta e duas horas.

...

Antes de voltarmos a dormir, Madson e eu ficamos conversando por pensamento. Contei à ela sobre minha vida com os Crânios e minha experiência na Força, pois tudo não passou de uma experiência.

Ela me contou como era em sua Província, sobre suas aulas. Madson era uma garota determinada e, assim como eu, era contra toda a ideia de Províncias e as proíbições. Me indentifiquei com ela em diversos pontos, só que Madson, apesar de mais nova, era mais forte que eu. Não em quesito físico, mas psicológio, sentimental. Acho que se eu perdesse minha família eu não conseguiria guardar as emoções dentro de mim. Eu comecei a admira-la por isso. Por ter todo esse controle, toda essa força.

Madson sim era digna de ser chamada de forte. Eu não devia ter escolhido a Força. Perto da garota, quem sou eu para me considerar forte? Quem?

Adormeci com esse pensamento.

...

Acordei com meu corpo dolorido por dormir de mal-jeito. Madson já não estava mais no quarto, imaginei que ela já poderia ter ido tomar café-da-manhã. Mas por que não me chamastes?

Levantei e coloquei uma camiseta larga cinza e calsa moletom. Deixei meus cabelos soltos e saí caminhando pelos corredores já iluminados pela luz do sol. Entrei na sala de refeições e encontrei apenas algumas pessoas nela, entre elas estavam Madson, Matthew e Nimble. Ambos aparentavam estar preocupados.

–Bom dia. O que aconteceu? –Foi minha primeira pergunta ao me direcionar a eles.

–Estavamos só conversando. –Nimble deu de ombros. As crianças estavam comendo pão e bebendo suco de laranja. Me sentei ao lado de Matthew, de frente para Madson e Nimble. Ainda não havia tido oportunidade de conhecer mais o garoto.

Nimble me passou a comida e antes que eu desse a primeira mordida perguntei:

–Como se sentem hoje?

As duas crianças deram de ombros e eu e Nimble trocamos olhares preocupados. Comi enquanto conversava com eles e então, durante a tarde, treinei com alguns Radioativos os meus poderes que estavam aparecendo aos poucos.

A luz nos meus olhos começava a queimar objetos. J-Hidden estava em uma sala fechada comigo segurando um pedaço de concreto branco quando eu queimei aquele pedaço apenas olhando para ele. Meu novo amigo, espantado, deixou que, agora as duas partes de concreto, caíssem no chão aos seus pés enquanto seu queixo caia.

Duas horas depois disso eu me encontrava em uma sala branca e clara com Madson. Nós duas segurando facas e atirando-as no alvo. Madson tentava se concentrar enquanto eu acertava, se não todas, a maioria.

–Você é boa nisso. Pratica há muito tempo? –Questionou-me ela.

–Na verdade eu só comecei a treinar isso quando entrei na Força. –Falei atirando em mais um alvo. No quesito treino tínhamos várias coisas iguais a da Força, a diferença é que tínhamos mais variedades.

–E como pode ser tão boa?

Dei de ombros.

–Eu não sei. Deve ser algo do tipo ‘’todo radioativo é bom em alguma coisa’’. –Expliquei.

–Bem, eu não vejo algo em que eu seja realmente boa. –Falou ela enquanto tentava acertar em mais um alvo. Ela acertou na perna dele, já era algo.

–Bem, você ainda tem quatorze anos. Meus poderes estão aparecendo agora.

–Ainda tenho treze. Faço quatorze em um mês. –Foi a deixa dela.

...

Matthew e eu estávamos conversando por pensamento sobre coisas aleatórias enquanto tentávamos dormir, cada um em seu quarto. Qualquer pensamento repentino virava uma conversa entre nós dois.

‘’Você sempre morou no LdR?’’ perguntou ele.

‘’Acho que não é a hora certa para mim contar minha história.’’ Respondi.

‘’’Bem, você já sabe toda a minha.’’ Insistiu.

Matthew era um garoto de quatorze anos que vivia nos Vigías morando com sua tia. Seus pais sumiram e, assim que o achamos, senti um fio de esperança passar por nossa Ligação, pois seus pais poderiam estar seguros em algum lugar.

Matthew era um garoto legal. Muita pressão foi colocada em cima dele, ainda mais agora. Ele e Madson são apenas crianças, não deveriam sofrer tanto. Ninguém deveria. O certo seria todos nós nos unirmos, mas parece que não é isso que eles querem. Eles querem guerra e é isso que estão conseguindo.

Quando peguei no sono fui invadido pelos sonhos do menino de cabelos pretos. Ele sonhava com os pais dele, eram emoções tão intensas que me fizeram ter vontade de gritar. Então gritei em pensamento para ele acordar. Funcionou, mas depois disso não conversamos mais. Até que, novamente, adormeci.

Quando acordei fui noticiado que a Província das crianças fora destruída. Não quis passar essa informação para elas quando encontrei-as na sala de refeições para tomarmos café.

–Onde está Candy? –Perguntei á eles.

–Ela ainda não acordou. Não quis chamá-la, ela parecia tão cansada. –Madson deu de ombros e deu mais uma mordida em seu pão.

–Vocês dois são namorados? –Perguntou Matthew em voz alta. ‘’Percebi você pensando nela antes de dormir’’ foi o que ele falou em minha mente.

–Não. O namorado dela está na Força. –Forcei as palavras a saírem por minha boca, então bebi um pouco de suco, sentando-me ao lado de Madson que estava mais próxima.

–Bom dia. O que aconteceu? –A voz de Candy entrou na sala fazendo com que eu quase me afogasse.

–Estávamos só conversando. –Dei de ombros para não levantar suspeitas. Parece que funcionou.

Depois disso conversamos pouco. Eu fui treinar as crianças, enquanto ela treinava com J-Hidden. Então ela foi treinar Madson e eu fiquei sozinho com Matthew enquanto ele me enchia de perguntas sobre Candy.

Tomei um banho quente e voltei para a cama, exausto. Pensando somente em qual Província seria a próxima e quando seríamos mandados a agir novamente.


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Notas finais do capítulo

Bem, a surpresinha era a narração através de Nimble. Agora não vai mais ser só a Candy narrando, terá participação de outros personagens para que vocês possam ver o ponto de vista não só dela, mas também de outros personagens.

Beijões.



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