Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 31
Uma Barreira e Uma Promessa - Qual prevalecerá?


Notas iniciais do capítulo

Olá sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



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Soifon precisara de algum tempo para se localizar a respeito de onde estava e com quem estava. Isto se tornou ligeiramente mais difícil no instante em que se deparara com tantos visitantes numa sala tão pequena.

Do grupo ela só identificou a velha azeda que se dizia tia de Byakuya e claro, Amaranthine, em todo o resplendor de sua beleza. Se pudesse a estrangulava ali mesmo, mas infelizmente não tinha motivos que justificasse tal ação, tudo por que um sorriso cínico e um olhar maldoso não convenceriam ninguém.

Sobretudo se tratando de uma mulher enciumada. – Como sempre Suzumebachi escolhia os momentos mais inoportunos para se manifestar.

Soifon adoraria entrar no modo meditação, e dar alguns chutes na intrometida numero um de sua vida, mas tinha coisas mais importantes para lidar.

Como o fato de estar nua, numa enfermaria, abraçada a um homem, para um bando de velhos ver.

Sim, ela havia se recordado do ocorrido, e teria avermelhado muitos tons, se houvesse tempo, mas tudo o que ela queria era se recompuser.

Então tratou de expulsar, violentamente Byakuya da cama, dando-lhe uma cotovelada em sua costela.

Como fazia relativamente poucas horas que ele havia caído de um galho que ficava pelo menos dois metros acima de outro galho, a batida se mostrou bastante dolorida para o Kuchiki, mas não mais do que para o seu ego.

_ OMG, vocês dois perderam o senso de vergonha ou o que? – Mikoto falara com certa autoridade.

_ Estou desapontada Byakuya, se seus pais o vissem neste momento, também estariam. – A velha falara de um jeito dramático.

_ Se eu pudesse eu morreria aqui e agora. – Ela dissera virando o rosto para Byakuya que ficara quieto mordido pelo próprio constrangimento.

_ Se você quer tanto assim morrer, acho que posso ajuda-la, prometo que será indolor, ao menos para mim. – Soifon mostrara uma faceta que Byakuya não conhecia: o sarcasmo. E francamente, fora na hora errada com a pessoa errada.

_ Três palavras para você: pinguça, assanhada e agora uma psicopata em potencial, você é uma calamidade sobre duas patas. – Mikoto dissera tudo isto com calma e eloquência, nem parecia que ela estava ofendendo alguém, apenas esboçando a opinião a respeito de um objeto qualquer.

Byakuya sentira como se tivesse levado um soco no estomago. Sobretudo, quando no lugar de esbravejar, socar ou tornar a ameaçar de morte, Soifon dera um sorriso maldoso.

_ Sabe não é a toa que dizem que o pior tipo de pessoa são essas velhas mal amadas. – Soifon dissera com simplicidade ocupando-se em terminar de se vestir o que era difícil, se tratando que ela tinha de fazê-lo com uma só mão enquanto com a outra segurava o lençol ainda para completar o bebê dava chutes em sua barriga, e ela não conseguia entender, como ele conseguia chutar em todas as direções daquela maneira e com tanta sincronia.

_ Eu não irei perder tempo respondendo a sua falta de traquejo social por que simplesmente não és digna de minha atenção. – Se não estivesse tão concentrada em se vestir Soifon teria mostrado o dedo médio para aquela velha.

Mas, com algum empenho ela conseguira se vestir e antes de Byakuya que continuava sentado na cadeira com um cobertor cobrindo-o da cintura para baixa. Soifon ficara ligeiramente vermelha, ao pensar no que havia de baixo dele, e nas coisas que experimentara, mas acabara tendo seus felizes pensamentos, interrompidos mais uma vez pela velha estraga prazeres.

_ Em contrapartida, Kami-sama, trouxe-me de volta este tesouro. – Mikoto dissera com um sorriso que Soifon nunca pensou que ela fosse exibir. – Minha antiga dama de companhia Amaranthine Amanohara.

Soifon ouvira tudo com desdém já Byakuya teve a impressão de que as coisas não acabariam bem.

_ Há alguns anos ela me deixara, por que tivera de sair da cidade para cuidar de negócios próprios.

“Se soubesse que tipo de negócios não estaria tão orgulhosa, você não poderia ser mais digna de pena...” – Soifon pensara entretendo-se com seu pensamento, esforçando-se para não dar atenção aquele falatório que em sua vida não mudaria nada. Ao menos é o que pensava se soubesse o quanto estava enganada, teria feito alguma coisa ali e agora para impedir o que estava por vir.

Ao menos é o que ela pensava.

_ Contudo, o bom filho a casa torna, e será um prazer reincorpora-la entre meus servos. – Soifon, soltara um muxoxo de desgosto, se para ter a aprovação da família de Byakuya ela tivesse de servir de tapetinho para algum deles, ela então nunca o teria.

Até por que o mais importante ela o tinha o afeto e proteção de Byakuya. Era no que ela queria acreditar, mesmo esta tarefa sendo ligeiramente difícil, tendo seu príncipe protetor enrolado numa colcha sentado numa cadeira com uma expressão que dizia “alguém me ajude estou entre a cruz e a espada”.

_ Certo, se isto é tudo o que tens a dizer, eu vou me despedindo e se disser que quero vê-la tão cedo, eu estarei mentindo. Então até nunca, assim espero. – Dissera Soifon andando até a porta.

_ Essa sua mania de grandeza não condiz com sua posição minha cara... – Mikoto falara diretamente para Soifon, o que a deixou um tanto mais aborrecida.

Pois desde que chegou Mikoto a tornara seu alvo favorito, no quesito destilar veneno, e Byakuya continuava sem fazer nada.

_ Jura que eu me importo com o que você pensa ou deixa de pensar? – Soifon falara demonstrando uma segurança que ela já não sentia, vinha artilharia pesada por ai, e ela não sabia até quando iria manter a compostura sem entrar no modo “homicida”.

_ Bebendo até cair, se deitando com o primeiro homem que aparece sem medir hora nem lugar, fazendo um filho sem pensar nas consequências, você ainda acha que é digna de criar um Kuchiki. – Ela olhara por um instante para Byakuya, mas ele continuara quieto, e aquilo de alguma forma a magoava, pois quem cala de alguma forma consente certo?

_ BASTA! – Soifon falara mais alto do que desejava e isto parecera sacudir Byakuya que acabara perdendo tempo demais tentando achar um meio de se antecipar ao devir, quando este estava acontecendo sem que ele fizesse nada digno de alguém que acabara de conquistar a mulher que amava e começava a ter uma família.

Contudo, sua inércia, custaria caro, e isto ele soube no momento que Soifon dissera em tom mordaz:

_ Talvez eu não seja digna de criar um Kuchiki, mas não se preocupe eu saberei criar muito bem um Fong.

E nisto ela saíra, sem nem olhar para trás.

Byakuya agora sabia como um idiota se sentia quando se agia realmente como um idiota.

Era incrível, como a menção de seus pais era algo que ainda mexia com ele. E era incrível que sua racionalidade sempre tão veloz, o tivesse embolado dessa vez.

Mikoto, sempre empurrou suas damas de companhia para cima dele. Mesmo quando nenhuma delas realmente fazia seus olhos brilharem como quando ela olhava para Amaranthine.

Aos seus olhos ela era a noiva ideal. É claro que ela provavelmente não sabia das atividades escusas de Amaranthine no tempo que esteve fora, e essa era uma coisa que ele não tinha como alegar, não sem se comprometer.

Mas, a pior parte ainda era o que Soifon não sabia:

Com suas atribulações como capitão, Byakuya estava com dificuldade de administrar sua casa, seu mordomo estava ficando velho, e ele não tinha ninguém de confiança. Então pedira para Mikoto morar com ele, assim sendo se Amaranthine fosse se tornar sua serva, significaria que querendo ou não aquela mulherzinha iria morar em sua casa.

Se não fosse um nobre. Se não fosse um capitão das treze divisões. Se não fosse Kuchiki Byakuya ele sentaria e arrancaria todos os cabelos de sua cabeça.

Em uma situação padrão, Byakuya simplesmente imporia sua vontade ao clã, como já fizera uma vez.

Mas, agora o caso era diferente em todos os sentidos. Soifon era integrante de uma casa nobre menor, que servia uma das cinco grandes famílias nobres, mas o Clã em questão era um Clã que vinha apresentando divergências políticas que só se agravaram no último século.

E Soifon era uma das causas disto.

O que dificultava ainda mais a possibilidade de eles a aprovarem como sua noiva.

Mas, este nem de longe era o maior medo de Byakuya e sim, que eles a tornassem uma espécie de alvo político.

Sua estadia como comandante temporário da Onmitsu Kidou ensinou-lhe algumas coisinhas que ele não gostaria de ter descoberto.

E ainda agora como carro chefe de todos os problemas aparecia Amaranthine. Ele não tinha dúvidas de que ela era um fantasma do passado que retornara para atormentá-los, ele só não conseguia entender por que. Embora com o ofício de Soifon não fosse muito difícil imaginar.

Era nestas coisas que pensava, era em como driblar o sentimento de que para ser feliz com a mulher amada ele teria de mais uma vez ir contra não apenas a memória de seus pais, mas a um conselho que tinha seus próprios caprichos e interesses.

Contudo, ele não teria como dizer nada disto para Soifon. Então que desculpa ele daria, que era um covarde mimado que se curvava na primeira pressão feita por sua família.

Sem importar-se com expectadores, Byakuya erguera-se usando a colcha como única vestimenta.

_ Espero que esteja feliz minha tia. Agora, se me der licença preciso me vestir e ir atrás de minha mulher e do meu filho.

_ Basta Byakuya, uma coisa eu te deixo claro. Esta mulher não serve para ser sua esposa, e ela não será nem hoje nem nunca.

Mikoto falara com tanta tenacidade, que fora capaz de sustentar o olhar quase assassino que seu sobrinho lhe mandara.

_ Infelizmente não é você quem decide isto. – Byakuya dissera juntando suas roupas e preparando-se para vestir na sala ao lado.

_ Diga isto por Hisana. – Ele parara por um instante. – Você sabe que a única razão de você ter se casado com ela foi por que eu dei o voto de Minerva caso contrário...

_ Era isto ou me ver abandonar o Clã. – Byakuya falara com frieza. – E não pense que eu não o faria se assim julgasse necessário...

_ Faça isto e estará a condenando a morte. – Mikoto falara com desdém.

_ Repita isto e a única pessoa que acabara condenada a morte será você ou qualquer um que pense em tocar um único fio de cabelo de Soifon.

_ Aquela coquete não é a única maneira que temos de fazer retornar a razão Byakuya. – Dito isto Mikoto se afastara, sendo seguida por uma Amaranthine que não deixara de lhe dar um sorriso meigo, e isto só serviu para revirar as entranhas de Byakuya que se obrigara a focar em um problema de cada vez.

E o de agora, era ir atrás de Soifon mais uma vez. Só que dessa vez ele prometia encontra-la, e faze-la ficar de modo que não tornasse a escapar.

Mesmo com todas as ameaças espreitando todos os lados, ele tinha certeza que seu amor por ela, iria transpor todas as barreiras, era isto, ou morrer tentando.

#

Tão compenetrado estava em encontra-la que acabara esbarrando na própria Soifon, não literalmente.

É que ele acabara avistando ela sentada sob a sombra de uma das muitas árvores da casa de Juushirou Ukitake que aquela altura lhe estendia um lenço que ela usara para assuar o nariz, de um jeito não muito educado.

Isto fez Byakuya dar um sorriso bobo. Soifon embora tivesse um porte elegante para muitas coisas, para outras ela não passava de um moleque de rua. E este contraste, o fazia ficar ainda mais apaixonado.

Ukitake que servia um chá sorriu ao pressentir a aproximação de Byakuya.

Soifon que estava com as bochechas cheias de bolo, apenas não se afastou por que as guloseimas servidas pelo Taichou do décimo terceiro esquadrão eram apetitosas demais.

_ Boa tarde, taichou. Agradeço, por ter acolhido Soifon. Não faz muito que ela saíra da enfermaria, acabamos nos desencontrando. – Dissera Byakuya de um modo um tanto frio, mas que Ukitake interpretara como sendo gentileza da parte de um homem que costumava manter-se impassível diante de tudo e de todos.

Exceto quando olhava para Soifon, que era uma grávida bastante instável, que vivia uma situação ainda mais instável. Só que Byakuya estava disposto a evitar que estas coisas continuassem a atingindo daquela maneira. Ukitake abrira a boca para dizer alguma coisa, mas foi interrompido por Soifon.

_ Correção nós não nos desencontramos, eu só achei que você tivesse tido a cabeça esvaziada pela presença de Amaranthine. – Byakuya estreitara os olhos, ele não se lembrava desse seu sarcasmo, só podia ser um efeito colateral da gravidez.

_ Eu até entendo. Vocês homens são todos iguais. Só mudam de endereço. Não podem ver um grande par de seios que ficam emudecidos que nem idiotas. – A essa altura até mesmo Ukitake engasgara com o chá. Soifon queria atingir Byakuya, mas acabou sem querer envolvendo-o na conversa, o que não era justo.

Quando o pobre do homem começara a tossir compulsivamente, Soifon se dera por conta que talvez tivesse passado do limite.

_ Gomensai, eu não estou me referindo ao senhor. Você é uma exceção à regra. Eu até entendo passa mais tempo morto do que vivo. – Soifon dissera esforçando-se para ajudar o homem a parar de tossir, mas suas palavras serviram apenas para intensificar o acesso.

_ Faça um favor para o pobre homem Soifon, fique quieta. – Byakuya dissera aproximando-se com agilidade e desventura.

Soifon ficara quieta, enquanto Byakuya ajudava Ukitake com tapinhas nas costas. O homem apenas acenava com a cabeça, tentando dar indícios de que ele ficaria bem, se eles dessem espaço para ele se recuperar.

Contudo, Soifon reagira de forma impensada mais uma vez, jogando um copo de água gelada, no rosto do homem.

_ Credo, mulher em que hospício você estudou primeiros socorros e técnicas médicas? – Byakuya queria saber lembrando-se com calafrios, das inusitadas tentativas dela ressuscitá-lo, mais cedo.

Ukitake então parar de tossir e deixara a cabeça pender para trás. Por um instante Byakuya achara que ela havia o matado, mas então Ukitake voltara a si, após mais algumas breves tossidas.

_ Já, já, passou. – Ukitake dissera com um sorriso gentil. – Agora, por gentileza Byakuya leve sua noiva daqui.

O homem fez um aceno com a cabeça. Soifon iria protestar, mas Byakuya apenas a pegou no colo, e usá-la seu shunpou para tirá-la dali, antes que Ukitake perdesse a paciência.

Mas, antes de se retirar Ukitake dissera para a pequena:

_ Mas, por favor, minha jovem não esqueça do que eu te disse.

#

_ Me solta seu idiota, o que pensa que esta fazendo? – Soifon estava tão ocupada em brigar com ele que não se dera por conta que ele a levara para sua mansão.

Mas, isto não demorou a acontecer.

_ E onde estamos? – Ela perguntara olhando os arredores.

_ Não se lembra desse lugar? – Byakuya perguntara em tom baixo, o que causou um efeito sedutor, sobretudo com ele a fitando de um jeito tão apaixonado.

Ela ficara vermelha ao reconhecer o abajur, e também a orquídea, que ele lhe mostrara na noite em que passaram juntos.

Inconscientemente ela deslizara a mão pelo seu ventre, o bebezinho parecia reconhecer o lugar onde ele fora concebido.

Um misto de sensações ocorreu em sua mente, mas ela fixara sua atenção nas flores, deslizando seus dedos calejados pelas flores delicadas.

_ Pelo visto elas floresceram mais rápido do que eu. – Soifon comentara um tanto distraída.

_ Isto não importa eu vou esperar o tempo que for necessário. – Ele dissera aproximando-se mansamente dela, que fingiu não perceber a aproximação.

Para sua surpresa ela mostrou-se receptiva quando ele quebrara a pouca distancia que havia entre eles e colara seu corpo ao dela.

Sentindo aquele cheiro, aquele calor, aquela energia única que ela emitia Byakuya sentiu-se repentinamente aliviado de todo o peso que carregava.

Seus braços deveriam ser o lugar mais seguro e confortante que havia no mundo. Infelizmente não era sempre que eles estavam ao seu alcance.

_Sinto muito se decepcionei você. – Byakuya dissera enfim. Estava emocionado, talvez fosse o cansaço misturado com o medo que ele tinha de perdê-la.

Contudo, Soifon o surpreendeu ao virar-se para ele e encará-lo no fundo dos olhos.

_ Eu não estou zangada com você. Eu te entendo muito bem. Eu também tenho responsabilidades para com um clã, e às vezes, eu fico com a impressão que eu vou ser esmagada por elas.

_ Eu queria tanto poupar nosso bebê disto. – Ele falara puxando-a ainda mais para perto de si, tentando sentir qualquer movimento da criança que crescia dentro dela, mas ela ficara quietinha como se soubesse que o tema da conversa era ela.

_ Ah, ele ficara bem. Sobretudo, se tiver a cabeça dura do pai. – Ela dissera o surpreendendo com um sorriso, e não era um sorriso debochado como de costume, era mais natural, uma raridade disto ele sabia.

_ Mas, eu não quero nem pensar se ele tiver a língua afiada da mãe. – Byakuya dissera retribuindo o sorriso que se alargou quando ela dera um soquinho em seu ombro, com mais força do que o planejado.

Ela percebera isto e logo se preocupara.

_ Gomensai, eu não estou tendo muita facilidade de controlar minha força ultimamente.

_ Nem todo o resto não é mesmo? – Ele indagara em um tom que poderia parecer provocação, mas ele só estava sendo sincero.

_ Hoje eu te dei motivos para você gostar deste meu descontrole não é? – Soifon falara mordiscando o lábio inferior, dizia aquilo com certo ar de inocência, mas seus olhos reluziam outra coisa.

_ E eu não vejo a hora de repetir. – Byakuya dissera aproximando seus lábios do dela, Soifon se retesou no primeiro momento, mas ele insistira um pouco mais, e ela se permitira saborear seus lábios, apesar do risco de desmanchar em seus braços como gelatina mais uma vez, mas isto não aconteceu.

Ela ficara ali, rezando para que ela finalmente tenha encontrado o seu tão esperado final feliz.

Mas, do outro lado da sacada, olhos maldosos os espreitavam, amaldiçoando aquele amor, aquela aura de paz e felicidade.

Amaranthine jurava a si mesmo que iria fazê-la pagar, por cada perda, por cada lágrima, por cada marca.

Nisto ela olhara no espelho a imensa cicatriz que descia de seu pescoço em direção as suas costas.

Tirando de seus braços o que ela tinha de mais precioso seu filho.

Como se sentisse isto Soifon interrompera o beijo, e olhara em direção a janela que dava para um jardim que separava duas alas da mansão Kuchiki.

Ela observara atentamente a janela, mas não vira nada.

_ O que houve? – Byakuya quis saber.

_ Eu não quero viver aqui. – Ela dissera como que captando a aura de ameaça que aquele lugar emanava.

Talvez não fosse prudente mantê-la no covil do inimigo, não com Mikoto uma inimiga declarada e muito menos com Amaranthine agindo como um lobo em pele de cordeiro.

_ Tem razão iremos para outro lugar. – Ele disse com uma súbita convicção. Mas, Soifon captara a indecisão em seus olhos.

Ela não gostava daquele lugar, mas ao mesmo tempo, estava na hora de ela experimentar algo que nunca havia feito antes, não por livre arbítrio.

Ceder. Ao menos por enquanto.

_ Esqueça o que eu disse. É a gravidez que esta me deixando com os nervos a flor da pele.

Byakuya sabia que era mais do que isto. Era o instinto de Soifon se manifestando e o dele também.

_ Se mudar não vai ser nenhum problema... – Byakuya começara, mas foi calado pelos lábios de Soifon.

_ Eu sei que este é o lugar em que você cresceu, onde vive Rukia, onde estão as memórias dos seus entes queridos, onde você mantém toda uma estrutura para atender as demandas de seu clã e de sua divisão e o mais importante, eu não quero que você abra mão disto por causa do capricho de poucos.

_ Mas, e o seu bem estar? – Byakuya tinha de encontrar maneiras de alertá-la do perigo, mas sem falar abertamente do assunto, não queria comprometer ainda mais aquela gravidez.

_ Eu vou ficar bem, nada do que sua tia disser ira me atingir.

Byakuya sabia que a língua de Soifon era tão mordaz quanto à de sua tia. Mas, não era disto que ele estava com medo no momento.

_ E quanto àquela mulher se você ignorar a sua existência, eu prometo que faço o mesmo. – Soifon dissera olhando no fundo de seus olhos e Byakuya não teve como contestar.

_ Você a única para mim querida.

Soifon sorrira ao ouvir disso e então dissera sendo surpreendida pela voz dele que soara em uníssono com a sua.

_ Eu não vou te perder. – Os dois por um momento se chocaram com isto, mas logo se tornaram a se beijar, o beijo só foi interrompido quando já não mais conseguiam respirar.

Então, Soifon o puxara, tudo o que ela desejava era um banho, seguido por uma boa noite de sonhos, ainda tinha o problema do transporte de suas coisas, mas ela não precisaria de roupas, não até o alvorecer de um novo dia e novos problemas.

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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até o próximo.



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