ThaliaIV

They be watching while we wiggle around
Look at 'em drooling

Por mais que não goste dela tenho que admitir que a rainha da beleza tem seu potencial.

Após passar o choque de saber que teria de ir a uma festa do colegial eu consegui me controlar e agora estou bem, ainda mais depois de ver o que ela havia separado para mim, veja bem, não sou fanática por essas coisas, mas por um look daqueles qualquer uma se renderia. Já havia me acostumado a ir a festas e me arrumar daquela forma (nada tão profissional quanto aquilo fora), mas ela realmente se superou ao arrumar a Chase, nem mesmo eu poderia negar que ela estava linda, mas eu nunca falaria isso em voz alta, nada disso muda o que sinto por elas, ainda não goste de nenhuma.

Assim que colocamos os pés no lugar todos prestaram atenção, não como nos filmes onde todos param (inclusiva as músicas) e te encaram, a festa ainda rolava solta, mas a cada passo que dávamos eu podia ver alguém cochichando ou apontando, pude até ouvir alguns “Thalia está por aqui? Não sabia que o garoto novo iria convidá-la”ou“Aquela é a Chase? Não pode ser!”. “Porque elas estão juntas?” era o que eu mais ouvia, e acho que não lhes tirava a razão, nem eu sabia o motivo. Ao longe pude ver Jason na sua rodinha usual chamando pela namorada.

– Muito bem garotas, isso aqui é uma festa, então divirtam-se e tirem essa cara de enterro – fiz uma careta – essa mesmo Grace, eu vou até o meu namorado, vejam se arranjam alguém também. Divirtam-se. – e mandando um beijo ela saiu, nos deixando sozinhas.

Corri meus olhos pelo local, estávamos nos fundos de uma das mansões do bairro nobre da cidade, o jardim da casa havia sido coberto por uma lona alta que escondia o céu, pendurados a ela estavam bolas espelhadas e varias luzes coloridas dançavam entre os convidados, convidados estes que eram cobertos por uma fina camada de fumaça que vinham das maquinas próprias a isso. Conseguia ver o bar improvisado ao canto com alguns garçons andando para cá e para lá com bandejas com variados tipos de drinks. Peguei um quando passaram por mim e senti o gosto de Vodka que queimava ao descer por minha garganta. Foi quando vi um garoto que andava entre os convidados, ele com certeza não estudava na Goode, sorri de lado.

– Chase, se vira, porque eu vou caçar. – sai sem olhar para ela, mais preocupada em analisar a obra divina à minha frente. Tinha uma pele incrivelmente clara e cabelos profundamente negros, isso já chamaria minha atenção, mas seu físico me chamava ainda mais, bem definido, pude perceber sobre as roupas, não de uma forma exagerada, mas bonita de se ver. Vestia uma camiseta preta com uma estampa que não pude identificar devido às luzes que iam e vinham, por cima dela vestia uma jaqueta de aviador, calça preta com rasgos um pouco a cima dos joelhos, e all star preto. Ele era bem... Interessante. E tinha um gosto muito bom para cor.

Quando a bela criatura estava prestes a passar por mim, o parei com uma mão.

– Acho que não fomos apresentados ainda. - tentei faze-lo me ouvir devido a música alta que tocava.

Parecendo finalmente ter percebido a minha presença começou sua própria analise, me olhando de cima à baixo. Não me senti constrangida, estava acostumada a isso, quase dei uma voltinha para ele apreciar melhor, mas mudei de ideia. Ele rapidamente deu um sorriso torto que achei extremamente sexy.

– Então preciso consertar isso, acredito – ri, concordando – Pois bem, sou Nico di Ângelo. – ele estendeu sua mão, quando fui aperta-la ele depositou um beijo para a minha surpresa. Gostoso e educado? Ok, estou no céu.

– Thalia Grace.

***

Após três Martinis, dois uísques, duas Vodkas, uma caipirinha de Bacardi (que ele mesmo fez, ele é ou não divino?) e meia taça de champanhe, começamos a rir de coisas idiotas e falar sobre qualquer besteira.

– Então, Thalia Grace – ele disse meu nome com uma voz rouca que me fez arrepiar – quais são os seus segredos? – rimos um pouco.

– Não tenho segredos.

– Todos têm.

– Todos é? Então, diga-me você senhor di Ângelo, qual é o seu segredo? – ele se aproximou e sussurrou rente ao meu ouvido.

– Tenho uma queda por morenas. – um arrepio subiu pela minha espinha na mesma hora, enquanto ele dava uma risada. Foi quando a música trocou. Abri meus olhos, eu adorava dançar aquilo.

– Vamos, vamos dançar.

– Eu não... – o interrompi.

– Não quero saber, você vai dançar comigo.

Fomos para o meio da pista improvisada, coloquei os braços dele na minha cintura e posicionei os meus no seu ombro, enquanto eu pulava e ria, ele pareceu começar a se divertir também. Foi quando o refrão começou e me soltei dele, começando a dançar à sua volta, com as mãos passando pelas suas costas, e girando, só para ser puxada por mãos firmes para sua frente novamente, ri enquanto lhe dava as costas e rebolava devagar, então o ritmo acelerou juntamente com meus movimentos, comecei a descer até o chão e rebolar mais rapidamente, me divertido muito, enquanto me aproximava ainda mais dele, que também ria, um pouco mais sério. Continuei a provoca-lo até o fim da música. Virei-me pronta para sair quando senti um puxão em minha cintura.

– Acha mesmo que vai sair rápido assim? – sorri de lado, quando abri a boca para responder me vi impedida.

Ele me beijou de um modo que nem Apolo havia feito quando as coisas estavam, digamos, “quentes”. Ele apertava minha cintura contra si, enquanto automaticamente coloquei minhas mãos em sua nuca, puxando os fios ralos da região, e com esse movimento ele aprofundou o beijo, pedindo passagem que cedi imediatamente, nossas línguas começaram a travar uma batalha que pela primeira vez me vi perdendo. Só paramos quando foi necessário o ar. Sorri. Ele beijava bem.

Procurei um sinal das garotas, vi Piper ao longe com Jason e Annabeth não estava a vista. Eu ainda tinha tempo. Não esperei por alguma reação dele, o beijei novamente e queria passar o resto da noite assim.

***

Após a pegação, mais dança, mais bebidas e mais pegação, ouvi alguém pigarreando atrás de mim.

– Thalia, são quatro horas, eu acho melhor deixar você em casa, amanhã ainda temos que aparecer na Goode.

Fiquei furiosa com a interrupção do meu beijo maravilhoso, mas ela também estava com uma cara pouco amigável. Olhei a sua volta.

– Onde está a Chase? – ela deu um sorrisinho.

– Alguém já a levou pra casa. – então levantou o celular mostrando a mensagem da loira, fiquei surpresa mais preferi não fazer perguntas, dei as costas e ia sair atrás de Piper quando uma mão puxou meu pulso.

– Ei, onde posso te encontrar de novo? – sorri.

– Se dermos sorte... Vamos nos encontrar de novo. – mandei um beijo no ar e então saí, esse era meu lema. Sem endereço. Sem celular. Sem novos encontros. Ele seria mais um gato memorável que eu iria deixar para trás.

Quando estávamos no carro, a bonequinha olhava para mim e sorria maldosa.

– Que foi? – perguntei.

– Não achei que o di Ângelo fazia o seu tipo.

Mas quem não gosta do tipo gostoso? Pensei comigo mesma.

– Poisé. Você já o conhece?

– Claro, você também devia. Ele que deu a festa. – abri meus olhos com força.

– Di Ângelo? Ele é o aluno novo?

– Você não sabia?

Na verdade não, então sorri. Pelo jeito eu o veria antes do que eu esperava. Sorri ao pensar nisso. Recostei-me no acento do carro esperando ela me deixar em casa pensando porque me senti feliz em saber isso.