Guerreira da Lua escrita por Anyan


Capítulo 4
Capítulo 3 - Planejando.


Notas iniciais do capítulo

To viva! *v*
E trazendo mais um capitulo a vida junto comigo!
Desculpem a demora! ¬¬'



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Enquanto a carruagem andava e sacolejava por conta da estrada irregular as duas garotas dentro dela conversavam tranquilamente.

– Fico feliz que ela tenha escolhido você pra me acompanhar. Não sei o que faria se fosse qualquer uma das outra. Elas parecem tão rabugentas e criticas.

– É o que acontece quando se trabalha para a senhora Margaret por muito tempo. – sorriu Rebeka.

– Não é desculpa. Você é legal e também trabalha pra ela.

– Não há tanto tempo quanto as outras.

– Ainda assim. – rebateu.

– Fico feliz pela sua preferência senhorita Artemísia.

– Eu preferia só Artemísia, sem esse senhorita.

– Mas você sabe que eu não poderia chamá-la assim nem se eu quisesse.

– Tudo bem, eu me rendo. – a ruiva levantou suas mãos como se uma arma estivesse apontada em sua direção.

As duas começaram a rir. Fazia tempo demais desde que tinham se divertido e encontravam uma na outra a companhia que tanto lamentaram a perda.

Quando a carruagem parou elas já estavam em frente à rua comercial e uma a uma elas reviraram as lojas atrás de roupas que se adequassem a todos os requisitos e que entrassem na categoria de aceitáveis de Artemísia, deixando as compras na carruagem da tia que ficara a mercê delas.

A primeira pausa foi para o almoço em que elas se acomodaram em um restaurante de massas.

– Nós queremos um pão recheado de calabresa e água. – pediu Artemísia a atendente.

Logo a mesa estava servida e as duas se deliciavam com o melhor pão da cidade feito na hora.

– Pra falar a verdade eu preciso de um favor. – começou Artemísia séria.

– Que tipo de favor? – quis saber Rebeka.

– Você conhece minha tia melhor que eu e sabe do que ela é capaz. Eu não pretendo passar o resto da minha vida sob a custódia dela, pior ainda me casar com um homem que eu nunca nem vi na vida.

Rebeka pareceu ponderar a idéia. Era nítido que Artemísia não era o tipo de pessoa que se deixava domar e ter de se rebaixar a tia a estava matando por dentro.

– E em que eu posso ajudar?

Um sorriso discreto brotou nos lábios da ruiva.

– Não é tão complicado.

O juntar das sobrancelhas de Rebeka dizia que ela não concordaria sem ouvir os devidos detalhes do plano para depois pensar em uma resposta. Percebendo que a morena não cederia tão fácil ela decidiu contar todo o plano, afinal Rebeka era a parte principal da rota de fuga.

– Eu pretendo me inscrever para a escola de guerra.

Um engasgo bloqueou a garganta de Rebeka enquanto ela tentava recuperar o ar depois de engolir algumas migalhas pelo lado errado. Seu rosto se contorcia em surpresa e confusão.

– Você... O que?

– Eu pretendo entrar na escola de guerra – repetiu mais devagar, mas com igual confiança.

– Você está louca? O que pretende com isso? Se matar? Acha que vão te proteger da sua tia se você pedir, ou pensa em me tornar uma serviçal? Tem noção da besteira que disse?

Rebeka passara de confusa a irada em segundos, mas no fundo Artemísia sabia que ela só estava preocupada.

– Eu pretendo entrar como estudante.

Os olhos de Rebeka se arregalaram e umedeceram em choque.

– Agora sim você pirou. Como pretende lidar com aqueles desmiolados? Você nem sabe lutar!

– Se é com isso que se preocupa eu vou ficar bem.

– O que quer dizer?

– Meus pais tinham uma opinião bem diferente sobre o que uma garota deve ou não aprender. Tive vários tipos de aulas para quando herdasse os negócios do meu pai, até mesmo sobre como me defender. Só estou um pouco fora de forma, mas da pra consertar.

O semblante sério de Artemísia não dava nenhuma brecha à discordância, ela estava completamente segura de si.

– Enfim, com ou sem a sua ajuda eu vou. Só que eu teria bem menos problemas se você cobrisse a minha barra enquanto eu arranjo tudo pra partir.

– Não tem como fazê-la mudar de idéia, não é?

– Não. Já me decidi.

– Tem certeza do que está fazendo?

– Absoluta. – Afirmou com vontade. Não é claro que ela não tinha certeza, mas era melhor do que morrer em um vestido de gala.

– Tudo bem. Do que você precisa?

– Por enquanto só de algumas roupas masculinas simples. Não posso dizer quem sou então pretendo entrar lá com um nome diferente e me passando por um garoto de família pobre.

– Para quando vai precisar das roupas?

– Até meu aniversário, se possível.

– Eu posso arranjar alguma coisa, mas não prometo nada. Você vai ter que se virar depois.

– É tudo que eu preciso. Obrigada.

– Não me agradeça. – disse Rebeka com uma expressão taciturna. – Eu a estou ajudando a se oferecer para os lobos.

– Eu prefiro lobos a cobras. – o sorriso era amargo.

– Espero que saiba o que esta fazendo.

– Não se preocupe. – Encorajou Artemísia.

As compras se seguiram pelo resto da tarde e quando elas voltaram ao casarão de Margaret foi como se a conversa nunca tivesse acontecido. Rebeka voltou ao seu modo mecânico e profissional que usava quando elas não estavam a sós.

– Como foram as compras? – perguntou a voz ríspida da tia.

– Muito bem. – respondeu com o rosto ereto em confronto.
Não havia mais por que se conter na frente da tia se em pouco tempo partiria.

– Vou mandar alguém inspecionar as comprar se não se importa. Não quero nada suspeito entrando nessa casa.

– Fique a vontade. Foi um ótimo dia de compras e acho que você aprovará a seleção dos itens.

– Ótimo. Por que não se junta a mim no jantar antes de se retirar para seu quarto? Você parece cansada e faminta.

Nem se houvesse um buraco em seu estômago a opção de jantar com a tia pareceria agradável.

– Claro, eu adoraria. – Enfatizou Artemísia.

A mesa de jantar foi posta em questão de segundos com toda a classe possível e a comida logo veio da cozinha em sua perfeição como se já tivesse sido planejada com antecedência.

Artemísia e Margaret se encararam sem dizer nada durante a curta espera. Uma de frente para a outra elas trocavam olhares cheios de desafios, nenhuma querendo ceder.

– Como foi seu dia? Conseguiu aproveitar mesmo na companhia de uma criada? – provocou Margaret, sabendo de como a jovem simpatizava com os empregados.

A tia não merecia nem ser comparada às cobras. Até mesmo o sangue frio dos répteis era mais quente do que o de Margaret. E o veneno mortal das presas não se comparava ao das palavras assassinas que saiam da boca da mulher.

– Sim, tia. A companhia de Rebeka me ajudou muito na escolha apropriada das roupas e ela me foi de grande valia. Temo que eu não teria a metade do rendimento sem os conselhos dela. – tentou rebater.

– Vejo que você se da bem com essa garota.

– Eu me sinto mais a vontade com ela do que com as mais velhas.

– Entendo. Vou designá-la para ser sua assistente pessoal de agora em diante, uma criada a menos não vai me atrapalhar.

Aquilo a tinha pego desprevenida. A tia sendo condescendente? Alguma coisa estava errada.

– Eu agradeço sua generosidade. – disse com sinceridade.

– É normal que eu me importe com o bem estar de minha sobrinha. – mentira – O que me faz lembrar que logo será seu aniversário de quinze anos.

Artemísia preferia que sua tia o tivesse esquecido. Um aniversário em branco era melhor do que uma comemoração naquela casa.

– Eu pretendo dar um baile aqui em sua homenagem. Não podemos deixar uma data tão importante passar.

– Com todo respeito tia, eu ainda estou de luto por meus pais e uma festa logo agora seria um desrespeito a sua memória.

Em alguns momentos era útil que mulheres fossem vistas como tão vulneráveis. Já fazia três anos e seu luto ainda era uma desculpa válida.

A tia considerou suas palavras, mas depois concluiu sem rodeios.

– Bobagem! Adrian gostaria que você celebrasse. Ele sempre dizia que aniversários eram datas especiais e que não poderiam ser nem esquecidas nem ignorados.

Pela primeira vez Margaret realmente pareceu ser irmã de seu pai. Antes ela nem parecia se importar e agora fazia uma das citações mais famosas de Adrian, que tratava aniversários como a celebração da vida.

– Tudo bem então. – se viu cedendo aos desejos do pai.

– A festa vai ser no dia treze dessa luada, exatamente no seu aniversário. Encarregar-me-ei de todos os detalhes então aproveite para se arrumar.

– Vou esperar ansiosamente.

Já saindo da sala de janta Artemísia foi parada mais uma vez pela tia.

– Não se esqueça que amanha retornam suas aulas. Não se atrase.

– Não vou.


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Notas finais do capítulo

Capitulo curto. :/ enfim, aproximando da parte boa. (pelo menos eu acho ¬¬)
Comentários??? *w*



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