A Pedra da Alma escrita por CherryRed


Capítulo 5
Verdade ou Desafio


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi, pessoas lindas do meu coração! Como vão vocês? Peço desculpas pela demora, mas é que eu me mudei e a casa estava uma bagunça, então...

Este capítulo vai ser um dos maiores até agora... Já para começo de conversa: NÃO ME MATEM! Espero que aproveitem-no e não se esqueçam de dizer o que acharam!

Ai cara, com é difícil explicar sobre os Titãs para os meus amigos. É tipo assim: eu explico milhões de vezes e eles não entendem! Chega a me dar raiva tamanha a lerdeza! Mas um dia eu dou uma livrada na cabeça deles e o cérebro vai voltar a funcionar normalmente, porque né?!

Música do capítulo: Mr. Brightside - The Killers (porque sim!)

Um beijão caramelado!

Anna =)



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Dois Meses Depois...

Já faziam dois meses que Koryander havia percebido algo estranho. Dois de seus amigos Titãs, mais especificamente Garfield e Ravena, já não se falavam mais. Certo, eles nunca foram melhores amigos, mas ao menos provocações haviam entre eles. Agora nem isso existia mais.
A tamaraniana achava aquilo tudo muito bizarro. Na verdade, todos os três Titãs não envolvidos naquele mistério achavam aquilo... Esquisito. Sempre que era vista, Ravena não falava nada além do necessário com ninguém e, às vezes, Kory imaginava ter visto a empata encarar o metamorfo, desviar o olhar sem que qualquer um percebesse e vice-versa. Mas a princesa alienígena não era qualquer um, e não precisava ler a mente de ninguém para saber que algo estava acontecendo entre aqueles dois. Algo que eles tentavam esconder.
E foi numa manhã de quinta-feira que ela decidiu conversar com a melhor amiga.
Koryander andou calmamente pelo corredor e parou em frente à porta prateada na qual haviam letras formando um nome: "Ravena". Ela bateu relutante na porta da maga e não demorou muito para ser atendida.

–Amiga Ravena, posso falar com você? -perguntou de maneira calma e doce.

–Claro, Kory. O quê houve?

–É um assunto que eu acho que você irá preferir se falarmos em seu quarto.

–Hã... Está bem. Entre.

Koryander havia entrado algumas vezes naquele quarto e ele continuava da mesma maneira. Como se fosse de uma gótica que tivesse Transtorno Obsessivo Compulsivo -também conhecido como TOC-; era sombrio, mas organizado ao extremo.
Engoliu em seco ao ver uma bonequinha estranha. De longe, aparentava ter uma textura parecida com pele e lembrava um pouco a própria empata.

–Amiga, me diz que aquilo não é uma boneca feita com pele humana... -Ravena riu.

–Não, Kory. Aquilo é cera. Eu fiz aquela boneca. -falou sentando em sua cama.

–Certo... -ela estava um pouco nervosa. A maga pareceu perceber, pois seu olhar enrijeceu.

–O quê houve? Sua aura está indicando que você está nervosa. Aconteceu algo que eu deva saber? -a alienígena negou.

–Tem haver com você e seu comportamento estranho... -a garota dos cabelos roxos enrijeceu.

–Como assim?

–Amiga, você sabe que de onde eu venho nós somos controlados por nossas emoções. A primeira emoção é considerada como a mais pura... E eu tenho percebido que você está estranha. -a empata só a ouvia sem dizer nada. -Não tira sarro de Garfield, passa o dia inteiro trancada no quarto e só sai para comer. Isso quando come. Além disso, só te vemos quando acontece algum crime... -ela fez uma pausa. -Vou te perguntar uma única coisa... Você é lésbica? -Ravena deu um pulo.

–O QUÊ?!

–É a única coisa que eu consigo pensar. Fato A) Você nunca teve um namorado e o único que chegou mais perto disso foi o Malchior. Fato B) Você adora provocar o amigo Garfield da mesma maneira que os meninos o fazem. Fato C) Você só se veste de maneira feminina quando eu te obrigo.

–NÃO! Ah, por Azar! Credo! Eu não sou lésbica! -ela falou ultrajada. -É... Outra coisa...

–Então me conte... Por favor, assim poderei te entender melhor, minha amiga. -a herdeira do trono tamaraniano abaixou a cabeça. -Eu quero ser sua irmã, sua conselheira, sua confidente...

Ravena respirou fundo.

'Conte a ela!' disse uma voz irritante dentro de sua cabeça.

'Eu não sei se devo, Felicidade...' respondeu ela.

'Você sabe que pode confiar nela, Ravena...' disse Conhecimento.

Ela voltou a respirar fundo.

–Se eu te contar, tem que jurar que não irá contar para ninguém... Nem mesmo para o Dick... -disse séria.

Koryander sorriu e assentiu.

–Juro por X'hal! -ela se sentou ao lado de Ravena na enorme cama redonda.

Um silêncio pairou pelo quarto. E foi aí que Koryander aos poucos ligou os pontos. Ravena e Garfield se evitando, a empata com dificuldade de explicar o que estava acontecendo... Não, impossível. Ravena? Gostando de... Garfield?

–Amiga, eu tive um estranho pensamento... -ela começou a rir e a maga a encarou. -Eu cheguei a pensar que você poderia estar gostando do amigo Garfield... -ela continuou rindo.

Nada foi dito até a jovem de olhos índigos a encarar envergonhada.

–Sim, Kory... Eu estou gostando do Garfield...

A ruiva quase caiu para trás.

–Espera... O QUÊ?! -a empata juntou as mãos e abaixou a cabeça. -Como isso aconteceu? Quando? Como descobriu? Eu quero saber t-u-d-o! -com a voz baixa, contou-lhe cada detalhe do que ocorrera dois meses antes. Desde a descoberta até aquele momento. -Nossa. Eu nem sei o que dizer...

–Não precisa dizer nada... Se já é difícil para mim aceitar isso, quem dirá você...

–Eu tenho que juntar vocês dois... -disse a ruiva pensativa.

Ravena engasgou com a própria saliva.

–De maneira nenhuma!

–Vou sim, amiga.

–Não vai. -Koryander bufou.

–Certo, mas fique sabendo que nós vamos dar uma festa amanhã só para comemorar esse acontecimento.

–Não vai contar para ninguém, não é? -indagou já arregalando os olhos índigos.

–Eu jurei por X'hal! É claro que não vou! -ela cruzou os braços e levantou da cama redonda. -Vamos avisar aos meninos que faremos uma festinha só para nós e os Titãs da Costa Leste!

–Kory, eu não acho que... -ela puxou a empata pelo braço em direção à sala.

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–Então, vocês querem dar uma festa para adiantar o aniversário da Ravena? -indagou Richard arqueando uma sobrancelha negra para Koryander.

–Exato! Como a amiga Ravena faz aniversário sábado que vem, nós duas decidimos antecipar uma festinha privada para ela. -as duas meninas não sabiam se a mentira iria conseguir enganar os outros Titãs, mas elas não poderiam contar o verdadeiro motivo da celebração. -Não é glorioso?

Ravena conseguia sentir o suor escorrendo por sua nuca.

–Ravena... -disse Dick de maneira séria. Ela sentiu o coração acelerar. -Tá ficando velha. -ela relaxou.

–Caraca! -exclamou Victor. -Daqui a quatro meses é o seu aniversário, verdinho... -falou sorrindo para Garfield.

–É verdade... Nem acredito que já vou fazer dezenove...

–Enfim -interrompeu Koryander -Podemos ou não celebrar a velhice da amiga Ravena? -ao dizer isso, todos riram e a empata deu uma cotovelada na alienígena.

–Não vejo problema... -respondeu o líder Titã. -Só não destrua a festa da mesma maneira que você fez no seu aniversário de dezesseis anos, ok Ravena? -ela deu um sorriso torto.

–Você fica fazendo questão de me lembrar isso a cada ano, não é? -ele sorriu marotamente.

–Faz parte...

–Então... -começou Garfield coçando a nuca. -Eu tinha marcado de sair com a Hedley hoje... Acho que vou ter que furar com vocês... -ao ouvir isso as pernas da empata ficaram bambas. Por pouco não caiu no chão. Kory, que estava ao lado da maga, a segurou. -Rae? Rae? Você está... Bem?

Ela assentiu.

–Eu... Ainda não comi hoje... Foi isso... -mentiu.

–Vem comigo, então... Vou fazer algo para você forrar o estômago. -falou estendendo a mão verde para a pálida garota.

Ela olhou para a princesa alienígena como uma criança que olha para a mãe pedindo permissão para brincar com o coleguinha, e a ruiva assentiu.

–Ô Garfield, que tal você trazer a Hed para cá? -indagou Victor. -Aí ela pode conhecer melhor os outros... Além do mais, acho que a Ravena não vai se importar, não é? -a empata sentiu o coração apertar, mas deu um sorrisinho.

–Claro que não... Pode trazê-la... -naquele momento ela pode ouvir todas as suas emoções gritarem em discordância dentro dela mesma.

–Rae, você é demais! -falou o metamorfo dando um rápido abraço na garota, que por sua vez corou. -Então, o que você vai querer para acompanhar o seu sanduíche de tofu? Tomate, alface? Ah, já sei! Beterraba! -ela sorriu de maneira desanimada.

–Pode ser...

–Você está doido se pensou que eu vou deixar a minha irmãzinha comer essa carne de mentira! -protestou o titã metálico.

–É mais saudável do que essa carnificina que você faz no seu sanduba!

–Tá doido! Até parece que você nunca quis provar carne!

–Eu não! Já te falei que eu já fui a maioria desses animais! Seria quase canibalismo!

Enquanto os dois discutiam e Richard ria da situação, Ravena olhou tristemente para Koryander que ficou apenas encarando a amiga.

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O vestido era azul royal e contrastava bastante com a pele da jovem maga. Ele era frente única, tinha uma parte brilhante no pescoço que se assemelhava a uma gargantilha de brilhantes que prendia as alças do vestido; os cabelos violetas estavam soltos e ondulados; a maquiagem era escura e bem delineada; os lábios tinha um leve brilho rosado e as bochechas também.
Parecia uma boneca. Nunca se imaginara assim. Nem mesmo no baile ela estivera tão bela desta maneira.
A princesa alienígena estava usando um vestido verde esmeralda tomara que caia que contrastava com seus olhos, e os cabelos ruivos estavam presos em um coque. Koryander terminou de se maquiar e olhou sorrindo para a amiga, mas de repente o sorriso se desfez.

–Você não vai lá assim... -Ravena franziu a testa.

–Assim como? -ela apontou para os pés da empata.

–De tênis all-star azul escuro. Vai calçar uma sapatilha!

–Por quê não posso usar all-star?

–Porque ele não vai combinar com essa roupa linda... Amiga Ravena, por favor, vá trocar os sapatos... -antes que pudesse dizer se trocaria ou não, ouviram-se batidas na porta.

–Interrompo? -indagou Karen, que usava um vestido dourado e os cabelos cacheados caindo sobre o ombro esquerdo.

–De maneira nenhuma! -exclamou Kory. -Amiga Karen! Que saudade! -falou abraçando a líder dos Titãs da Costa Leste, que logo começou a reclamar de falta de ar. -Desculpe-me...

–Tudo... Bem... Kory... -ela se sentou na cama de Ravena. -Parabéns, Rae... Dezenove aninhos, hein? -a maga sorriu.

–Pois é... Parece até que foi ontem que os Titãs surgiram...

–O tempo passa... -falou a morena pensativa. -Ah, Ravena... -ela foi até a porta. -Me espera... -e saiu. Alguns segundos depois ela voltou ao quarto, com uma embalagem roxa e uma fita prata enfeitando-a. -Feliz aniversário!

–Obrigada, Karen! Nossa, eu nem sei o que dizer! -agradeceu pegando o embrulho.

–É meu e do Victor... -a empata sorriu maliosamente para ela.

–Hum... Sei...

–Só posso dizer uma coisa: agora é oficial! Estamos namorando! -Kory soltou um gritinho de alegria e Ravena a abraçou. -Foi dureza, mas eu consegui fisgá-lo!

–Parabéns, amiga Karen! Nós duas estamos muito felizes por vocês dois! -parabenizou Koryander.

–Obrigada... Mas você tem que abrir logo o seu presente... -falou apontando para a empata, que logo abriu a caixa.

–Por Azar! Karen! É lindo demais! -exclamou Ravena impressionada.

Era um medalhão no formato de um corvo prateado com uma pedrinha vermelha nos olhos.

–Gostou?

–Amei! -respondeu abraçando a morena.

–Que bom... -disse Karen. -Eu não sabia o que escolher e nem o Vic, aí vimos esse cordão e eu pensei: "É muito Ravena!". -as duas sorriram.

–Bem, acho que está na hora de eu dar o ar da graça, não? -indagou Ravena sorrindo.

–É claro! -responderam as meninas.

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Ela entrou confiante na sala de estar. O chakra cintilava em um vermelho quase terno. Os olhos estavam bem abertos. A jovem não queria perder nada daquela festa.
Ravena pôde ouvir um som de exclamação da boca de alguém. De quem, ela não sabia. Porque ela estava vidrada em um casal parado no canto do local.
Por mais que ela odiasse confirmar, Hedley estava linda. Parecia que ela era a aniversariante, e não a maga. Ravena ficou com vergonha de estar usando uma roupa tão... Simples perto das vestes da herdeira Baldwin.
Mas a vergonha se dissipou no momento em que Garfield a olhou. E ali, com ele a observando, tudo passara a fazer sentido. Era como se o peso do mundo saísse de seus ombros.
A primeira pessoa a se aproximar foi Roy Harper, também conhecido como Ricardito.

–Ravena! Parabéns!

–Obrigada, Roy... -ele a abraçou e entregou uma caixinha branca à empata.

–Eu não te conheço tão bem assim, mas achei que gostaria do presente.

Dentro da caixa havia um CD de uma banda de rock famosa, Evanescence. A maga quase deu um grito. Era o CD que ela tanto havia procurado, mas em Jump City havia se esgotado.

–ROY! PELOS OLHOS DE MINHA MÃE! -ela parou de falar e ficou encarando o disco quase chorando.

–O quê? Não gostou?

–NÃO! Eu amei! -ela parecia Koryander naquele momento. Pulava loucamente e dizia que era a melhor coisa que já havia recebido.

Uma sucessão de presentes veio em seguida. Blusas, perfumes, maquiagem... Mas a que ela realmente ficou sem fala foi o presente de Kory e Dick. Ficou sem fala de tanta vergonha.

–Feliz aniversário, amiga Ravena! -disse a alienígena alegremente. -Eu tive uma ajuda da atendente da livraria para comprar o seu presente... Ela disse que esse é o livro mais vendido da loja.

A maga sorriu. Pegou a caixa rosa e a abriu. Ela enrubesceu e Garfield começou a rir.

–Kory... Isso é 50 Tons de Cinza... -a tamarania sorriu confusa. -É um livro erótico...

–Isso é ruim? -a empata ficou mais vermelha ainda.

–Acho que você não sabe o que é isso, certo? -indagou Hedley de maneira irônica enquanto arqueava uma sobrancelha loira.

–Ravena... -começou Richard. -Nem eu sabia o que ela comprou para você... Peço desculpas.

–Hã... Tudo... Bem... -falou ainda vermelha.

–Certo, eu adoraria que a Rae pudesse ler o livro para nós, mas está na hora dela abrir o presente mais importante... -disse o metamorfo. -O meu e da Hed... -ele estendeu uma caixa azul para a garota, que ficou relutante. -Calma, nós não te compramos uma lingerie...

Ela relaxou um pouco. Ao abrir o embrulho, a jovem sorriu. Era um conjunto de pintura para profissionais. Ravena o olhou com um sorriso enorme no rosto. Era tudo o que precisava.

–Garfield, como você sabia que eu...?

–Que você pinta? -ela assentiu. -Bem, digamos que eu já vi você no quarto de pintura algumas vezes... -respondeu dando de ombros.

–Obrigada... De verdade... -ela sorriu como nunca tinha feito e revelou uma covinha na bochecha.

–AH... MEU... DEUS! -berrou Hedley. -Você tem covinha!

–Tenho?

–Tem -respondeu Garth, o Aqualad. -E fica ainda mais bonita com ela no rosto... -a jovem corou.

–Ah, pelo o amor de Deus! -resmungou Garfield virando o rosto para o lado. -Eu vou vomitar se vocês se beijarem!

–Gar... -disse suavemente Hedley. -Até parece que você nunca beijou...

–Mas é diferente... -cuspiu de uma vez.

–Por que é diferente, Logan? -indagou Richard.

–Ora porque... Porque eu nunca imaginei eles dois juntos! -Ravena arqueou uma sobrancelha.

–Me imaginou com quem então? Adonis? -provocou. O simples nome fez a postura e o tom de voz do metamorfo mudarem.

–Não... -ele disse seco. -Nunca te imaginei com ninguém... Te imaginei solteira para sempre... Você sempre foi como um irmão para mim... Um dos meus camaradas... Quase um homem... -ela franziu a testa. Era assim que ele a imaginava?

–Que coisa horrível, verdinho! -censurou Victor. -Isso lá é coisa para se dizer para a dona da festa? Que ela é quase um macho?

–Ah, esquece! -resmungou.

Ravena foi a primeira a se pronunciar, fazendo questão de ofuscar o assunto.

–E então... Vocês dois, certo? -perguntou seca, apontando para Garfield e Hedley. -Desde quando estão juntos?

O metamorfo coçou a nuca e riu de maneira agitada.

–Desde o baile. -a empata permaneceu imóvel. -Ela tinha me dado o número do celular dela para o caso de eu querer conversar com alguém... E ao longo das nossas conversas ela perguntou se eu sairia com ela...

–E ele disse sim... -complementou a loira sorrindo.

Um nó se formou na garganta da maga. Era o mesmo tempo que ela descobrira que tinha Amor dentro de si. Segurou a vontade de sair correndo e chorar. A respiração ficou mais lenta, como se quisesse parar.

–Amigos, quando vão começar as brincadeiras? -indagou inocentemente Koryander.

Hedley sorriu maliciosamente.

–Tem uma brincadeira que eu adoro... -disse sorrindo.

–Qual é? -questionou a ruiva.

–Verdade ou desafio...

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–Verdade ou desafio, Gar? -indagou Roy.

–Verdade! -respondeu o metamorfo um pouco alterado por conta da bebida.

–Ok. Quantas garotas você já viu nuas? -ouviu-se uma risadinha abafada vinda de Kory, que ainda não entendia o funcionamento da brincadeira.

–Várias! Teve a Buffy, Terry, Tori, Jennifer, Caitlin, Hazel, Isis, Louise, Kimberly, Catherine... -ele colocou o dedo indicador nos lábios de maneira pensativa enquanto continuava uma lista de nomes femininos que não pareciam ter fim. -E a Rae... -todos arregalaram os olhos para os dois.

A dona dos olhos indigo, que bebia um copo de soda, cuspiu todo o líquido na cara de Wally West, o Kid Flash.

–VOCÊ O QUÊ? -ela berrou enquanto tentanva cobrir o corpo com as mãos.

Jinx, que estava presente no recinto, começou a rir.

–As mais quietas que são as mais safadas, não é? -questionou maliciosamente e em seguida recebeu uma cotovelada do namorado Wally.

–Calminha aí, Rae. Não foi proposital! -ele foi logo se explicando. -Uma vez, a Kory insistiu para nós irmos à pizzaria da cidade e todos concoradamos. Mas você estava no seu quarto e o pessoal pediu para eu te chamar. Eu bati na porta várias vezes, porém nada de resposta. Como sempre fui impaciente, entrei no seu quarto como uma formiga e eu meio que... Te vi... Pelada... Trocando de roupa... -os olhos dela começaram a ficar vermelhos. -Calma! Eu não vi por muito tempo... Saí de lá logo em seguida.

As bochechas dela começaram a queimar. Estava completamente vermelha. Antes que pudesse sair correndo, se abrir um portal para outra dimensão e jogar Garfield Logan lá dentro, o metamorfo girou a garrafa de vidro.

–Agora quem pergunta é Jinx e quem responde é a... -ele engoliu em seco. -Ravena.

–Essa eu quero ver! -exclamou Richard.

–Verdade ou desafio, bruxinha? -ela rangeu os dentes. Ambas sempre nutriram essa rivalidade.

–Verdade...

–Você é virgem? -a empata quase desmaiou. Que tipo de pergunta era aquela?

–Desafio!

–Eu te desafio a responder essa pergunta. -a jovem de cabelos rosas estava se divertindo ao ver o desespero e a vergonha da jovem maga.

–Sou, algum problema? -questionou seca.

–Nenhum... -Jinx disse enquanto levantava as mãos. -Acho que devemos mudar a brincadeira para Sete Minutos no Paraíso então. -Ravena deu um pulo do chão.

–Não! Chega de... Brincadeiras! -ela andou em direção à porta. -Eu vou me deitar!

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"Ela estava deitada em sua cama. Os olhos se abriram lentamente. Se sentou relaxada e se esticou.
Olhou para as pulseiras e tornozeleiras, extremamente grossas.
E então ouviu risadas. Doces, sádicas, maléficas, sinceras, esnobes... Risadas de todos os tipos.
Encarou os vultos parados gargalhando. Não eram apenas vultos, eram todos os Titãs. Ela começou a olhar de um lado para o outro. E só aí ela voltou a encarar as pulseiras e tornozeleiras.
Não eram o que ela havia pensado. Eram algemas, presas com grossas correntes às paredes. Ela não conseguia mais se esticar.
Então ela se viu um espelho que estava bem na sua frente e entendeu o motivo das risadas. Ela estava nua. Completamente nua."

Acordou esbaforida. Tinha sido um pesadelo. Respirou fundo e resolveu tomar um copo d'água.
Já tinha lido em um livro uma vez, que quando uma pessoa passa por situações embaraçosas ela costuma ter pesadelos de que está nua, já que isso significava a exposição daquela pessoa.
No meio do caminho, passando pela porta do quarto de Garfield ela ouviu barulhos estranhos.
Mesmo sabendo que não era certo fazer aquilo, ela resolveu ouvir o que se passava ali. Os barulhos, na verdade, eram gemidos abafados, sussurros de nomes e um em especial não saía de sua cabeça. Garfield.
A garota, provavelmente a cadela loira chamada Hedley, sussurrava o nome dele incessantemente. Só de ouvi-la pronunciar o nome do metamorfo, ela quase chorava. Tudo bem, ele não sabia sobre o sentimento que ela nutria dentro de si, mas era muito abuso levar uma qualquer para a Torre Titã só para dormir com ela.
Se afastou da porta bruscamente. Não queria ouvir mais um gemido. Não queria provar o prazer que aquela cópia barata de Terra sentia. Não ficaria ali mais um segundo sequer.
Correu de camisola preta até seu quarto e se jogou na cama. Em meio à lagrimas e soluços, ela queria morrer.
"O melhor..." tinha sussurrado aquela vaca loira. Era o que não lhe saía da cabeça. "O melhor...".


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